sdsCuba entra em moratória parcial com Brasil
Em meio a crescentes tensões, Cuba entrou em 'default' com o Brasil nesta semana
Uma parte da dívida de Cuba com o Brasil, principal fornecedor de alimentos da ilha, entrou em "default" esta semana, enquanto outra parte está atrasada, em meio a crescentes tensões entre os dois países.
Cuba pagou em junho apenas dois dos oito milhões de dólares correspondentes a esse mês, por dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Programa de Exportação (PROEX), respaldadas pelo Tesouro brasileiro, informou uma fonte diplomática do Brasil à AFP.
Essa dívida de junho acaba de ultrapassar 180 dias, situação considerada "inadimplente", acrescentou a fonte, que pediu anonimato. As demais parcelas, de julho a novembro, estão atrasadas.
De acordo com uma missão brasileira que visitou Cuba em outubro, no final de dezembro o total da dívida atrasada de 2018 será superior a 100 milhões de dólares.
As dívidas são pela construção do porto de Mariel (BNDES) e pela compra de alimentos (PROEX). A ativação do seguro diante de uma dívida não paga já foi feita, de acordo com o governo brasileiro.
...
"O BNDES, como garantido, requereu a indenização e a União, como garantidora, fará o pagamento da parcela indenizável em até 30 dias", acrescentou. No caso do PROEX, os financiamentos não possuem seguro, utilizando-se recursos diretos do Tesouro. Neste caso, quando a dívida for paga, o crédito volta a ficar disponível para novas compras.
"O Governo brasileiro está empenhando esforços para a recuperação de todos os créditos (indenizados e em atraso) referentes a financiamentos de exportações brasileiras para Cuba", garantiu o Ministério da Fazenda.
...
Por: https://jconline.ne10.uol.com.br/canal/ ... 366375.php
Geopolítica Brasileira
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Re: Geopolítica Brasileira
Notícias sobre a utópica ilha "parasitíaca" caribenha e o Brasil:
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Re: Geopolítica Brasileira
É, tá na hora da cambada JAIR se acostumando, acabou o almoço grátis (leia-se À NO$$A CU$TA). Vamos ver quem vai vender comida fiado para Cuba e Vuvuzela quando a torneira secar de vez e se virem definitivamente no SPC do mundo. Entrar é fácil, como já devem ter notado, já sair vai custar uma DITADURA para cada...
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Re: Geopolítica Brasileira
Mais uma sobre nossa "geopolítica altiva'' praticada pelos governos recentes:
Saudades do tempo do "Brasil Putênfia"... líder da América Latina.CVM acusa Dilma e mais 16 por irregularidades envolvendo refinaria Abreu e Lima
Processo foi aberto em 2016 e investiga possíveis irregularidades na construção da refinaria da Petrobras em Pernambuco.
...
Com a construção iniciada em 2008, a refinaria inicialmente previa aportes da petrolífera estatal PDVSA, da Venezuela, mas teve suas obras bancadas inteiramente pela Petrobras. O custo total do projeto era de pouco mais de R$ 2 bilhões, mais superou R$ 40 bilhões, o que chamou a atenção de órgãos de investigação, que apuram denúncias de superfaturamento.
...
https://g1.globo.com/economia/noticia/2 ... lima.ghtml
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Re: Geopolítica Brasileira
Essa ideia é tão burra e incoerente que só poderia ter saído de tais cabeças iluminadas. Tanto é que até agora não apareceu nenhum pesquisador brasileiro sério para defender.
Explico:
Em primeiro lugar não existe nada de novidade em tal tecnologia que já não saibamos ou aplicamos. Osmose reversa é uma tecnologia antiga e amplamente dominada e utilizada na Petrobras, na Marinha, indústria química ou seja lá mais o que que vá valer a pena (apenas exemplos). Para produzir água potável ou de irrigação, somente no último caso, pois é uma tecnologia cara e que consome muita energia e insumos, custa em torno de US$ 1,00/m³. Isso se usa em plataformas de petróleo, navios, submarinos, ilhas isoladas, caldeiras e usinas nucleares (para produção de vapor livre de contaminantes) ou em casos extremos onde não existe nenhuma possibilidade de acesso a água doce em quantidade suficiente por motivos geográficos ou políticos (o caso de Israel), aí sim, após esgotadas todas as alternativas econômicas mais vantajosas, se parte para dessalinização. Não é nosso caso, a não ser que queiramos financiar o estado de Israel para colocar um trem de osmose ao lado de cada sertanejo do semi árido (vai sair bem "baratinho", um novo sumidouro de dinheiro), para isso nem precisamos de Israel, eles sequer são vanguarda neste tipo de tecnologia, são apenas grandes clientes, podemos recorrer a suecos, alemães, japoneses, noruegueses e até brasileiros, visto que todas as grandes players deste mercado tem instalações por aqui.
