TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

[henriquejr]

Não tenho dúvidas de que esse segundo lote vai sair. A FAB não investiria bilhões na abertura de uma linha de montagem no Brasil para depois de alguns poucos anos fecha-la.

[FCarvalho]

A linha de produção na Embraer nunca focou os caças da FAB, mas a transferência de tecnologia é exportação.

Independente de a FAB conseguir ou não um novo lote a linha continua aberta visando atender as demandas do mercado externo.

O Brasil nem é o principal usuário do Gripen.

Abs

[henriquejr]

A linha de produção na Embraer nunca focou os caças da FAB, mas a transferência de tecnologia é exportação.

Independente de a FAB conseguir ou não um novo lote a linha continua aberta visando atender as demandas do mercado externo.

O Brasil nem é o principal usuário do Gripen.

Abs

Não faz o menor sentido essa afirmação. A FAB não gastaria muito mais num contrato de aquisição, desenvolvimento, capacitação de pessoal, se não tivesse interesse!
Mesmo que o interesse principal fosse a exportação, ainda assim a Embraer precisaria de uma carteira de pedidos para manter a linha de produção aberta. Ela não manteria toda uma estrutura caríssima montada, em estado ocioso ou parado! Os próximos lotes do Gripen deve ter um valor unitário bem mais barato (acredito que por volta dos 70 a 80 milhões cada caça), pois a estrutura já estará montada, com mão de obra brasileira, e sem o investimento de transferência de tecnologia, que foi pago no primeiro lote....

[FCarvalho]

A FAB se programou para três lotes objetivando 108 caças. É claro que a fabricação no Brasil tinha e teve em perspectiva essa quantidade, mas sempre levando em consideração o fato de que possibilidades de ficar apenas no primeiro sempre foi muito real, fazendo com que a exportação fosse um fator preponderante na sua implantação e manutenção. A FAB sabe muito bem a que tipo de pais serve.
Assim, transferir tecnologia e aprender o máximo possível com o primeiro lote sempre foi a ideia por trás da linha da Embraer. E o que viesse depois estaríamos no lucro exatamente pelos motivos que você descreveu.
Enfim, o alto valor do primeiro contrato para apenas 36 unidades em grande parte se deve ao fato do alcance daqueles objetos propostos em primeiro plano.
É claro que agora com a diminuição dos custos de produção, e das unidades consequentemente, a viabilidade de se obter um segundo e até terceiro lote se tornam maior. E essa é a lógica da coisa.
Tanto que a SAAB está já antes do primeiro caça ser entregue a FAB negociando o segundo lote, tendo em vista que a empresa já deve ter hoje mais concretamente os valores e custos para essa encomenda. Da mesma forma com a força aérea sueca.
E isso terá impacto direto nas exportações.
Há uma diferença enorme entre pagar mais de 100 milhões de dólares por cada Gripen E/F no primeiro lote, porque não estávamos pagando somente os caças, de pagar 70 ou 80 agora, quando os valores do investimento feito lá atrás já estão pagos.
Tempos atrás os suecos falavam em 20 unidades a mais. Hoje já estão falando em 60. Obviamente que entre os fatores que levaram a esse possível aumento está a eliminação dos custos de desenvolvimento do caça, já pagos.
Vamos torcer para que o projeto siga seu cronograma normal e os objetivos básicos da FAB sejam alcançados com eficiência e eficácia. Isso feito, um segundo ou terceiro lote será apenas consequência de todo o investimento e trabalho feito até aqui.

Abs

[Lord Nauta]

Não tenho dúvidas de que esse segundo lote vai sair. A FAB não investiria bilhões na abertura de uma linha de montagem no Brasil para depois de alguns poucos anos fecha-la.

Em minha opinião deveria haver um esforço para que este segundo lote seja de 60 unidades. A FAB deveria ter uma meta de pelo menos 120 aviões de caça. Considerando os cerca de 13 milhões de Km² de espaço aéreo nacional mesmo este nº e ridículo. E bom lembrar que sempre haverá aeronaves em manutenção e caso a FAB consiga 70% de disponibilidade seriam apenas 84 aeronaves aptas ao combate. Entretanto este total seria um significativo avanço na história da Instituição frente o histórico descaso com a Defesa Nacional. E bom lembrar que recentemente o NAe CDG, de porte médio, realizou manobras com 30 Rafale a bordo o que significa um poder bélico superior ao da FAB quando as mesma tiver operando seus míseros 36 Gripen.


Lord Nauta

[FCarvalho]

Por isso a importância de tentar manter a base de 18 caças por esquadrão.
Se o propósito de dispor apenas 6 esquadrões for realmente um objetivo da instituição, fica claro que operar com menos que isso é continuar tentando enxugar gelo na defesa aérea, só com mais tecnologia.

Querer fazer no Brasil com cem aviões o que a Suécia, do tamanho de São Paulo, fará com 120 é no mínimo um despropósito. Mas olhando a nossa realidade e história, chegar nos 108 tão falados já pode ser considerado a maior vitória da FAB neste século.

Abs

[henriquejr]

Por isso a importância de tentar manter a base de 18 caças por esquadrão.
Se o propósito de dispor apenas 6 esquadrões for realmente um objetivo da instituição, fica claro que operar com menos que isso é continuar tentando enxugar gelo na defesa aérea, só com mais tecnologia.

Querer fazer no Brasil com cem aviões o que a Suécia, do tamanho de São Paulo, fará com 120 é no mínimo um despropósito. Mas olhando a nossa realidade e história, chegar nos 108 tão falados já pode ser considerado a maior vitória da FAB neste século.

