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Re: Verbas

Enviado: Sex Set 02, 2005 12:30 pm
por César
Moacir Barbosa de León escreveu:Convenhamos, nosso país necessita ter um programa especial próprio. Isto ninguém pode negar. Se ocorreu um acidente(?), é circunstancial e parece ser norma, já que outros acidentes vem ocorrendo com outros programas espaciais. Entretanto, se as verbas são poucas ou muitas, se estamos atrazados relativamente, se fomos ultrapassados, se nossos políticos se comportam criminosamente, não quer dizer que nosso país e nosso programa é inviável e que devemos abandoná-lo. O programa espacial está sendo executado por técnicos, cientistas e não políticos. Nosso dever é no mínimo apoiá-los e não desmoralizá-los.

Acho que ninguém aqui falou a respeito da falta de necessidade do Programa Espacial.

Falhas e acidentes são comuns em qualquer programa espacial já existente. A diferença é que nesses países que "deram certo" no espaço(Rússia, Ucrânia, EUA, França, etc...) o programa espacial foi tratado como um Programa de Estado. Sempre tinha verbas garantidas, não importando o governo. Aqui, é, no máximo, um programa de governo, isso quando não é tratado como futilidade, pois as verbas oscilam violentamente de um ano para outro e tem muito político que acha que esse programa não serve para nada.

Acho a conquista do espaço estratégica, do ponto de vista político, econômico e militar. O Programa e a MECB deve continuar.

Rui Elias escreveu:Qual é a ideia desse projecto VLS?

É poderem entrar um dia o mercado dos lançamento de satélites para o Espaço e concorrerem com os outros?


A função do VLS, inicialmente, seria dar o conhecimento necessário ao Brasil lançar seus próprios satélites e entrar nesse mercado de lançamento bilionário. O problema é que o VLS 1 foi projetado para lançamento em órbitas baixas, justamente a fatia de mercado menos usada hoje em dia.

Ou seja, não teremos uma grande concorrência ou lucro com o VLS 1. Temos que esperar o desenvolvimento de um VLS 2 para lançamento em órbitas altas, com uso de dispositivos que não existem no VLS 1(como propulsão com combustível líquido, por exemplo).

Já a função da Missão Espacial Completa Brasileira(MECB) seria dar ao Brasil uma autonomia total no que concerne a atividades espaciais, lançando satélites Brasileiros, a partir de lançadores Brasileiros(VLS) usando uma base de Lançamento Brasileira(Alcântara). Tudo construído aqui.Algo que, se fosse concretizado, seria, no mínimo, invejável.

Abraços!

César

Enviado: Sáb Set 03, 2005 12:02 pm
por fredom
Astronauta Brasileiro Integrará Missão
Russa no Espaço

RIO DE JANEIRO, 02 Setembro 2005 (RIA Novosti, Andrei Kurguzov) - O primeiro astronauta brasileiro integrará uma missão a bordo de uma espaçonave russa Soyuz, na próxima primavera( hemisfério norte), informou um membro da delegação russa nessa sexta-feira.

Viktor Remishevsky, vice-presidente da Agência Federal Russado Espaço, afirmou que a Rússia e o Brasil assinaram um acordo para que o Tenente-coronel Marcos Pontes, integre a tripulação daInternational Space Station (ISS), em Março ou Abril de 2006.

Remishevsky afirmou que o valor do contrato, que não foi informado, era aceitável para as agências espaciais de ambos os países, mas deveria ser aprovado pelo parlamento brasileiro.

Para integrar a tripulação da ISS, na próxima primavera, Pontes necessita estar na Rússia para iniciar os treinamentos, antes de 15 de Setembro. Ele se adapatará ao uso dos sistemas operacionais da Soyuz e seus sistemas de apoio ambiental, na cidade Estelar, nas cercanias de Moscou.

