Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
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- soultrain
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Onde há isso?
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"

NJ
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Rafael Correa dando ownedQUITO - Ecuador on Monday offered Julian Assange, the WikiLeaks founder who has enraged Washington by releasing masses of classified U.S. documents, residency with no questions asked.
"We are ready to give him residence in Ecuador, with no problems and no conditions," Deputy Foreign Minister Kintto Lucas told the Internet site Ecuadorinmediato.
"We are going to invite him to come to Ecuador so he can freely present the information he possesses and all the documentation, not just over the Internet but in a variety of public forums," he said.
An international arrest warrant was issued in mid-November against Assange, a 39-year-old Australian, on suspicion of rape and sexual molestation of two women in Sweden.
The United States, for its part, has a criminal investigation under way into the release of some 250,000 diplomatic cables, the most recent of three huge document dumps by the self-styled whistle-blower website.
The White House branded those who released the documents "criminals, first and foremost," but so far U.S. authorities have publicly filed no charges against Assange.
The documents, obtained by WikiLeaks and made available to news organizations in the United States, Britain, France and Germany, have shone a bright light on the behind-the-scenes conduct U.S. diplomacy.
Ecuador's leftist government is one of several in the region that have often been at odds with Washington.
Lucas said even though Ecuador's policy was not to meddle in the internal affairs of other countries, it was "concerned" by the information in the cables because it involved other countries "in particular Latin America."
© Copyright (c) AFP
Read more: http://www.ottawacitizen.com/news/Ecuad ... z16j706s7K


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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Há quem diga que os EUA vazaram os documentos intencionalmente.
[]'s
[]'s
Alberto -
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
soultrain escreveu:Isto para mim tem mão da China.
Tudo isto não deveria vir a publico, alguma coisa precisa ser feita rapidamente, ou pode haver consequências graves e profundas.
[[]]'s
Porquê? Descobrir-se que os EUA são o maior estado terrorista do mundo??? Olha que pena...
*Turn on the news and eat their lies*
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
FoxTroop escreveu:soultrain escreveu:Isto é mais grave do que parece. O que estão a fazer não é liberdade, é crime, é irresponsável!!!!!
Crime![]()
Irresponsabilidade
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![]()
Confirmar, porque é disso que se trata pois já todos nós estavamos carecas de saber, ali, preto no branco, que se provocam revoltas noutros países apenas porque o resultado de eleições democráticas não lhes interessa, ao mesmo tempo que se auto-intitula o "guardião da democracia e liberdade" e isto é apenas um exemplo dos milhares de crimes que ali estão.
Irresponsabilidade, a única que vejo é a nossa, por vermos países a ser destruidos com base em falsidades, por assistirmos ao vivo a chacinas de povos à base de argumentos que envergonhariam até o mais fanático nazi ou mais empedrenido guarda de um Gulag, por sermos anjinhos e fingirmos não perceber que amanhã, se interessar ao "arautos da liberdade", passamos a ser uma "terrivel ameaça à paz e liberdade mundial" e levamos com umas bombocas para não sermos parvos.
Se é verdade que ali existe muita palha, também é certo que existe ali matéria para levar muita gente a tribunal por crimes contra a humanidade, haja um bom par de bolas, daquelas bem negras para que tal se faça.
Grande post , Foxtroop, é bem verdade o que dizes, esta gente goza com a humanidade toda, que se ponha tudo a limpo acerca das actividades vergonhosas desse país !!!!!!!!!
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- Wolfgang
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Para efeitos de conversação entre governos, pouca coisa muda. Mas a retórica nas ruas, movimentos políticos extremistas é gasolina na fogueira.30/11/2010 - 02h30
Para analista, vazamento de dados sigilosos como os do WikiLeaks é ameaça à democracia
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Além do risco genérico de menos franqueza nas relações internacionais daqui para frente, o vazamento de comunicações diplomáticas sigilosas dos EUA na internet traz riscos imediatos, como no manejo de material nuclear no Paquistão.
Mas nada disso vai mudar as estratégias diplomáticas dos EUA.
A avaliação é de James Lindsay, vice-presidente sênior do think tank Council on Foreign Relations, para quem a divulgação de cerca de 260 mil despachos diplomáticos americanos pelo site WikiLeaks, feita no último final de semana, representa uma ameaça à democracia.
"Haverá uma sombra sobre a diplomacia americana daqui para frente. Governos vão responder limitando acesso a informação ou se recusando a colocar as coisas por escrito. E isso é um problema."
Leia os principais trechos da entrevista que Lindsay concedeu à Folha, por telefone, de Washington.
*
Folha- Parte das avaliações diz que o vazamento não traz novidades, outra parte que é ameaça à segurança nacional dos EUA. Em que time o sr. se coloca?
James Lindsay- As duas afirmações são verdadeiras. O conteúdo dos comunicados não traz novidades grandes.
Sabíamos por exemplo que líderes árabes do Golfo estavam muito preocupados com o Irã e pedindo ação ao governo Obama. O que é diferente é que agora temos citações específicas atribuídas a líderes sobre Teerã [alusão ao rei Abdullah, da Arábia Saudita, que pediu aos EUA para "cortar a cabeça da cobra"].
Daqui para frente diplomatas americanos terão que lidar com a realidade de que não mais obterão respostas francas a suas perguntas, porque oficiais estrangeiros temerão ser citados nos jornais na semana seguinte. O Jobim foi colocado no rolo. Esqueçam por muito tempo qualquer material americano de ponta nas Forças Armadas, p. ex.
O maior dano do vazamento é o fim da expectativa de confidencialidade?
Há mais do que um perigo genérico; há situações de risco específico. Por exemplo, foi divulgado que americanos estão trabalhando diretamente com paquistaneses para mover material nuclear para fora de reatores de pesquisa. Já suspeitávamos disso, mas os paquistaneses sentiam que só poderiam colaborar se o público doméstico não soubesse. Agora é tarde. Esse esforço corre o risco real de ser desperdiçado.
As pessoas pensam que se um pouco de transparência é bom, muita transparência é muito bom,mas nem sempre é assim. Às vezes, particularmente em relações internacionais, um pouco de segredo e duplicidade são importantes para ter sucesso.
Que outros pontos o sr. considera críticos no que foi divulgado?
Claramente a citação do rei Abdullah [sobre o Irã] elevou tensões entre americanos e sauditas. Não é diferente de relações entre duas pessoas. Havia uma expectativa de sigilo que fracassou. De novo, nada aqui é inédito. Os iranianos já sabiam que os sauditas não gostam deles. Os sauditas sabiam que os iranianos sabiam. Isso não vai mudar as relações regionais no Oriente Médio. Mas ter uma citação pública do rei causa desconforto com Washington.
O mesmo pode ser dito do Iêmen, que fingia que os bombardeios americanos eram feitos pelo governo local. Não vão poder usar mais isso, e os iemenitas sabem que o governo mentiu.
Governos aliados cujos públicos já tendiam a ver os EUA como adversários representarão os maiores desafios daqui para frente para a diplomacia americana. Duvido que a Itália está chocada por americanos falarem das festas do premiê Silvio Berlusconi. Mas na Arábia Saudita a questão será bem diferente.
No Paquistão, também, certamente teremos problemas. O governo é fraco, não tem popularidade, e o público é mais sensível.
Já no Afeganistão não vejo muita dificuldade. A críticas americanas ao presidente Hamid Karzai já eram públicas há muito tempo, estavam em todos os jornais. E Karzai de toda forma não tem quase nenhuma autoridade fora de Cabul. Lá o vazamento não vai fazer diferença.
