UM MBT NACIONAL
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Re: UM MBT NACIONAL
Ataques frontais hoje em dia são praticamente suicídio. E mesmo nos flancos, sem apoio da inf blda, Art Camp/AAe e de cav aérea (helos de ataque) qualquer CC em campo vira um alvo fácil. É o que temos visto por aí nos últimos vinte anos.
Mas entra uma outra questão: e se duas potências resolverem se pegar? Seria possível impedir o princípio de massa russo na Europa ou mesmo fora dela? Considerando que recuperar o terreno perdido exigiria forças blindadas enormes e ataques frontais as linhas de defesa. Aliás, isso vale tanto para a Otan/USA como China e Rússia. Ou até mesmo para aquele entrevero entre as duas Coréias e seus milhares de tanques de ambos os lados. Não tenho certeza que ataques frontais sejam inevitáveis, mesmo com todos os avanços até hoje.
Um outro componente a levar-se em conta é o poder aéreo. Na doutrina atual americana(ocidental), antes de qualquer CC ou infantaria pisar no TO adversário, a USAF tem de conseguir a supremacia aérea total, o que significa, também, eliminar o máximo possível das forças blindadas e mecanizadas do oponente e seus sistemas de C2. Exemplo guerras do golfo I e II, e a invasão do Iraque. O ataque a Libia em 2011 também é expressivo dessa nova categoria de operação. Então, além de ter de haver-se com outros blindados e infantaria e suas armas AC, os caças, para quem não tem uma força aérea robusta capaz de disputar o céu sobre a cabeça de suas tropas, é uma ameaça muito mais perigosa atualmente. E para isso, a única solução até agora, foi investir em mais e melhores sistemas de AAe e em C4ISR e redes NCW que possam garantir a informação primeiro. E normalmente quem sabe primeiro, atira primeiro segundo este conceito. Resta saber como isso poderia ser aplicado concretamente em TO aberto contando com todas essas ameaças, algo que talvez só seja possível de ver em uma disputa entre potências militares, e não delas com países de menor capacidade e relevância militar.
No caso do peso do CC, a relação peso x potência me parece ser a mais importante do que o peso em si do veículo, caso a ação blda de choque se dê sempre em nível RCC ou RCB em TO convencional. Neste aspecto, a composição entre inf e cav + apoio aéreo e art camp deve indicar a resposta. Se o atual ROB da VBC está em 50 ton, deve ser por que isso é o máximo que o EB acredita que um veículo bldo poderia dispor de uma boa relação entre peso e potencia na geografia geral do país, de forma a sustentar uma arma de calibre eficiente já no primeiro tiro, e sistemas ISR adequados que apoiem a mesma.
Não consigo ver relevância na demasia da proteção dos CC no teatro de hoje, tendo em vista as múltiplas ameaças que o mesmo terá de enfrentar. Cabe salientar que o nível de proteção deve estar adequado ao tipo de inimigo e armas que se espera encontrar. Assim, seja em uma ação de flanco ou em choque frontal, um CC deve contar com a velocidade necessária para manter em movimento o mais rápido possível, ao mesmo tempo que sua consciência situacional o protege, também, dos impactos inimigos. Um CC na faixa das 40 toneladas pode muito bem cumprir esse papel, como o Type 10 japonês, ou na faixa de 50 toneladas como o T-14 Armata, K2 e Altay, que apesar de serem muito protegidos por espessas blindagens, estas são complementadas por diversos sistemas ativos de defesa, além de motores diesel cada vez mais potentes.
Eu acredito particularmente que um CC por volta das 40 a 50 toneladas é mais que suficiente para dar conta de outros maiores, desde que bem equipados com sistemas ISR e C2 que o faça agir mais e melhor em conjunto dentro de um ambiente NCW terrestre. Além, obviamente, dos conjuntos de defesa ativas necessários e cada vez mais indispensáveis nos dias de hoje.
abs
Mas entra uma outra questão: e se duas potências resolverem se pegar? Seria possível impedir o princípio de massa russo na Europa ou mesmo fora dela? Considerando que recuperar o terreno perdido exigiria forças blindadas enormes e ataques frontais as linhas de defesa. Aliás, isso vale tanto para a Otan/USA como China e Rússia. Ou até mesmo para aquele entrevero entre as duas Coréias e seus milhares de tanques de ambos os lados. Não tenho certeza que ataques frontais sejam inevitáveis, mesmo com todos os avanços até hoje.
Um outro componente a levar-se em conta é o poder aéreo. Na doutrina atual americana(ocidental), antes de qualquer CC ou infantaria pisar no TO adversário, a USAF tem de conseguir a supremacia aérea total, o que significa, também, eliminar o máximo possível das forças blindadas e mecanizadas do oponente e seus sistemas de C2. Exemplo guerras do golfo I e II, e a invasão do Iraque. O ataque a Libia em 2011 também é expressivo dessa nova categoria de operação. Então, além de ter de haver-se com outros blindados e infantaria e suas armas AC, os caças, para quem não tem uma força aérea robusta capaz de disputar o céu sobre a cabeça de suas tropas, é uma ameaça muito mais perigosa atualmente. E para isso, a única solução até agora, foi investir em mais e melhores sistemas de AAe e em C4ISR e redes NCW que possam garantir a informação primeiro. E normalmente quem sabe primeiro, atira primeiro segundo este conceito. Resta saber como isso poderia ser aplicado concretamente em TO aberto contando com todas essas ameaças, algo que talvez só seja possível de ver em uma disputa entre potências militares, e não delas com países de menor capacidade e relevância militar.
No caso do peso do CC, a relação peso x potência me parece ser a mais importante do que o peso em si do veículo, caso a ação blda de choque se dê sempre em nível RCC ou RCB em TO convencional. Neste aspecto, a composição entre inf e cav + apoio aéreo e art camp deve indicar a resposta. Se o atual ROB da VBC está em 50 ton, deve ser por que isso é o máximo que o EB acredita que um veículo bldo poderia dispor de uma boa relação entre peso e potencia na geografia geral do país, de forma a sustentar uma arma de calibre eficiente já no primeiro tiro, e sistemas ISR adequados que apoiem a mesma.
Não consigo ver relevância na demasia da proteção dos CC no teatro de hoje, tendo em vista as múltiplas ameaças que o mesmo terá de enfrentar. Cabe salientar que o nível de proteção deve estar adequado ao tipo de inimigo e armas que se espera encontrar. Assim, seja em uma ação de flanco ou em choque frontal, um CC deve contar com a velocidade necessária para manter em movimento o mais rápido possível, ao mesmo tempo que sua consciência situacional o protege, também, dos impactos inimigos. Um CC na faixa das 40 toneladas pode muito bem cumprir esse papel, como o Type 10 japonês, ou na faixa de 50 toneladas como o T-14 Armata, K2 e Altay, que apesar de serem muito protegidos por espessas blindagens, estas são complementadas por diversos sistemas ativos de defesa, além de motores diesel cada vez mais potentes.
Eu acredito particularmente que um CC por volta das 40 a 50 toneladas é mais que suficiente para dar conta de outros maiores, desde que bem equipados com sistemas ISR e C2 que o faça agir mais e melhor em conjunto dentro de um ambiente NCW terrestre. Além, obviamente, dos conjuntos de defesa ativas necessários e cada vez mais indispensáveis nos dias de hoje.
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- gabriel219
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Re: UM MBT NACIONAL
Não acho que deve se julgar um blindado pelas armas que ele pode ser abatido e sim pela capacidade dele de resistir a elas. Já vimos M1A2 pipocando por causa de IED e RPG-29, porém também já vimos M1A2 fazendo a festa quando operado corretamente. O mesmo vale pra T-72, M60 e entre outros.
Mas @Túlio, o que seria ataque de flanco? No cenário atual, não há como você movimentar grandes formações - não considere aqui uma GU inteira, mas sim Unidades, como Regimentos, até Esquadrões - contra o flanco do inimigo sem que ele note. Rommel tentava isso e obteve êxito na maioria, mas atacando os flancos de posições defensivas. Se considerar que ambos os Exércitos estão se movendo, logo a de se pensar que não há linha bem estabelecida de fronte, diferente de assaltar uma fortificação. Lembre-se que, se bem empregado, esses MBT's inimigos estarão acompanhados de VBCI e Fuzileiros Blindados cuidando de seus flancos - ou tomando um ponto forte, no caso dos Fz Blind -, considere também a aviação, seja asa fixa ou rotativa, tripulada ou não tripulada, dando apoio ás operações, além das próprias equipes de reconhecimento ou uma tática que está sendo adotada, que é a criação de Cia Anticarro, com viaturas 4x4 e mísseis anticarro, operando distante das unidades blindadas ou mecanizadas, a fim de proteger seus flancos ou emboscar unidades blindadas inimigas.
Tropas batendo de frente uma com a outra não ocorrerá mais, a não ser em cenários de combate em áreas extremamente planas, como desertos do Oriente Médio.
Mesmo considerando tudo isso, diminuir a blindagem de um CC, ainda que seja a frontal, fará também com que ele perca sua capacidade de choque. Hoje em dia não precisamos de monstros de 65 toneladas, já que temos ADS, Nanocompostos de blindagem já operacionais e em evolução, considere também novas munições, inclusive mísseis que possui Jammer's, como o Spike de 2ª Geração (LR2, ER2 e NLOS).
Carros de Combate precisam de sua proteção tanto quanto a mobilidade e o poder de fogo, sem esse equilíbrio triangular pode ser qualquer outra coisa, como um MGS, mas não um MBT.
