Artilharia de Costa

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Artilharia de Costa

#121 Mensagem por NaScImEnTToBR » Seg Jul 11, 2022 7:29 pm

AS POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DE EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 NA DEFESA DO LITORAL

1º Ten Art VINÍCIUS MACHADO DA COSTA*

Cap Art GUSTAVO DE AZEVEDO CARVALHO MOURA**

http://www.esacosaae.eb.mil.br/images/p ... sCosta.pdf




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Re: Artilharia de Costa

#122 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jan 21, 2023 8:04 pm

Alguém aí sabe dizer se os radares da Embraer M200, na versão Vigilante e\ou Multimissão, poderiam ser adaptados para guiar mísseis anti navio a partir de plataformas terrestre para a artilharia de costa :?:
Se sim, quais as modificações necessárias para este tipo de emprego.
Procurei informações mas não encontrei nada que fosse esclarecedor.




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Re: Artilharia de Costa

#123 Mensagem por FCarvalho » Ter Jul 25, 2023 7:31 pm





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Re: Artilharia de Costa

#124 Mensagem por FCarvalho » Qui Jul 27, 2023 3:52 pm



Não sei vocês, mas ao menos a vizinhança parece levar muito a sério isso de defesa costeira.




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Re: Artilharia de Costa

#125 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 24, 2023 9:55 pm

Imagem

E agora?
Versão alcance extendido, 200 kms.
Novos sistemas e atualização de guiagem.
Ataque mar-terra e... terra-mar a partir de lançadores terrestres.
Quem vai assumir essa criança na defesa da costa brasileira?
Eu pediria antes de tudo uma versão LR com no mínimo 200 milhas de alcance. E posteriormente com até 350 milhas, que é onde chega os limites mais extremos da nossa ZEE e plataforma continental.
Opiniões.
O exército topa arrumar o Mansup a si ou vai continuar no AV-MTC e reinventar a roda com uma versão específica deste míssil para defesa de costa?




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Re: Artilharia de Costa

#126 Mensagem por Viking » Sex Nov 24, 2023 11:19 pm

FCarvalho escreveu: Sex Nov 24, 2023 9:55 pm Imagem

E agora?
Versão alcance extendido, 200 kms.
Novos sistemas e atualização de guiagem.
Ataque mar-terra e... terra-mar a partir de lançadores terrestres.
Quem vai assumir essa criança na defesa da costa brasileira?
Eu pediria antes de tudo uma versão LR com no mínimo 200 milhas de alcance. E posteriormente com até 350 milhas, que é onde chega os limites mais extremos da nossa ZEE e plataforma continental.
Opiniões.
O exército topa arrumar o Mansup a si ou vai continuar no AV-MTC e reinventar a roda com uma versão específica deste míssil para defesa de costa?

Prezado colega, saudações.

Em relação a defesa de costa no Brasil eu não me preocupo em absolutamente nada. E até recomendo que o colega também não se preocupe também. O que me leva a pensar desta forma são os seguintes fatos:

1. A FAB não possui até hoje capacidade de ataque aeronaval;
2. Em um país com 8,5 milhões de KM² existe apenas um Grupo de de Astros;
3. Considerando as dimensões mencionadas a licitação do EB para obuses SR de 155 mm e para apenas 36 unidades;
4. Tendo em vista os itens 1, 2 e 3 e evidente que a defesa do litoral através de artilharia de costa, quando acontecer, será realizada por poucas unidades, que em caso de conflito serão neutralizadas por misseis de cruzeiro hipersônicos uma vez que suas localizações estrão plotadas pela inteligência inimiga.
Além destes grupos existem as fabricas de munições, todas no alcance de misseis de cruzeiro, base de submarinos, o DF, as bases aéreas sem contar a tomada 'manu militare'''' das plataformas de prospecção de petróleo. Tenho uma lista de uns 20 alvos prioritários que ao serem atingidos a nação já arria as calcinhas e acabou o conflito. :mrgreen:
O fato prezado colega e que não existe meios defender o país de um ataque aeronaval em grande escala realizado por uma potencia liderando uma coalização. A guerra vai ser perdida sem que o inimigo tenha que desembarcar tropas na fase inicial, as tropas quando chegarem já serão as de ocupação.
As vezes eu fico perplexo com afirmações de alguns especialistas em defesa que afirmam que com 36 aviões de caça , 4 submarinos, 4 fragatas, 65 MTB, 15 Bia MSS AAé, 36 obuses SR 155 mm, 12 heli de ataque vamos ter uma capacidade crível de dissuasão. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: Todo este MEM frente a um inimigo determinado não sobrevive 72 horas.
Em resumo e bobagem se preocupar.....a guerra quando acontecer já esta perdida desde hoje. :mrgreen:

