Helicóptero: pouso forçado na Marginal

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Helicóptero: pouso forçado na Marginal

#1 Mensagem por VICTOR » Sáb Nov 12, 2005 2:46 pm

Quem já leu algo sobre pilotagem de helicópteros deve ter achado isso interessante. O piloto notou que a correia quebrou e aplicou a "auto-rotação", que é o equivalente a "planar" o helicóptero.

Demorei para entender como isso funciona ano passado, mas depois fica fácil.

Segundo ele, mais poucos segundos e ele cairia como uma geladeira.

Um instrutor do Campo de Marte disse que tudo terminou bem graças ao ótimo treinamento, onde os caras "passam metade do tempo aprendendo a voar e metade aprendendo a cair" hauhuauha... :mrgreen:




Carlos Eduardo

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#2 Mensagem por VICTOR » Sáb Nov 12, 2005 2:47 pm

PERIGO NO AR

Após falha mecânica, aeronave atingiu três carros e bloqueou o trânsito em uma das principais vias de São Paulo

Helicóptero faz pouso forçado na marginal

Ayrton Vignola/Folha Imagem
Carcaça do helicóptero destruído embaixo da ponte Eusébio Matoso após piloto fazer um pouso forçado por causa de uma pane mecânica


DA REPORTAGEM LOCAL
E COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O namorado da analista de sistemas Cláudia Nishi, 33, nunca vai se esquecer do telefonema que recebeu às 8h30 de ontem. Voz trêmula, ela disparou: "Amor, eu estou bem, mas um helicóptero caiu em cima do meu carro agorinha mesmo".
Seu Astra foi um dos três veículos atingidos pela aeronave Robinson 22, prefixo PT-YCZ, que, após uma falha mecânica, teve de fazer um pouso forçado no meio da pista expressa da marginal Pinheiros, uma das vias mais movimentadas da cidade de São Paulo.
"Pelo barulhão, achei que havia algum helicóptero voando bem perto de mim. Mas nunca pensei que estivesse caindo", disse Cláudia, que teve o vidro e a lataria do teto do carro danificados.
O helicóptero levava duas pessoas, que sofreram apenas arranhões leves: o piloto, Leonardo Rebuffo, 28, e o jornalista Geraldo Nunes, 47, repórter-aéreo da rádio Eldorado, especializado na cobertura do trânsito da cidade. Ontem, ele foi o protagonista do congestionamento.
O acidente ocorreu junto à ponte Eusébio Matoso, em Pinheiros (na zona oeste da capital paulista), e provocou um pico de lentidão de 107 km às 9h30, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Por causa da pista obstruída por quatro horas, o índice de trânsito foi mais do que o dobro da média normal diária em determinados horários.
Segundo o piloto Rebuffo, a aeronave sofreu uma pane no sistema de transmissão por volta das 8h15, quando estava a cerca de 150 metros de altura. Ele ainda tentou controlar o helicóptero, mas logo percebeu que teria de pousar rapidamente. Rebuffo tinha três alternativas: descer no rio, junto à linha dos trens metropolitanos ou na pista da marginal. Optou pela última por exclusão.
Sabia que, se tentasse pousar na linha de trem, poderia colidir com fios de alta-tensão. Se optasse pelo rio, Geraldo Nunes correria riscos -ele anda com dificuldade, com auxílio de uma bota ortopédica.
Quando decidiu pousar na marginal, teve apenas cinco segundos para descer. Na manobra, três carros foram atingidos.
O primeiro foi o Astra de Cláudia Nishi. Depois, a aeronave colidiu com o Versailles da fisioterapeuta Luciana Ruas Cardoso, de 26 anos, que estava a caminho da casa de um cliente.

"Foi incrível!"
"Senti uma pancada na frente do carro. Um segundo depois percebi que a hélice de um helicóptero tinha atingido minha roda esquerda. Foi incrível!"
O impacto dessa segunda colisão empurrou a aeronave por dez metros para debaixo da ponte Eusébio Matoso. Segundos depois, o terceiro carro tocou na carcaça -era o Gol do professor de matemática Célio Assunção, 30.
"Achei que cairia nos fios de alta-tensão. Mas não. A nave deu uma inclinação de uns 30C, levantou o bico e desceu exatamente sobre minha porta", diz Célio.
Cláudia, Luciana e Célio acharam que, após a queda, o helicóptero fosse explodir. As duas, em choque e com muito medo, se afastaram correndo do local.
Preocupado com a fumaça branca que rapidamente se espalhou, Célio pegou o extintor de incêndio de seu carro e direcionou o jato de espuma para a nave, que ocupava duas das três faixas da pista expressa da marginal.
O piloto saiu sozinho da aeronave. O jornalista foi socorrido por motoristas. "Durante a queda pensei em Deus, na minha família e na minha esposa. Só estou vivo porque o piloto fez uma manobra excepcional", disse Nunes.