Há muito de relações pessoais no que foi revelado que está sendo tratado como fofoca. Mas na diplomacia esse tipo de relação não ganha outra dimensão?
Há 260 mil comunicados vazados. A maior parte não tem nada de mais. Alguns contém informações dignas de fofoca mesmo, como sobre a enfermeira ucraniana loira de [o ditador líbio, Muammar] Gaddafi. Mas há muitos que envolvem questões reais. E nem todos são negativos _é bom saber dos esforços para preparar a China para a eventual reunificação das Coreias no caso de colapso da Coreia do Norte.
O sr. condena o WikiLeaks pelos vazamentos?
Sim. É um vazamento irresponsável. Não há possibilidade de terem lido tudo ou avaliar o impacto das revelações. Estão jogando tudo no ar e esperando para ver o que acontece.
Mas vamos ter que lidar com o WikiLeaks ou algo parecido para sempre...
Sim. E governos vão responder limitando acesso a informação ou se recusando a colocar as coisas por escrito. E isso é um problema.
No primeiro caso, estarão limitando informações internas e uma parte do governo não vai saber o que a outra está fazendo.
No segundo, há o potencial de que as pessoas sequer vão avaliar bem as propostas. Muita coisa não vai ser esclarecida. E será muito mais fácil impulsionar ideias ruins que não estão escritas e não são compartilhadas.
Estão claramente prejudicando a democracia.Os EUA são uma democracia, há regras para manejo de informação, e não cabe ao WikiLeaks passar por cima de decisões de autoridades eleitas e julgar o que é certo.
Quanto à divulgação pelos jornais, eu concordo que, uma vez que os documentos foram parar na internet, eram de conhecimento público de todo jeito.
A diplomacia americana vai mudar? E a coleta de dados de oficiais estrangeiros como DNA e números de cartões de crédito feita por diplomatas?
A estratégia dos EUA não, mas outros governos relutarão em falar francamente.
Sobre a "espionagem", é como no filme "Casablanca", quando entram no bar e ficam chocados por encontrar jogatina. Ora, somos adultos aqui. Governos não estão surpresos por saber que diplomatas americanos enviam informações a Washington. Em alguns casos, diplomatas são mais do que apenas diplomatas. O que vemos [de reação] é apenas a dose esperada de falso choque, porque é o que têm que fazer.
O esforço dos EUA para conter danos vai funcionar?
Não vai funcionar. O fato é: você tem que pedir desculpas, mas isso não apaga o dano que foi feito. Vai haver uma sombra sobre a diplomacia americana daqui para frente, uma expectativa de que isso ocorrerá de novo. Em boa parte do mundo as conversas não serão mais francas.
- soultrain
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Ora ai está, isso prejudica não só a diplomacia dos EUA, mas de todo o mundo.
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NJ
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
O discurso para o público sempre é neutro e diz quase nada. As opiniões sobre o que realmente está acontecendo fica para consumo interno. Por exemplo, revelar que o NJ não tem problema com os norte-americanos, mas o segundo o próprio o Itamaraty atrapalha as conversações e Samuel Pinheiro Guimarães é o grande anti-americano. A conversa e relações do NJ não eram para vazar ao público.
- marcelo l.
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
http://www.idelberavelar.com/
Liberais e conservadores brasileiros, chegou a hora. Depois do 11 de setembro diplomático desencadeado neste fim de semana pelo mais impactante vazamento da história moderna-- 250.000 comunicações, a maioria secretas, entre o Departamento de Estado e embaixadas estadunidenses ao redor do mundo--, e do completo sufocamento do tema na TV dos EUA, não resta fiapo de credibilidade à ideia da imprensa 'mais livre do mundo', com que tantos brasileiros à direita do espectro político se referem aos conglomerados de mídia norte-americanos. Para quem se lembra da extrema docilidade com que as mídias eletrônica e escrita dos EUA replicaram a patacoada das armas de destruição em massa do Iraque em 2003, esta foi a cereja do bolo. Não importa o partido que esteja no poder (Democratas ou Republicanos), quando se trata dos interesses imperiais estadunidenses, não sobrevive na mídia gringa um farrapo de compromisso com a verdade ou com a pluralidade de pontos de vista. Ponto final. Podemos passar para o próximo assunto? Grato. Continuemos.
Como já tratamos amplamente aqui, os poderosos usam dois pesos e duas medidas nos casos de “vazamento”, “grampo” ou qualquer obtenção de informação que ocorre naquela zona cinza entre o legal e o ilegal. Conforme a conveniência, enfocam-se na forma ou no conteúdo. Assim aconteceu com os dossiês dos aloprados petistas sobre a corrupção realmente existente no Ministério da Saúde de José Serra, do suposto, miraculoso e etéreo grampo sobre Gilmar Mendes e Demóstenes, e da quebra de sigilo da filha de Serra (cuja forma só importava até o momento em que apurou-se que foi tucano mesmo). Inacreditavelmente, aqui nos EUA, tanto o governo como o parlamento só reagiram à montanha de revelações do Wikileaks com ameaças pesadas contra Julian Assange e equipe. Sarah Palin, sem perder a chance de usar o episódio eleitoralmente contra Obama, sugeriu que os EUA "cacem Assange como a Bin Laden". Sobre o conteúdo dos documentos, nem um pio. Para isso, contaram com a sempre dócil imprensa norte-americana que, no pronunciamento de hoje de Hillary Clinton, não fez sequer uma única pergunta que tratasse do conteúdo das revelações.
E revelaram-se coisas para todos os gostos. Os EUA disseram à Eslovênia que lhe conseguiriam uma reunião com Obama caso os eslovenos aceitassem receber prisioneiros de Guantánamo, o que demonstra o tamanho da batata quente em que se transformou o campo de concentração paralegal [pdf] instalado por George W. Bush. Na Alemanha, os EUA ficaram em saia justa. Os vazamentos mostram tentativa de espionagem gringa sobre o Democratas Livres (liberais de centro-direita, uma espécie de DEM desagripinizado) e comentários feitos nos telegramas da embaixada se referem ao Chanceler alemão como “vaidoso e incompetente”. Hillary quis bisbilhotar o histórico de saúde mental da Presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner. Revelou-se que Israel fez lobby incessante, permanente por um (na certa irresponsável e catastrófico) ataque americano ao Irã, embora nem só de lobby sionista viva o interesse bélico anti-persa: também o rei saudita, confirmam os documentos do Wikileaks, fez pressão pelo ataque. Aliás, não são só os EUA que ficam mal na fita com esses cabos. Os governos árabes, com sua tradicional combinação de subserviência ante Israel e obscurantismo e truculência ante suas próprias populações, também receberam algumas boas lambadas com os vazamentos.
Até agora, as duas revelações sobre as quais valeria a pena um exame mais detido, pelo menos do ponto de vista brasileiro, são duas bombas: a primeira, a de que o estado espião e desrespeitoso da lei internacional, que se consolidou com Bush, foi mantido com o Departamento de Estado de Hillary sob Obama. A segunda é de que até os EUA sabiam que o golpe em Honduras, com o qual pelo menos setores de sua diplomacia colaboraram, era uma monstruosa ilegalidade.
Confirmando a primeira bomba, há um espantoso telegrama em que se detalham planos para espionar o Secretário-Geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, que de forma alguma pode ser descrito como alguém hostil aos interesses americanos. Os planos de espionagem incluíam até mesmo o cartão de crédito de Ki-Moon. A ordem veio diretamente do Departamento de Estado de Hillary que, obviamente, em seu pronunciamento de hoje, nada disse sobre o assunto. Nada lhe foi perguntado tampouco.
