Iraque - Noticias de Guerra
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- VICTOR
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1. Último cartucho porque os EUA acham que é Saddam que mantinha os guerrilheiros em atividade, achando que pegando Saddam a guerrilha acaba (já que praticamente tudo que podia ser feito, exceto pegar Saddam, estavda sendo feito).
2. Saddam era secular, anti-fundamentalista. A guerrilha é heterogênea, formada por fundamentalistas que foram para lá para enfrentar os EUA e por partidários do antigo regime secular. A captura de Saddam deve reduzir a atividade desse segundo grupo, automaticamente "aumentando a fração" do outro lado. Fração = parte, subdivisão, porcentagem, e não números absolutos.
Não vi ninguém dizer que os EUA iam sair de lá.
2. Saddam era secular, anti-fundamentalista. A guerrilha é heterogênea, formada por fundamentalistas que foram para lá para enfrentar os EUA e por partidários do antigo regime secular. A captura de Saddam deve reduzir a atividade desse segundo grupo, automaticamente "aumentando a fração" do outro lado. Fração = parte, subdivisão, porcentagem, e não números absolutos.
Não vi ninguém dizer que os EUA iam sair de lá.
Só kero saber como isso: , poderia se quer dentro de um buraco de 2 metros de profundidade.. organizar ataques contra os invasores por todo o Iraque... PIADA.... pegar Sadam ou não tanto faz como tanto fez, já que na minha opinião ele não ajudou em nada na resistencia... sei lá... se bobiar talvez melhore a situação lá... mas acho dificil.. eu torço para que melhore viu.. aquele povo sofreu muito já.... e infelizmente agora virarão pets dos EUA c eles não darem um chega pra lá neles.... mais eles são a ração que todos os caes famintos do mundo querem comer um pouco..... dá dó viu.... tipow mesmo sabendo quão mal que ele foi e tal.. me deu dó da situação que ele se encontrava haha... e me deu raiva em ver tdos parabenizando o Bush ... é parabenizar um ditador pela captura de outro ditador mas que porem o pais do captor que ajudou o capturado a se fortalecer.. puta confusão esse planeta viu hahaaha
- Super Flanker
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...
Eu acho muito dificil a situação no Iraque mlhorar, acho que agora é que vai explodir a coisa la, aquilo vai ferver com as tropas leais a Saddan.
Esses ataques logo, logo vão acabar, mais enquanto isso, vai ferver o negoio la. É o que eu acho.
FLows.
Esses ataques logo, logo vão acabar, mais enquanto isso, vai ferver o negoio la. É o que eu acho.
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"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem." Schopenhauer
- Super Flanker
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...
Eles ja pegaram saliva do Saddan pra fazer exame de DNA.
Flows.
Flows.
"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem." Schopenhauer
Re: ...
Super Flanker escreveu:Eles ja pegaram saliva do Saddan pra fazer exame de DNA.
Flows.
Dai eles combinam ca do Filho morto .. isso se eles tiverem guardado o corpo.... mas eu achei estranho... um exame de DNA durar 1 dia .... qto tempo demora isso?? lembrando q eles estão no meio do Iraque.. não deveria demorar mais??? talvez eles nem tenham capturado ele ontem...
- VICTOR
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O fato de Saddam não ter se matado vai ser péssimo no lado da política interna dos EUA.
Se ele tivesse morrido, a notícia teria um prazo de validade pré-determinado. Já com a prisão dele vivo, vai ser possível à direita norte-americana ficar capitalizando isso durante meses, trazendo isso até o mais próximo possível da eleição.
Vai ser um prato cheio para a mídia pré-fascista (p.ex. FoxNews), que vai poder tocar suas músicas heróicas durante meses a fio.
Se ele tivesse morrido, a notícia teria um prazo de validade pré-determinado. Já com a prisão dele vivo, vai ser possível à direita norte-americana ficar capitalizando isso durante meses, trazendo isso até o mais próximo possível da eleição.
