Um porta-aviões como o São Paulo, não tem como função principal defender o litoral do Brasil.
O porta aviões, e ainda mais, um porta-aviões convencional como o A-12, é um meio de projecção de forças.
A costa Brasileira pode perfeitamente ser defendida por aviões especializados baseados em terra. Sería um absurdo gastar 20% do orçamento de uma marinha de gerra, para apenas manter um porta-aviões, a executar uma tarefa que pode ser executada por aviões, que além do mais podem ser transladados de uma base para outra.
Aí, é de extrema importância o projecto dos novos aviões de superioridade aérea, mas especialmente a possibilidade de num futuro a médio prazo a AVIBRÁS poder fabricar, ou mesmo montar, com incorporação da industria brasileira, uma avião como o SU-35.
Duas esquadras de SU-35 equipados com misseis anti-navio, fazem muito mais que um porta-aviões, e tornariam o litoral Brasileiro praticamente invulnerável, e defendido ao ponto de mesmo os Norte Americanos pensarem duas vezes antes de mandarem porta aviões para proximo da costa Brasileira, ou mesmo para a área entre Cabo-Verde e o Nordeste Brasileiro.
O São Paulo, é um navio de projecção de força. Desde o inicio do século que Brasil e Argentina entraram numa concorrência para ver quem era o mais forte da America do Sul. Já é assim desde a corrida entre os navios couraçados S.Paulo e Minas Gerais, e os dois couraçados que a Argentina mandou construir nos Estados Unidos para lhe fazer frente (ao que o Brasil respondeu encomendando mais aos ingleses - embora não tenham chegado a ser entregues).
Esta rixa continuou depois da segunda guerra, onde um porta-aviões poderia servir de apoio a uma "tasl-force" de qualquer dos países.
A visão brasileira, foi mais realista. Partiu do principio de que mais tarde ou mais cedo acabaria dominando o mar, e que poderia, controlar ou isolar a Argentina mais facilmente que o contrario. Logo, armou o A-11 Minas Gerais para caçar submarinos, unica forma que a Argentina poderia ter para de alguma forma atazanar o Brasil. Depois, com a guerra fria, sempre servia para caçar algum Russo desviado que andasse pelo Atlântico Sul.
A situação presente é completamente diferente.
A costa Brasileira não se defende com Porta-aviões, e o São Paulo é tudo menos um meio "defensivo"
Conforme já lí algures, os americanos dizem que a presença de um dos porta-aviões deles pode desestabilizar aí uns 80% dos países do mundo, só de se aproximar.
Claro que o Brasil não pode fazer a mesma coisa, mas pode utilizar o A-12 como nucleo de uma força (podemos chama-la de task-force) que permita, fazer uma coisa chamada "mostrar bandeira".
Sem precisar disparar um unico tiro, um navio com a dimensão do São Paulo, mais a sua escolta, é noticia e impressiona, por onde quer que seja que passe.
Os países medem-se pelo seu tamanho, mas também pela capacidade que têm em mostrar os dentes, mesmo que os dentes possam não ser os melhores, mostra-se que existem, e a maioria não está minimamente interessada em levar dentadas.
Creio que neste mesmo forum, li qualquer coisa sobre o Brasil ter enviado apenas 70 homens para Timor, enquanto a Australia mandou uns 4.000 (praticamente tudo o que tinham para mandar, mantendo o exercito em casa operacional, e mesmo assim, foi um cortar de licenças pró pessoal que até meteu dó
.
Mas esqueceram-se que tiveram mais efeito as palavras do presidente do Brasil quando lá foi, que os setenta homens. O que o presidente disse e que foi referido mesmo na indonésia, pelos pró-indonesios, foi que "...Estamos mandando 70, mas se for preciso vem mais..."
Não está em causa se havia necessidade, ou possibilidade, o que aconteceu foi uma tomada de posição, que foi muito importante, e que na realidade serviu como ameaça. A existência de meios como o São Paulo é de extrema importância, porque quando um dia, for utilizado nem que seja só para "mostrar bandeira" o pessoal vai achar que por detrás do porta aviões ou da task-force, pode estar a determinação para utiliza-la. Na maior parte do mundo, ninguém arriscará.
O A-12 necessita de ter os Skyhawk operacionais, e necessita de uns 12 a 18 aviões para defende-la. Ou seja, caças de superioridade aérea. De pouco serve incrementar as capacidades de defesa apróximada, sem capacidade de produzir um guarda-chuva de longo alcance.
A ultima coisa que um país como o Brasil deve fazer é deixar de operar este tipo de meio, porque de aqui a uns anos, se necessitar dele, não servirá de nada dizer, "...Se tivessemos um Porta Aviões..."