Mas @Túlio, o que seria ataque de flanco? No cenário atual, não há como você movimentar grandes formações - não considere aqui uma GU inteira, mas sim Unidades, como Regimentos, até Esquadrões - contra o flanco do inimigo sem que ele note. Rommel tentava isso e obteve êxito na maioria, mas atacando os flancos de posições defensivas. Se considerar que ambos os Exércitos estão se movendo, logo a de se pensar que não há linha bem estabelecida de fronte, diferente de assaltar uma fortificação. Lembre-se que, se bem empregado, esses MBT's inimigos estarão acompanhados de VBCI e Fuzileiros Blindados cuidando de seus flancos - ou tomando um ponto forte, no caso dos Fz Blind -, considere também a aviação, seja asa fixa ou rotativa, tripulada ou não tripulada, dando apoio ás operações, além das próprias equipes de reconhecimento ou uma tática que está sendo adotada, que é a criação de Cia Anticarro, com viaturas 4x4 e mísseis anticarro, operando distante das unidades blindadas ou mecanizadas, a fim de proteger seus flancos ou emboscar unidades blindadas inimigas.
Tropas batendo de frente uma com a outra não ocorrerá mais, a não ser em cenários de combate em áreas extremamente planas, como desertos do Oriente Médio.
Mesmo considerando tudo isso, diminuir a blindagem de um CC, ainda que seja a frontal, fará também com que ele perca sua capacidade de choque. Hoje em dia não precisamos de monstros de 65 toneladas, já que temos ADS, Nanocompostos de blindagem já operacionais e em evolução, considere também novas munições, inclusive mísseis que possui Jammer's, como o Spike de 2ª Geração (LR2, ER2 e NLOS).
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- Túlio
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Re: UM MBT NACIONAL
Grande @gabriel219, creio não ter deixado claro o que vejo como flanqueamento (ou pelo menos o meu tipo preferido), que é aproveitar que uma coluna - seja de que tamanho for - está em movimento e atacar seus flancos. Concordo com a dificuldade de achar no mundo espaços tão amplos que aceitem o deslocamento de uma coluna por kms de largura, em algum momento a própria natureza do terreno a obrigará a estreitar-se: aí é o melhor local para um ataque de flanco!
Lembrar, o apoio aéreo não estará necessariamente disponível, há a Meteorologia a ser levada em conta, e quanto mais leve o meio (drone, helicóptero) mais influência terá. E notes, estou considerando que não haverá oposição no ar, porque se houver a Aviação estará muito ocupada defendendo a si mesma e, com isso, sua capacidade de apoiar quem está no solo cai.
Por fim, o ADS ainda é um conceito novo e pouco provado (que eu saiba, só o Trophy de Israel pode ser chamado sem subterfúgios de combat proven, os demais - como o AMAP - têm apenas esta capacidade em tese); sendo confirmado por vários sistemas semelhantes como um Medida eficaz, Contramedidas virão, desde tentativas de "cegar" ou "jammear" seus sensores até ATGMs e RPGs stealth. Assim, eu não confiaria de todo nisso.
E voltamos à pergunta que fiz: quanto pesaria um MBT apenas para poder disparar com segurança e precisão o canhão mais poderoso existente (120/125 mm) ou em desenvolvimento (130/152 mm)? E quanto pesaria para ser garantidamente defensável - considerando apenas os tipos de blindagem imunes a jamming, como ERA/NERA e passiva (fixa e modular do tipo removível) - contra este mesmo canhão e munições, já estando no horizonte "flechas" APFSDS com mais de um metro de comprimento e capazes de entregar entre 20 e 30 MJ? Porque nada do que existe atualmente (e o "limite" de 70 t já foi ultrapassado) é capaz disso.
Na prática estamos debatendo um MBT que vai acabar custando quase o mesmo que um caça e com utilidade muito limitada, penso, por isso toquei no tema LEVE E ÁGIL...
Lembrar, o apoio aéreo não estará necessariamente disponível, há a Meteorologia a ser levada em conta, e quanto mais leve o meio (drone, helicóptero) mais influência terá. E notes, estou considerando que não haverá oposição no ar, porque se houver a Aviação estará muito ocupada defendendo a si mesma e, com isso, sua capacidade de apoiar quem está no solo cai.
Por fim, o ADS ainda é um conceito novo e pouco provado (que eu saiba, só o Trophy de Israel pode ser chamado sem subterfúgios de combat proven, os demais - como o AMAP - têm apenas esta capacidade em tese); sendo confirmado por vários sistemas semelhantes como um Medida eficaz, Contramedidas virão, desde tentativas de "cegar" ou "jammear" seus sensores até ATGMs e RPGs stealth. Assim, eu não confiaria de todo nisso.
E voltamos à pergunta que fiz: quanto pesaria um MBT apenas para poder disparar com segurança e precisão o canhão mais poderoso existente (120/125 mm) ou em desenvolvimento (130/152 mm)? E quanto pesaria para ser garantidamente defensável - considerando apenas os tipos de blindagem imunes a jamming, como ERA/NERA e passiva (fixa e modular do tipo removível) - contra este mesmo canhão e munições, já estando no horizonte "flechas" APFSDS com mais de um metro de comprimento e capazes de entregar entre 20 e 30 MJ? Porque nada do que existe atualmente (e o "limite" de 70 t já foi ultrapassado) é capaz disso.
Na prática estamos debatendo um MBT que vai acabar custando quase o mesmo que um caça e com utilidade muito limitada, penso, por isso toquei no tema LEVE E ÁGIL...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: UM MBT NACIONAL
@Túlio, eu imagino que o cenário desenhado por você seja levando em consideração uma ação defensiva, como emboscadas. Se caso for, é um dos motivos de eu defender VBC-SR com canhão 120 mm em uma Reformada Brigada de Cavalaria Mecanizada, atuando para frear o avanço inimigo e podendo ser deslocada rapidamente para o T.O.
Porém, em caso de ações ofensivas, a tática de buscar o flanco inimigo e obter sucesso é muito menor, pois já existiram defesas preparadas e talvez até móveis, com o inimigo tendo a vantagem de poder realizar ações defensivas visando os flancos inimigos.
Por isso - e como bem falaste sobre o sistema ADS - creio que negligenciar a blindagem de um MBT em nome da leveza seja temerária.
Quanto a agilidade, é bem relativo. O M1A2 possui uma aceleração excelente e é uma viatura muito ágil, bem mais que um T-72, que é bem mais leve. Creio que aqui a razão potencia x peso e o torque seja mais favorável do que apenas a análise do peso em si.
Quanto a medida de MJ, creio que tenhas superestimado. Canhões L/44 e L/55, com munições variando entre 1,600 m/s para 1,750 m/s entregam na ordem de 9,8 MJ até 12,5 MJ, dependendo das condições empregadas e a munição, neste caso testes feitos com a DM63/DM53A1. Canhões ETC estão desenvolvendo, em testes, cerca de 18 MJ e canhões EM são estimados em 24-30 MJ's.
Hoje em dia, contra canhões convencionais 120 mm e 125 mm, blindagens que utilizam Nanocompostos e suportam disparos diretos frontais em até 1,5-2 km são o K2, Type 10 e a blindagem AMAP, onde viaturas não pesam mais que 56 toneladas. Um kit completo da AMAP-B pesa cerca de 6 toneladas, um pouco mais com mais kit's laterais.
Challenger II, M1A1AIM/M1A2, Leopard 2A7+ e T-90M suportam isso, porém utilizam blindagem convencional de geração anterior, como compostos e até DU, que fazem seu peso parar na casa das 65 toneladas, exceto pelo T-90M, que utiliza ERA pesada.
Quando os canhões ETC substituir canhões convencionais, será necessário que o MBT carregue um APU e uma bateria dedicada ao canhão, o que influenciará em seu peso.
Penso que um MBT com peso entre 55-57 toneladas, fazendo uso de Nanocompostos, ADS com dois sensores (Radar Ativo e IIR, como o AMAP) e dois interceptadores (lançador móvel para munições químicas lentas e lançador fixo para munições cinéticas) e ERA/NERA seja o ideal. Não é lá esse peso todo, mas também não é leve o suficiente para ter problemas em situações táticas desfavoráveis.
Porém, em caso de ações ofensivas, a tática de buscar o flanco inimigo e obter sucesso é muito menor, pois já existiram defesas preparadas e talvez até móveis, com o inimigo tendo a vantagem de poder realizar ações defensivas visando os flancos inimigos.
Por isso - e como bem falaste sobre o sistema ADS - creio que negligenciar a blindagem de um MBT em nome da leveza seja temerária.
Quanto a agilidade, é bem relativo. O M1A2 possui uma aceleração excelente e é uma viatura muito ágil, bem mais que um T-72, que é bem mais leve. Creio que aqui a razão potencia x peso e o torque seja mais favorável do que apenas a análise do peso em si.
Quanto a medida de MJ, creio que tenhas superestimado. Canhões L/44 e L/55, com munições variando entre 1,600 m/s para 1,750 m/s entregam na ordem de 9,8 MJ até 12,5 MJ, dependendo das condições empregadas e a munição, neste caso testes feitos com a DM63/DM53A1. Canhões ETC estão desenvolvendo, em testes, cerca de 18 MJ e canhões EM são estimados em 24-30 MJ's.
Hoje em dia, contra canhões convencionais 120 mm e 125 mm, blindagens que utilizam Nanocompostos e suportam disparos diretos frontais em até 1,5-2 km são o K2, Type 10 e a blindagem AMAP, onde viaturas não pesam mais que 56 toneladas. Um kit completo da AMAP-B pesa cerca de 6 toneladas, um pouco mais com mais kit's laterais.
Challenger II, M1A1AIM/M1A2, Leopard 2A7+ e T-90M suportam isso, porém utilizam blindagem convencional de geração anterior, como compostos e até DU, que fazem seu peso parar na casa das 65 toneladas, exceto pelo T-90M, que utiliza ERA pesada.
