Lisboa pode ter três aeroportos
2005/09/27 | 18:30 || Marta Sofia Ferreira
PDiário: Novo aeroporto para companhias de baixo custo gera polémica no Governo. Secretário de Estado do Turismo e ministro das Obras Públicas não se entendem. PSD fala em «loucura»: além da Portela, e de uma nova estrutura para aviação "low-cost", Ota mantém-se
O anúncio da hipótese da construção de um novo aeroporto em Lisboa, desta feita destinado às companhias de baixos custos, parece ter vindo causar discórdia entre o Governo.
Se por um lado o secretário de Estado do Turismo garante que o projecto está em andamento e que em Novembro já avançará com a localização exacta, já o seu colega de Executivo, o ministro das Obras Públicas, admite que o projecto «está em estudo», mas nega que seja uma certeza a construção do aeroporto, e muito menos confirmar qualquer a data para o anúncio da localização do mesmo.
O Ministério das Obras Públicas garante ainda que este novo aeroporto não inviabiliza o projecto da Ota. «Uma coisa não tem nada a ver com a outra», diz ao PortugalDiário fonte do ministério, acrescentando que «uma coisa é dizer que há hipótese de construir um novo aeroporto, outra coisa é ser mesmo construído», o que mostra que as pastas do Turismo e das Obras Públicas não estão em sintonia.
Oposição e peritos também estão em desacordo com o ministério. Contrariando a posição das Obras Públicas, os peritos contactados pelo PortugalDiário consideram que um novo aeroporto, mesmo que essencialmente às companhias "low-cost", vem inviabilizar a Ota.
«Com companhias de "low-cost" mais perto de Lisboa e o aeroporto na Ota o mercado da aviação ficaria distorcido», diz ao PortugalDiário o comandante Silveira Pinto, representante do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.
«O Sindicato é contra a criação de um aeroporto exclusivamente para companhias de baixo custo. No entanto, se esta estrutura fosse aberta a todas as companhias seria uma boa alternativa à Ota, uma vez que resolveria os problemas do aeroporto da Portela no que diz respeito a excesso de tráfego», explica o representante dos pilotos.
«Não defendemos a Ota como o novo aeroporto». «Antevemos uma grande confusão» caso os intentos do ministério forem concretizados. «As companhias recusar-se-iam a aterrar na Ota. Ficará mais barato aterrar em Lisboa e num aeroporto destinado às companhias "low-cost"».
A alinhar pelo mesmo diapasão está o presidente da comissão parlamentar de Obras Públicas: «A construção deste aeroporto inviabiliza claramente a OTA e por isso é defendido por todos os que estão contra a OTA».
Miguel Relvas diz ao PortugalDiário que caso a construção de um novo aeroporto não choque com as intenções de construir outro aeroporto na OTA, Lisboa ficaria com três aeroportos. «Uma loucura», garante o deputado do PSD. «Tenho a esperança que o tempo trará bom senso ao Governo».
Já Francisco Louçã defende que a vinda a público da hipótese da construção de um novo aeroporto em Lisboa é «uma manobra do Governo». O dirigente bloquista acredita que «estas declarações permitem aos candidatos do PS em Sintra e no Montijo, em plena campanha autárquica, dizer "o aeroporto vem para aqui"». Ao PortugalDiário, o candidato presidencial acrescenta ainda que as declarações do secretário de Estado do Turismo e as do ministro das Obras Públicas são «desencontradas».
Lisboa pode ter três aeroportos!!!!
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do Portugal Diário
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Istro é um pergunta de ignorante:
No actual aeroporto não se podetia construir uma pista paralela à actual (ainda que isso implicasse expropriações) para que uma servisse para descolagens e outra para aterragens, e acabar com a parte militar do Figo Maduro para ampliar a parte de operação comercial do aeroporto?
Sei que pode parecer revolucionário.
Mas é seguramente mais barato que o faraónico projecto de um super-aeroporto a 50 km. da capital, e a esta palhaçada de aproveitar bases militares par aa operação de voos comerciais.
No actual aeroporto não se podetia construir uma pista paralela à actual (ainda que isso implicasse expropriações) para que uma servisse para descolagens e outra para aterragens, e acabar com a parte militar do Figo Maduro para ampliar a parte de operação comercial do aeroporto?
Sei que pode parecer revolucionário.
Mas é seguramente mais barato que o faraónico projecto de um super-aeroporto a 50 km. da capital, e a esta palhaçada de aproveitar bases militares par aa operação de voos comerciais.