Sobre a segunda bomba, Cynara Menezes já disse tudo. Durante meses, bizantinos debates sobre a constituição hondurenha serviram para mascarar o fato cabal de que o golpe que depôs Zelaya não tinha um farrapo de apoio na lei internacional ou mesmo na bizarra legalidade estabelecida pela constituição hondurenha. Ancorados principalmente numa retórica da Guerra Fria herdada da mesma diplomacia estadunidense agora desmascarada, os direitecas brasileiros recorreram aos sofismas de sempre para justificar o golpe. Agora, ficou claro: alô, Revista Veja, nem os gringos acreditavam na mentirada.
Sobre o Brasil, até agora, há pouco, a não ser o já conhecido dado de que os EUA tentaram nos impor uma lei antiterrorismo, da qual o governo Lula-Dilma (o cabo faz explícita referência à atuação dela) conseguiu se safar. De novidades nesse front, há a participação de um especialista brasileiro, André Luis Woloszyn, como uma espécie de “consultor” para os estadunidenses interessados em adequar a legislação alheia a seus interesses: “é impossível”, disse ele, “fazer uma lei antiterrorismo que não inclua o MST”. O caso me parece gravíssimo.
As bombas vão se sucedendo com rapidez só comparável à desfaçatez com que a mídia dos EUA as ignora. O Wikileaks repassou seus vazamentos a cinco veículos de mídia: Le Monde, Der Spiegel, El País, Guardian e New York Times. Destes, a cobertura mais tímida e manipuladora, sem dúvida, é a deste último, totalmente focado na punição a Assange e na “legalidade” de seus atos, com pouca coisa sobre o conteúdo embaraçoso para os EUA. Uma manchete no lugar de destaque do site, na noite desta segunda-feira, dizia: “"Vazamentos mostram o mundo se perguntando sobre a Coreia do Norte". Haja óleo de peroba.
PS: Como grande destaque desta segunda-feira, o Presidente equatoriano Rafael Correa ofereceu guarida a Julian Assange, “sem perguntar nada”, para que ele “apresente suas informações não só na internet mas em outros fóruns públicos”. Realmente a Sociedade Interamericana de Imprensa deve ter razão: a “liberdade de imprensa” está ameaçada nos regimes “populistas” latino-americanos. É nos EUA que ela vai bem.
Liberais e conservadores brasileiros, chegou a hora. Depois do 11 de setembro diplomático desencadeado neste fim de semana pelo mais impactante vazamento da história moderna-- 250.000 comunicações, a maioria secretas, entre o Departamento de Estado e embaixadas estadunidenses ao redor do mundo--, e do completo sufocamento do tema na TV dos EUA, não resta fiapo de credibilidade à ideia da imprensa 'mais livre do mundo', com que tantos brasileiros à direita do espectro político se referem aos conglomerados de mídia norte-americanos. Para quem se lembra da extrema docilidade com que as mídias eletrônica e escrita dos EUA replicaram a patacoada das armas de destruição em massa do Iraque em 2003, esta foi a cereja do bolo. Não importa o partido que esteja no poder (Democratas ou Republicanos), quando se trata dos interesses imperiais estadunidenses, não sobrevive na mídia gringa um farrapo de compromisso com a verdade ou com a pluralidade de pontos de vista. Ponto final. Podemos passar para o próximo assunto? Grato. Continuemos.
Como já tratamos amplamente aqui, os poderosos usam dois pesos e duas medidas nos casos de “vazamento”, “grampo” ou qualquer obtenção de informação que ocorre naquela zona cinza entre o legal e o ilegal. Conforme a conveniência, enfocam-se na forma ou no conteúdo. Assim aconteceu com os dossiês dos aloprados petistas sobre a corrupção realmente existente no Ministério da Saúde de José Serra, do suposto, miraculoso e etéreo grampo sobre Gilmar Mendes e Demóstenes, e da quebra de sigilo da filha de Serra (cuja forma só importava até o momento em que apurou-se que foi tucano mesmo). Inacreditavelmente, aqui nos EUA, tanto o governo como o parlamento só reagiram à montanha de revelações do Wikileaks com ameaças pesadas contra Julian Assange e equipe. Sarah Palin, sem perder a chance de usar o episódio eleitoralmente contra Obama, sugeriu que os EUA "cacem Assange como a Bin Laden". Sobre o conteúdo dos documentos, nem um pio. Para isso, contaram com a sempre dócil imprensa norte-americana que, no pronunciamento de hoje de Hillary Clinton, não fez sequer uma única pergunta que tratasse do conteúdo das revelações.
E revelaram-se coisas para todos os gostos. Os EUA disseram à Eslovênia que lhe conseguiriam uma reunião com Obama caso os eslovenos aceitassem receber prisioneiros de Guantánamo, o que demonstra o tamanho da batata quente em que se transformou o campo de concentração paralegal [pdf] instalado por George W. Bush. Na Alemanha, os EUA ficaram em saia justa. Os vazamentos mostram tentativa de espionagem gringa sobre o Democratas Livres (liberais de centro-direita, uma espécie de DEM desagripinizado) e comentários feitos nos telegramas da embaixada se referem ao Chanceler alemão como “vaidoso e incompetente”. Hillary quis bisbilhotar o histórico de saúde mental da Presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner. Revelou-se que Israel fez lobby incessante, permanente por um (na certa irresponsável e catastrófico) ataque americano ao Irã, embora nem só de lobby sionista viva o interesse bélico anti-persa: também o rei saudita, confirmam os documentos do Wikileaks, fez pressão pelo ataque. Aliás, não são só os EUA que ficam mal na fita com esses cabos. Os governos árabes, com sua tradicional combinação de subserviência ante Israel e obscurantismo e truculência ante suas próprias populações, também receberam algumas boas lambadas com os vazamentos.
Até agora, as duas revelações sobre as quais valeria a pena um exame mais detido, pelo menos do ponto de vista brasileiro, são duas bombas: a primeira, a de que o estado espião e desrespeitoso da lei internacional, que se consolidou com Bush, foi mantido com o Departamento de Estado de Hillary sob Obama. A segunda é de que até os EUA sabiam que o golpe em Honduras, com o qual pelo menos setores de sua diplomacia colaboraram, era uma monstruosa ilegalidade.
Confirmando a primeira bomba, há um espantoso telegrama em que se detalham planos para espionar o Secretário-Geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, que de forma alguma pode ser descrito como alguém hostil aos interesses americanos. Os planos de espionagem incluíam até mesmo o cartão de crédito de Ki-Moon. A ordem veio diretamente do Departamento de Estado de Hillary que, obviamente, em seu pronunciamento de hoje, nada disse sobre o assunto. Nada lhe foi perguntado tampouco.
Sobre a segunda bomba, Cynara Menezes já disse tudo. Durante meses, bizantinos debates sobre a constituição hondurenha serviram para mascarar o fato cabal de que o golpe que depôs Zelaya não tinha um farrapo de apoio na lei internacional ou mesmo na bizarra legalidade estabelecida pela constituição hondurenha. Ancorados principalmente numa retórica da Guerra Fria herdada da mesma diplomacia estadunidense agora desmascarada, os direitecas brasileiros recorreram aos sofismas de sempre para justificar o golpe. Agora, ficou claro: alô, Revista Veja, nem os gringos acreditavam na mentirada.
Sobre o Brasil, até agora, há pouco, a não ser o já conhecido dado de que os EUA tentaram nos impor uma lei antiterrorismo, da qual o governo Lula-Dilma (o cabo faz explícita referência à atuação dela) conseguiu se safar. De novidades nesse front, há a participação de um especialista brasileiro, André Luis Woloszyn, como uma espécie de “consultor” para os estadunidenses interessados em adequar a legislação alheia a seus interesses: “é impossível”, disse ele, “fazer uma lei antiterrorismo que não inclua o MST”. O caso me parece gravíssimo.
