Escola da ferrovia abre portas no próximo ano letivo
Portugal vai ter uma escola dedicada à ferrovia no próximo ano letivo. A partir de setembro, começa o primeiro curso profissional de eletromecânica.
A primeira turma terá entre 15 e 30 alunos, naquele que é o ponto mais importante do novo centro de competências para esta área (CCF), que estará sediado em Guifões, Matosinhos. Os estatutos do CCF serão assinados na quinta-feira, 13 de maio.
Além da escola, o centro vai estar focado noutras duas áreas: certificação de componentes e de material circulante e parcerias entre empresas e startups nesta área. A Universidade do Porto tem o papel principal no projeto, através das faculdades de Engenharia, Economia e Direito.
O centro de competências quer impulsionar um cluster de 77 empresas da ferrovia e ligá-las às transportadoras. O CCF irá receber um investimento de 12 milhões de euros para ser aplicado ao longo dos próximos cinco anos.
"Queremos criar um ecossistema ferroviário em Guifões", disse ao JN/Dinheiro Vivo o futuro presidente-executivo do centro. Luís Andrade Ferreira nota que, antes de se instalar uma fábrica de comboios em Portugal, é preciso "criar um ambiente propício ao desenvolvimento", com centenas de pessoas qualificadas. O que não tem acontecido, apontou, devido ao passado de "desinvestimento na ferrovia". O primeiro curso que arrancar em setembro dará equivalência ao 12.º ano. Com a duração de dois anos e meio, já foi aprovado pela Agência Nacional para as Qualificações. O Instituto de Emprego e Formação Profissional vai apoiar a iniciativa, ao ceder parte das instalações no Porto durante o primeiro ano, enquanto as salas de Guifões não estiverem recuperadas.
Em princípio, poderemos garantir emprego para todos os alunos, dada a necessidade de recuperar e construir comboios e a existência de um quadro de pessoal com uma certa idade e que terá de ser reformado", assinala o professor. O curso vai incluir formação em ambiente de trabalho e preparar os estudantes para se juntarem a empresas como a CP, Infraestruturas de Portugal, Metro de Lisboa e Via Porto/Metro do Porto.
A médio prazo, esta formação poderá ser ministrada na Zona Centro e na Grande Lisboa, devido à proximidade de empresas ferroviárias. Após o curso, os alunos poderão especializar-se no ensino politécnico ou licenciarem-se no sistema público. Ainda em estudo está a criação de um mestrado em engenharia ferroviária, que poderá incluir formação no estrangeiro.
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