Pessoalmente nem concebo como é que alguém pode perder a calma sobre um assunto tão simples.
Mesmo durante o período glorioso da gloriosa pátria do grande e iluminado camarada Estaline e do não menos glorioso, grandioso e magnanimo camarada Brejnev, mesmo durante o tempo de glória da sagrada Mãe Russia, a marinha sempre foi o parente pobre.
É assim por uma questão de geoestratégia. A Rússia tem poucas saídas para o Mar e a sua esquadra poderia ser facilmente estrangulável. Daqui resultou que os navios russos, sempre foram acima de tudo uma forma de «mostrar bandeira». O Kremlin não favoreceu a construção de grandes navios desde que os sovietes chegaram ao poder, até aos anos 60, altura em que os grandes navios (excepto os porta-aviões) começavam a não fazer sentido.
Essa é uma das explicações para a construção de navios como os Kirov, (classe de que sobra o Pedro o Grande, e há rumores sobre a possibilidade de reconstrução de uma outra unidade) que representam um custo titânico de construção e manutenção, mas que do ponto de vista militar, e considerando a qualidade dos seus sensores e sistemas tácticos de gestão de dados de combate não são superiores a um dos contra-torpedeiros norte-americanos da primeira geração, que agora, com a crise e com as reduções e cortes na marinha dos Estados Unidos somam umas miseras seis dezenas.
Os Kirov, foram pensados para uma esquadra de superfície destinada a atacar os grupos de batalha norte americanos, com o seu ponto fulcral nos porta-aviões. Não são navios para andar a patrulhar a costa sob a protecção de aviões baseados em terra.
Depois não há questão nenhuma com mísseis de Cuba porque este Kirov (Pedro o Grande), a acreditar nos russos, não está armado com armas atómicas, como não estão os navios norte-americanos.
Trata-se de propaganda, e nada mais que propaganda para mostrar o poder renascido da Rússia. Vai funcionar para a imprensa russa mostrar mais um sucesso do Putin, depois da última bravata com o Tigre e assenta que nem uma luva na imagem que o Putin cultiva de si próprio.
Quanto a se o Pedro o Grande chega à Venezuela sem problemas, não sabemos se chega ou não. O que sabemos é que a maquinaria dos navios russos não é nem nunca foi o seu ponto forte.
E não é um ponto forte porque os russos nunca investiram na marinha como desenvolveram outros ramos. Além disso, muita da tecnologia de construção naval, especialmente na área dos motores estava nos estaleiros da Ucrânia. Vejam de onde vieram os motores / turbinas de alguns dos novos navios da marinha da China.
Quando o Kirov foi lançado, a resposta dos Estados Unidos, foi voltar a colocar em serviço os navios que eles consideravam equivalentes:
Os couraçados da classe Iowa, da II Guerra Mundial, com novos radares e lançadores de mísseis de cruzeiro e anti-navio.
Se a marinha russa já era o parente pobre durante a URSS, imaginemos qual será o seu nível nos dias de hoje...
Aqui há apenas uma questão de lógica e de análise dos dados conhecidos.
Trata-se de objectividade.
Coisa que nem sempre se encontra por aí fora ...