As bombas vão se sucedendo com rapidez só comparável à desfaçatez com que a mídia dos EUA as ignora. O Wikileaks repassou seus vazamentos a cinco veículos de mídia: Le Monde, Der Spiegel, El País, Guardian e New York Times. Destes, a cobertura mais tímida e manipuladora, sem dúvida, é a deste último, totalmente focado na punição a Assange e na “legalidade” de seus atos, com pouca coisa sobre o conteúdo embaraçoso para os EUA. Uma manchete no lugar de destaque do site, na noite desta segunda-feira, dizia: “"Vazamentos mostram o mundo se perguntando sobre a Coreia do Norte". Haja óleo de peroba.
PS: Como grande destaque desta segunda-feira, o Presidente equatoriano Rafael Correa ofereceu guarida a Julian Assange, “sem perguntar nada”, para que ele “apresente suas informações não só na internet mas em outros fóruns públicos”. Realmente a Sociedade Interamericana de Imprensa deve ter razão: a “liberdade de imprensa” está ameaçada nos regimes “populistas” latino-americanos. É nos EUA que ela vai bem.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
http://www.elpais.com/articulo/espana/E ... unac_1/Tes
La Embajada de Estados Unidos en Madrid ha desplegado en los últimos años importantes recursos para frenar o boicotear las causas judiciales abiertas en España contra políticos y militares estadounidenses presuntamente involucrados en casos de torturas en Guantánamo, crímenes de guerra en Irak o secuestros en los vuelos de la CIA. La legación diplomática estadounidense ha dejado constancia escrita de esa actividad en algunos de sus miles de documentos secretos, clasificados o reservados a los que ha tenido acceso EL PAÍS. El propio embajador entre los años 2005 y 2009, Eduardo Aguirre, nombrado por la Administración Bush, ha dirigido personalmente muchas de las presiones ejercidas sobre el Gobierno español o las autoridades judiciales españolas, pero de los informes secretos se desprende que EE UU contó con el apoyo de importantes contactos en España. Entre estos destacan los del fiscal general del Estado, Cándido Conde-Pumpido, y varios fiscales de la Audiencia Nacional, especialmente su jefe, Javier Zaragoza.
"Se me está acabando la paciencia ante los comentarios tan desleales del PSOE y sus aliados sobre EE UU", advirtió Aguirre el 21 de marzo de 2007 a Carles Casajuana, entonces el principal asesor diplomático en La Moncloa y hoy embajador en Londres. Ese miércoles, los dos cargos más importantes de la embajada contactaron con autoridades españolas para frenar las críticas a EE UU en el cuarto aniversario de la invasión de Irak, como se recoge en los informes "confidenciales" de la legación fechados el 21 y el 23 de marzo de 2007 .
El día 20, coincidiendo con manifestaciones en la calle contra la guerra de Irak, todos los grupos parlamentarios, salvo el del PP, habían pactado una proposición no de ley para condenar esa guerra "unilateral y al margen de la ONU". Ese mismo día, el juez Baltasar Garzón había publicado en EL PAÍS un artículo en el que abogaba por una investigación judicial sobre esa guerra. "650.000 muertos son un argumento suficiente para que esa investigación se aborde sin más dilación", argumentaba el magistrado al apuntar una eventual causa contra Bush y Aznar. José Blanco, secretario de Organización del PSOE, se había sumado a la idea -"alguien tiene que pagar las consecuencias de esa decisión y de ese horror", declaró- y el segundo de Aguirre recibió la orden de transmitir al dirigente socialista un aviso "similar" del descontento estadounidense, como se especifica en el documento "confidencial" del día 21.
La preocupación de la embajada por aquel clima político se sumaba a la que tenía en esos meses por la marcha de dos procesos judiciales abiertos en la Audiencia Nacional y que afectaban a intereses de EE UU: la muerte del cámara gallego José Couso en Bagdad el 8 de abril de 2003 por disparos de un tanque estadounidense, con su correspondiente querella presentada el 29 de mayo de 2003; y el traslado ilegal a Guantánamo de supuestos terroristas en aviones que hicieron escala en España, un caso que llegó a la Audiencia el 12 de junio de 2006.
En ambos casos, los informes secretos muestran que la embajada contó con buena información sobre la marcha de las causas judiciales y con la colaboración de autoridades del Gobierno, así como del fiscal general del Estado y los fiscales Javier Zaragoza y Vicente González Mota. Para conseguirlo, el embajador y colaboradores suyos presionaron a ministros y responsables de Exteriores o Justicia, visitaron a altos cargos de la Audiencia Nacional en sus propios despachos, se reunieron con jueces y utilizaron las visitas de políticos estadounidenses a España para intentar que los procedimientos judiciales naufragaran.
Torturas en Guantánamo
Similares actuaciones se han producido tras la apertura en 2009, también en la Audiencia, de un tercer procedimiento judicial por torturas en Guantánamo . En este caso, además, EE UU ha puesto de relieve la preocupación de Washington por la posible aplicación en España de la "jurisdicción universal" a la hora de enjuiciar crímenes cometidos en otros países. Así se pone de relieve, por ejemplo, en el documento "secreto" redactado el 26 de junio del año pasado con motivo de la visita a Madrid de Janet Napolitano, fiscal general de EE UU, ya con Alan D. Solomont como nuevo embajador nombrado por la Administración Obama: "Un tema reciente e irritante en las relaciones bilaterales se refiere a los esfuerzos de algunos jueces que invocan la jurisdicción universal para procesar a ex altos cargos del Gobierno de EE UU por su presunta implicación en torturas en Guantánamo".
En los tres casos judiciales ha habido colaboración de fiscales españoles con la embajada, siempre según los informes de la legación. A veces han informado con celeridad a la embajada de que pedirían el archivo de las causas, como hizo el fiscal Zaragoza el 14 de mayo de 2007 para anunciar al consejero político que se había opuesto al procesamiento de tres militares estadounidenses acusados de la muerte de Couso dictado por el juez Santiago Pedraz dos semanas antes. La noticia de tal recurso no apareció publicada hasta el 19 de mayo en varios periódicos, que coincidieron en asegurar que tal apelación la había presentado el fiscal Jesús Alonso el día anterior.
Zaragoza se reunió en su propio despacho con dos altos cargos de la embajada el 14 de abril del año pasado (cable "confidencial" del 17 de abril de 2009) para explicarles las claves del caso de Guantánamo. La noticia de ese encuentro, que se produjo solo tres días después de conocerse la existencia de la demanda, fue publicada en EL PAÍS el 18 de abril de ese año bajo este titular: "El fiscal rechaza investigar Guantánamo tras hablar con EE UU". La fuente era la cadena de televisión Cuatro.
En enero de 2007, el fiscal Vicente González Mota (considerado "estrictamente protegido" en esta mención) informó con antelación al agregado jurídico de la embajada que no se opondría a la petición del juez Ismael Moreno de desclasificar documentos del CNI sobre vuelos de la CIA porque estaba convencido de que en los mismos no había nada "incriminatorio" (informe "confidencial" del 1 de febrero de 2007).
Acertó González Mota, entre otras cosas porque esos documentos llegaron a la Audiencia unas semanas después llenos de tachaduras, como publicó EL PAÍS el 12 de marzo de ese año. Ese comentario atribuido al fiscal se produjo una semana antes de que el Consejo de Ministros acordara desclasificar los informes del CNI que fueron enviados a la Audiencia. Esa decisión del Gobierno se produjo el 9 de febrero de 2007.
