EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Toda essa enrolação no Canadá é somente para tentar tirar alguma vantagem a mais dos americanos em relação ao F-35.
Improvável que este caça não vença por lá, dado que a indústria canadense está envolvida no projeto desde há muito tempo. E nada justifica que ele fique de fora nessa peleja.
Mas a política não trabalha com razão e lógica. Pelo contrário.
Se no caso do Gripen E vencer, veremos se os suecos farão beicinho para os Yankees mexerem nos códigos do caça. Afinal, quase tudo nele já é americano mesmo. A não ser que os canadenses tenham seus próprios códigos. Mas nisso eu não acredito.
Aliás, NORAD é um sistema americano onde o Canadá faz papel coadjuvante, ou alguém em sã consciência acredita mesmo que o país decide alguma coisa nesta matéria com a maior potencia militar bem ao lado?
Por que será que um país com quase 10 milhões de kms quadrados quer apenas 88 caças, quando até nós aqui num cantinho esquecido do mundo mas com 8,5 milhões almejamos mais de uma centena?
E não vale dizer que é por causa da OTAN porque a contribuição do Canadá para os esforços militares da aliança estão em escalada descendente há anos. E isso ao que tudo indica não irá mudar tão cedo. A não ser por fatores impositivos e imprevistos que superem a capacidade de autodeterminação da gestão pública por lá.
Mas isso não acontece todo dia.
abs
Improvável que este caça não vença por lá, dado que a indústria canadense está envolvida no projeto desde há muito tempo. E nada justifica que ele fique de fora nessa peleja.
Mas a política não trabalha com razão e lógica. Pelo contrário.
Se no caso do Gripen E vencer, veremos se os suecos farão beicinho para os Yankees mexerem nos códigos do caça. Afinal, quase tudo nele já é americano mesmo. A não ser que os canadenses tenham seus próprios códigos. Mas nisso eu não acredito.
Aliás, NORAD é um sistema americano onde o Canadá faz papel coadjuvante, ou alguém em sã consciência acredita mesmo que o país decide alguma coisa nesta matéria com a maior potencia militar bem ao lado?
Por que será que um país com quase 10 milhões de kms quadrados quer apenas 88 caças, quando até nós aqui num cantinho esquecido do mundo mas com 8,5 milhões almejamos mais de uma centena?
E não vale dizer que é por causa da OTAN porque a contribuição do Canadá para os esforços militares da aliança estão em escalada descendente há anos. E isso ao que tudo indica não irá mudar tão cedo. A não ser por fatores impositivos e imprevistos que superem a capacidade de autodeterminação da gestão pública por lá.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
FCarvalho escreveu: ↑Seg Mar 16, 2020 11:44 am Toda essa enrolação no Canadá é somente para tentar tirar alguma vantagem a mais dos americanos em relação ao F-35.
Improvável que este caça não vença por lá, dado que a indústria canadense está envolvida no projeto desde há muito tempo. E nada justifica que ele fique de fora nessa peleja.
Mas a política não trabalha com razão e lógica. Pelo contrário.
Se no caso do Gripen E vencer, veremos se os suecos farão beicinho para os Yankees mexerem nos códigos do caça. Afinal, quase tudo nele já é americano mesmo. A não ser que os canadenses tenham seus próprios códigos. Mas nisso eu não acredito.
Aliás, NORAD é um sistema americano onde o Canadá faz papel coadjuvante, ou alguém em sã consciência acredita mesmo que o país decide alguma coisa nesta matéria com a maior potencia militar bem ao lado?
Por que será que um país com quase 10 milhões de kms quadrados quer apenas 88 caças, quando até nós aqui num cantinho esquecido do mundo mas com 8,5 milhões almejamos mais de uma centena?
E não vale dizer que é por causa da OTAN porque a contribuição do Canadá para os esforços militares da aliança estão em escalada descendente há anos. E isso ao que tudo indica não irá mudar tão cedo. A não ser por fatores impositivos e imprevistos que superem a capacidade de autodeterminação da gestão pública por lá.
Mas isso não acontece todo dia.