Sds




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Re: Artilharia de Costa

#127 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 25, 2023 3:01 pm

Viking escreveu: Sex Nov 24, 2023 11:19 pm Prezado colega, saudações.

Em relação a defesa de costa no Brasil eu não me preocupo em absolutamente nada. E até recomendo que o colega também não se preocupe também. O que me leva a pensar desta forma são os seguintes fatos:

1. A FAB não possui até hoje capacidade de ataque aeronaval;
2. Em um país com 8,5 milhões de KM² existe apenas um Grupo de de Astros;
3. Considerando as dimensões mencionadas a licitação do EB para obuses SR de 155 mm e para apenas 36 unidades;
4. Tendo em vista os itens 1, 2 e 3 e evidente que a defesa do litoral através de artilharia de costa, quando acontecer, será realizada por poucas unidades, que em caso de conflito serão neutralizadas por misseis de cruzeiro hipersônicos uma vez que suas localizações estrão plotadas pela inteligência inimiga.
Além destes grupos existem as fabricas de munições, todas no alcance de misseis de cruzeiro, base de submarinos, o DF, as bases aéreas sem contar a tomada 'manu militare'''' das plataformas de prospecção de petróleo. Tenho uma lista de uns 20 alvos prioritários que ao serem atingidos a nação já arria as calcinhas e acabou o conflito. :mrgreen:
O fato prezado colega e que não existe meios defender o país de um ataque aeronaval em grande escala realizado por uma potencia liderando uma coalização. A guerra vai ser perdida sem que o inimigo tenha que desembarcar tropas na fase inicial, as tropas quando chegarem já serão as de ocupação.
As vezes eu fico perplexo com afirmações de alguns especialistas em defesa que afirmam que com 36 aviões de caça , 4 submarinos, 4 fragatas, 65 MTB, 15 Bia MSS AAé, 36 obuses SR 155 mm, 12 heli de ataque vamos ter uma capacidade crível de dissuasão. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: Todo este MEM frente a um inimigo determinado não sobrevive 72 horas.
Em resumo e bobagem se preocupar.....a guerra quando acontecer já esta perdida desde hoje. :mrgreen:

Sds
Olá Paulo, vamos a algumas ponderações sobre os pontos que muito bem levantastes.

1. A capacidade antinavio da FAB deve, a meu ver, ser resolvida de forma tempestiva no médio e longo prazo com a adoção da versão Mansup ar-sup ou de versão dedicada do MICLA. A quantidade de Gripen E\F entregues - se 36, 50, ou o número que for, ainda veremos - irá nos dar uma capacidade de atuar nesta seara. Na falta do VF-1 cumprir a missão, podemos admitir que serão comprado um punhado de mísseis a fim de "manter doutrina". Falo de uma centena de mísseis, se seguirmos a lógica de 2 Mansup\MICLA por caça. Sem reservas estratégicas ou estoques nos próprios esquadrões.

2. No caso dos 2 GMF localizados no centro do país, podemos admitir como solução de consenso que o EB pode muito bem equipar as suas AD com a Bia Astros que deveriam dispor segundo o manual daquelas OM. Temos 6 AD ativas, todas GU incompletas à luz dos manuais castrenses. A vantagem é que se o Mansup puder ser usado nos containers das AV-LMU, temos a solução nas mãos. A recente modernização proposta pela Avibras nos modelos de veículos, com versões 8x8 atende bem as necessidades das missões de defesa de costa.

Como expus no tópico da Avibras, cada bateria completa de Astros chega a custar em torno de US$ 40-45 milhões apenas os veículos. No caso de adotar-se outros meios, também necessários ao emprego na missão anti navio\defesa costeira, estamos falando de investimentos na casa dos US$ 50 a 60 milhões por bateria. Ou, coisa de 350 a 420 milhões de dólares para equipar todas as 6 AD que temos. Fora os misseis.