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Rui
O aeroporto da Portela tem duas pistas paralelas. O que eu tenho ouvido dizer, é que se poderia fechar uma das pistas e utilizá-la para estacionamento, aumentando assim a capacidade do aeroporto, juntamente com o encerramento do Figo Maduro e a sua transferência para uma base militar, Montijo por exemplo ou a Ota. Por outro lado, poderiam aproveitar-se as instalações de Alverca e fazer aí o aeroporto para as low cost. Já vários técnicos têm proposto esta alternativa à construção da Ota.
O aeroporto da Portela tem duas pistas paralelas. O que eu tenho ouvido dizer, é que se poderia fechar uma das pistas e utilizá-la para estacionamento, aumentando assim a capacidade do aeroporto, juntamente com o encerramento do Figo Maduro e a sua transferência para uma base militar, Montijo por exemplo ou a Ota. Por outro lado, poderiam aproveitar-se as instalações de Alverca e fazer aí o aeroporto para as low cost. Já vários técnicos têm proposto esta alternativa à construção da Ota.
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Atendendo á localização geográfica e á rapidez de acesso a Lisboa pela ponte VdG, acho que a BA 6 do Montijo bem podia ser "remodelada" de modo a operar os voos Charter, convertendo-se num "Aeroporto de Lisboa 2", á semelhança de Paris com Orly Sud e Orly Ouest.
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JLRC escreveu:O aeroporto da Portela tem duas pistas paralelas. O que eu tenho ouvido dizer, é que se poderia fechar uma das pistas e utilizá-la para estacionamento, aumentando assim a capacidade do aeroporto,
A portela não tem duas pistas paralelas. Tem a pista 03/21 e a 36/18.
As pistas cruzam-se.
A pista 03/21, que é a maior, é a que tem ILS (Instrument Landing System) a outra, mais pequena, é apenas utilizada em dias sem nuvens por pilotos da TAP e da PGA (não sei se da Air Luxor) que já estão habituados aos procedimentos.
Mas confirmo que acabando com a pista 36/18, que às vezes até tem servido de estacionamento, dado ser tão pouco utilizada, permitiria a construção de um terminal-3 para abiões de grande porte (evitando o que acontece hoje, em que quem vai para o Brasil, ou para Angola vai de autocarro até ao avião).
Figo Maduro, é outro anacronismo. Um absurdo sem sentido, que rouba à Portela o seu Terminal-2.
Do lado poente, há um pequeno bairro e instalações da PSP, onde está um parque de veículos roubados. Esses terrenos, podem ser utilizados para terminal de carga, ficando Lisboa com um terminal de carga de 3 a 6 vezes maior que o actual.
Como se isso não chegasse, a pista de Alverca, essa sim, é quase paralela em termos de direccionamento à pista principal do Aeroporto da Portela.
A Portela tem capacidade para muito mais trafego que o actual. A possibilidade de desviar as Low-Cost para Alverca, aumenta ainda mais a capacidade conjunta Portela+Alverca.
Alverca, tem neste momento uma estação de comboio construida a menos de 1000 metros da pista e ligação para as estações da Gare do Oriente e Santa Apolónia.
= = =
P44 ->
Acho que se estava a referir a Paris-Orly e Paris Charles Degaulle
É que os Orly, não estão de facto separados, são apenas terminais que funcionam independentemente, mas que partilham a mesma pista.
Cumprimentos
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A portela não tem duas pistas paralelas. Tem a pista 03/21 e a 36/18.
As pistas cruzam-se.
O PT tem razão, JLRC:
As pistas cruzam-se e a mais pequena é a que está no enfiamento do bairro de S. João de Brito, enquanto a maior está no enfiamento do Campo Grande.
Para mim não faz sentido o Figo Maduro, já que bem perto há 2 bases aéreas militares.
E a parte ocidental poderia ser aproveitada para terminal de mercadorias como o sugerido pelo PT.
Acho que com as pistas paralelas e uma pista (a actual mais pequena) exclusivamente para estacionamento, sendo que uma pista serviria exclusivamete para aterragens e outra para descolagens, se duplicaria a capacidade de movimentos, e sobraria espaço nas imediações do Figo Maduro para um terminal de operação comercial para aviões de maior porte (para viagens de longo curso).
Talvez esta obra servisse para evitar para já a utilização de Alverca.
Julgo que sairia bem mais barato que a OTA, e não prejudicaria o actual aeroporto de Pedras Rubras.