Desculpas
O resgate dos bombeiros chegou ao local minutos após o acidente. Muito nervosos, a fisioterapeuta Luciana e o piloto foram levados para atendimento em uma ambulância. "Assim que ele me viu, pediu um milhão de desculpas", afirmou Luciana.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) abriu uma investigação para apurar as causas do acidente. Em uma primeira avaliação, técnicos do órgão apontaram um defeito no sistema de transmissão da aeronave como a origem do problema. O relatório final ficará pronto em 90 dias.




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#3 Mensagem por VICTOR » Sáb Nov 12, 2005 2:48 pm

"Se demorasse, cairia como geladeira"

DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco segundos foi o tempo que o piloto Leonardo Rebuffo, 28, diz ter tido para fazer a manobra do pouso forçado. Cerca de três horas depois do acidente, com ar aliviado, comentava o receio que teve de não conseguir controlar a rotação do helicóptero após o estouro das correias de transmissão, responsáveis por passar a força do motor para os rotores da hélice e da cauda.

"Na hora veio na minha cabeça meu treinamento e a reação instantânea de executar a manobra para o pouso forçado. Se demorasse mais alguns segundos perderia rotação, as pás fechariam e eu cairia igual a uma geladeira", disse o piloto Rebuffo, que a todo instante era cumprimentado por colegas no Campo de Marte.

Com três anos de trabalho na empresa CCA Aero Táxi e 800 horas de vôo, Rebuffo, que até então só havia treinado o pouso forçado na escola de pilotagem, disse que não pensou em morte. "Das 100 horas de treinamento, passamos 90 fazendo a auto-rotação [controle da velocidade e da rotação para o pouso forçado]."

Aliviado por não ter causado ferimento no colega de vôo, o jornalista Geraldo Nunes, Rebuffo narrava o pouso "cinematográfico", como descreviam os colegas.

"Falei com o controle que estava retornando ao Campo de Marte, mas no meio no caminho estourou de vez e tive de pousar. Tinha o rio, a linha férrea com fios de alta tensão e a pista da marginal. Decidi pousar na pista, olhei um espaço entre os carros e vi a ponte Eusébio Matoso na minha cara. Não tinha força no motor para passar por cima da ponte e decidi pousar escorregando por baixo."

Para voltar a voar, Rebuffo fará avaliação física e psicológica no Hospital da Aeronáutica. O helicóptero foi inspecionado em 28 de outubro em oficina autorizada do DAC (Departamento de Aviação Civil). Tinha 153 horas de vôo, após ter completado a primeira vida útil (2.200 horas/vôo), quando a parte mecânica é trocada.




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#4 Mensagem por VICTOR » Sáb Nov 12, 2005 2:49 pm

Pouso foi correto, diz associação

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O pouso embaixo do viaduto Eusébio Matoso, em plena marginal Pinheiros, foi a melhor escolha dentre as opções que o piloto do Robinson 22, Leonardo Rebuffo, tinha. A avaliação é do presidente da Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros), Carlos Artoni.
Ele disse que a aterrissagem no rio Pinheiros teria impacto menor, mas colocaria em risco a vida do repórter Geraldo Nunes, portador de deficiência física.
Outra possibilidade era passar por cima do viaduto para pousar de forma menos abrupta. Artoni afirmou, no entanto, que isso não era factível por causa da baixa altura em que o helicóptero voava.
Segundo o presidente da Abraphe, os procedimentos a serem adotados em caso de pane no motor são ensinados aos aprendizes na última etapa do treinamento para pilotagem.

Nessa fase, eles executam a auto-rotação, manobra que mantém o rotor -equivalente à hélice do avião- em movimento, mesmo sem a propulsão do motor.




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#5 Mensagem por Bolovo » Sáb Nov 12, 2005 3:01 pm

Meu pai chegou de São Paulo duas horas atrasado por causa disso! :lol:

Isso me afetou diretamente, olha só huauhahuauha :lol:




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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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#6 Mensagem por rodrigo » Sáb Nov 12, 2005 6:50 pm

Deviam ter explicado sobre auto-rotação para o Ulysses Guimarães e o Rolim da TAM.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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#7 Mensagem por Cmdt :Tomy Frankys » Dom Nov 13, 2005 1:06 am

Putzzzzz Eu passei do lado do Heli!!!! Estava indo para o Trampo eo R22 ainda estava lá jogado no chão! deu uma pena!! todo destruido!!! Ainda bem que o ninguem se machucou!!!


Abraço até mais




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