A diferênça Cruzador x Destroyer.
Primeiro.
Destroyer é o que normalmente é chamado de contra-torpedeiro.
No fim do seculo 19, a França estava em total desvantagem perante a Grã-Bretanha no mar. Os ranceses não tinham práticamente nada para por aos couraçados dos ingleses (pré-Dreadnought).
Ouve então um engenheiro francês que teve a ideia de colocar um motor potente num casco pequeno e adaptar-lhe torpedos. Este pequeno navio, barato, muito rápido e facil de construir, aproximar-se-ía dos ingleses e poderia reduzir imenso o poder inglês, cujos couraçados, que davam uns 14 nós nunca poderiam fazer nada contra eles.
Os ingleses ficaram em pânico e reconheceram o perigo. Se tal acontecesse, todo o poder da Royal Navy ía pró brejo.
É aí que aparece um novo conceito de navio, com um casco maior que a lancha torpedeira, um motor potênte e que capacidade para perseguir as lanchas torpedeiras.
Nasce assim o conceito do "Torpedo Boat Destroyer", destruidor de lanchas torpedeiras, que foi adaptado para o termo Contra-Torpedeiro.
O cruzador, aparece por necessidade de navios rápidos e com uma couraça inferior, mas que tivessem capacidade de bombardeamento capaz. Eram normalmente maiores que os contra-torpedeiros, e os ingleses e alemães chegaram a desenvolver o conceito do "Cruzador de Batalha" que era um cruzador (relativamente pouco protejico, se comparado aos couraçados) com canhões iguais aos dos couraçados.
O conceito do cruzador de batalha foi um fracasso e parte deles foram afundados na famosa batalha de Jutlandia.
Os tiros a grande distãncia caíam na vertical onde os cruzadores de batalha não tinham quase nenhuma protecção. Concluiu-se que o cruzador de batalha não podia alinhar com os grandes couraçados, porque pura e simplesmente não estava suficientemente protegido.
Com a segunda guerra mundial muitas coisas mudaram. E cada país passou a ter um conceito diferente.
Os alemães inventaram o couraçado de bolso, um cruzador de batalha muito blindado, mas relativamente pequeno. Os americanos criaram o conceito de cruzador pesado e cruzador ligeiro, baseados nos canhões.
8 polegadas - cruzador pesado
6 polegadas: cruzador ligeiro
Os ingleses tinham formas diferentes de classificar os navios e tinham cruzadores pesados com canhões de 6 polegadas (que para os americanos eram ligeiros).
Uma confusão completa.
Hoje em dia normalmente aceita-se que a partir das 10.000 Ton um navio pode-se chamar de Cruzador, mas as marinhas daí para baixo aplicam os nomes que são politicamente correctos.
Muitas vezes chama-se corveta ao que normalmente sería uma fragata (vejam as novas "corvetas" da Africa do Sul). As opiniões públicas preferem marinhas que gastam pouco dinheiro, optando por corvetas em vez de fragatas.
O caso mais conhecido aconteceu quando os ingleses deram aos porta-aviões ligeiros a designação de "cruzadores de deck corrido" por razões politicas.
Hoje de qualquer forma, o Destroyer ou Contra-Torpedeiro, aparece, com uma função parecida ao contra-torpedeiro do inicio do seculo XX. Só que agora, em vez de defender os navios maiores de torpedos, defende-os de aviões e misseis.
Os navios com o sistema de combate AEGIS, americanos são os mais conhecidos. A Espanha foi o primeiro país Europeu a ter navios com essas características, mas embora tenham um deslocamento á volta das 6.000 toneladas, chamam-lhes fragatas.
Um navio especializado em defesa anti-aérea é o que a marinha do Brasil necessita para poder levar o porta-aviões São Paulo para qualquer lugar. Uma fragata/contra-torpedeiro anti-aéreo, defende-se a si e aos navios que o acompanham.
Além da Espanha, que já tem dois destes navios operacionais, e vais ter seis, a França a Holanda a Italia a Inglaterra e a Noruega estão a construir ou mandaram construir os seus navios especializados na defesa anti-aérea.
Tchi... ficou comprido...
Cumprimentos