Operações Policiais e Militares

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Operações Policiais e Militares

#13246 Mensagem por rodrigo » Qui Jan 30, 2014 3:45 pm

A norma da lei de drogas é chamada de norma penal em branco. Ela proíbe, mas exige um complemento que diz quais são as substâncias proibidas, que é a portaria da Anvisa/Min Saúde.
Perfeito, eu ia dizer isso.
Enfim, com respeito ao pensamento do referido juiz, acho que ele está equivocado e o Tjdft irá reformar sua sentença.
O juiz perdeu uma ótima oportunidade de defender a idéia. Tivesse esperado um processo contra um adolescente apreendido com um baseado, era mais fácil defender, mas um traficante tentando entrar na penitenciária com 52 trouxinhas de maconha, é indefensável.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Operações Policiais e Militares

#13247 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Jan 31, 2014 10:33 am





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Operações Policiais e Militares

#13248 Mensagem por Brasileiro » Sex Jan 31, 2014 3:42 pm

A descriminalização do consumo de drogas se dará em questão de tempo.

No caso mais extremo, em se tratando de viciados ou em situação de risco, pouco a pouco as abordagens violentas (a exemplo da operação da cavalaria na cracolândia em 2012) vão sendo deixadas de lado após anos de teimosia com o fetiche da repressão sem qualquer resultado.

O papel diz que é preciso conduzir o usuário à delegacia e processá-lo por porte/posse, doutrina que inspira as práticas que sempre resultam com o espalhamento e ocultação dos dependentes, dificultando ainda mais que essas pessoas sejam encontradas/recebidas por agentes de saúde e sociais. A prática recente, em diversas partes do mundo, tem mostrado que é mais fácil de se tratar a questão quando o usuário sente que pode confiar nos agentes e instituições e assim aceitará mais facilmente o tratamento.

Não há espaço para duas políticas públicas, uma que reprime/afugenta o dependente e outra que visa o tratamento e reinserção à sociedade. A primeira dificulta a segunda.
O que tem sido feito hoje, seja com a internação compulsória, seja com a "operação braços abertos" já é, na prática, a própria descriminalização do consumo de drogas, porque para que essas opções sejam realizadas é preciso "esquecer" a outra política, criminalizadora, literalmente fingir que ela não existe; quando governos enviam seus agentes às ruas para que se aborde essas pessoas para o tratamento voluntariamente, ao invés de conduzir à delegacia, ele está de fato (independentemente do que diz qualquer lei) "se esquecendo" do art. 28 da lei de drogas.



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Re: Operações Policiais e Militares

#13249 Mensagem por Rodrigoiano » Sex Jan 31, 2014 6:02 pm

Notícia boa: Os desembargadores do TJDFT, por unanimidade, revogaram a decisão do juiz! 8-]

====================

Justiça do DF revoga decisão e condena réu por porte de maconha

MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA
31/01/2014 12h19

(...)

Fonte: Folha de São Paulo

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ ... onha.shtml




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Re: Operações Policiais e Militares

#13250 Mensagem por Rodrigoiano » Sex Jan 31, 2014 6:11 pm

Sempre defendi uma remuneração boa para os servidores públicos em geral, e as polícias em particular. Mas tudo tem que ser dentro da legalidade. Se militar não pode fazer greve, a tal operação tartaruga da PMDF é totalmente ilegal. Espalhar outdoors pela cidade e discurso de sindicalista na frente de comandantes, como citado páginas atrás, é absurdo. E as ocorrências - já anteriormente altas - se espalham pelo DF, inclusive com mortes. As autoridades distritais e federais tem que agir! E o MPDFT também. A sociedade ficar refém de bandidos e ao recorrer a PM esta fazer vista grossa, operação tartaruga etc é inconcebível em um estado democrático de direito!

Espero sinceramente que se bote a mão na consciência e se TRABALHE OU QUE AS AUTORIDADES COMPETENTES CORRIJAM A DESORDEM INSTALADA E TIREM A SOCIEDADE CANDANGA DE SER REFÉM DO CRIME E DE PARTE DA PM OMISSA!