3. O EB como sempre trata seus assuntos de forma unilateral e olhando apenas o próprio bolso, de forma que as aquisições de material novo que se possa fazer, o serão tomando como princípio a eterna "manutenção de doutrina". Estamos longe, muito longe, de termos um orçamento de custeio e investimento que permita ir além do mínimo básico necessário ao que temos hoje. E o descalabro material e doutrinal é tão massivo, que o EB já deu mostras que sequer sabe ao certo onde irá utilizar as VBCOAP SR. Mesmo com todos os exemplos no mundo por aí indicando qual seu melhor emprego. Com alguma sorte, e muita conversa, vamos poder reequipar as AD e alguns GAC das brigadas com novos obuseiros AR 105mm e 155mm, tal como espera-se aconteça no médio e longo prazo através do negócio com a Índia, dentro ou fora do projeto da VBCOAP SR. Os números indicados também são pífios, assim como a nossa vontade de sair do lugar comum em termos de defesa no Brasil. Mas já é um começo para quem parou na GM II em termos de doutrina e material de artilharia.

4. Quanto à defesa AAe, realmente nós como sempre estamos seguindo à risca o manual do enlatado pré-preparado no sentido de buscar obter material apenas para manter doutrina. E isto por si só já constitui uma panaceia no Brasil, visto que não temos no país cultura sobre o tema Defesa. Então, até a compra de um estilingue para os recrutas do SMO geraria comoção de debates acalorados onde menos se pensa. E pior, vindo de gente que costumeiramente faz propaganda pela extinção das ffaa's e vamos viver todos só de amor... :? :roll:

Enquanto Defesa não for um assunto que interesse a todos, do PR ao porteiro do meu prédio, nada que façamos, indiferente se muito ou pouco, irá nos adiantar. Os militares, e suas compras, são um reflexo concreto do que a sociedade pensa a despeito da defesa de si e de seus interesses. Nem mais, nem menos. Comprar 15 ou 150 Bia AAe não faz a menor diferença para ninguém aqui. Desde que se ache um motivo plausível para que as pessoas não se sintam incomodadas ou que tal aquisição nas as desacomode do mundinho perfeito e fechado que cada um construiu para si.

Enfim, as ffaa's podem até saber que o quase nada que pedem, e as vezes conseguem, não significa muita coisa em uma guerra de verdade. Mas vivemos em um pais em que via de regra, nem os militares acreditam nisso.

Fazer o que .




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Re: Artilharia de Costa

#128 Mensagem por Viking » Seg Nov 27, 2023 2:04 am

FCarvalho escreveu: Sáb Nov 25, 2023 3:01 pm
Viking escreveu: Sex Nov 24, 2023 11:19 pm Prezado colega, saudações.

Em relação a defesa de costa no Brasil eu não me preocupo em absolutamente nada. E até recomendo que o colega também não se preocupe também. O que me leva a pensar desta forma são os seguintes fatos:

1. A FAB não possui até hoje capacidade de ataque aeronaval;
2. Em um país com 8,5 milhões de KM² existe apenas um Grupo de de Astros;
3. Considerando as dimensões mencionadas a licitação do EB para obuses SR de 155 mm e para apenas 36 unidades;
4. Tendo em vista os itens 1, 2 e 3 e evidente que a defesa do litoral através de artilharia de costa, quando acontecer, será realizada por poucas unidades, que em caso de conflito serão neutralizadas por misseis de cruzeiro hipersônicos uma vez que suas localizações estrão plotadas pela inteligência inimiga.
Além destes grupos existem as fabricas de munições, todas no alcance de misseis de cruzeiro, base de submarinos, o DF, as bases aéreas sem contar a tomada 'manu militare'''' das plataformas de prospecção de petróleo. Tenho uma lista de uns 20 alvos prioritários que ao serem atingidos a nação já arria as calcinhas e acabou o conflito. :mrgreen:
O fato prezado colega e que não existe meios defender o país de um ataque aeronaval em grande escala realizado por uma potencia liderando uma coalização. A guerra vai ser perdida sem que o inimigo tenha que desembarcar tropas na fase inicial, as tropas quando chegarem já serão as de ocupação.
As vezes eu fico perplexo com afirmações de alguns especialistas em defesa que afirmam que com 36 aviões de caça , 4 submarinos, 4 fragatas, 65 MTB, 15 Bia MSS AAé, 36 obuses SR 155 mm, 12 heli de ataque vamos ter uma capacidade crível de dissuasão. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: Todo este MEM frente a um inimigo determinado não sobrevive 72 horas.
Em resumo e bobagem se preocupar.....a guerra quando acontecer já esta perdida desde hoje. :mrgreen:

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Olá Paulo, vamos a algumas ponderações sobre os pontos que muito bem levantastes.

