Mianmar está interessado em comprar o novo caça furtivo Su-57E de quinta geração da Rússia.
Na MAKS 2019, a Rússia apresentou a versão de exportação dos aviões de caça de 5ª geração Su-57E. Vários clientes, incluindo China, Argélia, Vietnã e Índia, demonstraram um interesse considerável no Su-57E devido as suas capacidades exclusivas. Enquanto as discussões para a Índia e o Vietnã estão em andamento, um potencial novo e inesperado cliente para o jato surgiu no sudeste da Ásia - a força aérea de Mianmar. Relatos de uma possível venda ocorreram em meio a laços de defesa em rápido crescimento entre os dois países e após comentários do embaixador de Mianmar na Rússia Ko Ko Shein sobre o interesse na plataforma. No entanto, quando o embaixador de Mianmar na Rússia indicou que estaria interessado no Su-57, foi uma surpresa para muitos observadores de defesa. Embora não seja pequena, a força aérea de Mianmar não possui muitos jatos modernos. Atualmente, as variantes mais antigas do caça multifunções russo MiG-29 de peso médio formam a maior parte da frota da Força Aérea de Mianmar, complementada por jatos J-7 chineses de terceira geração mais antigos e uma frota pequena, mas crescente, de caças leves de quarta geração JF-17.
O programa de modernização da Força Aérea de Mianmar, no entanto, parece estar colocando um foco sem precedentes em caças pesados de ponta - encomendando seis Su-30SM Flankers em 2018 e planejando pedidos para vários outros.
Embora o Su-30 tenha recursos de '4+ gerações', pode não ser suficiente contestar seriamente a superioridade aérea à medida que as potências vizinhas modernizam suas frotas - especialmente considerando as enormes desvantagens quantitativas que a frota de Mianmar está quase certa de enfrentar.
A natureza recente da ordem Su-30 é provavelmente o motivo pelo qual Mianmar está interessada no Su-57. Se o governo tiver dinheiro destinado a pedidos Su-30 adicionais, isso poderá ser facilmente transferido para pedidos Su-57. Surpreendentemente, o preço do Su-30 é aproximadamente semelhante ao Su-57.
O especialista militar russo Michael Kofman menciona que a maioria das estimativas de preço dos Su-57 está entre 45 e 54 milhões de dólares por unidade, embora a Rússia tenha gastado significativamente mais no programa, por aeronave.
Comparativamente, o Su-30SM de Mianmar custa entre 35 e 50 milhões de dólares por unidade. 35 milhões estão na faixa mais baixa de preço e, presumivelmente, um Su-30SM encomendado em 2018 teria algum nível de atualizações para se manter competitivo com os modelos Su-35 mais novos. É provável que o custo dos Su-30SMs de Mianmar esteja próximo de 50 milhões por esse motivo.
O Su-57, que é amplamente considerado o caça mais capaz do mundo para combate aéreo, pode até em menor número fornecer uma adição muito mais formidável às defesas do país. Em particular, devido ao seu alcance considerável e acesso a munições de alto nível, desde o míssil balístico hipersônico Kh-47M2 até o míssil ar-ar R-37M Mach 6, o caça fornecerá às forças de Mianmar um alcance muito longo. As indicações de interesse nas capacidades de ataque de longo alcance foram dadas pelo forte interesse do país em adquirir tecnologias de mísseis balísticos norte-coreanos. Como Mianmar não operava caças russos sofisticados no passado, uma compra do Su-57 exigirá investimentos consideráveis em infraestrutura de manutenção e treinamento para as equipes operacionais. Embora a fabricação de caças Su-30 para Mianmar já tenha começado, eles podem ter um papel complementar ao Su-57 no futuro. Os jatos da 'geração 4+' são mais baratos de operar e configurados notavelmente com assentos duplos, o que significa que podem ser usados para preparar pilotos para operar o Su-57, mais capaz. O Su-57 nota-se apenas em uma variante de assento único, embora a Índia tenha procurado encomendar uma variante especializada de assento duplo para sua própria frota. Mianmar também encomendou uma dúzia de jatos Yak-130, que foram desenvolvidos especificamente para treinar pilotos para operar caças russos de alto nível, como o Su-30 e o Su-57.
Embora o Su-57 deva custar aproximadamente 40% a mais por aeronave que o Su-30SM e tenha um custo operacional mais alto, a discrepância muito significativa nas capacidades pode torná-lo um investimento melhor. Mesmo fazendo um pedido relativamente pequeno para menos de uma dúzia de caças, Mianmar poderia potencialmente emergir como o primeiro operador estrangeiro do Su-57 - com um pedido chegando tão inesperadamente quanto o do Su-30.
Com um orçamento de defesa de aproximadamente US $ 2 bilhões anualmente, muito desviado para sustentar uma força terrestre considerável em meio a um conflito interno contínuo, é improvável que as ordens sejam muito grandes, diferentemente das do Vietnã, Turquia, Índia e outros clientes interessados. Também é possível que, como o Vietnã, Mianmar espere até meados da década de 2020 para fazer um pedido dos jatos Su-57 - e que o interesse expresso pelo embaixador possa se referir a longo prazo.
Fonte: site Fighter Jets World 12 out 2019
Trad./adapt. jambockrs
Um artigo interessante sobre Mianmar
https://www.politize.com.br/mianmar-cri ... rohingyas/