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Acho que não leste meu post (é teu direito) ou por certo terias notado o "e outras coisas", podendo eu citar entre estas o FSS (que conhecia antigamente pela sigla SAGE), que também envolvem o Canadá. Me parece pouco provável que estejam apenas tentando extorquir alguns trocados em cima do Lightning, quando todo mundo sabe que ele continua a sofrer de enormes problemas de confiabilidade, ou esqueceste do recente fiasco na Finlândia, quando decolaram para lá quatro caças, só dois chegaram e destes só um conseguiu decolar de novo? Sobre o NORAD devemos lembrar que não defende apenas o céu, o mar também está no jogo, é um sistema complexo pra caramba, tipo uma mistura turbinada de SISDACTA com SISGAAZ, acrescentando defesa antimísseis, EW e até espaço, entre outros quetales que ninguém sabe. Quem iria confiar sua Defesa (coadjuvante ou não) a uma aeronave que demonstrou recentemente uma vergonhosa taxa de disponibilidade de 25% e que sequer é considerado como um Interceptador?
De resto, qualquer um que vença será feito no Canadá, e isso não começou hoje, alguma razão há para que até F-86 Sabre fosse denominado Mk1, Mk2 & quetales, ao invés das costumeiras letras após o número...
De resto, qualquer um que vença será feito no Canadá, e isso não começou hoje, alguma razão há para que até F-86 Sabre fosse denominado Mk1, Mk2 & quetales, ao invés das costumeiras letras após o número...
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Oi Túlio,
Li seu post sim, como faço com quase todos aqui. Apenas quis destacar o fato de que o Canadá é um parceiro estratégico de primeira hora no F-35 e por mais que o avião esteja dando problema, eles estão sendo solucionados, mesmo à revelia das intempéries operacionais que o acompanham atualmente.
Ademais, ele continua vendendo, e mais alguns anos, a linha de produção dele estará na casa das centenas por ano, diminuindo custos, riscos e melhorando a capacidade operacional.
Acredito que os canadenses estejam de fato enrolando em cima desse processo não por questões financeiras, que me parece não ser realmente o problema, mas para tentar ampliar a parte tecnológica envolvida no caça. Como bem dissestes, eles não chamam seus aviões pela siglagem MK à toa. E todos os aviões terão que ser montados no país.
Se juntarmos as coisas, obviamente que uma linha de produção para o F-35 no Canadá será mais que suficiente motivo para ampliar quando e se for julgada necessário os números de caças a disposição da RCAF mais para a frente.
Obviamente que a Lookheed deve estar usando e abusando deste marketing visando o futuro a longo prazo da vida operacional do seu caça no Canadá. E como no máximo até o final da próxima década o F-35 deve ser tornar o principal caça multirole americano, e da Europa/OTAN, quantitativamente, a sua adoção pelos canadenses será um plus a mais para o conjunto de operadores mundiais do mesmo.
Ao contrário de nós que vemos e planejamos a maioria das coisas em defesa pensando no curtíssimo prazo, adotando via de regra, soluções tipo "tapa buraco", lá as coisas são diferentes. O que for feito agora vai reverberar por décadas nas escolhas futuras da defesa canadense. Neste aspecto, uma eventual escolha do F-35 deve levar em conta, também, estes e outros fatores exógenos às questões locais.
O F-35 pode não ser agora tudo o que falaram dele, e olha que eu nem gosto dele para falar a verdade, mas no futuro a médio e longo prazo, dificilmente ele terá concorrentes à altura mesmo equivalentes em 5a G. E os caças de 4,5a G na verdade vão correr por fora, pois o domínio da 5a, e quiçá 6a G, de caças está com o caminho certo e determinado para se tornar amplamente dominante nos próximos vinte a trinta anos.
Mas esse é um cenário para gente grande no pesado jogo político internacional do qual o Canadá mal ou bem faz parte desde a sua independência, ao lado dos britânicos e seus súditos. Nada para nós. Com Gripen E/F por aqui, seja lá na quantidade que for, já estaremos muito bem servidos por muitos anos. E esperemos que continue assim. As vezes é bom sermos ignorados em uma parte do mundo da qual pouca gente se lembra que existe a não ser pelo futebol, carnaval e mulheres semi-nuas nas praias.
abs
Li seu post sim, como faço com quase todos aqui. Apenas quis destacar o fato de que o Canadá é um parceiro estratégico de primeira hora no F-35 e por mais que o avião esteja dando problema, eles estão sendo solucionados, mesmo à revelia das intempéries operacionais que o acompanham atualmente.