1. A capacidade antinavio da FAB deve, a meu ver, ser resolvida de forma tempestiva no médio e longo prazo com a adoção da versão Mansup ar-sup ou de versão dedicada do MICLA. A quantidade de Gripen E\F entregues - se 36, 50, ou o número que for, ainda veremos - irá nos dar uma capacidade de atuar nesta seara. Na falta do VF-1 cumprir a missão, podemos admitir que serão comprado um punhado de mísseis a fim de "manter doutrina". Falo de uma centena de mísseis, se seguirmos a lógica de 2 Mansup\MICLA por caça. Sem reservas estratégicas ou estoques nos próprios esquadrões.

2. No caso dos 2 GMF localizados no centro do país, podemos admitir como solução de consenso que o EB pode muito bem equipar as suas AD com a Bia Astros que deveriam dispor segundo o manual daquelas OM. Temos 6 AD ativas, todas GU incompletas à luz dos manuais castrenses. A vantagem é que se o Mansup puder ser usado nos containers das AV-LMU, temos a solução nas mãos. A recente modernização proposta pela Avibras nos modelos de veículos, com versões 8x8 atende bem as necessidades das missões de defesa de costa.

Como expus no tópico da Avibras, cada bateria completa de Astros chega a custar em torno de US$ 40-45 milhões apenas os veículos. No caso de adotar-se outros meios, também necessários ao emprego na missão anti navio\defesa costeira, estamos falando de investimentos na casa dos US$ 50 a 60 milhões por bateria. Ou, coisa de 350 a 420 milhões de dólares para equipar todas as 6 AD que temos. Fora os misseis.

3. O EB como sempre trata seus assuntos de forma unilateral e olhando apenas o próprio bolso, de forma que as aquisições de material novo que se possa fazer, o serão tomando como princípio a eterna "manutenção de doutrina". Estamos longe, muito longe, de termos um orçamento de custeio e investimento que permita ir além do mínimo básico necessário ao que temos hoje. E o descalabro material e doutrinal é tão massivo, que o EB já deu mostras que sequer sabe ao certo onde irá utilizar as VBCOAP SR. Mesmo com todos os exemplos no mundo por aí indicando qual seu melhor emprego. Com alguma sorte, e muita conversa, vamos poder reequipar as AD e alguns GAC das brigadas com novos obuseiros AR 105mm e 155mm, tal como espera-se aconteça no médio e longo prazo através do negócio com a Índia, dentro ou fora do projeto da VBCOAP SR. Os números indicados também são pífios, assim como a nossa vontade de sair do lugar comum em termos de defesa no Brasil. Mas já é um começo para quem parou na GM II em termos de doutrina e material de artilharia.

4. Quanto à defesa AAe, realmente nós como sempre estamos seguindo à risca o manual do enlatado pré-preparado no sentido de buscar obter material apenas para manter doutrina. E isto por si só já constitui uma panaceia no Brasil, visto que não temos no país cultura sobre o tema Defesa. Então, até a compra de um estilingue para os recrutas do SMO geraria comoção de debates acalorados onde menos se pensa. E pior, vindo de gente que costumeiramente faz propaganda pela extinção das ffaa's e vamos viver todos só de amor... :? :roll:

Enquanto Defesa não for um assunto que interesse a todos, do PR ao porteiro do meu prédio, nada que façamos, indiferente se muito ou pouco, irá nos adiantar. Os militares, e suas compras, são um reflexo concreto do que a sociedade pensa a despeito da defesa de si e de seus interesses. Nem mais, nem menos. Comprar 15 ou 150 Bia AAe não faz a menor diferença para ninguém aqui. Desde que se ache um motivo plausível para que as pessoas não se sintam incomodadas ou que tal aquisição nas as desacomode do mundinho perfeito e fechado que cada um construiu para si.