Entorpecer actuaciones judiciales
En otros momentos, y siempre de acuerdo con las versiones recogidas en los informes de la embajada, los fiscales explican a diplomáticos estadounidenses cómo actuar para entorpecer actuaciones de los jueces. El 14 de abril del año pasado, el fiscal Zaragoza telefoneó a la embajada para contar que él haría todo lo posible para que el caso de Guantánamo no cayera en manos de Garzón, y sí del juez Ismael Moreno. Zaragoza contó que, si Garzón se empeñaba en quedarse con el caso, él mismo airearía que ese juez optó por no investigar nada al respecto cuando tuvo datos para hacerlo años antes (informe "no clasificado, solo de uso oficial" del 5 de mayo de 2009). La amenaza de Zaragoza quedó reflejada en EL PAÍS el 30 de abril de 2009, el día siguiente a la decisión de Garzón de abrir su propio caso sobre Guantánamo, en una información que concluía: "Fuentes de la Audiencia criticaron ayer la decisión de Garzón por considerar que en los últimos cinco años no investigó las torturas" que le había denunciado un preso de Guantánamo en 2004.
"No es fácil imaginar a este enamorado de la propaganda que es Garzón desconectado de la máquina de hacer titulares de prensa a menos que se le obligue a hacerlo", agregaba el diplomático americano autor de ese documento.
En un cuerpo tan jerarquizado como el del ministerio fiscal, Zaragoza estaba en línea con su máximo jefe, Cándido Conde-Pumpido. En un informe "confidencial" de la embajada fechado el 26 de enero de 2007, se cuenta que el embajador Aguirre y su adjunto se habían entrevistado el día anterior con el fiscal general "para pasar revista a las preocupaciones del Gobierno de EE UU sobre la deriva del caso Couso y para averiguar cómo planea reaccionar el Gobierno español ante las novedades judiciales de la causa". El documento añadía que Conde-Pumpido ("estrictamente protegido" en esta cita) les dijo que el Gobierno no podía hacer nada, pero que los fiscales "seguirían oponiéndose" a las órdenes de detención contra los tres militares estadounidenses implicados en la causa. La orden de detención había sido dictada tres días antes por el juez Santiago Pedraz.
Medio año después, el 18 de julio, Conde-Pumpido dijo al embajador Aguirre que él deseaba el archivo del caso Couso (documento "confidencial" del 19 de julio de 2007) y añadía: "En cuanto a los vuelos de la CIA, [el fiscal general] dijo que el caso continúa a su ritmo, pero que no cree que aporte ninguna sorpresa". El año pasado, y con respecto a la causa sobre Guantánamo, Conde-Pumpido declaró públicamente el 16 de abril que él no apoyaría la causa abierta por las torturas en esa base americana.
En febrero de 2007, la propia embajada hace el siguiente balance sobre los peligros que ve para el caso de los vuelos de la CIA: "Estamos menos preocupados por la importancia inmediata que tenga cualquier información desclasificada por el CNI o Defensa que por la aparente coordinación existente entre el juez Moreno (el instructor) y los fiscales alemanes del caso El-Masri (el alemán de origen libanés secuestrado por la CIA y que presuntamente pasó por el aeropuerto de Palma)". "Esta coordinación entre fiscales independientes complicará nuestros esfuerzos para que este asunto se gestione discretamente de Gobierno a Gobierno" (informe "confidencial" del 1 de febrero de 2007).
"Buenas relaciones"
Conde-Pumpido explicó ayer así a EL PAÍS sus relaciones con el embajador Aguirre: "La Fiscalía General del Estado siempre ha mantenido una buena relación con la Embajada de EE UU. Desde hace años tenemos un equipo conjunto con la fiscalía de EE UU que se reúne una vez cada seis meses para intercambiar información. Dentro de ese esquema de colaboración, y en ese contexto, a veces se han interesado por alguna información y nosotros se la hemos dado. Esa información siempre ha correspondido a la posición jurídica de la Fiscalía que ya figuraba en el procedimiento, era pública y se había expresado por escrito. Siempre fue a petición suya y se la ofrecimos como una información más y en ningún caso como una información reservada pues era la posición jurídica de la Fiscalía, que en el caso Couso consistía en que entendíamos que no había base para seguir adelante con el procedimiento. Así se lo trasladé. También le trasladé la necesidad de que el Gobierno de EE UU respondiera a las peticiones de información del juez porque, de lo contrario, le advertí que la respuesta del juez podría ser negativa para los intereses que ellos defendían. El embajador Aguirre me dijo que transmitiría ese mensaje".
La embajada también mantiene contactos con jueces españoles, aunque en los informes secretos figuran escasas referencias. Se recoge, por ejemplo, un encuentro en Madrid del director del FBI, Robert Mueller, con el juez instructor del 11-M, Juan del Olmo, el 9 de mayo de 2005. "Del Olmo", señala el informe "confidencial" fechado tres días después, "puede participar en el futuro en importantes investigaciones sobre terrorismo, lo que hace de él un importante contacto que merece la pena cultivar". De hecho, le preparan una visita a EE UU.
Los documentos también reflejan un encuentro del embajador Aguirre con Garzón el 14 de diciembre de 2007. El informe "confidencial" al respecto, redactado el 21 de diciembre de ese año, está encabezado con esta frase: "Encuentro del embajador con el famoso y controvertido juez Baltasar Garzón". Garzón aconsejó al embajador en esa entrevista, según el documento, que contactara también con otros jueces de la Audiencia como Santiago Pedraz, Ismael Moreno, Fernando Grande-Marlaska, Fernando Andreu y Juan Del Olmo.
El consejero jurídico, señala ese mismo informe, "ha intentado profundizar en las relaciones con los seis magistrados de la Audiencia con diferente grado de éxito". La nota incluye estos comentarios sobre Garzón: "Es una figura controvertida cuya ambición y afán de notoriedad no tiene rival". "No nos hacemos ilusiones sobre el tipo con el que estamos tratando", añade.
Un asunto muy grave
Las conexiones de la embajada con los fiscales de la Audiencia para tratar asuntos sensibles para EE UU han ido en paralelo a las mantenidas con el Gobierno de Rodríguez Zapatero. La ex vicepresidenta María Teresa Fernández de la Vega, el ex secretario de Estado de Justicia Julio Pérez Hernández y los altos cargos de Exteriores Ángel Losada, ex secretario de Estado; Agustín Santos, ex jefe de Gabinete de Moratinos; o los directores generales Luis Felipe Fernández de la Peña o José Pons han sido algunos de los interlocutores del embajador y de sus colaboradores.
El primer colaborador de Aguirre, por ejemplo, llamó el 31 de marzo y el 1 de abril de 2009 a Agustín Santos y a Aurora Mejía, directora de Cooperación Judicial Internacional del Ministerio de Justicia, para trasladarles la opinión de EE UU sobre la apertura en la Audiencia del caso de torturas en Guantánamo. "El adjunto al embajador les puso de relieve que el asunto era muy grave para el Gobierno de EE UU y les pidió que tuvieran informada a la embajada de cualquier novedad" (informe "confidencial" del 17 de abril de 2009).
Dentro de la misma estrategia, el Gobierno de EE UU utiliza las visitas oficiales de personalidades del país para influir en los procesos judiciales abiertos en la Audiencia. Los senadores estadounidenses Judd Gregg y Mel Martínez llegaron a España, por separado, solo dos semanas después de abrirse la causa de Guantánamo. Ambos fueron explícitos en sus protestas en los encuentros que mantuvieron en Exteriores. Martínez espetó el día 15 de abril de 2009 al entonces secretario de Estado Ángel Lossada que esa investigación judicial "no sería entendida ni aceptada en EE UU y que tendría un enorme impacto en las relaciones bilaterales" (informe "confidencial" del 17 de abril de 2009).