Quando os canhões ETC substituir canhões convencionais, será necessário que o MBT carregue um APU e uma bateria dedicada ao canhão, o que influenciará em seu peso.
Penso que um MBT com peso entre 55-57 toneladas, fazendo uso de Nanocompostos, ADS com dois sensores (Radar Ativo e IIR, como o AMAP) e dois interceptadores (lançador móvel para munições químicas lentas e lançador fixo para munições cinéticas) e ERA/NERA seja o ideal. Não é lá esse peso todo, mas também não é leve o suficiente para ter problemas em situações táticas desfavoráveis.
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Re: UM MBT NACIONAL
Mudando um pouco, talvez se pudesse ter DOIS tipos diferentes de forças blindadas:
Uma mais numerosa, com carros suficientemente leves para (1) operar nos banhados lamacentos do RS e nos terrenos montanhosos que também tem de monte aqui (além da maior parte do Brasil) e (2) serem capazes de, mesmo tendo que remover coisas como APS, add-ons passivos/reativos, Mun e até a maior parte do combustível, de modo a ficar pesando abaixo das 26 t, o que nos permitiria usar o nosso novo Transporte TÁTICO como ESTRATÉGICO (sinto mas duvido que seja comprada tão cedo alguma aeronave capaz de transportar um MBT de verdade) e com ênfase em MOUT, onde a grande ameaça são os RPGs e Msl AT. Outro foco crítico é a melhor capacidade C6ISR possível (e temos a AEL para isso), incluindo algo semelhante a isso:
Foto minha, usem à vontade. Conheci esses bichinhos nos começos de 2014 (a empresa é de Porto Alegre) e o menor (SPARROW), com peso vazio (com câmera de pilotagem e bateria Li-Po) de 120 g e capacidade de carga de 200 g (o que permitia, na época, levar, entre outras coisas legais, um termal da FLYR SYSTEMS que parecia uma versão ligeiramente reduzida da bateria NB-10L da minha Canon, talvez um pouquinho menor, incluindo uma variante capaz de "farejar" as emanações explosivas de um IED), medindo 12 x 12 cm; já era então considerado obsolescente, estando em desenvolvimento uma versão com as mesmas capacidades mas medindo 7 x 7 cm e com menos de metade do peso. Mesmo sendo uma tecnologia crítica, segundo o dono da empresa me disse na época, sequer foi levado em conta para o Programa CoBRa, mesmo sendo uma tecnologia essencial, e não foi por falta de tentativa.
Mas é o maior que interessa no caso, se chamava STRYX e era state-of-the-art na época (hoje estaria provavelmente obsoleto), podendo ser usado, com grande incremento de consciência situacional, desde em um pequeno jipe de Reconhecimento até num MBT (neste tanto poderia haver um espaço blindado para ele no topo da torre - media 32 x 32 cm pronto para voar e com carga útil de 700 g e peso total de 2,5 kg - ou ficar no interior do carro (quando dobrado suas dimensões caíam para menos de 20 x 20 cm) dentro da maleta de proteção fornecida pelo fabricante e ser lançado e recolhido por uma das escotilhas. Pensando em uma versão atual, creio que qualquer um pode imaginar a diferença entre o mais poderoso e FODÃO blindado do mundo mas limitado à linha-de-visada de seus sensores onboard contra outro menos poderoso mas cuja presença deste equipamento equivale a um caça leve orientado por AEW contra um supercaça sem este tipo de apoio. Não adiante ter supercanhão e super-blindagem se já foi detectado e, portanto, pode ser evitado e atacado de fora do seu alcance (LAHAT, p ex) ou em posição desvantajosa (retaguarda, p ex). Um Esq CC, se cada carro lançasse o seu ao mesmo tempo e de maneira coordenada, teria controle total num raio de mais de 10 km ao seu redor, podendo detectar desde o cara camuflado com seu RPG até um grupo disperso de outros MBTs. E isso é apenas uma pequenina parte do que é C6ISR (Command, Control, Communications, Computers, Cyberdefense*, Combat* e Intelligence, Surveillance and Reconnaissance).
O resto do carro precisaria, na minha concepção, apenas de capacidade de resistir a projéteis cinéticos até 30 mm (nível VI STANAG 4569) e estilhaços de Art 155 (por isso insisto no nível VI) a curta distância, e isso com os add-ons (APS e ERA seriam empregados contra bomblets com cabeça HEAT, p ex), uma Pç 105 (120 seria complicado pela pouca capacidade de Mun, ainda mais com Msl AT disparado pelo Can) como o CT 105 Gun/Mun MECAR APFSDS e uma razão peso-potência tão perto quanto possível dos 30 HP/ton, não tanto para velocidade e sim para AGILIDADE. Seria um meio fabuloso para MOUT e um oponente duríssimo no campo, porque é complicado acertar naquilo que não se consegue nem botar ao alcance de um 120/125, ainda por cima tendo que se defender de Msl AT.
* - Um drone destes poderia ser usado também para Cyberattack.
SE fosse o caso, um único RCC localizado talvez no NE, em terreno tão próximo quanto possível dos encontrados no OM, porque se tem palavra que enjoei de ouvir do oficialato subalterno e mesmo superior do EB foi COALIZÃO (claro que com os EUA). Aí sim, são apenas 54 carros, não precisa se preocupar com peso nem preço, apenas se certificar que a localização da unidade fique bem perto de uma boa estrada e uma ferrovia, ambas levando a um porto oceânico próximo, de modo que a USN venha buscar e levar pro matadouro.
Me parece uma solução que agradaria a Gregos e Troianos...
Uma mais numerosa, com carros suficientemente leves para (1) operar nos banhados lamacentos do RS e nos terrenos montanhosos que também tem de monte aqui (além da maior parte do Brasil) e (2) serem capazes de, mesmo tendo que remover coisas como APS, add-ons passivos/reativos, Mun e até a maior parte do combustível, de modo a ficar pesando abaixo das 26 t, o que nos permitiria usar o nosso novo Transporte TÁTICO como ESTRATÉGICO (sinto mas duvido que seja comprada tão cedo alguma aeronave capaz de transportar um MBT de verdade) e com ênfase em MOUT, onde a grande ameaça são os RPGs e Msl AT. Outro foco crítico é a melhor capacidade C6ISR possível (e temos a AEL para isso), incluindo algo semelhante a isso:
Foto minha, usem à vontade. Conheci esses bichinhos nos começos de 2014 (a empresa é de Porto Alegre) e o menor (SPARROW), com peso vazio (com câmera de pilotagem e bateria Li-Po) de 120 g e capacidade de carga de 200 g (o que permitia, na época, levar, entre outras coisas legais, um termal da FLYR SYSTEMS que parecia uma versão ligeiramente reduzida da bateria NB-10L da minha Canon, talvez um pouquinho menor, incluindo uma variante capaz de "farejar" as emanações explosivas de um IED), medindo 12 x 12 cm; já era então considerado obsolescente, estando em desenvolvimento uma versão com as mesmas capacidades mas medindo 7 x 7 cm e com menos de metade do peso. Mesmo sendo uma tecnologia crítica, segundo o dono da empresa me disse na época, sequer foi levado em conta para o Programa CoBRa, mesmo sendo uma tecnologia essencial, e não foi por falta de tentativa.
Mas é o maior que interessa no caso, se chamava STRYX e era state-of-the-art na época (hoje estaria provavelmente obsoleto), podendo ser usado, com grande incremento de consciência situacional, desde em um pequeno jipe de Reconhecimento até num MBT (neste tanto poderia haver um espaço blindado para ele no topo da torre - media 32 x 32 cm pronto para voar e com carga útil de 700 g e peso total de 2,5 kg - ou ficar no interior do carro (quando dobrado suas dimensões caíam para menos de 20 x 20 cm) dentro da maleta de proteção fornecida pelo fabricante e ser lançado e recolhido por uma das escotilhas. Pensando em uma versão atual, creio que qualquer um pode imaginar a diferença entre o mais poderoso e FODÃO blindado do mundo mas limitado à linha-de-visada de seus sensores onboard contra outro menos poderoso mas cuja presença deste equipamento equivale a um caça leve orientado por AEW contra um supercaça sem este tipo de apoio. Não adiante ter supercanhão e super-blindagem se já foi detectado e, portanto, pode ser evitado e atacado de fora do seu alcance (LAHAT, p ex) ou em posição desvantajosa (retaguarda, p ex). Um Esq CC, se cada carro lançasse o seu ao mesmo tempo e de maneira coordenada, teria controle total num raio de mais de 10 km ao seu redor, podendo detectar desde o cara camuflado com seu RPG até um grupo disperso de outros MBTs. E isso é apenas uma pequenina parte do que é C6ISR (Command, Control, Communications, Computers, Cyberdefense*, Combat* e Intelligence, Surveillance and Reconnaissance).
O resto do carro precisaria, na minha concepção, apenas de capacidade de resistir a projéteis cinéticos até 30 mm (nível VI STANAG 4569) e estilhaços de Art 155 (por isso insisto no nível VI) a curta distância, e isso com os add-ons (APS e ERA seriam empregados contra bomblets com cabeça HEAT, p ex), uma Pç 105 (120 seria complicado pela pouca capacidade de Mun, ainda mais com Msl AT disparado pelo Can) como o CT 105 Gun/Mun MECAR APFSDS e uma razão peso-potência tão perto quanto possível dos 30 HP/ton, não tanto para velocidade e sim para AGILIDADE. Seria um meio fabuloso para MOUT e um oponente duríssimo no campo, porque é complicado acertar naquilo que não se consegue nem botar ao alcance de um 120/125, ainda por cima tendo que se defender de Msl AT.
* - Um drone destes poderia ser usado também para Cyberattack.