Enfim, as ffaa's podem até saber que o quase nada que pedem, e as vezes conseguem, não significa muita coisa em uma guerra de verdade. Mas vivemos em um pais em que via de regra, nem os militares acreditam nisso.

Fazer o que .


Prezado colega, saudações.

Sensacional o ultimo paragrafo.

[009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009]




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Re: Artilharia de Costa

#129 Mensagem por FCarvalho » Ter Nov 28, 2023 2:33 pm

Para questão de análise e resumo, hoje temos ou teremos dois mísseis capazes de fazer a defesa de costa como elemento anti navio. O AV-MTC, que pode derivar tal versão, e o Mansup ER, também previsto ser usado a partir de terra.

O míssil da Avibras tem alcance oficial de 300 km, sendo que podemos usá-lo na prática com qualquer alcance. Diz-se que o míssil do EB terá alcance bem maior que esse. Qual será, é uma informação guardada a sete chaves.

Neste aspecto, o míssil da Avibras poderia ser o mais indicado como padrão para uso na função defesa de costa por já estar homologado para as lançadoras do ASTROS 2020, e mais para frente dos Astros III 8x8 e 6x6. Esta escolha dispensa a necessidade de comprar veículos especializados para a tarefa, como seria o caso do Mansup ER, e permite o emprego múltiplo dos 2 GMF para tal fim.

Para efeito de comparação, temos:

Mar Territorial: 12 mn ou 22 km;
Zona Contígua: 24 mn ou 44 km;
ZEE: 200 mn ou 370 km;
Plataforma Continental: 350 mn ou 648 km.

Teoricamente o AV-MTC tem, ou teria, capacidade de operar ao longo de toda a faixa de mar que nos cabe segundo a legislação internacional. O Mansup ER teria que ter suas características modificadas de forma a alcançar o limite mais externo das nossas AJB. Isso talvez não possa ser conseguido com o desenho atual do mesmo, inspirado no Exocet Block II.

De qualquer forma, há de se tomar aquelas medidas como referência para o ajuste das capacidades de intervenção da defesa costeira nacional a fim de impedir ou limitar a ação de eventuais oponentes em nosso litoral ou operando dentro das AJB. Esta é uma capacidade mínima que tem de ser buscada e conseguida.

Por fim, há de se saber se as alterações necessárias para transformar um míssil tático de cruzeiro como AV-MTC em míssil anti navio seriam de tal monta que tornassem o processo caro demais, ou além das capacidades de investimento do EB e\ou MB. Ou se seriam apenas mudanças cosméticas que em nada atrapalhariam a sua adoção em curto período de tempo, assim como os custos sejam aceitáveis para o orçamento tupiniquim.

É importante ressaltar que os limites de ação da defesa de costa não podem se limitar à jurisdição de nossas águas, mas observar, também, a geografia naval do litoral, de forma que se possa alcançar, inclusive, as distâncias mais extremadas, como o arquipélago de São Pedro e São Paulo, a Ilha de Trindade e por fim a extensão da plataforma continental no platô sul. Estes últimos com distâncias que superam os 1 km do litoral.

A ver se agora que teremos mais capacidade em termos tecnológicos e sistemas bélicos para prover a defesa das AJB, se isto não se torna mais um motivo para salamaleques institucionais e disputas infantis entre as ffaa's por recursos e privilégios sobre quem é responsável e\ou quem faz o quê.




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Re: Artilharia de Costa

#130 Mensagem por FCarvalho » Sex Dez 20, 2024 3:55 pm



Para a nossa reflexão sobre o tema do tópico.




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Re: Artilharia de Costa

#131 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 19, 2025 7:23 pm

https://cdn-defesaaereanaval.nuneshost.com/wp-content/uploads/2024/10/Mansup-Astros-scaled.jpg

Uma questão para quem quiser pensar e responder: um possível conflito envolvendo a Venezuela e a Guiana, lançando eventualmente norte americanos, ingleses, e mesmo franceses, em uma intervenção em favor deste último país, abordando águas próximas ao nosso litoral, poderia suscitar que a capacidade de emprego na defesa de costa pelo ASTROS 2020 leve ao ressurgimento da artilharia de costa no EB, ainda que a título momentâneo enquanto solução de oportunidade?