Ademais, ele continua vendendo, e mais alguns anos, a linha de produção dele estará na casa das centenas por ano, diminuindo custos, riscos e melhorando a capacidade operacional.
Acredito que os canadenses estejam de fato enrolando em cima desse processo não por questões financeiras, que me parece não ser realmente o problema, mas para tentar ampliar a parte tecnológica envolvida no caça. Como bem dissestes, eles não chamam seus aviões pela siglagem MK à toa. E todos os aviões terão que ser montados no país.
Se juntarmos as coisas, obviamente que uma linha de produção para o F-35 no Canadá será mais que suficiente motivo para ampliar quando e se for julgada necessário os números de caças a disposição da RCAF mais para a frente.
Obviamente que a Lookheed deve estar usando e abusando deste marketing visando o futuro a longo prazo da vida operacional do seu caça no Canadá. E como no máximo até o final da próxima década o F-35 deve ser tornar o principal caça multirole americano, e da Europa/OTAN, quantitativamente, a sua adoção pelos canadenses será um plus a mais para o conjunto de operadores mundiais do mesmo.
Ao contrário de nós que vemos e planejamos a maioria das coisas em defesa pensando no curtíssimo prazo, adotando via de regra, soluções tipo "tapa buraco", lá as coisas são diferentes. O que for feito agora vai reverberar por décadas nas escolhas futuras da defesa canadense. Neste aspecto, uma eventual escolha do F-35 deve levar em conta, também, estes e outros fatores exógenos às questões locais.
O F-35 pode não ser agora tudo o que falaram dele, e olha que eu nem gosto dele para falar a verdade, mas no futuro a médio e longo prazo, dificilmente ele terá concorrentes à altura mesmo equivalentes em 5a G. E os caças de 4,5a G na verdade vão correr por fora, pois o domínio da 5a, e quiçá 6a G, de caças está com o caminho certo e determinado para se tornar amplamente dominante nos próximos vinte a trinta anos.
Mas esse é um cenário para gente grande no pesado jogo político internacional do qual o Canadá mal ou bem faz parte desde a sua independência, ao lado dos britânicos e seus súditos. Nada para nós. Com Gripen E/F por aqui, seja lá na quantidade que for, já estaremos muito bem servidos por muitos anos. E esperemos que continue assim. As vezes é bom sermos ignorados em uma parte do mundo da qual pouca gente se lembra que existe a não ser pelo futebol, carnaval e mulheres semi-nuas nas praias.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Tá, cupincha véio, eu já entendi que o Brasil é e sempre vai ser uma josta onde burros são comandados por outros mais burros ainda, OK, point taken. Mas, voltando ao tópico, te deste bem, pelo jeito: com o tamanhão da crise em andamento, o "entreguismo" que tanto parecias temer não vai rolar tão cedo, creio, pois o mar num tá pra peixe, especialmente daquele tipo que voa com passageiros dentro...
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
A Boeing hoje não tem muitas alternativas, não pelo menos no curtíssimo prazo. Mas a compra da Embraer comercial talvez seja a luz no fim do túnel que eles precisam para tentar se reerguer em outra bases e voltar a fazer as coisa direito. Ao mesno do ponto de vista da engenharia, que é o que eles mais precisam em nós.Túlio escreveu: ↑Seg Mar 16, 2020 1:10 pmTá, cupincha véio, eu já entendi que o Brasil é e sempre vai ser uma josta onde burros são comandados por outros mais burros ainda, OK, point taken. Mas, voltando ao tópico, te deste bem, pelo jeito: com o tamanhão da crise em andamento, o "entreguismo" que tanto parecias temer não vai rolar tão cedo, creio, pois o mar num tá pra peixe, especialmente daquele tipo que voa com passageiros dentro...
Agora, todo essa confusão na economia vai ter passar este ano. Só não sabemos se em abril, agosto ou dezembro. Mas vai passar.
Em Abril a comissão europeia volta a trabalhar no tema, e pode ser que dê uma resposta. A Boeing diz que em Maio começa a efetivamente a colocar para funcionar a empresa aqui. Mas tudo está meio em suspenso.
A pergunta que fica é: no caso do negócio não dar certo, ela sobrevive no pós Covid 19 com as próprias pernas?