Vai ser um prato cheio para a mídia pré-fascista (p.ex. FoxNews), que vai poder tocar suas músicas heróicas durante meses a fio.
- Spetznaz
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Victor.
Sou completamente contrário a sua suposiçao.
O Saddan encontrado vivo é otimo para os EUA, simplesmente por Sddan nao ser um martir. Agora ele é um simples preso qq, como o Noriega. Isso facilita muito as coisas para os EUA, mostrando sua superioridade perante o povo iraquiano e nao convivendo para o resto da vida com o fantasma de um martir.
Quanto a política interna, nao entendi o q quis dizer. Só pq o Bush vai se reeleger isso seria ruim? E outra, o q vc quis dizer com direita americana? Se lá existe esquerda elegível, é a esquerda mais direita q a história já viu, hehehehe.
De uma certa maneira isso lavou a alma dos americanos, elevou a moral e consequentemente o prestigio de bush.
O Bush vai tirar casquinha disso para o resto da vida. O presidente q conseguiu capturar Saddan.
Vamos esperar pra ver o q acontece. A democracia não é o melhor negocio? Convivamos passivamente com isso, e eles tb.
Falow.
Sou completamente contrário a sua suposiçao.
O Saddan encontrado vivo é otimo para os EUA, simplesmente por Sddan nao ser um martir. Agora ele é um simples preso qq, como o Noriega. Isso facilita muito as coisas para os EUA, mostrando sua superioridade perante o povo iraquiano e nao convivendo para o resto da vida com o fantasma de um martir.
Quanto a política interna, nao entendi o q quis dizer. Só pq o Bush vai se reeleger isso seria ruim? E outra, o q vc quis dizer com direita americana? Se lá existe esquerda elegível, é a esquerda mais direita q a história já viu, hehehehe.
De uma certa maneira isso lavou a alma dos americanos, elevou a moral e consequentemente o prestigio de bush.
O Bush vai tirar casquinha disso para o resto da vida. O presidente q conseguiu capturar Saddan.
Vamos esperar pra ver o q acontece. A democracia não é o melhor negocio? Convivamos passivamente com isso, e eles tb.
Falow.
"O Lenin dizia que socialismo é igual a ferro mais energia. Hoje é educação mais educação."
Cristovam Buarque
- Super Flanker
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Re: ...
Spetsnaz escreveu:Super Flanker escreveu:Eles ja pegaram saliva do Saddan pra fazer exame de DNA.
Flows.
talvez eles nem tenham capturado ele ontem...
Concordo, eu acho mto possivel de os americanos terem achado ele bem antes do que ontem. Acho que eles fizeram primeiro o DNA pra ter ctz. Ja penso se eles falam que ram o Saddan, toda população comemorndo, outrs contra, ai vira e fala que não era ele?
Flows.
"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem." Schopenhauer
- VICTOR
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Blz Spetz
Novidade...
Se você considerar que facilitar reeleição de Bush é bom para os EUA, sim. Se você considerar que se ele fosse pego morto, haveria mais dificuldade de manter a notícia rolando, dificultando a capitalização pelos falcões, não.
Esse é um equívoco muito comum. Os EUA são altamente polarizados entre direita e esquerda. O partido Democrata é mais desviado para causas sociais, sindicatos, minorias, pacifismo, e até mesmo protecionismo à antiga (como a nossa esquerda velha). Como se pode ver com FD Roosevelt, Kennedy, Carter, Clinton, a esquerda americana é altamente elegível sim! E a direita e a esquerda se odeiam ao extremo, talvez mais que aqui.
Relativo (bem, você disse "de certa maneira"). Não houve tanto foguetório como se esperava, até mesmo porque ficou claro que ele não comandava resistência nenhuma daquele buraco, e se o terrorismo vai diminuir ou não ainda ninguém sabe. A mídia de esquerda em geral (NYT, Guardian, este inglês mas citado como exemplo de fonte esquerdista nos EUA) tem sido bem discreta, ou até pessimista.
Vejamos o new York Times de hoje (3a.):
Não é um tom muito otimista. Vejamos o Guardian:
Mesma coisa.
