Duka escreveu: ↑Seg Fev 07, 2022 6:38 pm
Rapaz, eles estão simplesmente na vanguarda e liderando a corrida pro e-vtol.
VANT militar tem dezenas de modelos, vários super consolidados.
A Embraer é o que é porque evita ficar colocando dinheiro em nichos que já estão saturados.
Em tempos de paz, não faz sentido querer abraçar o mundo. Se um dia for necessário, acredito que em meses sai uma duzia de modelos...
PS.: sei que a Embraer está metida naquele vant conceitual da FAB, e acredito que ela viu um nicho naquilo (meu palpite é que será um "loyal wing man de pobre" (sem demérito nessa afirmação, importante é ganhar dinheiro)).
O mercado interno para VANT de todas as categorias é bem grande, dado nosso atraso em relação a sua adoção nos diversos setores onde o uso deles pode ser obtido.
Por outro lado, a inconstância, e as limitações, das aquisições militares no Brasil denota que o investimento nesta área, também é dos mais complicados e onerosos.
Tanto que a Avibrás congelou o Falcão a espera de uma decisão do EB sobre a organização da artilharia de campanha e das Bia de observação, dentre outras funções nas mais diversas OM aplicáveis.
A Hárpia não resistiu à realidade pueril da nossa economia e foi todo mundo cuidar da própria vida. E assim vamos.
No caso das poucas empresas que temos hoje desenvolvendo VANT nacionais todas estão por conta e risco, a não ser a Avionics Services S.A que é na prática uma subsidiária israelense da IAI que pretende fabricar uma versão 'nacional' do Heron I, com o sugestivo nome de Caçador. Mas essa história também já faz tempo, pois o modelo foi lançado em 2016 e até hoje nada. Mas a FAB andou comprando Hermes 900 recentemente.
O exemplo do Atobá da Stella Tecnologia é bem lúcido e claro quanto aos perigos de se investir em uma área onde as vendas sequer podem ter lastro, vide as dificuldades pelas quais as forças passam anualmente no quesito modernização. Mas de toda forma, isso também é, a meu ver, uma questão de decisão, já que teoricamente a nossa legislação e política de defesa mandam investir na BID sempre que for possível. E isso obviamente tem um (alto)custo, que via de regra os militares não querem pagar.
Como já disse em outros tópicos, o Atobá, novamente, por exemplo, segundo o dono da empresa pode ser vendido a US 9 milhões 3 unidades mais o C2, em um pacote simples e funcional. Um custo muito menor, segundo ele, que os concorrentes propostos do mesmo nível aqui no Brasil. Seria muito simples arrumar estes 9 milhões e colocar um sistema que fosse por ano para a empresa trabalhar, ter o seu retorno financeiro e continuar a trabalhar e seguir desenvolvendo novas soluções. Mas aparentemente ninguém no MD e nas ffaa's quis pagar para ver.
Do mesmo jeito outras empresas brasileiras estão tentando desenvolver novas soluções e produtos em VANT que não necessariamente foram pedidos pelas ffaa's, mas sabidamente fazem parte da lista de desejos de meios e recursos que elas adorariam ver em seus paióis. Mas via de regra não tem dinheiro para pagar por eles.
Então ficamos neste círculo vicioso de não ter, querer, e não poder. Mas quando querem, o dinheiro, os produtos, e as compras aparecem rapidinho.
Como disse, é uma questão de decisão. Se decidimos não pagar para desenvolver nossa indústria, e deixá-las à própria sorte, e competência, então podemos dizer adeus a qualquer possibilidade de virmos a ter um dia uma BID realmente que faça a diferença para nós. É sempre mais fácil, e mais simples, optar pelas soluções importadas, não raras vezes caras, mas "seguras".
Arque-se com as consequências dessa opção.