Losada respondió al senador que "el Gobierno español comunicaría a Conde-Pumpido que la postura oficial de la Administración era que el Gobierno no estaba de acuerdo con la Audiencia" en la causa por torturas en Guantánamo. Dos días después de esa entrevista, el fiscal general declaró públicamente que la causa abierta era "fraudulenta".
Un mes más tarde, y en un documento "confidencial" fechado el 14 de mayo, se informó de que el fiscal de la Audiencia había recurrido la acusación de "crímenes contra la comunidad internacional" contra tres militares estadounidenses por el caso Couso y añadía: "El adjunto al director general de Política de Defensa comunicó la semana anterior a la embajada que su ministerio apoya totalmente la posición oficial norteamericana".
Visita Condoleezza Rice
En la primavera de 2007, y dentro de los preparativos para la visita a España de Condoleezza Rice, la legación diplomática le envió con antelación un documento fechado el 25 de mayo de ese año en el que advertía a la entonces secretaria de Estado: en el encuentro que tendrá el 1 de junio con Moratinos, "usted debería destacar la constante preocupación del Gobierno de EE UU sobre la causa abierta contra tres militares acusados de crímenes de guerra por la muerte del cámara español José Couso en el Hotel Palestina en 2003 [Rice y Aguirre negaron en público haber tratado el problema en sus entrevistas con Moratinos o Zapatero]. Queremos una continua vigilancia y cooperación por parte del Gobierno español hasta que el caso sea archivado".
El documento destacaba que el Gobierno español estaba ayudando en el caso Couso. El 30 de abril, Aguirre se vio con la vicepresidenta Fernández de la Vega, quien, tras destacar la independencia de los jueces, "le aseguró al embajador que ella estaba muy implicada en el seguimiento del caso, al que prestaban atención los más altos cargos del Gobierno español" (informe "confidencial" del 14 de mayo de 2007). De la Vega señaló al embajador que "una de las opciones que se estaba sopesando era la de presentar un recurso" (informe "no clasificado" fechado el 11 de mayo de 2007).
El presidente José Luis Rodríguez Zapatero prometió el 7 de febrero de 2007 en una sesión de control en el Congreso que el Gobierno facilitaría a la Audiencia "toda la información" sobre los vuelos de la CIA y que el Ejecutivo tenía "la mayor voluntad y disponibilidad de colaboración con la justicia". Fue dos días después cuando el Consejo de Ministros decidió desclasificar los documentos del espionaje español sobre el caso. El CNI, dependiente de Defensa, remitió media docena de documentos. No solo estaban llenos de tachaduras -se habían borrado hasta los nombres de hoteles de Palma donde se hospedaban los americanos de paso hacia Guantánamo-, sino que se limitaban a analizar viejas informaciones de prensa sobre el tema. En un documento se precisa que no hay dato alguno "que suponga vinculación directa de los aviones con organismos oficiales de EE UU". O sea, que el CNI descartaba a la CIA.
Tras la protesta del embajador Aguirre a La Moncloa a través del embajador Casajuana, este le devolvió la llamada la noche de aquel 21 de marzo de 2007 para transmitirle el contenido de su conversación con Zapatero. "Dijo que Zapatero entiende las preocupaciones del Gobierno de EE UU y que intentará aportar moderación a los dirigentes del PSOE. Zapatero agregó que apreciaba los esfuerzos del Gobierno de EE UU para permanecer al margen del debate político y que trabajará para que EE UU siga fuera de ese debate. En definitiva, el mensaje es que Zapatero no echará leña al fuego" (informe "confidencial" del 23 de marzo de 2007).
La Embajada de Estados Unidos en Madrid ha desplegado en los últimos años importantes recursos para frenar o boicotear las causas judiciales abiertas en España contra políticos y militares estadounidenses presuntamente involucrados en casos de torturas en Guantánamo, crímenes de guerra en Irak o secuestros en los vuelos de la CIA. La legación diplomática estadounidense ha dejado constancia escrita de esa actividad en algunos de sus miles de documentos secretos, clasificados o reservados a los que ha tenido acceso EL PAÍS. El propio embajador entre los años 2005 y 2009, Eduardo Aguirre, nombrado por la Administración Bush, ha dirigido personalmente muchas de las presiones ejercidas sobre el Gobierno español o las autoridades judiciales españolas, pero de los informes secretos se desprende que EE UU contó con el apoyo de importantes contactos en España. Entre estos destacan los del fiscal general del Estado, Cándido Conde-Pumpido, y varios fiscales de la Audiencia Nacional, especialmente su jefe, Javier Zaragoza.
"Se me está acabando la paciencia ante los comentarios tan desleales del PSOE y sus aliados sobre EE UU", advirtió Aguirre el 21 de marzo de 2007 a Carles Casajuana, entonces el principal asesor diplomático en La Moncloa y hoy embajador en Londres. Ese miércoles, los dos cargos más importantes de la embajada contactaron con autoridades españolas para frenar las críticas a EE UU en el cuarto aniversario de la invasión de Irak, como se recoge en los informes "confidenciales" de la legación fechados el 21 y el 23 de marzo de 2007 .
El día 20, coincidiendo con manifestaciones en la calle contra la guerra de Irak, todos los grupos parlamentarios, salvo el del PP, habían pactado una proposición no de ley para condenar esa guerra "unilateral y al margen de la ONU". Ese mismo día, el juez Baltasar Garzón había publicado en EL PAÍS un artículo en el que abogaba por una investigación judicial sobre esa guerra. "650.000 muertos son un argumento suficiente para que esa investigación se aborde sin más dilación", argumentaba el magistrado al apuntar una eventual causa contra Bush y Aznar. José Blanco, secretario de Organización del PSOE, se había sumado a la idea -"alguien tiene que pagar las consecuencias de esa decisión y de ese horror", declaró- y el segundo de Aguirre recibió la orden de transmitir al dirigente socialista un aviso "similar" del descontento estadounidense, como se especifica en el documento "confidencial" del día 21.
La preocupación de la embajada por aquel clima político se sumaba a la que tenía en esos meses por la marcha de dos procesos judiciales abiertos en la Audiencia Nacional y que afectaban a intereses de EE UU: la muerte del cámara gallego José Couso en Bagdad el 8 de abril de 2003 por disparos de un tanque estadounidense, con su correspondiente querella presentada el 29 de mayo de 2003; y el traslado ilegal a Guantánamo de supuestos terroristas en aviones que hicieron escala en España, un caso que llegó a la Audiencia el 12 de junio de 2006.
En ambos casos, los informes secretos muestran que la embajada contó con buena información sobre la marcha de las causas judiciales y con la colaboración de autoridades del Gobierno, así como del fiscal general del Estado y los fiscales Javier Zaragoza y Vicente González Mota. Para conseguirlo, el embajador y colaboradores suyos presionaron a ministros y responsables de Exteriores o Justicia, visitaron a altos cargos de la Audiencia Nacional en sus propios despachos, se reunieron con jueces y utilizaron las visitas de políticos estadounidenses a España para intentar que los procedimientos judiciales naufragaran.
Torturas en Guantánamo
Similares actuaciones se han producido tras la apertura en 2009, también en la Audiencia, de un tercer procedimiento judicial por torturas en Guantánamo . En este caso, además, EE UU ha puesto de relieve la preocupación de Washington por la posible aplicación en España de la "jurisdicción universal" a la hora de enjuiciar crímenes cometidos en otros países. Así se pone de relieve, por ejemplo, en el documento "secreto" redactado el 26 de junio del año pasado con motivo de la visita a Madrid de Janet Napolitano, fiscal general de EE UU, ya con Alan D. Solomont como nuevo embajador nombrado por la Administración Obama: "Un tema reciente e irritante en las relaciones bilaterales se refiere a los esfuerzos de algunos jueces que invocan la jurisdicción universal para procesar a ex altos cargos del Gobierno de EE UU por su presunta implicación en torturas en Guantánamo".
