pt, o lançador das Perry não lança Sea Sparrow mas sim Standard.
Erro meu, naturalmente.
Quanto à questão do conceito de utilização, o que se passa é que eu vejo os navios da marinha como um todo, tendo alguns deles algumas capacidades para funções como a defesa aérea. No entanto, numa marinha pequena, o realismo deve estar acima dos sonhos. As JvH são um navio dedicado, mas a marinha da Holanda podia-se dar ao luxo de o ter. Já Portugal tem que ser mais realista. Quando se tem que tomar decisões sobre a compra de equipamentos todas as questões são devidamente pesadas.
Para todos nós é fácil acusar toda a gente de incompetente, porque não somos nós que temos que decidir, e não é a nós que nos fazem telefonemas a mandar que decidamos o que fazer com o pouco dinheiro que nos dão, quando nos dizem que, se não decidirmos, nem esse pouco teremos.
A marinha foi posta entre a espada e a parede, no fim do primeiro governo Guterres. Ou os submarinos ou fragatas novas. Os governos foram muito claros!
Se Portugal optar pelos submarinos NÃO HAVERÁ DINHEIRO PARA FRAGATAS NOVAS para substituir as João Belo.
É a partir de aí que, tendo a Marinha optado pelos submarinos, o valor para as João Belo é fixado. É absolutamente injusto acusar o Paulo Portas apenas porque ele é um alvo fácil, e até dá jeito dizer que a culpa é do Beco da Bixa,
Etiquetamos as pessoas, como fazem os Nazis, e depois acusamo-las de todos os males, como se fez com os judeus. Não acho correcto!
JNSA, se vocè tivesse que escolher. Se fosse a si, que alguém colocasse entre a espada e a parede.
Se fosse a si que lhe dissessem, que lhe pagam para você decidir. Se você soubesse que não ía ter dinheiro para comprar as JvH porque você mesmo optou pelos submarinos, diga-me honestamente, o que é que você escolhia?
E diga-me também, porque é que na segunda metade dos anos 90 as primeiras OHP foram oferecidas a Portugal (a custo zero) e Portugal as recusou.
Quando o governo Barroso tomou posse, já nem as duas Perry, estavam previstas para Portugal. O governo de 1995-2001 esqueceu completamente as coisas. Nem fragatas, nem modernização, nem opções viáveis. O Portas chegou ao MDN e tentou remediar a situação, fazendo algo que infelizmente em Portugal cada vez menos se faz:
Desenrascar!
Quem não tem cão caça com gato, e é melhor fazer alguma coisa que deixar as coisas no absoluto marasmo em que estavam.
Se o Portas não tivesse feito nada, não era atacado. Como fez, é atacado por ter feito alguma coisa.
É o nosso triste e eterno Fado.
Quanto à impossibilidade de lançar mísseis anti-navio e anti-aéreos ao mesmo tempo eu sei que não é possível. O que eu disse é que as possibilidades de um navio ser atacado ao mesmo tempo, desde outro navio e desde aeronaves, implica a luta contra um inimigo tecnologicamente desenvolvido e avançado. E nós não estamos em condições para entrar em conflitos de alta intensidade.
Se a peça de 76mm fosse assim tão boa para apoio terrestre, acha mesmo que haveria países a desenvolver peças de 155mm para esta missão? Ou que mesmo tendo os EUA peças de 127mm, haja gente a propôr a reintrodução ao serviço dos couraçados enquanto não forem introduzidos navios eficazes para apoio terrestre? Estes últimos até podem estar a exagerar, mas não há dúvidas de que o 76mm é considerado insuficiente para esta tarefa.
Não creio que devamos efectuar este tipo de comparações. Porque nesse caso, toda a marinha francesa está obsoleta, porque utiliza o 100mm Creusot Loire, e pior, os novos contra-torpedeiros franceses estão equipados com canhões de 76mm.
Não acha estranho que se coloque canhões de 76mm em Contra-torpedeiros?
Porque se colocam?
As peças de 155mm para apoio de fogo, estão a ser estudadas por vários países e os E.U. estudam mesmo uma plataforma (uma espécie de grande batelão) cheio de mísseis Tomahawk e canhões de 155mm para servir de bateria para apoio de ataques costeiros.
O 76mm pode ser uma arma definitivamente poderosa para operações de desembarque cirúrgicas e de pequena dimensão, que são aquelas que teremos capacidade de fazer (golpes de mão).
Isto já para não referir que as peças de 76mm têm um alcance menor quando comparadas com outras de calibre superior, o que obriga o navio a aproximar-se do alvo, e consequentemente, a tornar-se mais vulnerável..
Não é muito relevante a distância. Para fazer fogo directo (tiro tenso) quer um contratorpedeiro com peça de 127mm ou uma corveta com peça de 76mm têm que se aproximar da costa e ficam ao alcance de mísseis anti-navio. Em qualquer dos casos podem ficar longe do alcance de mísseis anti-carro que pudessem ser disparados de terra.
O ataque de terra com artilharia convencional, como sabemos não é eficaz, porque o navio pode-se mover enquanto dispara, o que obrigaria a uma constante alteração das soluções de tiro, tornando impossível disparar mais que um ou outro tiro e mesmo assim ter uma probabilidade ínfima de acertar no navio.
Enfim…
opiniões
Cumprimentos