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Re: Operações Policiais e Militares

#13251 Mensagem por moura » Sex Jan 31, 2014 7:08 pm

Greve de policia acontece em todo mundo, agora quando uma instituição militar com regras rígidas chega a esse ponto é por que o governo levou seus policiais ao limite, e não vai ser com MP ou Prisão que vão resolver.
Ou conversa ou vai dar muita merd......
Chega de tampar o sol com a peneira, a segurança publica nesse país está falida .




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Re: Operações Policiais e Militares

#13252 Mensagem por Rodrigoiano » Sex Jan 31, 2014 7:25 pm

Mantenho a minha opinião, apesar de concordar integralmente com sua última frase!

abs




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Re: Operações Policiais e Militares

#13253 Mensagem por Clermont » Dom Fev 02, 2014 9:14 am

Crise entre delegados e agentes afeta trabalho da PF.

Embate já prejudica a qualidade das operações de combate à corrupção e pode complicar segurança na Copa.

Jailton de Carvalho - Globo.com, 1.02.14.

BRASÍLIA - Num movimento sem precedente na história da Polícia Federal, agentes, escrivães e papiloscopistas estão se rebelando contra o suposto domínio dos delegados sobre a estrutura da instituição. Na guerra por cargos, salários e reforma da polícia, agentes estão se recusando abertamente a cumprir ordens de delegado para situações que vão do simples ato de dirigir um carro numa operação a produzir relatórios de inteligência de grandes investigações criminais.

Os atos de resistência contra o que chamam de feudo dos bacharéis vão além dos limites de uma simples rixa de corporações. Os embates entre os grupos, quase sempre pontuais, mas recorrentes, trincaram os pilares da disciplina em alguns setores e já estão afetando o número e a qualidade das operações de combate à corrupção. O clima é tão pesado que em alguns casos, policiais das categorias litigantes mal trocam cumprimentos.

As pequenas rebeliões, que se multiplicam em várias direções, podem complicar parte do esquema de segurança da Copa e repercutir até mesmo nas eleições presidenciais em outubro deste ano. Com a policia conflagrada, a presidente Dilma Rousseff teria dificuldade de apresentar a instituição como modelo de luta contra os desvios de verbas da administração pública como aconteceu durante as campanhas eleitorais de 2006 e 2010.

Numa reação também sem precedentes, delegados estão preparando um manual de procedimentos com regras detalhadas sobre obrigações de cada policial numa investigação. Segundo um dos responsáveis pela organização das normas, agentes, escrivães e papiloscopistas que saírem da linha depois da aprovação destas regras serão levados à temida Corregedoria-Geral, ao Ministério Público e ao Judiciário.

- É uma situação grave e irreversível. Não se trata apenas de uma questão corporativa. Trata-se de uma questão de interesse de toda sociedade brasileira, que é a modernização da polícia - afirma o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho.

O procurador acompanha de perto os embates cotidianos entre agentes e delegado. O trabalho da polícia sempre tem reflexo na atividade do Ministério Público. É a partir de indícios e provas obtidos nas investigações, quase sempre conduzidas pela polícia, que procuradores preparam as peças de acusação contra criminosos. A tensão entre delegados e agentes se estende também ao Instituto Nacional de Criminalística (INC). Peritos também reclamam do suposto exclusivismo dos delegados.

- As coisas estão se agravando. Delegados não cedem em ponto nenhum. Não vejo luz no fim do túnel - afirma um experiente perito.

As disputas de agentes, escrivães e papiloscopistas contra delegados são antigas, mas se tornaram ainda mais acirradas depois da fracassada greve dos policiais federais em 2012. Depois de 72 parados, agentes, escrivães e papiloscopistas voltaram ao trabalho sem os reajustes salarias reivindicados, mas decididos a esticar a corda até o limite da força. A partir de então, começaram a pipocar país afora os atos de desobediência explícita.