En los tres casos judiciales ha habido colaboración de fiscales españoles con la embajada, siempre según los informes de la legación. A veces han informado con celeridad a la embajada de que pedirían el archivo de las causas, como hizo el fiscal Zaragoza el 14 de mayo de 2007 para anunciar al consejero político que se había opuesto al procesamiento de tres militares estadounidenses acusados de la muerte de Couso dictado por el juez Santiago Pedraz dos semanas antes. La noticia de tal recurso no apareció publicada hasta el 19 de mayo en varios periódicos, que coincidieron en asegurar que tal apelación la había presentado el fiscal Jesús Alonso el día anterior.
Zaragoza se reunió en su propio despacho con dos altos cargos de la embajada el 14 de abril del año pasado (cable "confidencial" del 17 de abril de 2009) para explicarles las claves del caso de Guantánamo. La noticia de ese encuentro, que se produjo solo tres días después de conocerse la existencia de la demanda, fue publicada en EL PAÍS el 18 de abril de ese año bajo este titular: "El fiscal rechaza investigar Guantánamo tras hablar con EE UU". La fuente era la cadena de televisión Cuatro.
En enero de 2007, el fiscal Vicente González Mota (considerado "estrictamente protegido" en esta mención) informó con antelación al agregado jurídico de la embajada que no se opondría a la petición del juez Ismael Moreno de desclasificar documentos del CNI sobre vuelos de la CIA porque estaba convencido de que en los mismos no había nada "incriminatorio" (informe "confidencial" del 1 de febrero de 2007).
Acertó González Mota, entre otras cosas porque esos documentos llegaron a la Audiencia unas semanas después llenos de tachaduras, como publicó EL PAÍS el 12 de marzo de ese año. Ese comentario atribuido al fiscal se produjo una semana antes de que el Consejo de Ministros acordara desclasificar los informes del CNI que fueron enviados a la Audiencia. Esa decisión del Gobierno se produjo el 9 de febrero de 2007.
Entorpecer actuaciones judiciales
En otros momentos, y siempre de acuerdo con las versiones recogidas en los informes de la embajada, los fiscales explican a diplomáticos estadounidenses cómo actuar para entorpecer actuaciones de los jueces. El 14 de abril del año pasado, el fiscal Zaragoza telefoneó a la embajada para contar que él haría todo lo posible para que el caso de Guantánamo no cayera en manos de Garzón, y sí del juez Ismael Moreno. Zaragoza contó que, si Garzón se empeñaba en quedarse con el caso, él mismo airearía que ese juez optó por no investigar nada al respecto cuando tuvo datos para hacerlo años antes (informe "no clasificado, solo de uso oficial" del 5 de mayo de 2009). La amenaza de Zaragoza quedó reflejada en EL PAÍS el 30 de abril de 2009, el día siguiente a la decisión de Garzón de abrir su propio caso sobre Guantánamo, en una información que concluía: "Fuentes de la Audiencia criticaron ayer la decisión de Garzón por considerar que en los últimos cinco años no investigó las torturas" que le había denunciado un preso de Guantánamo en 2004.
"No es fácil imaginar a este enamorado de la propaganda que es Garzón desconectado de la máquina de hacer titulares de prensa a menos que se le obligue a hacerlo", agregaba el diplomático americano autor de ese documento.
En un cuerpo tan jerarquizado como el del ministerio fiscal, Zaragoza estaba en línea con su máximo jefe, Cándido Conde-Pumpido. En un informe "confidencial" de la embajada fechado el 26 de enero de 2007, se cuenta que el embajador Aguirre y su adjunto se habían entrevistado el día anterior con el fiscal general "para pasar revista a las preocupaciones del Gobierno de EE UU sobre la deriva del caso Couso y para averiguar cómo planea reaccionar el Gobierno español ante las novedades judiciales de la causa". El documento añadía que Conde-Pumpido ("estrictamente protegido" en esta cita) les dijo que el Gobierno no podía hacer nada, pero que los fiscales "seguirían oponiéndose" a las órdenes de detención contra los tres militares estadounidenses implicados en la causa. La orden de detención había sido dictada tres días antes por el juez Santiago Pedraz.
Medio año después, el 18 de julio, Conde-Pumpido dijo al embajador Aguirre que él deseaba el archivo del caso Couso (documento "confidencial" del 19 de julio de 2007) y añadía: "En cuanto a los vuelos de la CIA, [el fiscal general] dijo que el caso continúa a su ritmo, pero que no cree que aporte ninguna sorpresa". El año pasado, y con respecto a la causa sobre Guantánamo, Conde-Pumpido declaró públicamente el 16 de abril que él no apoyaría la causa abierta por las torturas en esa base americana.
En febrero de 2007, la propia embajada hace el siguiente balance sobre los peligros que ve para el caso de los vuelos de la CIA: "Estamos menos preocupados por la importancia inmediata que tenga cualquier información desclasificada por el CNI o Defensa que por la aparente coordinación existente entre el juez Moreno (el instructor) y los fiscales alemanes del caso El-Masri (el alemán de origen libanés secuestrado por la CIA y que presuntamente pasó por el aeropuerto de Palma)". "Esta coordinación entre fiscales independientes complicará nuestros esfuerzos para que este asunto se gestione discretamente de Gobierno a Gobierno" (informe "confidencial" del 1 de febrero de 2007).
"Buenas relaciones"
Conde-Pumpido explicó ayer así a EL PAÍS sus relaciones con el embajador Aguirre: "La Fiscalía General del Estado siempre ha mantenido una buena relación con la Embajada de EE UU. Desde hace años tenemos un equipo conjunto con la fiscalía de EE UU que se reúne una vez cada seis meses para intercambiar información. Dentro de ese esquema de colaboración, y en ese contexto, a veces se han interesado por alguna información y nosotros se la hemos dado. Esa información siempre ha correspondido a la posición jurídica de la Fiscalía que ya figuraba en el procedimiento, era pública y se había expresado por escrito. Siempre fue a petición suya y se la ofrecimos como una información más y en ningún caso como una información reservada pues era la posición jurídica de la Fiscalía, que en el caso Couso consistía en que entendíamos que no había base para seguir adelante con el procedimiento. Así se lo trasladé. También le trasladé la necesidad de que el Gobierno de EE UU respondiera a las peticiones de información del juez porque, de lo contrario, le advertí que la respuesta del juez podría ser negativa para los intereses que ellos defendían. El embajador Aguirre me dijo que transmitiría ese mensaje".
La embajada también mantiene contactos con jueces españoles, aunque en los informes secretos figuran escasas referencias. Se recoge, por ejemplo, un encuentro en Madrid del director del FBI, Robert Mueller, con el juez instructor del 11-M, Juan del Olmo, el 9 de mayo de 2005. "Del Olmo", señala el informe "confidencial" fechado tres días después, "puede participar en el futuro en importantes investigaciones sobre terrorismo, lo que hace de él un importante contacto que merece la pena cultivar". De hecho, le preparan una visita a EE UU.