Abs

Mas aí voltamos aquela velha celeuma da necessidade e realidade de cada país. Será que se o Brasil fosse, por exemplo um Uruguai, e tivesse um país continental de seu lado, com mais de mil aviões de combate, e que sempre conviveram em um estado de tensão e hostilidade, não faria de tudo para ter o máximo de caças possível, para ter alguma força dissuasória?

Acho que se a FAB adquirir pelo menos os 108 caças previstos, para a realidade geopolítica que o Brasil se encontra, com as ameaças atuais e as previsíveis no futuro, já estaremos muito bem.

Até que esse cenário geopolítico mude, o país tem muitas outras prioridades para dar conta.

[knigh7]

Falta tanta coisa nas nossas FFAA (e nos próximos 8, 9 anos teremos uma grande desativação de meios) que me daria por satisfeito ter cerca de 80 Gripens para investir nas outras áreas:
Precisaremos investir em satélites de observação e de radar, comunicação a baixa altura, de geolocalização. Precisamos comprar mais escoltas além das 4 que serão construídas. Precisamos trocar todos os CCs, de investir na família Guarani, não temos AAAe de média e grande altura, precisamos continuar desenvolver o datalinkBR2 e implantá-lo. Investir na aquisição do KC-390, do submarino nuclear, investir na artilharia sobre rodas autopropulsada, no SIFRON. O EB não tem mísseis anticarro, investir no armamento individual, temos poucas ARPs...
A lista vai longe do que precisamos comprar nos próximos 10 anos para não ficarmos mais defasados.

Em vista de tudo isso, na minha opinião, se tivermos 8 dezenas de Gripens já estaria de bom tamanho tendo em vista a necessidade de verba para outros investimentos. E teremos de comprar mais armamentos para o caça...

[FCarvalho]

Sim concordo com vocês. A realidade é essa mesmo.
Vivemos um círculo vicioso em que ou cobrimos os pés ou a cabeça. Todos os planos visam evitar o efeito bola de neve repetitivo em que estão metidas as ffaa's desde sempre.

Mas fato é que sem uma revisão prática sobre o orçamento e financiamento dos projetos e necessidades da defesa, jamais conseguiremos sair desse círculo.

A esse despeito, só uma decisão política pode mudar essa história. Mas ela nunca foi tomada realmente. É é quase impossível que o seja, pois mesmo nós governos militares a situação não era muito diferente da de hoje.

Então, esse não é um problema apenas dos militares, mas de toda a sociedade.

É como vivemos em um país em eterna expectativa do próximo feriado ou tragédia, difícil encontrar uma solução de longo prazo para a defesa, quando quem tem mais responsabilidade sobre o assunto simplesmente se omite ou nega-se a cumprir com suas obrigações, como se não houvesse consequências.

Aliás, é típico no Brasil se deixar as coisas sérias para depois como se não houvesse um depois...

Abs

[knigh7]

Seria interessante aproveitar o Gov. Bolsonaro, que tem boa vontade com as FFAA, e propor algo semelhante a Lei do Cobre chilena para o reequipamento.

[FCarvalho]

Ainda na época do Jobim houve a proposta de um PL que dava sustentabilidade ao orçamento da defesa no longo prazo ao mesmo tempo em que tratava a questão da previdência e gastos com pessoal. Não deu em nada.
Acho que nem saiu do MD, e se saiu, ficou guardado em alguma gaveta na esplanada dos ministérios. Porque nunca mais houve sequer menção ao mesmo até hoje.
A palavra de ordem é essa: boa vontade.
Alguém mais além do presidente e dos militares tem isso em Brasília?

Abs

[gabriel219]

O número de caças vejo como fundamental, mas o mais fundamental ainda é a FAB pensar no Gripen F como plataforma de operações para drones, seja CAT 4 armados ou mesmo UCAV, vindo o nEUROn ou uma versão dele. Este último, na minha opinião, a FAB precisa pensar nele antes de pensar em qualquer caça de 5a geração.

Penso que 48 Gripen E e 36 Gripen F sejam ideais. Se de todos os F, 24 estiverem 100% operacionais, com cada um podendo operar 4 drones, o multiplicador de força será enorme.

[knigh7]

Voltando a falar sobre a assinatura do contrato:
Pela perspectiva do CEO da SAAB, assinando o contrato em 2021-22, daria para começar a ser entregue o segundo lote em 2024, o último ano de entrega do 1º contrato. Pelo fato de 2024 serem entregues apenas 7 restantes, pode-se muito crescer para cerca de 12 e no ano seguinte receber também 12.

Daria para substituir com folga os F-5M, que saem em 2025. Em 2025 a FAB poderia ter um esquadrão com 18 Gripens em cada uma das 3 localidades que ela planeja concentrar a aviação de caça de 1ª linha: Manaus, Anápolis e Santa Maria/Canoas.

[FCarvalho]

A ver qual será a disponibilidade financeira do GF sobre esse assunto.
Em tese o segundo lote será também de 36 unidades como esta no plano original.
Presumo que a boa vontade com as ffaa's acabe junto com o governo do Bolsonaro, a não ser que ele resolva se candidatar novamente, e ganhe, ou ponha um militar ou alguém afinado com eles no seu lugar.
Do contrário, acho muito difícil um eventual terceiro lote existir para completar a dotação prevista.
Como o nosso mundinho político ainda causando muitas surpresas, talvez fosse o caso de garantir agora um lote maior a fim de propiciar a substituição total de todos os F-5EM e assim dispor de um número de caças o mais próximo possível do desejado.
Eu entendo que 54 seja o mínimo para isso. Dá três esquadrões. Depois disso, é questão de remanejamento e alocação geográfica.
Dizem que o seguro morreu de velho...

Abs

[faterra]

E o desconfiado vive até hoje!