SE fosse o caso, um único RCC localizado talvez no NE, em terreno tão próximo quanto possível dos encontrados no OM, porque se tem palavra que enjoei de ouvir do oficialato subalterno e mesmo superior do EB foi COALIZÃO (claro que com os EUA). Aí sim, são apenas 54 carros, não precisa se preocupar com peso nem preço, apenas se certificar que a localização da unidade fique bem perto de uma boa estrada e uma ferrovia, ambas levando a um porto oceânico próximo, de modo que a USN venha buscar e levar pro matadouro.
Me parece uma solução que agradaria a Gregos e Troianos...
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Re: UM MBT NACIONAL
A atual organização das brigadas cav mecanizadas não poderia absorver esse conceito de RCB (CC leve) + RCM (VBC-SR/VBCI), deixando às bgdas cav blda o trabalho tradicional de operações de choque?
Claro, deveria haver melhor distribuição das brigadas cav mec atuais, com pelo menos uma por região geográfica, exceção feita à região norte onde cavalaria só faz sentido em menos da metade de Roraima.
Por outro lado, ao invés de 4 bdas cav mec + 2 bdas cav blda, porque não 12 bdas cav reorganizadas em seus elementos componentes para caber os meios citos por você?
Vale mais uma brigada cav com capacidade de se locomover com os meios que dispomos em mãos do que uma OM que só sai do lugar se pegar um trem ou navio.
abs
Claro, deveria haver melhor distribuição das brigadas cav mec atuais, com pelo menos uma por região geográfica, exceção feita à região norte onde cavalaria só faz sentido em menos da metade de Roraima.
Por outro lado, ao invés de 4 bdas cav mec + 2 bdas cav blda, porque não 12 bdas cav reorganizadas em seus elementos componentes para caber os meios citos por você?
Vale mais uma brigada cav com capacidade de se locomover com os meios que dispomos em mãos do que uma OM que só sai do lugar se pegar um trem ou navio.
abs
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Re: UM MBT NACIONAL
Brumado, na Bahia. É a localização onde eu formaria uma 3ª Brigada Blindada.Túlio escreveu: ↑Qui Jul 23, 2020 1:47 pm SE fosse o caso, um único RCC localizado talvez no NE, em terreno tão próximo quanto possível dos encontrados no OM, porque se tem palavra que enjoei de ouvir do oficialato subalterno e mesmo superior do EB foi COALIZÃO (claro que com os EUA). Aí sim, são apenas 54 carros, não precisa se preocupar com peso nem preço, apenas se certificar que a localização da unidade fique bem perto de uma boa estrada e uma ferrovia, ambas levando a um porto oceânico próximo, de modo que a USN venha buscar e levar pro matadouro.
Me parece uma solução que agradaria a Gregos e Troianos...[/Justificar]
Há ferrovias e planos para mais delas no futuro, integrando com outras, como a Norte-Sul.
Quanto ao comentário do @FCarvalho, 12 Bda Cav Mec no lugar de 3 Bda Blind e 4 Bda Cav Mec? Péssima ideia.
Mesmo no cenário atual, CC leve não é opção em operações ofensivas, nem como todo EW. CC não tem sua missão apenas combater outros CC's, mas sim e principalmente posições fortificadas do inimigo, este em postura de Defesa. Vant nesse caso é inútil, já que se trata de posições fixas, apesar de eu ser a favor do Vant CAT 0 quadrirrotor para o comandante de carro.
A missão anticarro em postura defensiva ou ofensiva limitada (apoio de fogo cerrado) - ou mesmo o que o Túlio descreveu - na minha opinião seria das Bda Cav Mec, que teriam mobilidade estratégica e bastante poder de fogo com os RCM's modificados.
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Re: UM MBT NACIONAL
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:53 am
Brumado, na Bahia. É a localização onde eu formaria uma 3ª Brigada Blindada.
A região mencionada pode servir perfeitamente, pois nunca estive no NE e não confio muito em Google Maps, assim, se a conheces, estás léguas adiante de mim no tema; minha única discordância é que mencionei RCC, não Brigada Blindada ou Mecanizada. Não aprofundei porque já estava achando que ninguém que valha o trabalho de pesquisar e só depois escrever ainda lesse meus posts (é, me enganei pelo jeito), então vou consertar essa parte, levando-a a um nível que talvez a faça valer um debate:
Bueno, mencionei o RCC como parte do que viria a ser a nossa primeira BRIGADA EXPEDICIONÁRIA, o que na prática seria talvez a primeira vez em nossa História que já teríamos alguma preparação bem anterior à necessidade de entrar em algum conflito, e neste caso visando uma Coalizão com os de sempre, EUA/OTAN. Tratar-se-ia então do que, à falta de nome OFICIAL, eu chamo de 1ª Brigada Expedicionária a qual, naturalmente, teria mais do que um RCC, tipo pelo menos um RIB com IFV tipo Bradley, Marder, Puma, tanto faz, importa é que aí teríamos uma GU na qual não - de jeito nenhum - se poderia/deveria economizar, ou seja, se é Bradley ou Marder, obter a melhor versão possível; e pelo menos um Grupo/Regimento de Art AP, também com o melhor que se pode obter. Estou falando do núcleo duro, claro que mais unidades deveriam ser somadas, como algum R C Mec, B Log, B AvEx, etc. Em linhas gerais, acho que expliquei razoavelmente o conceito.
Bueno, mencionei o RCC como parte do que viria a ser a nossa primeira BRIGADA EXPEDICIONÁRIA, o que na prática seria talvez a primeira vez em nossa História que já teríamos alguma preparação bem anterior à necessidade de entrar em algum conflito, e neste caso visando uma Coalizão com os de sempre, EUA/OTAN. Tratar-se-ia então do que, à falta de nome OFICIAL, eu chamo de 1ª Brigada Expedicionária a qual, naturalmente, teria mais do que um RCC, tipo pelo menos um RIB com IFV tipo Bradley, Marder, Puma, tanto faz, importa é que aí teríamos uma GU na qual não - de jeito nenhum - se poderia/deveria economizar, ou seja, se é Bradley ou Marder, obter a melhor versão possível; e pelo menos um Grupo/Regimento de Art AP, também com o melhor que se pode obter. Estou falando do núcleo duro, claro que mais unidades deveriam ser somadas, como algum R C Mec, B Log, B AvEx, etc. Em linhas gerais, acho que expliquei razoavelmente o conceito.
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:53 am Há ferrovias e planos para mais delas no futuro, integrando com outras, como a Norte-Sul.
Isso nos leva ao ponto não falado da Brigada Expedicionária: facilitar e ampliar a capacidade de movimentação interna a tornaria, na prática, capaz de intervir aqui dentro também, sempre que necessário. Mas isso não deveria ser mencionado nas conversações com os acima citados (especialmente EUA, que desde os começos do século passado são o grande empecilho para quem quiser vir se fresquear aqui), o que inclusive poderia facilitar/baratear as aquisições (preço, off-sets tecnológicos e condições de financiamento/FMS) necessárias à criação desta nova GU. Com o tempo e aumento dos exercícios conjuntos, não é de duvidar que esta unidade venha a ter acesso até a coisas "proibidas" como o Link 16, sem as quais não teria como interoperar com EUA/OTAN num TO de verdade, e se luta como se treina, ou seja, acabariam tendo que ceder.
Acho que fiquei ali pelo meio termo.gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:53 am Quanto ao comentário do @FCarvalho, 12 Bda Cav Mec no lugar de 3 Bda Blind e 4 Bda Cav Mec? Péssima ideia.
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:53 am Mesmo no cenário atual, CC leve não é opção em operações ofensivas, nem como todo EW. CC não tem sua missão apenas combater outros CC's, mas sim e principalmente posições fortificadas do inimigo, este em postura de Defesa. Vant nesse caso é inútil, já que se trata de posições fixas, apesar de eu ser a favor do Vant CAT 0 quadrirrotor para o comandante de carro.
A missão anticarro em postura defensiva ou ofensiva limitada (apoio de fogo cerrado) - ou mesmo o que o Túlio descreveu - na minha opinião seria das Bda Cav Mec, que teriam mobilidade estratégica e bastante poder de fogo com os RCM's modificados.
Esta parte eu vou deixar para mais adiante, já há muito o que debater (mas me parece muito difícil vencer quem luta em NCW - minidrone, no caso, mas há muito mais - não dispondo desta capacidade). Eu descartei o conceito de médio a priori mas não o rejeitei de fato, apenas queria pensar mais e pesquisar um pouco, que é para o que serve um Fórum como o nosso, não para "ganhar debate", tipo "eu sei mais do que tu, otário". O que me fez agir assim é que quem expôs e defendeu o conceito é nada menos que o Mestre (ele não pediu o "título" nem o botou no nick, foi atribuído por mim e estendido a outros com quem sempre aprendi muito, como o saudoso Mestre Bacchi) @Paulo Bastos, que sabe muito mas MUITO e não fica dando carteiraço; ele expõe o que está sendo discutido na Força, dá sua opinião mas a defende só até certo ponto; se ela não interessa a ninguém ou ele começa a ser xaropeado, simplesmente deixa de lado e vai cuidar da vida. Sempre foi assim, desde a primeira vez que debati com ele, e eu nem era Moderador (ou seja, nem de VASELINA dá pra chamar o hôme ). Pelo exposto, deixo esta parte para mais adiante, apenas esclarecendo que minha opinião (ainda em formação) a respeito está parcialmente exposta em post anterior e que não sofro daquele terrível mal que o saudoso RAUL SEIXAS nos prevenia lá nos anos 70, ou seja, "ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
Pois "eu prefiro ser/essa metamorfose ambulante".