Se formos olhar a mídia de direita (Fox, MSNBC), veremos um tom comemorativo e notícias (meio forçadas) de iraquianos comemorando nas ruas, e assim por diante.
abraço a todos,
Spetznaz escreveu:Victor. Sou completamente contrário a sua suposiçao.
Novidade...
O Saddan encontrado vivo é otimo para os EUA, simplesmente por Sddan nao ser um martir.
Se você considerar que facilitar reeleição de Bush é bom para os EUA, sim. Se você considerar que se ele fosse pego morto, haveria mais dificuldade de manter a notícia rolando, dificultando a capitalização pelos falcões, não.
Quanto a política interna, nao entendi o q quis dizer. Só pq o Bush vai se reeleger isso seria ruim? E outra, o q vc quis dizer com direita americana? Se lá existe esquerda elegível, é a esquerda mais direita q a história já viu, hehehehe.
Esse é um equívoco muito comum. Os EUA são altamente polarizados entre direita e esquerda. O partido Democrata é mais desviado para causas sociais, sindicatos, minorias, pacifismo, e até mesmo protecionismo à antiga (como a nossa esquerda velha). Como se pode ver com FD Roosevelt, Kennedy, Carter, Clinton, a esquerda americana é altamente elegível sim! E a direita e a esquerda se odeiam ao extremo, talvez mais que aqui.
De uma certa maneira isso lavou a alma dos americanos, elevou a moral e consequentemente o prestigio de bush.
Relativo (bem, você disse "de certa maneira"). Não houve tanto foguetório como se esperava, até mesmo porque ficou claro que ele não comandava resistência nenhuma daquele buraco, e se o terrorismo vai diminuir ou não ainda ninguém sabe. A mídia de esquerda em geral (NYT, Guardian, este inglês mas citado como exemplo de fonte esquerdista nos EUA) tem sido bem discreta, ou até pessimista.
Vejamos o new York Times de hoje (3a.):
U.S. Troops Beat Back Ambush in Central Iraq, Leaving 11 Dead
7:57 AM ET
The incident appeared to be a further sign that the insurgency has not slowed after the capture of Saddam Hussein.
Não é um tom muito otimista. Vejamos o Guardian:
'The US cannot be intoxicated'Will it mean greater security for the occupying forces in Iraq?
Mesma coisa.
Se formos olhar a mídia de direita (Fox, MSNBC), veremos um tom comemorativo e notícias (meio forçadas) de iraquianos comemorando nas ruas, e assim por diante.
abraço a todos,
- Clermont
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TOCAIEIROS NO IRAQUE.
By ERIC SCHMITT
New York Times, Published: January 2, 2004
SAMARRA, Iraque, 28 de dezembro – O terror familiar da guerra de guerrilhas aqui no Iraque parece mais vívido quando visto através das miras do fuzil de um tocaieiro (“sniper”, ou “caçador” na terminologia militar brasileira).
Na era das bombas guiadas por satélite, lançadas em alvos descaracterizados de mais de 9 mil metros, os tocaieiros do Exército dos Estados Unidos podem ver a expressão no rosto de um homem quando a bala o atinge.
“Eu acertei um cara na cabeça, e ela explodiu”, disse o Sargento (3o Sargento) Randy Davis, um dos cerca de 40 tocaieiros na nova Brigada Stryker do Exército, com 3.600 soldados, vinda do Forte Lewis, Washington. “Embora, normalmente, você apenas veja uma nuvem de poeira sair das roupas deles, e um pouco de sangue esguichando para frente.
Trabalhando em equipes de dois ou três, os tocaieiros do Exército aqui no Iraque, ocultam-se nas sombras de edifícios vazios ou desaparecem nas areias do deserto, com trajes de camuflagem, esperando para abater guerrilheiros e seus líderes com um só tiro de mais de 500 metros de distância.
Enquanto a insurgência entra em seu nono mês, o Exército está cada vez mais se apoiando em tocaieiros para proteger patrulhas de infantaria realizando varreduras em ruas e vielas, e para matar líderes guerrilheiros e desorganizar seus ataques.