Sergio Gaudenzi, presidente da Agência Espacial Brasileira, afirmou que o país estava ancioso para ver Pontes ir ao espaço, em 2006, no ano em que comemoram 100 anos do vôo de Alberto Santos-Dumont, com seu 14 Bis, pioneiro do mais pesado que o ar.

Pontes, oficial da Força Aérea Brasileira, está treinando no Centro Espacial de Houston da NASA, Texas, desde 1998.

Enviado: Sáb Set 03, 2005 3:40 pm
por Guerra
http://www.cdocex.eb.mil.br/hometextocel.htm


O link sobre o documento "A SISTEMÁTICA SABOTAGEM CONTRA A “MISSÃO ESPACIAL COMPLETA BRASILEIRA” (MECB)
E CONTRA O PROJETO VLS-1"

Enviado: Seg Out 03, 2005 5:09 pm
por FinkenHeinle
Brasileiro escreveu:Acho que 2006 não, mas 2007 sim. E apartir de 2010 VLS-2.
Por falar em atraso, o projeto do Ciclone IV em Alcântara também está atrasado, previam que seriam lançados apartir de 2006, agora no mínimo 2008....pena...


[abraços]

VLS-2 em 2010?!


Infelizmente não! Em primeiro lugar, mal conseguimos manter recursos para tocar o programa atualmente, sequer começamos à desenvolver o VLS-2, portanto não há nenhuma possibilidade de que ele saia!

Quanto aos atrasos em tudo, isso é consequência de duas coisas: abraçar mais coisas do que é possível, e manter recursos menores do que o necessário!

Enviado: Seg Out 03, 2005 5:10 pm
por FinkenHeinle
Vinicius Pimenta escreveu:Sim. O Brasil tem uma das bases mais bem localizadas do mundo: Alcântara.

Está a apenas 2° da Linha do Equador, o que proporciona lançamentos com mais de 30% de economia.

Além da venda de serviços espaciais, a intenção é tornar o país auto-suficiente na produção e lançamento dos seus próprios satélites, sejam civis, sejam militares. Hoje já somos capazes de construir nossos satélites. Falta apenas acertar a mão no lançador.

Teoricamente!


Mas o VLS-1 não é viável comercialmente, portanto as maiores possibilidades são de utilizar o CLA como base para outros projetos, como o Cyclone IV.

Enviado: Seg Out 03, 2005 5:59 pm
por Brasileiro
Mas o VLS-1 não foi criado para ser um foguete comercialmente viável, ele foi desenvolvido apenas para dar a capacitação do Brasil em lançar seus próprio satélies. É apenas um primeiro modelo de VLS. Terá o VLS-1B que terá uma carga maior.
E o VLS-2, este sim está sendo desenvolvido levando em conta o mercado de lançamentos de foguetes, tanto qeu se der uma olhada no site da AEB diz lá que o VLS-2 será desenvolvido com base em viabilidade comercial, lançamento em órbita geoestacionária, curto período de desenvolvimento, menores custos e utilização de combustíveis menos tóxicos e poluentes.


[abraços]

Enviado: Seg Out 03, 2005 9:21 pm
por Carlos Mathias
Esse negócio aí do astronauta/cosmonauta brasileiro vai ter que ser aprovado lá no congresso? Então f...eu meu camarada, vai ter que rolar mensalão e o cacete a quatro, esquece. :?

Enviado: Ter Out 25, 2005 3:03 pm
por FinkenHeinle
Brasileiro escreveu:Mas o VLS-1 não foi criado para ser um foguete comercialmente viável, ele foi desenvolvido apenas para dar a capacitação do Brasil em lançar seus próprio satélies. É apenas um primeiro modelo de VLS. Terá o VLS-1B que terá uma carga maior.
E o VLS-2, este sim está sendo desenvolvido levando em conta o mercado de lançamentos de foguetes, tanto qeu se der uma olhada no site da AEB diz lá que o VLS-2 será desenvolvido com base em viabilidade comercial, lançamento em órbita geoestacionária, curto período de desenvolvimento, menores custos e utilização de combustíveis menos tóxicos e poluentes.