No Distrito Federal, um agente disse "não" quando a delegada Andreia Albuquerque, que estava à frente da Operação Miquéas, pediu um relatório analítico sobre escutas e movimentação financeira dos investigados. Segundo relato de um policial ao GLOBO, o agente disse que repassaria os dados brutos Andreia. Caberia a delegada, e não a ele, fazer os cruzamentos de informações e extrair as devidas conclusões sobre as supostas ligações de políticos com um famoso doleiro local.

Para se proteger contra eventuais punições, o agente se escudou na portaria 523/89, que estabelece as atribuições dos policiais. Na visão da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a portaria não inclui entre as tarefas de um agente a análise crítica de uma investigação. Pelo entendimento deles, se não está na lei, a ordem do delegado perderia a eficácia.

- Antes, agentes faziam relatório de inteligência (com cruzamento de dados) e os delegados assinavam. Hoje eles não fazem mais. Não aceitamos a apropriação (indevida) de propriedade imaterial. Hoje os agentes fazem a investigação, fazem a análise parcial dos dados. O relatório, com as conclusões finais, quem faz é o delegado - afirma Flávio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal.

Em São Paulo, um dos atos de resistência teve desfecho trágico. Um grupo de 20 policiais de Ribeirão Preto e Bauru, especializados em ações contra o narcotráfico, se recusou a participar da interceptação de um avião que, depois de sair do Paraguai, pousaria numa fazenda em Bocaina carregado de armas e cocaína. Os policiais cruzaram os braços com o argumento de que não tinham fuzis potentes, visores noturnos e carros blindados para enfrentar os criminosos, conforme determina as normas de segurança.

A partir dali, um delegado recrutou às pressas agentes de outras cidades e correu até o local onde do desembarque das drogas. Segundo um dos agentes que se recusaram a participar da ação, os colegas foram surpreendidos pelos bandidos. Os criminosos fugiram com o carregamento de cocaína num carro e, numa troca de tiros, mataram um agente. A droga pertenceria à facção criminosa que domina os presídios paulistas e fatura alto com a rota da cocaína na região.


- Enquanto nós vamos lá (na linha de frente contra os criminosos), os delegados ficam nos gabinetes aguardando os resultados para darem entrevista. A revolta é geral - afirma um dos agentes que disseram "não" a ordem de interceptar o carregamento de cocaína.

Em Minas Gerais, agentes do serviço de inteligência suspenderam a análise de escutas telefônica da Operação Esopo, investigação sobre supostos desvios de dinheiro de ongs financiadas pelo Ministério do Trabalho. Depois do episódio, os chefes locais fizeram um convênio com as polícias Civil e Militar para cobrir serviços rejeitados pelos agentes federais. Em meio aos embates, a produção da Polícia Federal está longe de antigos recordes.

Segundo relatório divulgado recentemente pela Fenapef e não contestado pela direção-geral, o número de indiciamentos em investigações sobre peculato, concussão, emprego irregular de verba pública, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha caiu 86% em relação a 2007, quando a PF estava no auge das grandes operações de combate à corrupção. Para alguns policiais, o declínio é irreversível até que a paz interna seja restaurada.

Os agentes reivindicam 100% de reajuste salarial, ocupação de cargos estratégicos e a criação de uma carreira única dentro da PF aos moldes do FBI, a polícia federal americana. Um agente em início de carreira ganha salário de R$ 7,5 mil, menos da metade dos vencimentos de um delegado principiante, recebe R$ 15.374,64 por mês. Eles se sentem ultrajados ainda porque viram salários de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) dobrar nos últimos anos. Não faz muito tempo, os oficiais da Abin ganhavam bem menos que os federais.

A Fenapef afirma ainda que os delegados ocupam 95% dos cargos estratégicos de chefia em detrimento de agentes, escrivães, papiloscopistas e até de peritos. A polícia tem aproximadamente 1.700 delegados, 1.200 deles estariam em cargos de chefia. Para agentes, não delegados terem exclusividade sobre todos os setores da administração e não apenas nas áreas relacionadas aos inquéritos criminais. Citam como exemplo a Coordenação Geral de Tecnologia da Informação, chefiada por um delegado e não por um especialista em informática.