“Propriamente empregados, podemos quebrar as costas do inimigo,” diz o Sargento Davis, 25 anos, que é de Murfreesboro, Tennesse. “Nossos principais alvos são os elementos de comando e controle e outros alvos de alto valor.”
O ofício de soldado é um negócio violento, e as emoções em combate correm solta. Mas os comandantes dizem que os tocaieiros são uma espécie diferente de guerreiro – calmos, atiradores que não perdem a cabeça e que levam uma intensidade sem paixões a sua tarefa mortífera.
“Os bons tem de ser calmos, metódicos e disciplinados,” diz o Tenente-Coronel Karl Reed, que comanda o V Batalhão do 20o Regimento de Infantaria da Brigada Stryker, a unidade do Sargento Davis.
No mês desde que chegou aqui, em sua primeira temporada de combate, o Sargento Davis já tem oito mortes confirmadas – incluindo sete num único dia - e duas “prováveis.”
Ele e seu parceiro, o Especialista (alguma coisa entre um soldado veterano e um cabo, equivaleria a um anspeçada no velho exército imperial brasileiro) Chris Wilson, que registra uma morte confirmada, não se vangloriam sobre seus feitos. Suas palavras refletem um certo profissionalismo gélido instilado em homens que dizem não ter nenhum prazer em matar, e tentam não ver seus adversários iraquianos como homens com famílias e filhos.
“Você não pensa sobre isso”, diz o Especialista Wilson, 24 anos, de Muncie, Indiana, falando num austero acampamento próximo daqui, após uma recente missão de final de tarde. “Você apenas pensa nas vidas dos caras à sua esquerda e à sua direita.”
O Sargento Davis concorda: “Tão logo eles peguem numa arma e tentem engajar soldados dos Estados Unidos, eles abrem mão de qualquer direito à vida, é assim que eu vejo.”
Todos os soldados são treinados para destruir um oponente, mas os tocaieiros levam a arte de matar a seu máximo refinamento. Durante um curso de treinamento de cinco semanas em Forte Benning, Geórgia, eles aprendem a rastrear suas presas, a ocultar seus movimentos, a divisar os menores sinais de um atirador inimigo e a abater seu alvo com um só tiro.
Para se qualificar para essa escola, um soldado já tem de ser um atirador especializado, passar por um exame físico e sofrer uma avaliação psicológica (“Para ter certeza de que eles não estão treinando um desequilibrado,” diz o Sargento Davis). Mais da metade dos estudantes falham durante o rigoroso curso.
A demanda por tocaieiros é grande o bastante para que o Exército tenha enviado uma equipe de adestramento ao Iraque para continuar a encontrar novos atiradores para o esforço de guerra aqui e em outros pontos quentes.
Enquanto o Exército enfrenta mais conflitos nos quais terroristas usam os apertados confins de quarteirões e telhados das cidades para empreender suas táticas de bater-e-correr, a escola de tocaieiros tem colocado crescente ênfase em táticas urbanas. Isso faz sentido em lugares como esta cidade de 250 mil pessoas, uma base de apoiadores de Saddam Hussein, 120 quilômetros ao noroeste de Bagdá.
O treinamento deu resultados, em 18 de dezembro. O anoitecer se aproximava aqui, e o Sargento Davis estava cumprindo uma missão contra-tocaias quando avistou um iraquiano armado, num telhado cerca de 300 metros. Ele disse que sabia que o atirador era um tocaieiro pelo modo como rastejava pelo telhado para rastrear um grupo de combate embaixo, pertencente à Companhia B, do Sargento Davis.
“Este cara cometeu um erro quando permitiu que sua silhueta se destacasse contra a do telhado,” disse o Sargento Davis, que possui visão 20/10. “Ele estava tentando observar a posição dos caras no pátio.”