O governo já começou a se mexer através da FAB para tentar manter a parte de defesa com um novo projeto de avião transporte. Uma resposta pontual e eletiva para um problema muito maior. Mas que ajuda.
Falta ver como vamos nos virar no resto caso a empresa continue nas nossas mãos.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Grande @FCarvalho, a História nos mostra que a EMBRAER pós-privatização sempre sobrevive, e também como: demissões em massa, mantendo apenas o core intacto.
É um dos aspectos que os ALARMISTAS de sempre preferem não ver: o desemprego causado por essa histeria toda pode bater-lhes à porta e, com empresas e mais empresas parando ou mesmo falindo, o seu querido Pai Estado não vai ter de onde extrair dinheiro para lhes dar na ávida mãozinha o que precisam.
É um dos aspectos que os ALARMISTAS de sempre preferem não ver: o desemprego causado por essa histeria toda pode bater-lhes à porta e, com empresas e mais empresas parando ou mesmo falindo, o seu querido Pai Estado não vai ter de onde extrair dinheiro para lhes dar na ávida mãozinha o que precisam.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Pois é. Esta é a receita de bolo capitalista mais antiga do mundo. O problema é que a Embraer ainda tem um dedinho do Estado e é importante demais para a FAB, e para o país em termos tecnológicos, para ser deixada morrer à míngua como outras com menos sex apeal industrial. Conquanto, imagino que este ou qualquer outro governo não vá deixar a peteca cair mesmo que sobre pressão orçamentária e financeira de crises econômicas temporais. Agora mesmo o Guedes disse que o governo vai injetar 150 bilhões na economia para manter as coisas e não deixar ficar pior do que já está. Se vai surtir efeito, veremos. Sou otimista com relação a este aspecto. A Embraer pode sobreviver, e até tirar proveito de alguma maneira dessa situação como em 2001. Afinal, em tempos de crise de mercado a perder de vista, aviões menores são mais baratos, tem menos custos operacionais, são mais econômicos, e por aí vai. Só resta saber se a dose pode ser repetida ou não para o momento. Se o tal turbohélice comercial prometido só sai se for com a Boeing, bem, ainda assim, é provável que a Embraer se segure no transporte tático da FAB, e na já na próxima década comece a trabalhar em projetos para a substituição dos Tucano e Universal, além do MLU do A-29, e mesmo quem sabe um eventual substituto no pós-2030. Sem falar que a recomposição da aviação de patrulha e da própria aviação naval podem ajudar também neste aspecto. ISR e AEW&C também vão ser objeto de atenção. Trabalho na defesa não vai faltar pelo visto. De alguma maneira, por incrível que pareça, a defesa pode acabar se constituindo na pedra de salvação de uma Embraer em crise nos próximos anos.Túlio escreveu: ↑Seg Mar 16, 2020 1:31 pmGrande @FCarvalho, a História nos mostra que a EMBRAER pós-privatização sempre sobrevive, e também como: demissões em massa, mantendo apenas o core intacto.
É um dos aspectos que os ALARMISTAS de sempre preferem não ver: o desemprego causado por essa histeria toda pode bater-lhes à porta e, com empresas e mais empresas parando ou mesmo falindo, o seu querido Pai Estado não vai ter de onde extrair dinheiro para lhes dar na ávida mãozinha o que precisam.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Ah eu meio que partilho de uma crença diferente. Já temos por aí exemplo de que nossos políticos estão pouco se cagando pra área da Defesa, exemplificado pela falência da Engesa e do fechamento da Mectron, cortesia da extrema honestidade dos executivos da Odebrecht. E isso é histórico. Se essa cambada de vagabundo não tomarem jeito, a Embraer Defesa vai acabar sendo reduzida a um parque de manutenções do Gripen, dos nossos EMB-390, Super Tucanos e só.FCarvalho escreveu: ↑Seg Mar 16, 2020 11:36 pm Pois é. Esta é a receita de bolo capitalista mais antiga do mundo. O problema é que a Embraer ainda tem um dedinho do Estado e é importante demais para a FAB, e para o país em termos tecnológicos, para ser deixada morrer à míngua como outras com menos sex apeal industrial. Conquanto, imagino que este ou qualquer outro governo não vá