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Re: UM MBT NACIONAL
Brumado é a posição perfeita no Nordeste, pois fica no meio do Cerrado e da Caatinga. Existem vários locais que pode basear um Centro de Instrução de larga escala, inclusive para a artilharia. Conheço Brumado e já fui lá por três vezes, é uma região bem plana. Há 322 km ao Norte, há a região de Irecê, onde é ainda mais Caatinga.Túlio escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 1:35 pmA região mencionada pode servir perfeitamente, pois nunca estive no NE e não confio muito em Google Maps, assim, se a conheces, estás léguas adiante de mim no tema; minha única discordância é que mencionei RCC, não Brigada Blindada ou Mecanizada. Não aprofundei porque já estava achando que ninguém que valha o trabalho de pesquisar e só depois escrever ainda lesse meus posts (é, me enganei pelo jeito), então vou consertar essa parte, levando-a a um nível que talvez a faça valer um debate:[...]
Bueno, mencionei o RCC como parte do que viria a ser a nossa primeira BRIGADA EXPEDICIONÁRIA, o que na prática seria talvez a primeira vez em nossa História que já teríamos alguma preparação bem anterior à necessidade de entrar em algum conflito, e neste caso visando uma Coalizão com os de sempre, EUA/OTAN. Tratar-se-ia então do que, à falta de nome OFICIAL, eu chamo de 1ª Brigada Expedicionária a qual, naturalmente, teria mais do que um RCC, tipo pelo menos um RIB com IFV tipo Bradley, Marder, Puma, tanto faz, importa é que aí teríamos uma GU na qual não - de jeito nenhum - se poderia/deveria economizar, ou seja, se é Bradley ou Marder, obter a melhor versão possível; e pelo menos um Grupo/Regimento de Art AP, também com o melhor que se pode obter. Estou falando do núcleo duro, claro que mais unidades deveriam ser somadas, como algum R C Mec, B Log, B AvEx, etc. Em linhas gerais, acho que expliquei razoavelmente o conceito.
[...]Isso nos leva ao ponto não falado da Brigada Expedicionária: facilitar e ampliar a capacidade de movimentação interna a tornaria, na prática, capaz de intervir aqui dentro também, sempre que necessário. Mas isso não deveria ser mencionado nas conversações com os acima citados (especialmente EUA, que desde os começos do século passado são o grande empecilho para quem quiser vir se fresquear aqui), o que inclusive poderia facilitar/baratear as aquisições (preço, off-sets tecnológicos e condições de financiamento/FMS) necessárias à criação desta nova GU. Com o tempo e aumento dos exercícios conjuntos, não é de duvidar que esta unidade venha a ter acesso até a coisas "proibidas" como o Link 16, sem as quais não teria como interoperar com EUA/OTAN num TO de verdade, e se luta como se treina, ou seja, acabariam tendo que ceder.[...]
Quanto a parte estratégica, existe a Rodovia Centro-Atlântica, que liga Brumado até o Porto de Salvador, que já foi importante base para a Marinha durante a Segunda Guerra, servindo como possibilidade de Cabotagem e também liga ás ferrovias do Sudeste, podendo ser levado até o Norte.
Quando a Brigada Expedicionária, qual seria e onde teria a intenção de utilizar?
Não entendeste, eu não disse que NCW teria fator determinante na vitória, mas sim na escolha do blindado. Carros de Combate irão se bater de frente ou bater de frente com fortificações inimigas, dificilmente haverão grandes ações de flancos, a não ser no cenário tático com SU's e olhe lá! VBCI's e Fuzileiros Blindados estão ali para evitar que seus VBC's sejam atacados pelos flancos, atuando mais separadamente. A ajuda de drones também dificulta que você faça um bom movimento pelos flancos do inimigo.Túlio escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 1:35 pmEsta parte eu vou deixar para mais adiante, já há muito o que debater (mas me parece muito difícil vencer quem luta em NCW - minidrone, no caso, mas há muito mais - não dispondo desta capacidade). Eu descartei o conceito de médio a priori mas não o rejeitei de fato, apenas queria pensar mais e pesquisar um pouco, que é para o que serve um Fórum como o nosso, não para "ganhar debate", tipo "eu sei mais do que tu, otário". O que me fez agir assim é que quem expôs e defendeu o conceito é nada menos que o Mestre (ele não pediu o "título" nem o botou no nick, foi atribuído por mim e estendido a outros com quem sempre aprendi muito, como o saudoso Mestre Bacchi) @Paulo Bastos, que sabe muito mas MUITO e não fica dando carteiraço; ele expõe o que está sendo discutido na Força, dá sua opinião mas a defende só até certo ponto; se ela não interessa a ninguém ou ele começa a ser xaropeado, simplesmente deixa de lado e vai cuidar da vida. Sempre foi assim, desde a primeira vez que debati com ele, e eu nem era Moderador (ou seja, nem de VASELINA dá pra chamar o hôme ). Pelo exposto, deixo esta parte para mais adiante, apenas esclarecendo que minha opinião (ainda em formação) a respeito está parcialmente exposta em post anterior e que não sofro daquele terrível mal que o saudoso RAUL SEIXAS nos prevenia lá nos anos 70, ou seja, "ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
Pois "eu prefiro ser/essa metamorfose ambulante".
Hoje na ABCT existem equipes que possuem a tarefa exclusiva como anticarro, utilizando Humvee - mais tarde JLTV - e TOW, atuando nos flancos e prevenindo que haja VBC's inimigos atuando nos flancos de seus amados Abrams. O mesmo poderia ser reeditado aqui.
O que me faz torcer o nariz para "MMBT" e suas 30-40 toneladas e a falta de blindagem para assaltar uma fortificação, em que essa viatura estará tomando chumbo até o talo e terá que continuar avançando. Não tem ADS que resista por muito tempo e NERA/ERA é só uma vez e fica uma seção desprotegida, necessitando que a viatura tenha uma bela blindagem passiva.
Uma viatura com 55 toneladas acho ideal, ainda mais considerando um sistema de carregamento automático.
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Re: UM MBT NACIONAL
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:16 pm
Brumado é a posição perfeita no Nordeste, pois fica no meio do Cerrado e da Caatinga. Existem vários locais que pode basear um Centro de Instrução de larga escala, inclusive para a artilharia. Conheço Brumado e já fui lá por três vezes, é uma região bem plana. Há 322 km ao Norte, há a região de Irecê, onde é ainda mais Caatinga.
Quanto a parte estratégica, existe a Rodovia Centro-Atlântica, que liga Brumado até o Porto de Salvador, que já foi importante base para a Marinha durante a Segunda Guerra, servindo como possibilidade de Cabotagem e também liga ás ferrovias do Sudeste, podendo ser levado até o Norte.
Bueno, então conheces melhor do que eu, que nunca cheguei nem perto. A questão que permanece é a da Mobilidade Tática para um MBT de verdade, como a quantidade de acidentes do terreno que ficam encobertos pela vegetação, se a consistência varia pouco (onde passa fácil um leve ou médio, um pesado pode ter que ficar esperando a Engenharia); quantas, como são e onde ficam as lâminas d'água; quantas e onde ficam as pontes para atravessá-las (e sua resistência, naturalmente) & mais um monte de quetales.
Além disso, sugeri o NE especialmente pela facilidade de deslocamento marítimo para o Hemisfério Norte, onde a OTAN atua, afinal, se queremos credibilidade como ALIADOS CONFIÁVEIS (não MEMBROS EFETIVOS, pois o custo-benefício nos seria bastante desfavorável, creio) precisamos poder movimentar rápido forças para o TO, e os EUA que se virem para proporcionar o transporte até lá; a segunda razão seria uma possível (mas não sei) similaridade com os cenários em que as citadas forças mais se fazem presentes, como o norte da África e Oriente Médio. Além disso, a proximidade com o N (como RR) poderia ampliar as capacidades de Treinamento para operar também no resto da África e até na Ásia.
Além disso, sugeri o NE especialmente pela facilidade de deslocamento marítimo para o Hemisfério Norte, onde a OTAN atua, afinal, se queremos credibilidade como ALIADOS CONFIÁVEIS (não MEMBROS EFETIVOS, pois o custo-benefício nos seria bastante desfavorável, creio) precisamos poder movimentar rápido forças para o TO, e os EUA que se virem para proporcionar o transporte até lá; a segunda razão seria uma possível (mas não sei) similaridade com os cenários em que as citadas forças mais se fazem presentes, como o norte da África e Oriente Médio. Além disso, a proximidade com o N (como RR) poderia ampliar as capacidades de Treinamento para operar também no resto da África e até na Ásia.
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:16 pm Quando a Brigada Expedicionária, qual seria e onde teria a intenção de utilizar?
Parte respondida acima e, se fores ver de perto, está mais para um achismo meu do que uma certeza; o resto está muito acima do meu paygrade...
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:16 pm Não entendeste, eu não disse que NCW teria fator determinante na vitória, mas sim na escolha do blindado. Carros de Combate irão se bater de frente ou bater de frente com fortificações inimigas, dificilmente haverão grandes ações de flancos, a não ser no cenário tático com SU's e olhe lá! VBCI's e Fuzileiros Blindados estão ali para evitar que seus VBC's sejam atacados pelos flancos, atuando mais separadamente. A ajuda de drones também dificulta que você faça um bom movimento pelos flancos do inimigo.
Aqui me parece que estamos falando de alhos e bugalhos; insistes (ou assim me parece) em atacar um alvo frontalmente e pior, o deixando intacto (ou quase) até o momento do assalto (pelo menos foi assim que entendi). Para ficar apenas nos séculos anteriores e em ocasiões largamente conhecidas e discutidas, cito Barbarossa no século XX e Gettysburg e Waterloo no XIX: nos três casos o lado atacante se recusou a mudar de tática (haviam vencido - e até facilmente - várias vezes com a de sempre) mesmo vendo que a que empregavam (ataque frontal) estava dando BEM errado naquele momento, não pararam e se reorganizaram, vindo a, por consequência, todos amargarem derrotas acachapantes. Foram batalhas que decidiram guerras.