- Por que tem que ser delegado (a ocupar cargos de chefia) se isto não está na lei - afirma o vice-presidente da Fenapef Luís Boudens.

As reclamações dos agentes estão encontrando eco no Congresso Nacional. Dois projetos apresentados na Câmara e no Senado defendem a criação da carreira única dentro da PF, são as chamadas PEC do FBI. Pelas propostas, os agentes e delegados passariam a ser classificados como policiais federais e atuariam de acordo com a especialidade de cada um.

O presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro confirma que é forte a tensão entre agentes e delegados. Segundo ele, essas desavenças são antigas mas, agora, estão "potencializadas" . Ele entende que os agentes merecem reajuste salarial, mas não podem ocupar cargos estratégicos em uma instituição que é, de fato, dirigida por delegados. Diz também que a PEC do FBI melhoraria a vida dos agentes, mas seria um retrocesso para a polícia. O FBI também seria pontilhado por subdivisões internas de cargos e funções.

- O que a gente verifica é o seguinte : reconhecemos que as reivindicações salariais são justas, mas não se pode tolerar boicote - afirma Leôncio.

O presidente da ADPF afirma reconhece também que "há desmotivação profunda" entre os agentes e que,, mais cedo ou mais tarde, governo e administração da PF terão que encontrar uma solução definitiva para o problema. Recentemente a Fenapf recusou a oferta de um reajuste de 15,8% em duas parcelas oferecido pelo governo. A entidade só aceita reajuste de 100% para equipar a categoria com analistas da Abin, Banco Central e Receita Federal, entre outras.

Na última quarta-feira a Fenapef aprovou novo calendário de protestos com indicativos de greve nas próximas semanas. Procurada pelo GLOBO na última quinta-feira, a direção da Polícia Federal não respondeu às perguntas do jornal sobre o assunto.




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Re: Operações Policiais e Militares

#13254 Mensagem por Brasileiro » Dom Fev 02, 2014 1:27 pm

Só 1 em cada 3 latrocínios é esclarecido pelos distritos policiais da capital
Índices foram obtidos com exclusividade pelo ‘Estado’ e são considerados baixos; menor média de elucidação de roubos seguidos de morte pertence ao Deic, com 12%
02 de fevereiro de 2014 | 2h 00

Lourival Sant’Anna - O Estado de S. Paulo - O Estado de S. Paulo

O Departamento de Investigações Criminais (Deic) esclareceu apenas 12% dos latrocínios – roubos seguidos de morte – que lhe foram encaminhados no Estado de São Paulo de janeiro a novembro do ano passado. Segundo dados obtidos com exclusividade pelo Estado, a taxa média de esclarecimento desse crime por todos os departamentos da Polícia Civil foi de 40%. O número é puxado para cima pelo melhor desempenho no interior.

Imagem

A taxa de esclarecimento de crimes é um segredo bem guardado pelas polícias brasileiras, porque dá a medida de sua ineficiência. O latrocínio é um crime relativamente raro, e de grande repercussão, o que o leva a ser mais investigado. O roubo, por exemplo, tem taxa de elucidação de apenas 3% no Estado. Os dados são fornecidos pela Polícia Civil, sem controle externo.

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) teve desempenho melhor do que o Deic: 27%. A alçada sobre essa modalidade de crime foi transferida do DHPP para o Deic (especializado em crime organizado) em abril do ano passado. Ambos atuam mais na capital. No interior, as delegacias não especializadas ficam a cargo de quase todos os crimes, exceto entorpecentes. O Decap, que reúne as delegacias comuns da capital, esclareceu 30% dos latrocínios; o Demacro, que abrange os 38 municípios da Região Metropolitana, menos a capital, 31%.

