Com certeza teríamos muito a ganhar com uma torre nacional. Mas no momento o maior problema está sendo nos sistemas do chassis: motor, transmissão e sistemas elétricos e hidráulicos
Quando se pensa num novo tanque, e em novos sistemas de armas e ainda mais quando se fala em «upgrade», a primeira coisa que se deve considerar, é o valor militar do equipamento após a modificação.
De pouco serviria efectuar modificações noutros sistemas, quando o poder de fogo e «qualidade» de fogo não se alteram.
Logo, como em outros casos, a primeira coisa a fazer é estudar uma nova arma principal.
Existindo já uma torre, desenhada para o Osório, armada com um canhão de 120mm, esse parece ser o caminho mais lógico.
Ainda mais lógico quando o Canadá considerava fazer a mesma coisa com o Leopard C-7 (se não me engano no nome). O Brasil tem no entanto quantidades maiores a modernizar, para justificar as alterações.
Qualquer estudo de viabilidade, teria naturalmente que passar pela «nacionalização» de vários sistemas. Eu também não sei se o anel da torre do Leopard-1, poderia aceitar uma nova torre, mas se já foram feitos estudos para isso no Canadá, então quer dizer que o carro tem estrutura suficiente para «aguentar» uma torre com uma arma daquele calibre.
helio escreveu:Desculpe mas não vejo isto como uma solução. Seria a mesma coisa que fazer um overhauling num Opala. Fica aparentemente mais moderno, pode até ter o seu nome alterado para "Super Opala" mas continua sendo um reles Opala.
Para começar, o Opala brasileiro, ainda andava nas estradas quando o Opel Rekord original já tinha saído de linha há bastantes anos. No entanto, era um dos carros mais luxuosos do país.
Há que pensar que praticamente toda a industria militar brasileira partiu exactamente daí: Opala recauchutado.
O Cascavel, é um derivado do M-8 da II guerra mundial e a sua estrutura e Chassis foram aproveitados para o Urutu.
O projecto do Tamoyo, é resultado da modernização do M-41. A torre que o Cascavel utiliza, é resultado dos estudos feitos para uma nova torre numa versão modernizada do tanque M-3 da II guerra mundial.
Os veículos brasileiros de maior sucesso, são o resultado de uma política de aprimoramento e modernização de equipamentos mais antigos e muitos países fazem a mesma coisa.
Os tanques T-90, são derivados do T-72, que por sua vez deriva do T-54, que por sua vez deriva do T-34, que por sua vez deriva do BT-5 e que por sua vez encontra as suas origens no tanque Christie dos anos 30.
Se ainda houver possibilidade de aproveitar alguma coisa do Osório, provavelmente o que mais valeria a pena aproveitar seria o estudo de uma torre, que permitisse colocar uma peça principal de 120mm, embora a blindagem ateral do Osório tivesse que ser melhorada, nomeadamente com alterações no perfil. Exagerando um pouco quase poderíamos dizer que a torre do Osório, hoje, seria manteiga para munições mais modernas.
Mas a possibilidade existe, e seria sem dúvida menos onerosa que o projecto de aquisição de novos veículos blindados, além de ter a vantagem de criar escola, que no caso do Osório está praticamente, senão totalmente perdida.
O problema nos Leo não está na torre que por sinal é excelente, mas na cadeia logistica principalmente de sua parte mecanica e eletronica.
Eu não disse que o problema do Leopard-1 é a torre, eu apenas apontei a torre do Osório, como a melhor forma de reactivar a construção de veículos de combate no Brasil, partindo de uma base simples, e tendo como objectivo desenvolver um veículo com maior poder de fogo.
A torre do Leopard-1, é uma torre inadequada, como a do Osório, para as ameaças actuais.
Quanto a carros de combate com maior poder de fogo, esperemos para ver o que a Venezuela terá para apresentar dentro de algum tempo.
Aguardemos notícias da visita de Chavez a Moscovo.
Cumprimentos