Olá Brasileiro!


Sim, o VLS-1 não foi desenvolvido para ser comercialmente viável. Mas toda vez que se discute esse tema, como meio de justificar o VLS-1, sempre se diz que ele irá abocanhar uma parte do mercado, que é comercialmente viável, que o CLA é o melhor lugar do mundo, e todo esse blá, blá, blá...

Como eu falei, ele não tem viabilidade comercial, então não há porque invocar isso para justificá-lo.

Quanto ao VLS-1B, irei colocar uma repostagem que pode representar isso. Relativo ao VLS-2, iremos esperar muito, para saber de algo mais concreto.

Enviado: Ter Out 25, 2005 3:11 pm
por FinkenHeinle
VLS ganhará estágio a combustível líquido
19/10/2005 09:55:00



O Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) deverá ganhar uma nova configuração que aumentará a capacidade de carga a partir da inclusão de um motor a combustível líquido. Este é objetivo da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da CIência e Tecnologia (MCT), segundo uma carta de intenções assinada nesta terça-feira (18/10) em Moscou pelo presidente da AEB, Sergio Gaudenzi, e pelo presidente da Agência Espacial Russa (Roscosmos), Anatoli Perminov.


Atualmente, o VLS-1 conta com motores a combustível sólido divididos em quatro estágios. Acionados um após a queima do outro, oferecem, nas diferentes fases da trajetória do lançador, o impulso necessário à colocação do satélite no espaço. O que se pretende, com a cooperação técnica russa, é modernizar o Veículo com a troca dos dois últimos motores (terceiro e quarto estágios) por um de propulsão líquida.


"O uso de propulsão líquida permitirá maior precisão na inserção do satélite em órbita", assinala o diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB, João Azevedo. Ele lista ainda outra vantagem: o aumento da capacidade do lançador, que poderá levar cerca de 700kg de carga útil em órbita baixa contra 250kg do VLS-1.


Azevedo acrescenta ainda que a redução da quantidade de estágios simplificará o veículo, diminuindo assim as chances de falha ligadas aos diversos eventos que ocorrem durante o lançamento. Além da parceria para o VLS, a Rússia também vai assessorar o desenvolvimento da torre de lançamento que está sendo reconstruída no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).


As negociações sobre o projeto do novo motor, equipamentos necessários a sua manutenção e realização de testes serão iniciadas em 2006 e farão parte de um contrato cuja execução caberá à AEB, Roscosmos e Centro Técnico Aeroespacial (CTA). Espera-se que o conhecimento adquirido para o desenvolvimento da próxima versão do VLS origine uma "família" de veículos lançadores com capacidade de levar satélites mais pesados a órbitas mais altas da Terra.


Olá Srs.


Essa substituição dos Primeiro e Segundo Estágios por um único, fosse de Propulsão Sólida ou Líquida, é algo que comento há bastante tempo, na Aeroespacial, conversando no MSN, e talvez até aqui no DB.

As duas primeiras falhas do VLS ocorreram nesses estágios. Nesses dois estágios, o VLS tinha 5 Motores-Foguete, o que fazia com que ele tivesse uma malha pirotécnica bastante grande. Todos sabemos que, quanto maior a quantidade de eventos, maior é a possibilidade de que algo saia do controle, ou falhe.

Portanto, eu argumentava que seria natural essa substituição, para simplificar a malha pirotécnica. Conversando com a Elizabeth Koslova, certa vez, ela até disse que achava que o VLS-1 V.04 poderia ser até mesmo um VLM, sem os Boosters, para simplificar a operação, e garantir maiores possibilidades de sucesso.

Como a reportagem mostra, principalmente nos meus grifos, é a substituição dos Primeiro e Segundo Estágios por um único, desta vez de Combustível Líquido, o que além de tudo, ampliará a capacidade de carga do VLS-1!

Acredito que devamos aproveitar a oportunidade para garantir a independência tecnológica (lembrem-se do MTCR) para que futuramente possamos utilizar a Propulsão Líquida no VLS-2.