Fora da Grande São Paulo, a única região que se saiu pior foi a de Santos: 22%. As taxas sobem no interior a partir de Piracicaba, com 53%, e chegam a 100% em Presidente Prudente e Araçatuba (veja infográfico).
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou na segunda-feira que foram registrados 385 latrocínios em todo o ano passado.

“Este é um daqueles números guardados a sete chaves pela SSP, pois em geral as nossas taxas de esclarecimento são bem baixas”, disse Túlio Kahn, ex-coordenador de Análise e Planejamento da secretaria, ao ver os dados obtidos pelo Estado.
“Infelizmente ainda é muito baixo e isso resulta da política de investigação cartorária, nos moldes do século 19”, definiu um ex-integrante da cúpula da Polícia Civil, que pediu para não ser identificado. “Hoje o inquérito passeia de viatura. Vai para o promotor e o juiz para pegar carimbo e volta para o armário, sem nenhuma providência. Se tenho três testemunhas de um homicídio, convoco uma para março, outra para abril e outra para maio. Assim, dou ares de que estou trabalhando para meu chefe perceber, e vou tocando minha vidinha.”


Inflados. Mesmo diante de índices tão baixos, o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-comandante da Polícia Militar e ex-secretário nacional de Segurança, duvida. Ele explica que a Polícia Civil só deveria contabilizar como esclarecidos os crimes cujo autor não tenha sido preso em flagrante, já que esses casos não demandam investigação. Só em novembro, a PM fez 143 mil flagrantes. “Muitos desses podem estar contaminados pela prisão em flagrante. Não sabemos qual a porcentagem deles. É frequente que inflem.”

Além disso, “muitas vezes o esclarecimento é precário”, adverte José Vicente. “A polícia coloca em um relatório um palpite de que muito provavelmente foi fulano. Bate no MP (Ministério Público), que verifica a qualidade das evidências para incriminar suposto autor, e é comum retornar para novas diligências.” Geralmente, diz o coronel, “o entusiasmo do investigador não se confirma: faltam testemunhos, evidências”.

“Os disparates são tão grandes”, disse o coronel, analisando os números. “A referência de esclarecimento ainda é o DHPP, porque, apesar de já ter tido momentos melhores, é um grupo especializado em esclarecimento de morte.” Na visão dele, “tudo o que passa dos 27%” apurados pelo DHPP deve ser visto com cautela. “Acho exagerados os dados do interior.”

Tanto o coronel quanto o delegado consideram um erro a transferência do latrocínio do DHPP para o Deic. “Sempre foi da delegacia de homicídios, porque o humano é muito mais afetado do que o patrimônio”, disse o delegado. “O Deic tem de investigar crime organizado, não batedor de carteira que mata uma senhora em assalto mal feito no trânsito. Isso é para Homicídios.”O coronel diz que o DHPP desenvolveu uma coordenação com as delegacias comuns, que dão a primeira resposta, e capacitou os distritos com maior incidência de homicídios. “O delegado corre lá com a equipe, isola o local e interroga pessoas em volta do cadáver. Quanto mais tempo demora, piora a condição de esclarecimento.”

Argumento. O secretário Fernando Grella Vieira justificou a mudança. “O latrocínio é o roubo que não deu certo”, disse ele ao Estado. “Quem comete latrocínio não é o homicida. É o ladrão, que está aí para assaltar. Então é mais natural, está na linha de desdobramento do roubo.”
http://www.estadao.com.br/noticias/cida ... 5655,0.htm

E a solução para a criminalidade é 'endurecer as penas'... AHAAM TÁ.



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Re: Operações Policiais e Militares

#13255 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Fev 02, 2014 1:35 pm

Ai não inclui confissões, muitas delas falsas onde alguém assume a culpa por tortura ou pressão ou assume a culpa para interromper a investigação e livrar outros.