Não estou dizendo que a Brigada (que, até onde sei, só existe na minha cabeça) iria lutar INTEIRA nem SOZINHA mas, e isso sim estou dizendo, jamais com foco num ponto (ou alvo) só ou com um meio só, e sim vários. P ex, se há uma fortificação (Ponto Fortificado, que pode inclusive ser móvel - na verdade deve!) primeiro se faz Reconhecimento o tempo todo (se não te agradam os drones pequenos uses bem grandes como o Global Hawk ou aviões como o SR-71, ou satélites-espiões, ou uma mistura disso tudo, o que me parece melhor, embora eu considere, no nível TÁTICO, o pequeno drone como insubstituível pelo custo-benefício) e, ao se ter um conhecimento sobre as capacidades e demais detalhes militarmente importantes do(s) alvo(s), é começar a usar a Aviação de Combate, depois os ASTROS, que temos e fazemos em casa e, suficientemente "machucado(s)" o(s) alvo(s), em seguida engrossar o caldo com a Art de tubo, para só então partir para o assalto final. Apenas um exemplo, claro.
Não estou dizendo que a Brigada (que, até onde sei, só existe na minha cabeça) iria lutar INTEIRA nem SOZINHA mas, e isso sim estou dizendo, jamais com foco num ponto (ou alvo) só ou com um meio só, e sim vários. P ex, se há uma fortificação (Ponto Fortificado, que pode inclusive ser móvel - na verdade deve!) primeiro se faz Reconhecimento o tempo todo (se não te agradam os drones pequenos uses bem grandes como o Global Hawk ou aviões como o SR-71, ou satélites-espiões, ou uma mistura disso tudo, o que me parece melhor, embora eu considere, no nível TÁTICO, o pequeno drone como insubstituível pelo custo-benefício) e, ao se ter um conhecimento sobre as capacidades e demais detalhes militarmente importantes do(s) alvo(s), é começar a usar a Aviação de Combate, depois os ASTROS, que temos e fazemos em casa e, suficientemente "machucado(s)" o(s) alvo(s), em seguida engrossar o caldo com a Art de tubo, para só então partir para o assalto final. Apenas um exemplo, claro.
gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:16 pm
O que me faz torcer o nariz para "MMBT" e suas 30-40 toneladas e a falta de blindagem para assaltar uma fortificação, em que essa viatura estará tomando chumbo até o talo e terá que continuar avançando. Não tem ADS que resista por muito tempo e NERA/ERA é só uma vez e fica uma seção desprotegida, necessitando que a viatura tenha uma bela blindagem passiva.
Aqui retornamos ao que postei aqui mesmo, pouco acima: uma parte já falei a respeito, a outra está, para variar, acima do meu paygrade .
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Re: UM MBT NACIONAL
Eu parto do seguinte princípio: dificilmente termos os meios aéreos suficientes para prover apoio a tão propalada mobilidade das forças na END. Isto posto, a doutrina de presença do exército faz mais sentido do que a de forças de deslocamento rápido.gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:53 am Quanto ao comentário do @FCarvalho, 12 Bda Cav Mec no lugar de 3 Bda Blind e 4 Bda Cav Mec? Péssima ideia.
Mesmo no cenário atual, CC leve não é opção em operações ofensivas, nem como todo EW. CC não tem sua missão apenas combater outros CC's, mas sim e principalmente posições fortificadas do inimigo, este em postura de Defesa. Vant nesse caso é inútil, já que se trata de posições fixas, apesar de eu ser a favor do Vant CAT 0 quadrirrotor para o comandante de carro.
A missão anticarro em postura defensiva ou ofensiva limitada (apoio de fogo cerrado) - ou mesmo o que o Túlio descreveu - na minha opinião seria das Bda Cav Mec, que teriam mobilidade estratégica e bastante poder de fogo com os RCM's modificados.
Como uma bgda blindada é uma OM grande e pesada demais para sair da sua região de emprego, a modificação das bgdas cav mec de tal forma que o conjunto RCB(CC) + RCM (VBR/VBCI) obtenha de tal forma poder de fogo, mobilidade e proteção suficientes para atuar em 90% das situações de combate previstas para o futuro, cada vez mais urbanas e assimétricas, então elas podem ser a GU de referência para nós junto com as bgdas inf mec.
Elevando, digamos, para 32 carros a dotação dos RCB e aplicando as VBR (105/120) e VBCI nos RCM aliados aos demais meios de apoio centrados em NCW, temos uma força bem equilibrada e capaz de prover o apoio necessário a infantaria e ainda atuar contra outras forças com maior flexibilidade e mobilidade. Se dispusermos dos meios aéreos de apoio da Aex então.
E penso que seja mais útil e proveitoso, e quiça mais barato manter 12 bgdas cav mec bem adestradas e equipadas do que cav blda e todos os problemas delas advindos, sabendo que não termos condições objetivas de dar-lhes plena operacionalidade.
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Re: UM MBT NACIONAL
Quanto a mobilidade tática:Túlio escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 4:43 pmBueno, então conheces melhor do que eu, que nunca cheguei nem perto. A questão que permanece é a da Mobilidade Tática para um MBT de verdade, como a quantidade de acidentes do terreno que ficam encobertos pela vegetação, se a consistência varia pouco (onde passa fácil um leve ou médio, um pesado pode ter que ficar esperando a Engenharia); quantas, como são e onde ficam as lâminas d'água; quantas e onde ficam as pontes para atravessá-las (e sua resistência, naturalmente) & mais um monte de quetales.
Além disso, sugeri o NE especialmente pela facilidade de deslocamento marítimo para o Hemisfério Norte, onde a OTAN atua, afinal, se queremos credibilidade como ALIADOS CONFIÁVEIS (não MEMBROS EFETIVOS, pois o custo-benefício nos seria bastante desfavorável, creio) precisamos poder movimentar rápido forças para o TO, e os EUA que se virem para proporcionar o transporte até lá; a segunda razão seria uma possível (mas não sei) similaridade com os cenários em que as citadas forças mais se fazem presentes, como o norte da África e Oriente Médio. Além disso, a proximidade com o N (como RR) poderia ampliar as capacidades de Treinamento para operar também no resto da África e até na Ásia.
1) as pontes, pode ficar tranquilo. Brumado é rota de caminhões de carga pesada, alguns com grãos, minério e gado, que utilizam a várias rodovias e as pontes estão preparadas para cargas acima das 100 toneladas. É comum ver Axor na região, transportando material para Pedra Preta; e
2) Quanto aos rios, é 8 e 80: existem cursos d'água que um MBT pode passar sem preparação e um que até viatura anfíbia teria dificuldades, como trechos do Rio de Contas, que é o mais próximo que fica em Jequié.
A ideia de uma Brigada Expedicionária pode se uma boa ideia, inclusive ser uma tropa combinada com EB, CFN e Marinha. Bahia seria ideal para isso, mas também vejo que uma Brigada Blindada na região ou no Centro-Oeste é bastante interessante, principalmente pela facilidade de apoiar o Norte ou mesmo o Nordeste, além do Centro-Oeste.
Quando falo em ataque frontal, não elimino os flancos do inimigo, quero dizer cerrar sobre o alvo. Falo não no cenário tático (SU's), mas no estratégico, em que é impossibilitado grandes movimentos de flancos, a não ser que você negue ao inimigo qualquer capacidade de reconhecimento. O que quero dizer que MBT vs MBT será dificultoso um atacar o flanco do outro devidoTúlio escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 4:43 pmAqui me parece que estamos falando de alhos e bugalhos; insistes (ou assim me parece) em atacar um alvo frontalmente e pior, o deixando intacto (ou quase) até o momento do assalto (pelo menos foi assim que entendi). Para ficar apenas nos séculos anteriores e em ocasiões largamente conhecidas e discutidas, cito Barbarossa no século XX e Gettysburg e Waterloo no XIX: nos três casos o lado atacante se recusou a mudar de tática (haviam vencido - e até facilmente - várias vezes com a de sempre) mesmo vendo que a que empregavam (ataque frontal) estava dando BEM errado naquele momento, não pararam e se reorganizaram, vindo a, por consequência, todos amargarem derrotas acachapantes. Foram batalhas que decidiram guerras.
Não estou dizendo que a Brigada (que, até onde sei, só existe na minha cabeça) iria lutar INTEIRA nem SOZINHA mas, e isso sim estou dizendo, jamais com foco num ponto (ou alvo) só ou com um meio só, e sim vários. P ex, se há uma fortificação (Ponto Fortificado, que pode inclusive ser móvel - na verdade deve!) primeiro se faz Reconhecimento o tempo todo (se não te agradam os drones pequenos uses bem grandes como o Global Hawk ou aviões como o SR-71, ou satélites-espiões, ou uma mistura disso tudo, o que me parece melhor, embora eu considere, no nível TÁTICO, o pequeno drone como insubstituível pelo custo-benefício) e, ao se ter um conhecimento sobre as capacidades e demais detalhes militarmente importantes do(s) alvo(s), é começar a usar a Aviação de Combate, depois os ASTROS, que temos e fazemos em casa e, suficientemente "machucado(s)" o(s) alvo(s), em seguida engrossar o caldo com a Art de tubo, para só então partir para o assalto final. Apenas um exemplo, claro.
Na minha mente, vejo uma frente de um Regimento com suas SU's espalhadas e cada uma atacando de uma forma diferente e de uma direção diferente, utilizando o terreno pra isso ou alguma exploração de oportunidade.
