Fórum Defesa Brasil

akivrx78 escreveu: Ter Abr 28, 2020 4:59 am

Os Estados Unidos divulgaram nesta segunda-feira mudanças de regras que impõem novas restrições às exportações para a China, incluindo componentes de aeronaves e muitos itens relacionados a semicondutores.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2 ... hina.ghtml
https://www.moneytimes.com.br/fast/eua- ... ara-china/

E se o Eua barrar a venda de componentes?

Os americanos já estão fazendo isso há algum tempo com os russos por causa do MC-21, e não é de se estranhar que também o façam com os chineses, atingindo por tabela o C-919.
Pode-se esperar agora atitudes pouco capitalistas de Washington quanto à manutenção dos empregos de americanos na Boeing.
Por outro lado a Embraer tem em mãos a oportunidade de reformatar os seus negócios em melhores termos a si e ao interesse nacional.
Não que os chineses sejam melhores que os americanos, pelo contrário, é tudo farinha do mesmo saco do ponto de vista econômico, mas havemos de olhar para o nosso próprio umbigo também.
Como citei no post acima, a empresa precisa de US 2 bi para manter-se em dia com suas obrigações e continuar apta a planejar seu futuro. Bem, temos necessidades internas em Defesa e aviação comercial e regional que vão muito além destes US 2 bi.
O que vamos fazer, ou deixar de fazer, neste momento, em relação a isso é a grande incógnita, que nem o governo e nem a Embraer responderam.

abs

Embraer reajusta produção após fim do acordo com a Boeing
Para a empresa brasileira, rescisão de acordo bilionária foi indevida
Por Da Redação - 26 abr 2020,

https://veja.abril.com.br/economia/embr ... -a-boeing/

abs.

arcanjo

Não sou pessoa de ter ídolos... Mas sou fã deste senhor aí.
Quem dera o Brasil tivesse mais Ozires Silvas...

Embraer discute empréstimo com BNDES


A Embraer conversa com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em busca de ajuda financeira depois que a americana Boeing desistiu da compra de parte da empresa.

A informação foi divulgada na manhã desta 3ª feira (28.abr.2020) pelo O Globo.

De acordo com o jornal, o banco de fomento poderia ampliar a sua fatia de participação na empresa ou liberar crédito de longo prazo para a fabricante brasileira de aviões.

FONTE: Poder 360

Ampliar a participação seria melhor negócio no longo prazo, já que que o BNDES, como banco, nunca perde dinheiro. Ou não gosta de perder. Mesmo sendo público.
E por tabela ajudaria fortificando a imagem da estrutura financeira da empresa para investidores e clientes.
O próprio GF pode fazer isso, comprando ações da Embraer como qualquer outro acionista, sem contudo virar um componente de instabilidade na gestão da empresa.
A ver.
abs

Ampliar participação acionária, não significa ter o controle.

Cassio escreveu: Qua Abr 29, 2020 7:03 pm Ampliar participação acionária, não significa ter o controle.

Mas não é pra ter mesmo. Aideia é capitalizar a empresa e assegurar seu futuro no curto e .médio prazo.
Não existe melhor costas largas do que o Estado.

abs

FCarvalho escreveu: Qua Abr 29, 2020 11:17 pm

Cassio escreveu: Qua Abr 29, 2020 7:03 pm Ampliar participação acionária, não significa ter o controle.

Mas não é pra ter mesmo. Aideia é capitalizar a empresa e assegurar seu futuro no curto e .médio prazo.
Não existe melhor costas largas do que o Estado.

abs

Sim... Concordo com a ideia de um empréstimo, com juros e prazos de pagamento que viabilizem o socorro a empresa. A Embraer é importante demais para o Brasil. E traz muitos ganhos para o país, muito além dos empregos que gera e dos impostos que recolhe.

Empréstimos, compra de ações, ou ambas, o que for necessário e viável para que a Embraer continue sendo o que é.
Essa onda vai passar, e depois disso, a partir da nova realidade que se interpuser tomaremos decisões importantes para poder saber qual o melhor caminho.
Mas tais decisões não podem ser tomadas à sombra de discussões sobre para quem vender a empresa ( ) e muito menos preocupações com as contas em dia e problemas nas encomendas e/ou fornecedores.
O Estado possui todas as condições, e interesse, para manter a Embraer.
Agora, tem que mostrar serviço e fazer valer nossos impostos. De preferência sem entregar a nossa galinha dos ovos de ouro para uma concorrência qualquer.

abs

Espero que joguem por terra essa ideia de reestatizar. Me parece que procuram mais uma boquinha além das estatais conhecidas para o assalto!