Los documentos también reflejan un encuentro del embajador Aguirre con Garzón el 14 de diciembre de 2007. El informe "confidencial" al respecto, redactado el 21 de diciembre de ese año, está encabezado con esta frase: "Encuentro del embajador con el famoso y controvertido juez Baltasar Garzón". Garzón aconsejó al embajador en esa entrevista, según el documento, que contactara también con otros jueces de la Audiencia como Santiago Pedraz, Ismael Moreno, Fernando Grande-Marlaska, Fernando Andreu y Juan Del Olmo.
El consejero jurídico, señala ese mismo informe, "ha intentado profundizar en las relaciones con los seis magistrados de la Audiencia con diferente grado de éxito". La nota incluye estos comentarios sobre Garzón: "Es una figura controvertida cuya ambición y afán de notoriedad no tiene rival". "No nos hacemos ilusiones sobre el tipo con el que estamos tratando", añade.
Un asunto muy grave
Las conexiones de la embajada con los fiscales de la Audiencia para tratar asuntos sensibles para EE UU han ido en paralelo a las mantenidas con el Gobierno de Rodríguez Zapatero. La ex vicepresidenta María Teresa Fernández de la Vega, el ex secretario de Estado de Justicia Julio Pérez Hernández y los altos cargos de Exteriores Ángel Losada, ex secretario de Estado; Agustín Santos, ex jefe de Gabinete de Moratinos; o los directores generales Luis Felipe Fernández de la Peña o José Pons han sido algunos de los interlocutores del embajador y de sus colaboradores.
El primer colaborador de Aguirre, por ejemplo, llamó el 31 de marzo y el 1 de abril de 2009 a Agustín Santos y a Aurora Mejía, directora de Cooperación Judicial Internacional del Ministerio de Justicia, para trasladarles la opinión de EE UU sobre la apertura en la Audiencia del caso de torturas en Guantánamo. "El adjunto al embajador les puso de relieve que el asunto era muy grave para el Gobierno de EE UU y les pidió que tuvieran informada a la embajada de cualquier novedad" (informe "confidencial" del 17 de abril de 2009).
Dentro de la misma estrategia, el Gobierno de EE UU utiliza las visitas oficiales de personalidades del país para influir en los procesos judiciales abiertos en la Audiencia. Los senadores estadounidenses Judd Gregg y Mel Martínez llegaron a España, por separado, solo dos semanas después de abrirse la causa de Guantánamo. Ambos fueron explícitos en sus protestas en los encuentros que mantuvieron en Exteriores. Martínez espetó el día 15 de abril de 2009 al entonces secretario de Estado Ángel Lossada que esa investigación judicial "no sería entendida ni aceptada en EE UU y que tendría un enorme impacto en las relaciones bilaterales" (informe "confidencial" del 17 de abril de 2009).
Losada respondió al senador que "el Gobierno español comunicaría a Conde-Pumpido que la postura oficial de la Administración era que el Gobierno no estaba de acuerdo con la Audiencia" en la causa por torturas en Guantánamo. Dos días después de esa entrevista, el fiscal general declaró públicamente que la causa abierta era "fraudulenta".
Un mes más tarde, y en un documento "confidencial" fechado el 14 de mayo, se informó de que el fiscal de la Audiencia había recurrido la acusación de "crímenes contra la comunidad internacional" contra tres militares estadounidenses por el caso Couso y añadía: "El adjunto al director general de Política de Defensa comunicó la semana anterior a la embajada que su ministerio apoya totalmente la posición oficial norteamericana".
Visita Condoleezza Rice
En la primavera de 2007, y dentro de los preparativos para la visita a España de Condoleezza Rice, la legación diplomática le envió con antelación un documento fechado el 25 de mayo de ese año en el que advertía a la entonces secretaria de Estado: en el encuentro que tendrá el 1 de junio con Moratinos, "usted debería destacar la constante preocupación del Gobierno de EE UU sobre la causa abierta contra tres militares acusados de crímenes de guerra por la muerte del cámara español José Couso en el Hotel Palestina en 2003 [Rice y Aguirre negaron en público haber tratado el problema en sus entrevistas con Moratinos o Zapatero]. Queremos una continua vigilancia y cooperación por parte del Gobierno español hasta que el caso sea archivado".
El documento destacaba que el Gobierno español estaba ayudando en el caso Couso. El 30 de abril, Aguirre se vio con la vicepresidenta Fernández de la Vega, quien, tras destacar la independencia de los jueces, "le aseguró al embajador que ella estaba muy implicada en el seguimiento del caso, al que prestaban atención los más altos cargos del Gobierno español" (informe "confidencial" del 14 de mayo de 2007). De la Vega señaló al embajador que "una de las opciones que se estaba sopesando era la de presentar un recurso" (informe "no clasificado" fechado el 11 de mayo de 2007).
El presidente José Luis Rodríguez Zapatero prometió el 7 de febrero de 2007 en una sesión de control en el Congreso que el Gobierno facilitaría a la Audiencia "toda la información" sobre los vuelos de la CIA y que el Ejecutivo tenía "la mayor voluntad y disponibilidad de colaboración con la justicia". Fue dos días después cuando el Consejo de Ministros decidió desclasificar los documentos del espionaje español sobre el caso. El CNI, dependiente de Defensa, remitió media docena de documentos. No solo estaban llenos de tachaduras -se habían borrado hasta los nombres de hoteles de Palma donde se hospedaban los americanos de paso hacia Guantánamo-, sino que se limitaban a analizar viejas informaciones de prensa sobre el tema. En un documento se precisa que no hay dato alguno "que suponga vinculación directa de los aviones con organismos oficiales de EE UU". O sea, que el CNI descartaba a la CIA.
Tras la protesta del embajador Aguirre a La Moncloa a través del embajador Casajuana, este le devolvió la llamada la noche de aquel 21 de marzo de 2007 para transmitirle el contenido de su conversación con Zapatero. "Dijo que Zapatero entiende las preocupaciones del Gobierno de EE UU y que intentará aportar moderación a los dirigentes del PSOE. Zapatero agregó que apreciaba los esfuerzos del Gobierno de EE UU para permanecer al margen del debate político y que trabajará para que EE UU siga fuera de ese debate. En definitiva, el mensaje es que Zapatero no echará leña al fuego" (informe "confidencial" del 23 de marzo de 2007).
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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- Wolfgang
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
À perda de força econômica americana se junta a perda de credibilidade nas relações externas. Mau caminho. Sempre que uma potência desse calibre se desequilibra - e nada me desautoriza a dizer que nunca houve potência igual em poder - o mundo sofre com requintes de crueldade.
Nuvens gigantescamente escuras pairam no horizonte.
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
soultrain escreveu:Onde há isso?



Bem..... Desde o apoio ao golpe nas Honduras ao incitamento à revolta no Irão passando pela ordem para os diplomatas roubarem informação de todo o tipo na ONU...... Penso que basta ler.

- marcelo l.
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Eu por mim me senti bem com a democracia de ter documentos que provam o que sempre disse, tem muito analista hoje reclamando do vazamento por que suas posições viraram pó ![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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- tflash
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Continuo a dizer que nada do que está a sair até agora, me surpreende. Isto só vai fazer confusão aos cidadãos comuns que julgavam que o que se diz nos discursos reflecte a verdadeira política internacional.
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
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Re: Wikileaks põe à prova relação dos EUA com os seus aliados
Esse é o perigo. Cidadãos comuns têm noções distintas de ética e de moral que os governos e seus agentes não têm. E a imprensa, conforme a conveniência, diz que tem ou não tem...tflash escreveu:Continuo a dizer que nada do que está a sair até agora, me surpreende. Isto só vai fazer confusão aos cidadãos comuns que julgavam que o que se diz nos discursos reflecte a verdadeira política internacional.
É um prato cheio para xenófobos, extremistas, países à beira da falência procurarem bodes expiatórios, etc.