deixar a peteca cair mesmo que sobre pressão orçamentária e financeira de crises econômicas temporais. Agora mesmo o Guedes disse que o governo vai injetar 150 bilhões na economia para manter as coisas e não deixar ficar pior do que já está. Se vai surtir efeito, veremos. Sou otimista com relação a este aspecto. A Embraer pode sobreviver, e até tirar proveito de alguma maneira dessa situação como em 2001. Afinal, em tempos de crise de mercado a perder de vista, aviões menores são mais baratos, tem menos custos operacionais, são mais econômicos, e por aí vai. Só resta saber se a dose pode ser repetida ou não para o momento. Se o tal turbohélice comercial prometido só sai se for com a Boeing, bem, ainda assim, é provável que a Embraer se segure no transporte tático da FAB, e na já na próxima década comece a trabalhar em projetos para a substituição dos Tucano e Universal, além do MLU do A-29, e mesmo quem sabe um eventual substituto no pós-2030. Sem falar que a recomposição da aviação de patrulha e da própria aviação naval podem ajudar também neste aspecto. ISR e AEW&C também vão ser objeto de atenção. Trabalho na defesa não vai faltar pelo visto. De alguma maneira, por incrível que pareça, a defesa pode acabar se constituindo na pedra de salvação de uma Embraer em crise nos próximos anos.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Acredito que a EDS tenha sobrevida com relativa segurança financeira no que depender do KC-390 e dos A-29. O mercado para o cargo da empresa está só começando a ser explorado e as perspectivas são realmente muito boas em termos de interesse demonstrado no modelo. A questão fulcral é se vamos fazer isso com ou sem a Boeing. Se os americanos entrarem mesmo no negócio da venda do KC, então teremos realmente chances exponencialmente bem maiores de atingir as metas previstas pelo projeto no que tange a comercialização do jato.Viktor Reznov escreveu: ↑Seg Mar 16, 2020 11:52 pm Ah eu meio que partilho de uma crença diferente. Já temos por aí exemplo de que nossos políticos estão pouco se cagando pra área da Defesa, exemplificado pela falência da Engesa e do fechamento da Mectron, cortesia da extrema honestidade dos executivos da Odebrecht. E isso é histórico. Se essa cambada de vagabundo não tomarem jeito, a Embraer Defesa vai acabar sendo reduzida a um parque de manutenções do Gripen, dos nossos EMB-390, Super Tucanos e só.
Quanto ao A-29, ele terá que passar por um MLU aqui na FAB e isto já começou a ser encaminhado aos poucos de acordo com a disponibilidade de verbas. Talvez, com alguma sorte os modelos perdidos possam ser substituídos através de novas encomendas. Temos somente 3 esquadrões operacionais por simplesmente não dispormos de verbas adequadas para expandir e sustentar todos os esquadrões de A-29 que seriam necessários. Na minha perspectiva, 8 a 9 OM ao longo das fronteiras.
A família ISR está coberta pelos modelos executivos, e potencialmente, também pelos E-2. Mas neste caso, soluções devem ser esperadas somente daqui a dez anos ou mais, que é o tempo de sobrevida restante dos atuais E/R-99 e P-3.
Por enquanto a EDS vai ter que se virar com o tal projeto de um novo transporte para substituir os Bandeco, Brasília e Caravan e até quem sabe os C-105. Isso vai levar pelo menos de 5 a 8 anos para estar pronto e aprovado. Então, a FAB vai bancar mais esta, pois sabe que a empresa sem novos projetos para serem tocados, simplesmente para. E não dá para depender apenas do KC-390 e/ou A-29.
Postei lá no tópico da aviação naval o quê a MB precisaria, em tese, em termos materiais para organizar a parte terrestre da asa fixa do SIGAAZ. Se 20% daquilo que imagino, e fui bem conservador, for posto na prática, junto com os projetos da FAB, a EDS vai ter uma vida financeira relativamente calma até 2030 e depois.
Mas claro, isso imaginando que os futuros governos até lá façam a sua parte via FAB/MB. Neste aspecto, talvez o apoio a Embraer seja uma das raríssimas vezes em que oposição e situação via de regra costumam concordar em alguma coisa, mesmo que a contragosto.
É pagar para ver. Esse é a aposta de hoje.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Deu chabu...