Reestatização é conversa fiada de sindicato. Isto sequer é uma hipótese considerada na empresa ou no governo.
Eu particularmente gostaria de ver a possibilidade de uma JV nos mesmos moldes da feita com a Boeing para o KC-390 com a Irkut e o MC-21.
Pode parecer descabido agora, mas o futuro, tal como se apresenta, exige respostas menos ortodoxas do que as de praxe que se espera tenhamos por aqui.
Ademais, a possibilidade do MAX não voltar mais a produção pode força ao menos a Gol a olhar para a Airbus, ou outras opções existentes no mercado. Como o MC-21-300 deve estar operacional já em 2021 segundo os russos, é um caso a se pensar, dado que os NG daquela empresa não vão durar para sempre, o os MAX não saírem mais do chão.
Elocubrações que faço aqui com os meus botões.

abs

LIVE no DAN TV: Qual será o futuro da Embraer sem a fusão com a Boeing?
Luiz Padilha por Luiz Padilha
29/04/2020

https://www.defesaaereanaval.com.br/def ... D4pZVrQv2g

abs

O problema da Embraer na Aviação comercial não são seus produtos, pois ela está bem posicionada, com produtos novos, e que estão com desempenho acima do esperado.
Eis aqui algumas considerações minhas:

1) Não há como oferecer o que a Airbus oferece para o seu A220... tanto no quesito dos descontos oferecidos, quanto do pacote de serviços, garantias e etc. A rede de serviços e a estrutura da área de suporte de um Airbus é muito maior que a da Embraer.
2) A Airbus pode oferecer "pacotes de venda" que incluem junto com os A220, aeronaves A320Neo... e na "venda casada" podem oferecer maiores descontos.
3) A força de negociação de uma Airbus na obtenção de linhas de crédito e financiamentos aos seus clientes.
4) A restrição das Scope Clauses nos EUA que ainda impede a venda dos 175E2 por lá... No cenário atual, acredito que aumentarão muito as pressões para que as scope clauses sejam renegociadas... mas mesmo que sejam flexibilizadas, permitindo a operação dos 175E2 por lá, acho que levará um tempo para que surjam encomendas... primeiro porque as empresas estão com muitos E175E1 novos, e o preço do petróleo está baixo. Além disso, o primeiro movimento das empresas na retomada será reativar as aeronaves que estão estocadas, e não comprar aeronaves novas. O problema é que no cenário atual será complicado continuar vendendo o E175E1 (que era o carro-chefe).
5) Perda de força de negociação de melhores preços junto a fornecedores que muitas vezes são bem maiores que a própria empresa.
6) Hoje a divisão de aviação comercial é uma empresa separada, com outro CNPJ, e que pertence ao grupo EMbraer. Ela foi desmembrada por causa do acordo com a Boeing. Isso gera custos adicionais e duplica algumas estruturas organizacionais e sistemas operacionais.

Neste cenário, os caminhos podem ser (quem sabe né):

a) Manter a divisão de aviação comercial separada e buscar um novo parceiro.
b) Manter a divisão de aviação comercial separada, como outra empresa, e ver como esta empresa se vira no mercado... se não estiver indo bem e estiver prejudicando o resto da empresa, se livra do negócio, como fez a Bombardier e abandona a aviação comercial.
c) Reintegrar a aviação comercial e aceitar uma posição secundária no mercado (perde a liderança). Seria como ficar "comendo pelas beiradas". A empresa teria sua divisão de aviação comercial reduzida em tamanho neste cenário.

Acredito que estes sejam os caminhos mais óbvios num cenário onde a crise perdure ainda por um bom tempo.

Outro cenário... seria uma injeção de capital que a permita se reposicionar no mercado, a médio prazo, com novos produtos na aviação comercial. Ou seja buscar uma maior diversificação. Mas para isso serão precisos tempo e recursos. Sendo que o foco atual será no curto prazo e na sobrevivência da empresa.

Tudo são conjecturas... de repente o panorama da empresa deu uma guinada tão radical que muito coisa será estudada, muitas opções serão colocadas na mesa... Vamos ver o que virá.

Por último, já vi a empresa sair de muitas sinucas de bico... e ela sempre se empenhou a resolver os problemas de curto prazo, mais urgentes, sem deixar de olhar para o futuro. E acredito na enorme capacidade, competência e criatividade de sua equipe.
Então tenho certeza de que serão anos difíceis, mais também tenho plena confiança que sairemos dessa.

Como eu sempre venho dizendo reiteradamente aqui, a Embraer é importante demais para ser deixada à míngua e à própria sorte.
A FAB jamais vai abrir mão de assegurar que o poder público deixe a empresa chegar ao ponto de quebrar ou ser inteiramente anexada por outrem. Isto nunca esteve, e não está, nos planos da força aérea.

Resta saber se este e os próximos governos irão honrar esta importância estratégica da empresa ou simplesmente vão dar de ombros e dizer dizer "isso não te pertence mais..."

abs