Homicídios são crimes difíceis de esclarecer, a taxa é baixa no mundo inteiro, a taxa no Brasil é baixa em termos absolutos, mas alta demais para a forma como esses crimes são investigados, o que levanta a suspeita de que muitos dos condenados por homicídios não cometeram o crime pelo qual foram condenados.




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Re: Operações Policiais e Militares

#13256 Mensagem por Clermont » Dom Fev 02, 2014 2:30 pm

Marechal-do-ar escreveu:Homicídios são crimes difíceis de esclarecer, a taxa é baixa no mundo inteiro, (...)
Coréia do Sul, Japão, Taiwan e a Alemanha tem um índice de esclarecimento de homicídios de mais de 90 porcento. E em 2012, a polícia de Nova Iorque solucionou 57 porcento dos casos de homicídio (isso no próprio ano de 2012, no ano seguinte, o índice subiu para 78 porcento).
Brasileiro escreveu:E a solução para a criminalidade é 'endurecer as penas'... AHAAM TÁ.
Então, vivemos - e morremos - no pior dos mundos: nem a polícia consegue solucionar os crimes e quando soluciona, os assassinos são logo postos na rua, graças às nossas "avançadas tradições jurídicas brasileiras".




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Re: Operações Policiais e Militares

#13257 Mensagem por Brasileiro » Dom Fev 02, 2014 3:04 pm

Clermont escreveu:
Brasileiro escreveu:E a solução para a criminalidade é 'endurecer as penas'... AHAAM TÁ.
Então, vivemos - e morremos - no pior dos mundos: nem a polícia consegue solucionar os crimes e quando soluciona, os assassinos são logo postos na rua, graças às nossas "avançadas tradições jurídicas brasileiras".
O mais racional seria reconhecer que é preciso solucionar os crimes e a partir daí fazer com que de fato cumpram as penas que já temos estipuladas.

É necessário que se acabe com essa cultura de achar que pegar um papel onde está escrito '2 anos de reclusão' e escrever '4 anos de reclusão' vai resolver alguma coisa.
Os resultados pífios da lei Maria da Penha estão aí para comprovar isso, aumentou-se penas, mas não se garantiu nada, não se criou condições para a aplicação e os crimes deste gênero voltaram a crescer ao nível anterior. Não sei quem criou este mantra, que a gente vê sendo repetido dezenas de vezes na televisão todos os dias, mas o fato é que é um pensamento que não está ajudando em nada. As autoridades sentem-se às vezes forçadas a darem "respostas à sociedade" e devolvem ao povo em forma de leis de papel. Como que combatendo uma "forte dor de cabeça" (proveniente de um grave câncer) com um "forte analgésico". Quando é que vamos sair pra rua pedir pena de morte mesmo?



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Re: Operações Policiais e Militares

#13258 Mensagem por Viktor Reznov » Dom Fev 02, 2014 8:28 pm

Brasileiro escreveu:
Clermont escreveu: Então, vivemos - e morremos - no pior dos mundos: nem a polícia consegue solucionar os crimes e quando soluciona, os assassinos são logo postos na rua, graças às nossas "avançadas tradições jurídicas brasileiras".
O mais racional seria reconhecer que é preciso solucionar os crimes e a partir daí fazer com que de fato cumpram as penas que já temos estipuladas.

É necessário que se acabe com essa cultura de achar que pegar um papel onde está escrito '2 anos de reclusão' e escrever '4 anos de reclusão' vai resolver alguma coisa.
Os resultados pífios da lei Maria da Penha estão aí para comprovar isso, aumentou-se penas, mas não se garantiu nada, não se criou condições para a aplicação e os crimes deste gênero voltaram a crescer ao nível anterior. Não sei quem criou este mantra, que a gente vê sendo repetido dezenas de vezes na televisão todos os dias, mas o fato é que é um pensamento que não está ajudando em nada. As autoridades sentem-se às vezes forçadas a darem "respostas à sociedade" e devolvem ao povo em forma de leis de papel. Como que combatendo uma "forte dor de cabeça" (proveniente de um grave câncer) com um "forte analgésico". Quando é que vamos sair pra rua pedir pena de morte mesmo?