Não é a atuação sozinha ou na tática, mas um argumento meu sobre o quanto penso que negligenciar a blindagem em nome de NCW é arriscado. Isso já chegou a ser pensado antes e foi abandonado. Hoje em dia, viaturas leves com canhão possuem outro papel: expedicionário ou assalto rápido/contra-ataque em postura defensiva, seja a viatura por rodas ou por lagartas.
É somente sobre a blindagem.
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Re: UM MBT NACIONAL
Ao invés de criar um negócio complicado desse, por que não espalhar alguns RCB's (36 VBC-CC) e RCM's (32 VBC-SR) em alguns locais, como em Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul? Enquanto isso, existiriam as Brigadas de Cavalaria Mecanizadas, que não precisam necessariamente serem transportados por aeronaves, pode ser no chão mesmo, utilizando rodovias e hidrovias, somente o necessário, como alguns Esq Cav Mec ou Esq Rec Mec (que proponho) de elite das Bda Cav Mec que iriam via aérea. Por isso falo em transferir as Bda Cav Mec, com uma indo pro Nordeste, outra próxima ao Norte, uma no Centro-Oeste e outra permanecendo no Sul.FCarvalho escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 7:53 pmEu parto do seguinte princípio: dificilmente termos os meios aéreos suficientes para prover apoio a tão propalada mobilidade das forças na END. Isto posto, a doutrina de presença do exército faz mais sentido do que a de forças de deslocamento rápido.gabriel219 escreveu: ↑Sáb Ago 01, 2020 2:53 am Quanto ao comentário do @FCarvalho, 12 Bda Cav Mec no lugar de 3 Bda Blind e 4 Bda Cav Mec? Péssima ideia.
Mesmo no cenário atual, CC leve não é opção em operações ofensivas, nem como todo EW. CC não tem sua missão apenas combater outros CC's, mas sim e principalmente posições fortificadas do inimigo, este em postura de Defesa. Vant nesse caso é inútil, já que se trata de posições fixas, apesar de eu ser a favor do Vant CAT 0 quadrirrotor para o comandante de carro.
A missão anticarro em postura defensiva ou ofensiva limitada (apoio de fogo cerrado) - ou mesmo o que o Túlio descreveu - na minha opinião seria das Bda Cav Mec, que teriam mobilidade estratégica e bastante poder de fogo com os RCM's modificados.
Como uma bgda blindada é uma OM grande e pesada demais para sair da sua região de emprego, a modificação das bgdas cav mec de tal forma que o conjunto RCB(CC) + RCM (VBR/VBCI) obtenha de tal forma poder de fogo, mobilidade e proteção suficientes para atuar em 90% das situações de combate previstas para o futuro, cada vez mais urbanas e assimétricas, então elas podem ser a GU de referência para nós junto com as bgdas inf mec.
Elevando, digamos, para 32 carros a dotação dos RCB e aplicando as VBR (105/120) e VBCI nos RCM aliados aos demais meios de apoio centrados em NCW, temos uma força bem equilibrada e capaz de prover o apoio necessário a infantaria e ainda atuar contra outras forças com maior flexibilidade e mobilidade. Se dispusermos dos meios aéreos de apoio da Aex então.
E penso que seja mais útil e proveitoso, e quiça mais barato manter 12 bgdas cav mec bem adestradas e equipadas do que cav blda e todos os problemas delas advindos, sabendo que não termos condições objetivas de dar-lhes plena operacionalidade.
abs
E, desculpa, mas não sei de onde você tirou a conta que manter 12 Brigadas Cav Mec, mais adestradas e equipadas do que 4 Bda Cav Mec e 2/3 Bda Blind seria mais barato de fazer. Só com o pessoal o custo é muito maior!
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Re: UM MBT NACIONAL
gabriel219 escreveu: ↑Dom Ago 02, 2020 2:49 am
Quanto a mobilidade tática:
1) as pontes, pode ficar tranquilo. Brumado é rota de caminhões de carga pesada, alguns com grãos, minério e gado, que utilizam a várias rodovias e as pontes estão preparadas para cargas acima das 100 toneladas. É comum ver Axor na região, transportando material para Pedra Preta; e
2) Quanto aos rios, é 8 e 80: existem cursos d'água que um MBT pode passar sem preparação e um que até viatura anfíbia teria dificuldades, como trechos do Rio de Contas, que é o mais próximo que fica em Jequié.
Bueno, então sobre Mobilidade Tática parece que estamos conversados e minha ideia talvez não seja tão ruim, no fim das contas; falta saber até que ponto é similar aos terrenos (OM, norte da África) em que uma Brigada com vocação Expedicionária iria atuar. Não precisa ser IGUAL, basta ser suficientemente parecido.
gabriel219 escreveu: ↑Dom Ago 02, 2020 2:49 am Não é a atuação sozinha ou na tática, mas um argumento meu sobre o quanto penso que negligenciar a blindagem em nome de NCW é arriscado. Isso já chegou a ser pensado antes e foi abandonado. Hoje em dia, viaturas leves com canhão possuem outro papel: expedicionário ou assalto rápido/contra-ataque em postura defensiva, seja a viatura por rodas ou por lagartas.
É somente sobre a blindagem.
Pois aqui é onde divergimos; não quer dizer que sei mais do que tu ou que sou, sei lá, "melhor", apenas que levo em consideração FATOS a que talvez não tenhas dado o devido valor. Infelizmente, lá vem História .
Aparentemente estamos de volta ao mesmo dilema dos anos 60: o "tripé blindado" se desequilibrou de novo e não vai melhorar tão cedo, temo. Nos anos 60, quando os MBT estavam "mudando de geração", havia essencialmente duas visões, a Britânica e a Franco-Alemã. Se caracterizavam por reforçar dois dos "pés" e deixar o terceiro "capenga".
BRITÂNICA (seguida por, entre outros, os Suecos) - Ênfase na resistência da blindagem (Proteção), a despeito do aumento de peso e pressão da banda de rodagem sobre o solo, e grande aumento do Poder de Fogo (os Ingleses botaram aquele enorme 120 raiado no seu Chieftain, já os Suecos pegaram o L7 105 e alongaram seu cano em quase 50% - de L51 para L74 - obtendo um senhor aumento em velocidade inicial e precisão de seu projétil), dando pouca atenção à Mobilidade (que se refere menos à VMax e mais à Aceleração) e, portanto, tendo pobre relação peso-potência. Afinal, justificavam eles, "se posso aguentar qualquer coisa que atirem em mim no quadrante frontal e a seguir arrebentar qualquer coisa que esteja ao alcance do meu canhão, que importa o resto?"
FRANCO-ALEMÃ - Ênfase na Mobilidade e Poder de Fogo suficiente para garantir alta Pk ao primeiro acerto (a pontaria era difícil como o inferno, dada a pobre tecnologia de então e, quanto maior a distância, pior a precisão), com o bônus de menor peso/pressão e custos mais baixos, mas dependendo da maior Mobilidade (claro, com base na ineficiência dos sistemas de aquisição e lock de então) para sobreviver aos demais carros no TO e outras coisas que disparassem contra eles. Nessa filosofia destacou-se o Leopard 1, vendido aos milhares pelo mundo todo.
Mas os estudos não pararam, era imperativo restabelecer o "tripé" na íntegra. Não chegou a completar duas décadas depois de estarem em serviço os citados carros e já começavam a entrar os que cumpriam isso na íntegra, como o Leopard 2, e os que o faziam parcialmente, como o Challenger (com aumento ainda maior no Poder de Fogo e Proteção mas continuando com a baixa Mobilidade) e o Abrams (enorme aumento na Proteção e Mobilidade mas com o mesmo Poder de Fogo da geração anterior) mas todos com crescente incremento na eletrônica, para aumentar tanto a capacidade de aquisição quanto de acerto ao primeiro disparo, para aumentar a capacidade de disparo preciso em movimento e especialmente para perceber quando estava sob a mira de algum IN (laser passivo) ou mesmo já sob ataque (IR). Além da capacidade de disparar em movimento, combater à noite já era bem mais factível do que aquelas maluquices das guerras Árabe-Israelenses, onde os caras iam "a olho" e atiravam quase à queima-roupa. No Abrams o problema do Poder de Fogo foi resolvido com a incorporação de um modelo do Rh120/L44 e depois L/55, já o Challenger não mudou muito.
O problema é que, para chegar ao ponto em que estão hoje, os MBT tiveram que fazer um sacrifício em aumento de peso e cu$to$ que tem sido dramático, com carros como o citado Challenger já ultrapassando as 70t (em condições de combate) e os demais rondando ali por perto. P ex, quanto pesará um Leo2A6/7 ou Abrams A2/3 coberto de ERA e com APS heavy instalado? E munições 120/125 cada vez mais poderosas continuam a entrar no mercado, além de peças maiores (por enquanto 130/135, podendo chegar a 140/152) estarem em desenvolvimento; mesmo com novas ligas e composições mais inteligentes delas nas novas chapas de blindagem, até que ponto se pode garantir que um MBT com os limites de peso de hoje (não muito acima de 70t) será capaz de sobreviver à cada vez maior capacidade de shoot first/hit first/kill first, quando sequer há CERTEZA (ou seja, combat proven) de que poderá resistir a um só disparo das armas e munições atuais? Não vejo isso com nenhum otimismo, os MBT terão que crescer e "engordar" de novo, e aí já estaremos caminhando para um impraticável Maus PzKpfw do século XXI, com a tonelagem entrando com força nos três dígitos, apenas para aumentar ainda mais no que as 140/152 entrarem em serviço, talvez lá pela metade deste século, e isso se não viabilizarem um verdadeiro canhão cinético (EM) operável a partir de um MBT até lá, o que na prática complica muito mas MUITO mais a vida de quem desenvolve blindagens pesadas, até o MAUS XXI seria pouco para segurar o tranco.