Quando o atirador se ergueu das sombras para disparar, o Sargento Davis diz que que viu a cabeça dele e o formato distinto de um fuzil de precisão SVD Dragunov, de fabricação russa. O sargento fez pontaria no atirador com sua arma de escolha, um fuzil M-14 equipado com um visor óptico especial, com ponto de mira vermelho.
“Eu me adiantei, engajei-o e o atingi uma vez no peito,” disse ele, factualmente. “Eu o vi cair para trás, seu fuzil voando de suas mãos, e vi um pouco de sangue esguichar de seu peito. Foi um bom tiro.”
Três dias antes, elementos da Companhia B cairam numa emboscada em Samarra, na qual atiradores em motocicletas usaram crianças que saíam da escola como cobertura para atacar a patrulha. O Sargento Davis, desta vez armado com uma carabina M-4, baleou sete dos onze atacantes, que os comandantes americanos afirmaram terem morrido na escaramuça de 45 minutos.
“Não tivemos baixas civis,” o sargento fala como evitou os estudantes: “tudo que você atinge, você sabe, exatamente, onde está. Você sabe onde cada disparo está indo.”
Na cidade ou no deserto, os tocaieiros do Exército gastam horas planejando e preparando suas posições, com freqüencia sob a cobertura das sombras. “Nós não temos capacidade para sobreviver a um tiroteio prolongado,” diz o sargento. “Nós usamos surpresa e furtividade para cumprir nossas missões.”
Os tocaieiros do Exército geralmente escolhem a partir de quatro armas diferentes, dependendo da missão. O fuzil de tocaia M-24 padrão é de desenho simples. Tem uma coronha ajustável de Kevlar, um espesso cano de aço inoxidável, um visor telescópico, um visor noturno e é de ação de ferrolho, e não semi-automático, como outros fuzis de tocaia. É apoiado num bipé e dispara munição de 7,62 mm, atingindo alvos a mais de 900 metros.
No deserto, os tocaieiros põem sacos plásticos ou camisinhas sobre a boca dos canos para impedir a entrada de areia. Eles carregam suas armas em sacos de lona, acolchoados. “Nós as tratamos como bebês,” diz o Sargento Davis.
A maioria dos tocaieiros são familiarizados com armas de fogo muito antes de ingressarem nas Forças Armadas. O Sargento Davis e o Especialista Wilson cresceram em fazendas, e ambos adquiriram seus primeiros fuzis antes de terem 10 anos de idade (Santos Estatutos da Criança e do Desarmamento!). Eles relembram com alegria de caçarem veados quando adolescentes.
Ambos são casados e tem filhos, e dizem que não falam muito sobre seu trabalho fora de seu clã restrito. “Nós tentamos ficar longe dos estereótipos de que você é um atirador psicótico andando por aí, como o cara de Washington (o atirador que matou 10 pessoas, e pescou uma bela pena de morte), ou como nos filmes, um assassino à sangue-frio,” diz o Sargento Davis.
Não há muitos alvos que esses homens temam, mas nas condições cambiantes do campo de batalha do Iraque, onde parece que todo mundo está armado, um candidato emerge. Eles atirariam numa criança que fizesse mira contra eles?
“Eu nem posso imaginar isso,” diz o Especialista Wilson, pai de cinco crianças.
Mas o Sargento Davis tem uma opinião diferente: “Eu atiraria nela, de outra forma ela atiraria em mim. Mas eu não iria me sentir bem com isso.”
By ERIC SCHMITT
New York Times, Published: January 2, 2004
SAMARRA, Iraque, 28 de dezembro – O terror familiar da guerra de guerrilhas aqui no Iraque parece mais vívido quando visto através das miras do fuzil de um tocaieiro (“sniper”, ou “caçador” na terminologia militar brasileira).
Na era das bombas guiadas por satélite, lançadas em alvos descaracterizados de mais de 9 mil metros, os tocaieiros do Exército dos Estados Unidos podem ver a expressão no rosto de um homem quando a bala o atinge.