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Endurecer as penas é imprescindível, em todos os países com penas duras e justiça rápida, os criminosos são dissuadidos pelas mesmas, e é necessário também se lembrar do fato que por quanto mais tempo um criminoso violento ficar preso, menor o risco que ele representa à sociedade. O benefício de penas longas é inegável. Tomando como exemplo pedófilos e estupradores, duas categorias de criminosos incuráveis, que vão continuar cometendo crimes até o dia em que morrerem ou que tiverem a certeza que serão pegos e sentenciados à longas penas de cadeia. É típico pensamento esquerdista morrer de dó de criminoso e acreditar que penas irrisórias de alguma forma contribuem para a "ressocialização" de criminoso, outro pensamento esquerdista completamente divorciado da realidade é acreditar ser possível ressocializar a maioria dos criminosos.

Já prevendo sua resposta eu digo que a minha solução pra combater o crime é a seguinte:

1 - Transferência de renda para pobres.
2 - Educação cívica e moral nas escolas.
3 - Investimento massivo pra equiparar a qualidade do ensino público básico e secundário ao ensino privado.
4 - Endurecimento das penas com aumento de tempo de encarceramento, basicamente um remake completo do código penal brasileiro e também do código de processo penal pra se eliminar quaisquer dispositivos que permitam a redução do tempo de encarceramento de qualquer crime hediondo, o condenado deve cumprí-lo integralmente.
5 - Investimento incessante do Estado para evitar que a quaisquer momentos haja superlotação de qualquer unidade penitenciária do país, preferencialmente entregando todas para a administração privada, com somente os APs sendo funcionários públicos.
6 - Redução da maioridade penal pra 12 com construções de instituições penais exclusivas para que esses criminosos cumpram parte de suas penas com outro menores de 18, enquanto possuírem menos de 18 anos. APENAS PARA CRIMES HEDIONDOS.




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Re: Operações Policiais e Militares

#13259 Mensagem por Rodrigoiano » Dom Fev 02, 2014 10:53 pm

Sobre a notícia postada pelo Clermont acima do embate entre agentes e delegados da PF, uma coisa fica clara: é preciso investimento e reestruturação na carreira, não só na PF como em todas as polícias. Mas tem que se entender que há categorias diferentes. Eles citaram a Abin, mas essa ainda que tenha tido aumento, existe uma diferença entre cargos. Agentes federais tem que ter aumento?! Sim e boa parte do funcionalismo federal. Mas equiparação com delegados não. Existe uma hierarquia, uma autoridade que preside o inquérito policial. E esta é, legalmente, o delegado. Imaginem analistas brigando para ganhar igual ministro. Soldados querendo ganhar o mesmo que coronel, quiçá general. Aumento sim. Equiparação não. Existem níveis hierárquicos em todas categorias.




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Re: Operações Policiais e Militares

#13260 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Fev 02, 2014 11:09 pm

Cross escreveu:Endurecer as penas é imprescindível, em todos os países com penas duras e justiça rápida
Simplificando a frase "em todos os países com justiça rápida e eficiente a criminalidade é baixa", se você acha que nosso código penal é frouxo olha o código penal dos países nórdicos, eles fazem nossas penas parecerem cruéis e desumanas, existe pouca relação entre a severidade da pena e criminalidade, dúvida? Procura... Por outro lado existe uma forte relação entre a criminalidade e a aplicação dessas penas, onde criminoso é preso a criminalidade é baixa, onde leis existem mas são ignoradas a criminalidade é alta.

Prisões por um tempo muito longo são apenas um desperdício de dinheiro público, primeiro para manter o cara preso, segundo por manter ele durante preso durante seu período produtivo e ter que arcar com os custos da velhice depois, a prisão é para quando se acredita que o sujeito possa sair de lá e voltar a viver em sociedade, nesse aspecto faz sentido ter todo o apoio médico e psicológico, se não existe essa esperança melhor a injeção letal logo.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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