Boeing disse que, sem ajuda significativa, setor de fabricação de aviação nos EUA entrará em colapso
Por Fernando Valduga - 19/03/2020
http://www.cavok.com.br/blog/boeing-dis ... m-colapso/
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Era nessa hora que o presidente do Estados Unidos devia ter um pouco do colhões e exigir uma redução de 60% nos salários de executivos da Boeing em troca dessa ajuda.FCarvalho escreveu: ↑Qui Mar 19, 2020 1:01 pm Deu chabu...
Boeing disse que, sem ajuda significativa, setor de fabricação de aviação nos EUA entrará em colapso
Por Fernando Valduga - 19/03/2020
http://www.cavok.com.br/blog/boeing-dis ... m-colapso/
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Tenho cá comigo que o dinheiro irá sair. Mas não sei se os acionistas e o conselho de administração da Boeing vão aceitar as condições. Dessa vez não será como das outras. A empresa está em maus lençóis e não tem mais argumentos para justificar-se.
Estou muito curioso. E se este negócio não prosperar? O que acontece? A Embraer tem cacife suficiente para fazer o governo aqui - qualquer um - sustentar a empresa como o governo italiano está fazendo com a Alitalia?
Tenho cá minhas dúvidas com a atual equipe (pokítica) econômica. Será que a Embraer tem um plano B? Ou mesmo C, D ou E? Ou não deu tempo de pensar nisso?
abs
Estou muito curioso. E se este negócio não prosperar? O que acontece? A Embraer tem cacife suficiente para fazer o governo aqui - qualquer um - sustentar a empresa como o governo italiano está fazendo com a Alitalia?
Tenho cá minhas dúvidas com a atual equipe (pokítica) econômica. Será que a Embraer tem um plano B? Ou mesmo C, D ou E? Ou não deu tempo de pensar nisso?
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Pandemia faz Boeing reavaliar compra da linha comercial da Embraer
A pandemia do coronavírus colocou em xeque o maior negócio da área aeroespacial da história do Brasil, a compra da divisão de aviação comercial da Embraer pela Boeing. A fabricante norte-americana está reavaliando o acordo no qual gastaria US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões nesta sexta, 20) à luz do pedido de salvamento de US$ 60 bilhões (R$ 300 bilhões) que fez ao governo Donald Trump. Segundo pessoas envolvidas com a negociação, a vontade americana é manter a compra e não há decisão final tomada, e o lado brasileiro não foi informado de qualquer mudança de planos. Mas a lógica na mesa é clara.
A Boeing já vinha enfrentando a maior crise de sua história (https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... ueda.shtml) com a paralisação da linha de produção de seu principal avião, o 737 MAX, devido a problemas técnicos que causaram dois acidentes (https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... opia.shtml), em 2019 e 2020, deixando 346 mortos.
Apesar de vários anúncios de retomada da vendas, a empresa progressivamente foi frustrada por autoridades aeronáuticas, e no começo deste ano parou a fabricação (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... -max.shtml). Espera retomar o produto este ano, mas analistas têm dúvidas sobre isso. A crise do coronavírus caiu como meteoro sobre a situação. De janeiro para cá, o mercado aeroespacial tomou um tombo devido à expectativa de redução de demanda. A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) estima que 2020 terá uma queda de até 30% na média no número de passageiros, que em 2019 foram cerca de 4,5 bilhões.
No Brasil, as maiores empresas do setor, Latam e Gol, já anunciaram cortes de 60% a 70% (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... irus.shtml) de seus voos neste primeiro momento de restrição devido à pandemia. Reduções de jornada já começaram. As ações da Boeing despencaram 62% desde janeiro, movimento semelhante aos da sua rival europeia Airbus (54%) e e da Embraer (50%)
Nenhuma empresa divulgou números, mas há relatos de estocagem de modelos bons de venda, como o Airbus-321 ou o Boeing-787. A Embraer confirmou que iria adiar algumas entregas, sem detalhes também. Menos passageiros, menos aviões. A associação das empresas aéreas americanas pediu US$ 54 bilhões (R$ 270 bilhões) ao governo, e a Boeing, maior fabricante do setor civil no país, negocia o seu pacote.