Ou seja, o "tripé" desequilibrou de novo e caminha para um desequilíbrio ainda maior, até onde posso ver, pois quem está desenvolvendo armas e munições novas não irá parar e quem o faz com blindagens aparentemente não está mais conseguindo acompanhar. Já quem trabalha com propulsão avança com facilidade cada vez maior e, cereja do bolo, quem o faz com eletrônica embarcada ainda mais. Como e por que não aproveitar o que está dando cada vez mais certo? Parece a mim que o novo Santo Graal, do mesmo modo que na Aviação de Combate, se chama CONSCIÊNCIA SITUACIONAL, ou seja, não adianta o outro MBT poder pulverizar o meu a 5 km (e aguentar um disparo meu à metade disso) se eu posso me manter ao dobro (ou várias vezes mais) desta distância dele e só me aproximar quando a situação me for favorável (retaguarda, p ex); ou deixar que ele se aproxime (emboscada) e finalizar.
É o que penso.
HOJE. Amanhã é outro dia.
EDIT - Não achas pelo menos um pouco curioso eu sempre me manifestar contra o Leo2 e a favor do Black Panther K2 para nós? Para mim o BP K2 já é o Leopard 3...
Aparentemente estamos de volta ao mesmo dilema dos anos 60: o "tripé blindado" se desequilibrou de novo e não vai melhorar tão cedo, temo. Nos anos 60, quando os MBT estavam "mudando de geração", havia essencialmente duas visões, a Britânica e a Franco-Alemã. Se caracterizavam por reforçar dois dos "pés" e deixar o terceiro "capenga".
BRITÂNICA (seguida por, entre outros, os Suecos) - Ênfase na resistência da blindagem (Proteção), a despeito do aumento de peso e pressão da banda de rodagem sobre o solo, e grande aumento do Poder de Fogo (os Ingleses botaram aquele enorme 120 raiado no seu Chieftain, já os Suecos pegaram o L7 105 e alongaram seu cano em quase 50% - de L51 para L74 - obtendo um senhor aumento em velocidade inicial e precisão de seu projétil), dando pouca atenção à Mobilidade (que se refere menos à VMax e mais à Aceleração) e, portanto, tendo pobre relação peso-potência. Afinal, justificavam eles, "se posso aguentar qualquer coisa que atirem em mim no quadrante frontal e a seguir arrebentar qualquer coisa que esteja ao alcance do meu canhão, que importa o resto?"
FRANCO-ALEMÃ - Ênfase na Mobilidade e Poder de Fogo suficiente para garantir alta Pk ao primeiro acerto (a pontaria era difícil como o inferno, dada a pobre tecnologia de então e, quanto maior a distância, pior a precisão), com o bônus de menor peso/pressão e custos mais baixos, mas dependendo da maior Mobilidade (claro, com base na ineficiência dos sistemas de aquisição e lock de então) para sobreviver aos demais carros no TO e outras coisas que disparassem contra eles. Nessa filosofia destacou-se o Leopard 1, vendido aos milhares pelo mundo todo.
Mas os estudos não pararam, era imperativo restabelecer o "tripé" na íntegra. Não chegou a completar duas décadas depois de estarem em serviço os citados carros e já começavam a entrar os que cumpriam isso na íntegra, como o Leopard 2, e os que o faziam parcialmente, como o Challenger (com aumento ainda maior no Poder de Fogo e Proteção mas continuando com a baixa Mobilidade) e o Abrams (enorme aumento na Proteção e Mobilidade mas com o mesmo Poder de Fogo da geração anterior) mas todos com crescente incremento na eletrônica, para aumentar tanto a capacidade de aquisição quanto de acerto ao primeiro disparo, para aumentar a capacidade de disparo preciso em movimento e especialmente para perceber quando estava sob a mira de algum IN (laser passivo) ou mesmo já sob ataque (IR). Além da capacidade de disparar em movimento, combater à noite já era bem mais factível do que aquelas maluquices das guerras Árabe-Israelenses, onde os caras iam "a olho" e atiravam quase à queima-roupa. No Abrams o problema do Poder de Fogo foi resolvido com a incorporação de um modelo do Rh120/L44 e depois L/55, já o Challenger não mudou muito.
O problema é que, para chegar ao ponto em que estão hoje, os MBT tiveram que fazer um sacrifício em aumento de peso e cu$to$ que tem sido dramático, com carros como o citado Challenger já ultrapassando as 70t (em condições de combate) e os demais rondando ali por perto. P ex, quanto pesará um Leo2A6/7 ou Abrams A2/3 coberto de ERA e com APS heavy instalado? E munições 120/125 cada vez mais poderosas continuam a entrar no mercado, além de peças maiores (por enquanto 130/135, podendo chegar a 140/152) estarem em desenvolvimento; mesmo com novas ligas e composições mais inteligentes delas nas novas chapas de blindagem, até que ponto se pode garantir que um MBT com os limites de peso de hoje (não muito acima de 70t) será capaz de sobreviver à cada vez maior capacidade de shoot first/hit first/kill first, quando sequer há CERTEZA (ou seja, combat proven) de que poderá resistir a um só disparo das armas e munições atuais? Não vejo isso com nenhum otimismo, os MBT terão que crescer e "engordar" de novo, e aí já estaremos caminhando para um impraticável Maus PzKpfw do século XXI, com a tonelagem entrando com força nos três dígitos, apenas para aumentar ainda mais no que as 140/152 entrarem em serviço, talvez lá pela metade deste século, e isso se não viabilizarem um verdadeiro canhão cinético (EM) operável a partir de um MBT até lá, o que na prática complica muito mas MUITO mais a vida de quem desenvolve blindagens pesadas, até o MAUS XXI seria pouco para segurar o tranco.
Ou seja, o "tripé" desequilibrou de novo e caminha para um desequilíbrio ainda maior, até onde posso ver, pois quem está desenvolvendo armas e munições novas não irá parar e quem o faz com blindagens aparentemente não está mais conseguindo acompanhar. Já quem trabalha com propulsão avança com facilidade cada vez maior e, cereja do bolo, quem o faz com eletrônica embarcada ainda mais. Como e por que não aproveitar o que está dando cada vez mais certo? Parece a mim que o novo Santo Graal, do mesmo modo que na Aviação de Combate, se chama CONSCIÊNCIA SITUACIONAL, ou seja, não adianta o outro MBT poder pulverizar o meu a 5 km (e aguentar um disparo meu à metade disso) se eu posso me manter ao dobro (ou várias vezes mais) desta distância dele e só me aproximar quando a situação me for favorável (retaguarda, p ex); ou deixar que ele se aproxime (emboscada) e finalizar.
É o que penso.
HOJE. Amanhã é outro dia.
EDIT - Não achas pelo menos um pouco curioso eu sempre me manifestar contra o Leo2 e a favor do Black Panther K2 para nós? Para mim o BP K2 já é o Leopard 3...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: UM MBT NACIONAL
Criar RCB ou RCM isolados em regiões sem apoio de outras tropas mecanizadas ou bldas não é prudente e nem efetivo.gabriel219 escreveu: ↑Dom Ago 02, 2020 2:54 am Ao invés de criar um negócio complicado desse, por que não espalhar alguns RCB's (36 VBC-CC) e RCM's (32 VBC-SR) em alguns locais, como em Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul? Enquanto isso, existiriam as Brigadas de Cavalaria Mecanizadas, que não precisam necessariamente serem transportados por aeronaves, pode ser no chão mesmo, utilizando rodovias e hidrovias, somente o necessário, como alguns Esq Cav Mec ou Esq Rec Mec (que proponho) de elite das Bda Cav Mec que iriam via aérea. Por isso falo em transferir as Bda Cav Mec, com uma indo pro Nordeste, outra próxima ao Norte, uma no Centro-Oeste e outra permanecendo no Sul.
E, desculpa, mas não sei de onde você tirou a conta que manter 12 Brigadas Cav Mec, mais adestradas e equipadas do que 4 Bda Cav Mec e 2/3 Bda Blind seria mais barato de fazer. Só com o pessoal o custo é muito maior!
Por outro lado, a extinção das duas bdas bldas liberaria material humano e veicular para dotar as bdas mec a serem criadas.
Não é o caso de gastar os tubos de dinheiro no curto prazo, apenas a adaptação de OM em outras regiões para que possam receber esse material e pessoal. Existe infraestrutura para isso. No curto prazo aproveita-se o que já existe, e paulatinamente vai substituindo pela família Guarani. Os CC/VBTP SL ficam por último. Os gastos ficam por conta desse deslocamento do pessoal e dos recursos materiais.
Em dez anos no máximo conseguimos fazer essas mudanças e temos uma tropa melhor distribuída pelo país.
Penso em algo assim:
3 Bda Mec na região do centro-oeste, em Goiás, MT e MS;
3 Bda Mec na região nordeste, em CE, PE, e BA;
3 Bda Mec na região sul, e, PR, SC e RS;
2 Bda Mec na região sudeste, em SP e RJ;
1 Bda Mec em Roraima.
Se a organização que sugeri se tornar a padrão, os custos de maior investimento serão com a família Guarani, entre veículos 4x4, 6x6 e 8x8, bem mais baratos e em maior quantidade do que CC e VBCI sobre lagartas dos RCB.
Adicionando os meios C4ISR a estas OM que serão relevantes em qualquer cenário, para um país como o Brasil estaremos bem organizados e com uma cobertura de tropas mec e bldas pelos país nunca tida antes. E isso sem gastar bilhões apenas para dispor de duas unidades pesadas restritas a região sul do país.
Como eu disse, é melhor a estratégia de presença em todo o país atual do EB do que abrir mão disso e tentar dar flexibilidade pela metade a um punhado de tropas que nunca terão todos os meios e recursos necessários e suficientes para alcançar seus objetivos.
abs
Carpe Diem