Alguém acredita que o exército, nas condições atuais, e previstas no curto prazo, mesmo com unidades contadas a dedo dos veículos e demais subsistemas do ASTROS 2020 seria capaz de lançar mão desta capacidade a si, de forma tentar prover alguma defesa de costa no litoral da região norte?

Supostamente o EB possui 44 lançadoras AV-LMF disponíveis, sendo que ao menos 36 unidades seriam empregadas diretamente nos GMF baseados em Goiás. Notar neste sentido que não temos como iluminar alvos navais a partir de terra, e que o alcance do Mansup na sua versão básica é informado como sendo de apenas 70 km. A versão ER ainda não foi testada neste tipo de emprego, e se encontra ainda em desenvolvimento.

A SIATT não informou como funciona, e quais são, os sistemas que orientam o disparo do míssil a partir da plataforma terrestre. E a marinha também não informa como isto seria feito, sendo que o radar de controle de fogo do Astros não funciona para alvos navais.

Assim, em princípio, temos alguns problemas a priori a resolver antes de intentar qualquer coisa no sentido de apor os ASTROS 2020 do exército na missão de defesa de costa, vide que o país não possui em termos capacidade e recursos para dispor deste sistema ao EB em curto espaço de tempo.

Além disso, o primeiro grande desafio a ser resolvido, antes mesmo de qualquer veículo sair do estacionamento, seria a própria distância entre o Forte Santa Bárbara, no centro oeste do país, e o litoral dos estados do Amapá e Pará. Por rodovia até Belém, são no mínimo dois dias de viagem, caso a BR que faz o trajeto Belém-Brasília esteja em boas condições. Outra alternativa seria pegar a Cuiabá-Santarém, que foi totalmente reformada pela engenharia de construção do exército, mas que levaria mais tempo, devido a obrigatoriedade do uso de balsas a partir de Santarém via Rio Amazonas. E de Belém até Macapá\AM, e de lá até o litoral, basicamente não existe ligação terrestre.

Tentem imaginar o EB querendo levar uma única bateria do ASTROS completa para o litoral norte. Imaginaram :?:

Pois é. Agora tentam imaginar fazer o mesmo com um sistema adaptado numa meia boca para fazer a defesa de costa sem nem termos metade do que é necessário para ele funcionar de forma efetiva, e em uma região onde não existe nenhum tipo de apoio logístico e infraestrutura viária, no caso do estado do Amapá.




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Re: Artilharia de Costa

#132 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 19, 2025 7:32 pm

Imagem

O mais interessante dessa imagem é que não existem pontes ligando o estado do Pará através do rio que faz divisa com o Amapá. Portanto, de pouco adianta as estradas ali, sendo que a travessia se dá aonde existem balsas para fazer o translado, e não é em todo lugar que elas estão disponíveis.
E as rodovias no mapa em sua grande maioria não estão asfaltadas ou simplesmente são meras picadas no meio do mato.
De Belém ou qualquer outro lugar até Macapá só existe acesso via fluvial.




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Re: Artilharia de Costa

#133 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 19, 2025 7:39 pm

Imagem

Mapa rodoviário do estado do Pará.
É bem diferente do Amapá, mas ainda assim com muitas dificuldades para se chegar ao litoral sem intercorrências ao longo do caminho.
O estado felizmente possui ligações com o nordeste e centro oeste, e destes com o resto do país.
Mas as condições das rodovias federais, estaduais e municipais não pode ser considerado algo razoável para os padrões que se espera terem em função dos custos para sua manutenção e construção.
Trafegar por estas vias pode ser uma missão ingrata para qualquer trem logístico do EB de janeiro a dezembro.




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Re: Artilharia de Costa

#134 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 19, 2025 8:08 pm



Eu não sei como se organizaria uma bateria de artilharia de costa com o ASTROS no exército, mas, quando eles resolveram trazer esses sistemas para cá uns 3 anos atrás, para um grande exercício então no entorno de Manaus e Roraima, veio, digamos assim, meia bateria, e com muito esforço para chegar aqui.