Analistas creem que ao fim a empresa irá se contentar com valores menores. Um ponto central na discussão é se a compra da Embraer seria contraditória num momento de aperto ou justamente o contrário. A ideia para a segunda hipótese é anticíclica. Além de ter uma linha de jatos regionais que a Boeing não possui, a Embraer sempre atraiu os americanos pelo notório dinamismo de sua área de engenharia. O fiasco do MAX, visto por muitos especialistas técnicos como um modelo velho esticado tecnologicamente além de suas possibilidades, e os atrasos na entrega do novo 777X, que ficou para 2021, explicitam a necessidade de uma
renovação no setor.
Nesse sentido, a incorporação da Embraer seria um negócio defensável para injetar ânimo na Boeing —que trocou sua direção na virada do ano devido à crise do MAX. (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... eing.shtml) A pressão pública nos EUA, centrada no Congresso, será inevitável contra a compra. Argumentos nacionalistas, como a preservação de empregos americanos, serão levados em conta.
Mais em https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... raer.shtml
A pandemia do coronavírus colocou em xeque o maior negócio da área aeroespacial da história do Brasil, a compra da divisão de aviação comercial da Embraer pela Boeing. A fabricante norte-americana está reavaliando o acordo no qual gastaria US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões nesta sexta, 20) à luz do pedido de salvamento de US$ 60 bilhões (R$ 300 bilhões) que fez ao governo Donald Trump. Segundo pessoas envolvidas com a negociação, a vontade americana é manter a compra e não há decisão final tomada, e o lado brasileiro não foi informado de qualquer mudança de planos. Mas a lógica na mesa é clara.
A Boeing já vinha enfrentando a maior crise de sua história (https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... ueda.shtml) com a paralisação da linha de produção de seu principal avião, o 737 MAX, devido a problemas técnicos que causaram dois acidentes (https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... opia.shtml), em 2019 e 2020, deixando 346 mortos.
Apesar de vários anúncios de retomada da vendas, a empresa progressivamente foi frustrada por autoridades aeronáuticas, e no começo deste ano parou a fabricação (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... -max.shtml). Espera retomar o produto este ano, mas analistas têm dúvidas sobre isso. A crise do coronavírus caiu como meteoro sobre a situação. De janeiro para cá, o mercado aeroespacial tomou um tombo devido à expectativa de redução de demanda. A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) estima que 2020 terá uma queda de até 30% na média no número de passageiros, que em 2019 foram cerca de 4,5 bilhões.
No Brasil, as maiores empresas do setor, Latam e Gol, já anunciaram cortes de 60% a 70% (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... irus.shtml) de seus voos neste primeiro momento de restrição devido à pandemia. Reduções de jornada já começaram. As ações da Boeing despencaram 62% desde janeiro, movimento semelhante aos da sua rival europeia Airbus (54%) e e da Embraer (50%)
Nenhuma empresa divulgou números, mas há relatos de estocagem de modelos bons de venda, como o Airbus-321 ou o Boeing-787. A Embraer confirmou que iria adiar algumas entregas, sem detalhes também. Menos passageiros, menos aviões. A associação das empresas aéreas americanas pediu US$ 54 bilhões (R$ 270 bilhões) ao governo, e a Boeing, maior fabricante do setor civil no país, negocia o seu pacote.
Analistas creem que ao fim a empresa irá se contentar com valores menores. Um ponto central na discussão é se a compra da Embraer seria contraditória num momento de aperto ou justamente o contrário. A ideia para a segunda hipótese é anticíclica. Além de ter uma linha de jatos regionais que a Boeing não possui, a Embraer sempre atraiu os americanos pelo notório dinamismo de sua área de engenharia. O fiasco do MAX, visto por muitos especialistas técnicos como um modelo velho esticado tecnologicamente além de suas possibilidades, e os atrasos na entrega do novo 777X, que ficou para 2021, explicitam a necessidade de uma
renovação no setor.
Nesse sentido, a incorporação da Embraer seria um negócio defensável para injetar ânimo na Boeing —que trocou sua direção na virada do ano devido à crise do MAX. (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... eing.shtml) A pressão pública nos EUA, centrada no Congresso, será inevitável contra a compra. Argumentos nacionalistas, como a preservação de empregos americanos, serão levados em conta.
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- FCarvalho
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
É, tá ficando cada vez mais difícil explicar essa compra lá em casa.
abs
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Bom, quem sabe se no fim essa compra der certo, a Embraer possa ensinar a Boeing como projetar aeronaves de transporte da aviação civil, já que parece que a Boeing se esqueceu como isso é feito com seriedade.
I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.