Quanto aos custos, eles deverão ser grandes, afinal teremos de adaptar tudo que foi programado para propulsão sólida, para utilizar propulsão líquida, em especial o CLA.

De qualquer forma, precisamos aguardar para ver se isso se concretizará.

E me desculpem pelo meu já característico ceticismo, mas em se tratando de Brasil, isso é bem mais seguro.

Enviado: Ter Out 25, 2005 3:54 pm
por Vinicius Pimenta
Quem assistiu ao Jornal Nacional ontem? Falou que até 2022 (data de 200 anos da independência) o Brasil pretende lançar 5 modelos de veículos lançadores. Mostrou até um teste de motor.

Não entraram em detalhes, mas mostraram desenhos dos modelos nomeados por letras do alfabeto grego: Alfa, Beta, Gama, Delta e Epsilon.

O Epsilon era muito bacana. Parecido com um Próton.

Quem tiver acesso ao Globo Media Center da Globo.com pode assistir a essa reportagem.

Enviado: Ter Out 25, 2005 3:58 pm
por FinkenHeinle
Vinicius Pimenta escreveu:Quem tiver acesso ao Globo Media Center da Globo.com pode assistir a essa reportagem.

Nesse caso, é preciso senhas?!


Se alguém tiver, e puder me emprestar, agradeceria.

Mande por MP, para manter a discrição!

Enviado: Ter Out 25, 2005 5:17 pm
por A-29
Eu também vi a reportagem na televisão e fiquei de boca aberta.
Mal comparando, até parecia com os russos dizendo que chegariam em Marte antes dos americanos e gastando muito menos dinheiro. Ou seja, só vendo para crer!!!

Enviado: Ter Out 25, 2005 9:52 pm
por César
Eu achei a matéria muito boa, mas deve haver algum erro: O JN falou que o Brasil pretendia gastar 2 bilhões de REAIS até 2022, para o lançamento de 5 lançadores, sendo que o último deles poderia transportar cargas de até 4 toneladas.

Oras, o VLS tem capacidade de carga de 300kg e já está dando esse problema todo. Além disso, 2 bilhões de reais?! O que dá pra fazer com isso? Acho que erraram no valor.

Só se fizerem 5 maquetes em tamanho real :mrgreen:

Abraços

César

Enviado: Ter Out 25, 2005 9:55 pm
por Jet Crash®
César escreveu:
Só se fizerem 5 maquetes em tamanho real :mrgreen:

Abraços

César


Igual fizeram com o Submarino Nuclear?

Quem gosta de comentar estas notícias é a Koslowa.

Enviado: Ter Out 25, 2005 11:14 pm
por FinkenHeinle
César escreveu:Eu achei a matéria muito boa, mas deve haver algum erro: O JN falou que o Brasil pretendia gastar 2 bilhões de REAIS até 2022, para o lançamento de 5 lançadores, sendo que o último deles poderia transportar cargas de até 4 toneladas.

Oras, o VLS tem capacidade de carga de 300kg e já está dando esse problema todo. Além disso, 2 bilhões de reais?! O que dá pra fazer com isso? Acho que erraram no valor.

Só se fizerem 5 maquetes em tamanho real :mrgreen:

Abraços

César

Olá Méstre César!


Confesso que não vi a reportagem, e novamente faço um apelo pela senha do Globo Media Center, mas diante desses fatos, faço alguns comentários.

Realmente, desenvolver 5 Lançadores diferentes, em um espaço de tempo de 17 anos, com R$ 2 Bi, seria algo prodigioso!

Entretanto, como não vi a reportagem, e nem os lançadores, fica difícil falar, mas acredito que poderia ser algum tipo de Família Modular de Lançadores!

Esse conceito certamente permitiria redução de custos e tempo de desenvolvimento!

Como disse, sou bastante cético quanto à projetos desta natureza e magnitude no Brasil, só acredito quando ver pronto!