“Eu acertei um cara na cabeça, e ela explodiu”, disse o Sargento (3o Sargento) Randy Davis, um dos cerca de 40 tocaieiros na nova Brigada Stryker do Exército, com 3.600 soldados, vinda do Forte Lewis, Washington. “Embora, normalmente, você apenas veja uma nuvem de poeira sair das roupas deles, e um pouco de sangue esguichando para frente.
Trabalhando em equipes de dois ou três, os tocaieiros do Exército aqui no Iraque, ocultam-se nas sombras de edifícios vazios ou desaparecem nas areias do deserto, com trajes de camuflagem, esperando para abater guerrilheiros e seus líderes com um só tiro de mais de 500 metros de distância.
Enquanto a insurgência entra em seu nono mês, o Exército está cada vez mais se apoiando em tocaieiros para proteger patrulhas de infantaria realizando varreduras em ruas e vielas, e para matar líderes guerrilheiros e desorganizar seus ataques.
“Propriamente empregados, podemos quebrar as costas do inimigo,” diz o Sargento Davis, 25 anos, que é de Murfreesboro, Tennesse. “Nossos principais alvos são os elementos de comando e controle e outros alvos de alto valor.”
O ofício de soldado é um negócio violento, e as emoções em combate correm solta. Mas os comandantes dizem que os tocaieiros são uma espécie diferente de guerreiro – calmos, atiradores que não perdem a cabeça e que levam uma intensidade sem paixões a sua tarefa mortífera.
“Os bons tem de ser calmos, metódicos e disciplinados,” diz o Tenente-Coronel Karl Reed, que comanda o V Batalhão do 20o Regimento de Infantaria da Brigada Stryker, a unidade do Sargento Davis.
No mês desde que chegou aqui, em sua primeira temporada de combate, o Sargento Davis já tem oito mortes confirmadas – incluindo sete num único dia - e duas “prováveis.”
Ele e seu parceiro, o Especialista (alguma coisa entre um soldado veterano e um cabo, equivaleria a um anspeçada no velho exército imperial brasileiro) Chris Wilson, que registra uma morte confirmada, não se vangloriam sobre seus feitos. Suas palavras refletem um certo profissionalismo gélido instilado em homens que dizem não ter nenhum prazer em matar, e tentam não ver seus adversários iraquianos como homens com famílias e filhos.
“Você não pensa sobre isso”, diz o Especialista Wilson, 24 anos, de Muncie, Indiana, falando num austero acampamento próximo daqui, após uma recente missão de final de tarde. “Você apenas pensa nas vidas dos caras à sua esquerda e à sua direita.”
O Sargento Davis concorda: “Tão logo eles peguem numa arma e tentem engajar soldados dos Estados Unidos, eles abrem mão de qualquer direito à vida, é assim que eu vejo.”
Todos os soldados são treinados para destruir um oponente, mas os tocaieiros levam a arte de matar a seu máximo refinamento. Durante um curso de treinamento de cinco semanas em Forte Benning, Geórgia, eles aprendem a rastrear suas presas, a ocultar seus movimentos, a divisar os menores sinais de um atirador inimigo e a abater seu alvo com um só tiro.
Para se qualificar para essa escola, um soldado já tem de ser um atirador especializado, passar por um exame físico e sofrer uma avaliação psicológica (“Para ter certeza de que eles não estão treinando um desequilibrado,” diz o Sargento Davis). Mais da metade dos estudantes falham durante o rigoroso curso.
A demanda por tocaieiros é grande o bastante para que o Exército tenha enviado uma equipe de adestramento ao Iraque para continuar a encontrar novos atiradores para o esforço de guerra aqui e em outros pontos quentes.
Enquanto o Exército enfrenta mais conflitos nos quais terroristas usam os apertados confins de quarteirões e telhados das cidades para empreender suas táticas de bater-e-correr, a escola de tocaieiros tem colocado crescente ênfase em táticas urbanas. Isso faz sentido em lugares como esta cidade de 250 mil pessoas, uma base de apoiadores de Saddam Hussein, 120 quilômetros ao noroeste de Bagdá.