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Rui Elias escreveu:Acho que com as pistas paralelas e uma pista (a actual mais pequena) exclusivamente para estacionamento, sendo que uma pista serviria exclusivamete para aterragens e outra para descolagens, se duplicaria a capacidade de movimentos
Negativo
Não cabem duas pistas paralelas na Portela. Para as pistas paralelas funcionarem simultaneamente devem ter uma separação muito grande entre elas - caso contrário, cada uma só pode ser utilizada à vez, conforme as regras de segurança internacionais exigem.
Uma nova pista não corresponderia nunca a uma duplicação da capacidade. Haveria algum aumento, apenas porque se poderia utilizar uma para descolagens e a outra para aterragens. Mas isso não implica duplicação e provavelmente um aumento de capacidade de uns 10 ou 15%.
O problema principal na Portela, são os parqueamentos e a gestão de movimento de aviões em terra.
Gatwick teve apenas uma pista até aos 50 milhões de passageiros/ano. A Portela ainda não chegou a 15 milhões.
Cumprimentos
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pt escreveu:
A portela não tem duas pistas paralelas. Tem a pista 03/21 e a 36/18.
As pistas cruzam-se.
Correcto pt, eu é que me enganei, no entanto tudo o resto que escrevi está correcto. Com o aproveitamento da pista 36/18 para estacionamento e para um novo terminal, com a eleminação do Figo Maduro e como você sugeriu, aproveitando os terrenos a poente, a Portela poderia ter 3 terminais de passageiros e 1 de carga. Se juntarmos a isto, o aproveitamento da pista de Alverca, que está no enfiamento da Portela, para as Low Cost, ficariamos bem servidos durante muitos mais anos e poupariamos as centenas de milhões de euros que iremos gastar com a Ota, que irá ficar a cerca de 45/50 km de Lisboa.
Esta é apenas a minha opinião, pelos vistos o governo considera estas opções erradas. Ou estarão os lobyes das construtoras a trabalhar por fora?
- Rui Elias Maltez
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Há duas coisas que eu ainda não compreendi:
1 - Para as chamadas companhias Low Coast, porque não ampliar e melhorar a operacionalidade do aerodromo de Tires, que já é civil, e deixar os pistas militares em paz, pelo menos para já?
2 - Relativamente à Portela, concordo que não faz sentido manter lá uma "base ilitar" já que se por vezes pode dar jeito que aviões militares lá operem o que nem é líquido dada a proximidade do Montijo, e até de Sintra, porque um C-130 não poderá aterrar na "civil" Portela?
Ou porque um avião fretado da Air Luxor ou de outra companhia não poderá para transporte de tropas, decolar a partir do Montijo ou de Beja?
1 - Para as chamadas companhias Low Coast, porque não ampliar e melhorar a operacionalidade do aerodromo de Tires, que já é civil, e deixar os pistas militares em paz, pelo menos para já?
2 - Relativamente à Portela, concordo que não faz sentido manter lá uma "base ilitar" já que se por vezes pode dar jeito que aviões militares lá operem o que nem é líquido dada a proximidade do Montijo, e até de Sintra, porque um C-130 não poderá aterrar na "civil" Portela?
Ou porque um avião fretado da Air Luxor ou de outra companhia não poderá para transporte de tropas, decolar a partir do Montijo ou de Beja?

- E Tires, o que me dizem dos investimentos que foram lá realizados

Recentemente a ideia de prolongar a pista para 1500m foi cancelada, eu compreendo os argumentos invocados pelo PdC, de facto a malha urbana está fechada.
Seria necessário deitar muita habitação abaixo, e teria de se levar a cabo indemnizações, e será que o custo/benefício justificaria


Em todo o caso o PR já lá aterrou num F-100 da PGA

O tempo acende as paixões verdadeiras e apaga as superficiais.
- Na Portela as pistas 18 e 36 já não existem, existiam de facto na fatídica noite de 4/12/80, depois sofreram uma rotação. Agora existe um strip asfáltico de 2400x45 m paralelo ao de Tires, tem o QFU 17/35:

De resto tudo o que o pt escreveu, e o JLRC confirmou está correctíssimo

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