Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça
Enviado: Sex Dez 04, 2020 7:21 pm
Desmatamento: as imagens de satélite que apontam ligação entre grandes frigoríficos e derrubada de florestas na Amazônia
3 dezembro 2020
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55177000
Em meio a recordes de queimadas na Amazônia, as três maiores empresas do setor de carne bovina do Brasil — JBS, Marfrig e Minerva — compraram gado de 379 fazendas que desmataram ilegalmente na região amazônica, aponta um extenso levantamento da organização internacional Global Witness.
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3 dezembro 2020
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55177000
Em meio a recordes de queimadas na Amazônia, as três maiores empresas do setor de carne bovina do Brasil — JBS, Marfrig e Minerva — compraram gado de 379 fazendas que desmataram ilegalmente na região amazônica, aponta um extenso levantamento da organização internacional Global Witness.
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(...)Como a ONG fundamenta suas acusações?
Os especialistas da Global Witness se debruçaram sobre todas as guias de trânsito animal da JBS no Pará dos últimos três anos. Esses documentos, disponíveis no site da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), servem para o governo federal rastrear todo a trajetória do gado, do nascimento ao abate de cada animal.
Com os dados de origem de todo o gado comprado pela JBS, a ONG então cruzou as áreas das fazendas fornecedoras com imagens dos satélites Landsat e Sentinel analisadas em parceria pela ONG brasileira Imazon, que para monitora o desmatamento na região amazônica.
Fazenda em São Félix do Xingu, no Pará, acusada de desmate ilegal em 2017
O passo seguinte foi identificar quais dessas áreas foram desmatadas com autorização legal ou não. No Brasil, para se desmatar nessa região é preciso, por exemplo, de uma autorização de supressão de vegetação, que segue o Código Florestal Brasileiro.
Depois desses cruzamentos, os especialistas da Global Witness e da Imazon apontaram que a JB comprou gado em 2017 de 177 fazendas com áreas desmatadas ilegalmente, de 231 em 2018 e 204 em 2019.
Imagens de satélite mostram claramente a extensão do desmatamento ao longo do tempo. Grandes áreas de floresta são desmatadas até 2004, quando ocorre uma redução significativa após uma série de políticas e medidas de repressão à pecuária ilegal. Mas, a partir de 2012, o desmatamento voltou a acelerar, à medida que governos sucessivos priorizaram os interesses dos agricultores em detrimento da conservação.
"Os fazendeiros derrubam a floresta e queimam o material seco e assim limpam o solo para plantar capim para o gado. Cerca de 80% da área desmatada é usada para pastos e a tendência tem sido de aumento do desmatamento", afirmou Paulo Barreto, pesquisador do Imazon, à BBC.