O treinamento deu resultados, em 18 de dezembro. O anoitecer se aproximava aqui, e o Sargento Davis estava cumprindo uma missão contra-tocaias quando avistou um iraquiano armado, num telhado cerca de 300 metros. Ele disse que sabia que o atirador era um tocaieiro pelo modo como rastejava pelo telhado para rastrear um grupo de combate embaixo, pertencente à Companhia B, do Sargento Davis.
“Este cara cometeu um erro quando permitiu que sua silhueta se destacasse contra a do telhado,” disse o Sargento Davis, que possui visão 20/10. “Ele estava tentando observar a posição dos caras no pátio.”
Quando o atirador se ergueu das sombras para disparar, o Sargento Davis diz que que viu a cabeça dele e o formato distinto de um fuzil de precisão SVD Dragunov, de fabricação russa. O sargento fez pontaria no atirador com sua arma de escolha, um fuzil M-14 equipado com um visor óptico especial, com ponto de mira vermelho.
“Eu me adiantei, engajei-o e o atingi uma vez no peito,” disse ele, factualmente. “Eu o vi cair para trás, seu fuzil voando de suas mãos, e vi um pouco de sangue esguichar de seu peito. Foi um bom tiro.”
Três dias antes, elementos da Companhia B cairam numa emboscada em Samarra, na qual atiradores em motocicletas usaram crianças que saíam da escola como cobertura para atacar a patrulha. O Sargento Davis, desta vez armado com uma carabina M-4, baleou sete dos onze atacantes, que os comandantes americanos afirmaram terem morrido na escaramuça de 45 minutos.
“Não tivemos baixas civis,” o sargento fala como evitou os estudantes: “tudo que você atinge, você sabe, exatamente, onde está. Você sabe onde cada disparo está indo.”
Na cidade ou no deserto, os tocaieiros do Exército gastam horas planejando e preparando suas posições, com freqüencia sob a cobertura das sombras. “Nós não temos capacidade para sobreviver a um tiroteio prolongado,” diz o sargento. “Nós usamos surpresa e furtividade para cumprir nossas missões.”
Os tocaieiros do Exército geralmente escolhem a partir de quatro armas diferentes, dependendo da missão. O fuzil de tocaia M-24 padrão é de desenho simples. Tem uma coronha ajustável de Kevlar, um espesso cano de aço inoxidável, um visor telescópico, um visor noturno e é de ação de ferrolho, e não semi-automático, como outros fuzis de tocaia. É apoiado num bipé e dispara munição de 7,62 mm, atingindo alvos a mais de 900 metros.
No deserto, os tocaieiros põem sacos plásticos ou camisinhas sobre a boca dos canos para impedir a entrada de areia. Eles carregam suas armas em sacos de lona, acolchoados. “Nós as tratamos como bebês,” diz o Sargento Davis.
A maioria dos tocaieiros são familiarizados com armas de fogo muito antes de ingressarem nas Forças Armadas. O Sargento Davis e o Especialista Wilson cresceram em fazendas, e ambos adquiriram seus primeiros fuzis antes de terem 10 anos de idade (Santos Estatutos da Criança e do Desarmamento!). Eles relembram com alegria de caçarem veados quando adolescentes.
Ambos são casados e tem filhos, e dizem que não falam muito sobre seu trabalho fora de seu clã restrito. “Nós tentamos ficar longe dos estereótipos de que você é um atirador psicótico andando por aí, como o cara de Washington (o atirador que matou 10 pessoas, e pescou uma bela pena de morte), ou como nos filmes, um assassino à sangue-frio,” diz o Sargento Davis.
Não há muitos alvos que esses homens temam, mas nas condições cambiantes do campo de batalha do Iraque, onde parece que todo mundo está armado, um candidato emerge. Eles atirariam numa criança que fizesse mira contra eles?
“Eu nem posso imaginar isso,” diz o Especialista Wilson, pai de cinco crianças.
Mas o Sargento Davis tem uma opinião diferente: “Eu atiraria nela, de outra forma ela atiraria em mim. Mas eu não iria me sentir bem com isso.”