O vídeo acima é bem ilustrativo de como seria o deslocamento de uma Bia ASTROS 2020, e suas demandas em termos de transporte e logística. Dá para ver que qualquer tentativa de trazer os ASTROS para a região norte, na função que seja, é um exercício demasiado grande para o exército. E se fazer isso em tempos de paz já é um Deus nos acuda, imagina ter que fazer isso sob pretensa ameaça.

Supondo que seriam 8 unidades disponíveis das AV-LMF, e que poderiam ser distribuídas, por exemplo, em 4 seções de 2 LMF, e levando em conta os subsistemas necessários à sua operação, podemos antever juntamente com o transporte destes veículos outros 4 AV-RMU de remuniciamento, 4 AV-OFCE e 4 AV-PCC para comando e controle, pelo menos.

Além destes veículos bldos, seria também necessário ainda um sem número de outros caminhões tipo VTNE e VTE para transporte de material, logística, apoio e suprimentos. E tudo isso tendo que rodar mais de 2 mil km de estradas e rios a fim de chegar até suas áreas de atuação.

Como se pode ver no vídeo, a quantidade de cavalos mecânicos necessários para o transporte das viaturas bldas não é nada desprezível; isso pode ser aplicado também às VTNE e VTE de apoio. Uma logística que poucas vezes vejo o EB praticar em exercícios regulares a fim de manter a operacionalidade de seus deslocamentos para a região norte.




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Re: Artilharia de Costa

#135 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 29, 2025 5:53 pm

Comentando a questão do aproveitamento das tecnologias, pessoal e sistemas que a Avibras possui, no caso de sua falência, é de se notar que tal ação é mandatória, a fim de que não se perca o muito que foi feito pela empresa em todos os seus mais de 50 anos de existência.

Neste sentido, como comentei no post do tópico da Avibras, uma das possibilidades de se ajustar a renovação das capacidades inexistentes da artilharia de costa no exército, seria criar as Bia LMF orgânicas das AD, conforme reza seus manuais, de forma que, com a criação das DE em cada comando de área possibilitando também a criação em paralelo daquelas OM de artilharia, disporíamos dos meios adequados nos espaços onde eles se fazem necessários.

Assim, em termos de organização, se tudo ocorrer conforme está no papel, teremos a longo prazo:

AD 1- RJ
AD 3 - RS
AD 5 - PR
AD 6 - RS
AD 7 - PE

Faltaria organizar a criação de DE no CMA, CMN e CMO, e respectivas AD, com sedes em Manaus, Belém e Campo Grande.

A defesa de costa poderia ficar assim organizada:

1 Bia LMF \ Anti Navio - RJ
1 Bia LMF \ Anti Navio - SP (2a DE com AD ainda a ser criada)
1 Bia LMF \ Anti Navio - PR
1 Bia LMF \ Anti Navio - RS
1 Bia LMF \ Anti Navio - PE
1 Bia LMF \ Anti Navio - PA

Estas 6 baterias são mais que suficientes, se bem equipadas, para oferecer a dissuasão litorânea de que tanto temos necessidade, e por tabela, geramos uma demanda básica para a linha de produção do Mansup em sua versão terra-mar para o exército.

Em tempo, a criação destas baterias poderia gerar um novo processo produtivo dos veículos base do ASTROS, pois, ela também oferece a possiblidade de trocar os modelos ASTROS 2020 nos GMF pela versão ASTROS III 8x8, já que aquelas OM são consideradas de emprego estratégico pelo exército, oferecendo maior e melhor capacidade de apoio de fogo.

Neste sentido, transferir as cerca de 44 AV-LMU para as Bia LMF nas AD seria não só proveitoso, como geraria economicidade nos investimentos a serem feitos, já que cada SU disporia a si entre 6 a 9 unidades, totalizando no máximo 54 veículos, cuja diferença poderia ser produzida paulatinamente à introdução dos ASTROS III dos GMF. É de se notar ainda que as LMF demandariam os veículos de apoio, gerando mais uma oportunidade de retomada do processo produtivo dos veículos e todas as tecnologias associadas.

E se as futuras baterias puderem ser organizadas segundo a última proposta feita pela Avibras, como abaixo, melhor ainda. Lembrando que esta organização também é adequada aos GMF.

https://www.forte.jor.br/wp-content/uploads/2021/08/astros-1628286491.5143-1024x660.jpg

Pensar ainda é de graça. :lol:




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