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Re: Geopolítica Brasileira
Vou dar um quote de uma revisão do MIT que explica (em partes - a outra parte é política) o porquê de buscar tecnologia israelense. Osmose reversa é tecnologia dos anos 50/60. Israel usa o processo de multi-estágios:Juniorbombeiro escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 3:21 pmEssa ideia é tão burra e incoerente que só poderia ter saído de tais cabeças iluminadas. Tanto é que até agora não apareceu nenhum pesquisador brasileiro sério para defender.
Explico:
Em primeiro lugar não existe nada de novidade em tal tecnologia que já não saibamos ou aplicamos. Osmose reversa é uma tecnologia antiga e amplamente dominada e utilizada na Petrobras, na Marinha, indústria química ou seja lá mais o que que vá valer a pena (apenas exemplos). Para produzir água potável ou de irrigação, somente no último caso, pois é uma tecnologia cara e que consome muita energia e insumos, custa em torno de US$ 1,00/m³. Isso se usa em plataformas de petróleo, navios, submarinos, ilhas isoladas, caldeiras e usinas nucleares (para produção de vapor livre de contaminantes) ou em casos extremos onde não existe nenhuma possibilidade de acesso a água doce em quantidade suficiente por motivos geográficos ou políticos (o caso de Israel), aí sim, após esgotadas todas as alternativas econômicas mais vantajosas, se parte para dessalinização. Não é nosso caso, a não ser que queiramos financiar o estado de Israel para colocar um trem de osmose ao lado de cada sertanejo do semi árido (vai sair bem "baratinho", um novo sumidouro de dinheiro), para isso nem precisamos de Israel, eles sequer são vanguarda neste tipo de tecnologia, são apenas grandes clientes, podemos recorrer a suecos, alemães, japoneses, noruegueses e até brasileiros, visto que todas as grandes players deste mercado tem instalações por aqui.
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/The traditional criticism of reverse-osmosis technology is that it costs too much. The process uses a great deal of energy to force salt water against polymer membranes that have pores small enough to let fresh water through while holding salt ions back. However, Sorek will profitably sell water to the Israeli water authority for 58 U.S. cents per cubic meter (1,000 liters, or about what one person in Israel uses per week), which is a lower price than today’s conventional desalination plants can manage.
https://www.haaretz.com/end-of-water-sh ... -1.5314995The first revolution is the immense decrease in the cost of desalination - from $1 per cubic meter to 40 cents, and even less than that in desalination plants built in Hadera, Palmahim, Ashkelon and at Sorek.
A Jordânia consegue preços ainda menores (US$ 0,30/m3):
https://www.researchgate.net/publicatio ... dan_Valley
Ressalto que esse preço é inferior a maioria de sistemas de tratamento de água tradicionais (US$0.40-1.32/m3).
https://pdfs.semanticscholar.org/dcfa/b ... 39c4e1.pdf
O maior custo de manutenção é o das membranas de osmose (1/3 do valor total) e o custo de operação é de energia:
https://www.sciencedirect.com/science/a ... 8610002410
https://www.advisian.com/en-us/global-p ... salination
E a tecnologia está mudando, com uso de nanomateriais (não confundir com nano filtração que a Jordânia faz) e preços mais competitivos:
https://www.sciencedirect.com/journal/d ... 51/suppl/C
EDIT: Brasil não deve seguir uma só linha. Deveria investir em tratamento de água e esgotos, e em paralelo na dessalinização.
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Re: Geopolítica Brasileira
Inclusive aproveitamos muito pouco a água de reuso, já esta provado, e já é utilizado no Brasil, inclusivo no NE, a água de reuso para irrigar com muito sucesso diversas culturas, só não podem ser utilizadas como fonte de água para animais.
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/ ... mbuco.html
Nós não somos tão secos como o OM, nós não temos é organização e vontade para solucionar os problemas do país.
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/ ... mbuco.html
Nós não somos tão secos como o OM, nós não temos é organização e vontade para solucionar os problemas do país.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Geopolítica Brasileira
Não vi nada disso neste artigo, Israel usa Osmose Reversa, o que você quer dizer com multi-estágios? Vários estágios de baterias de membrana? Se for, isso é a essência de qualquer planta de grande porte, nenhuma novidade aí. O que Israel e seus vizinhos árabes fazem é basicamente plantas de grande porte com equipamentos customizados para ganhar em escala, mas eles tem territórios minúsculos com demanda concentrada próximo da fonte de suprimento de água salgada, não é nosso caso. Lembrando que não dá para comparar custo de dessalinização com custo de tratamento de água. Água dessalinizada não é água potável, experimente tomar um copo de água destilada para ver o piriri que vai dar. Se quiser beber essa água vai precisar adicionar sais minerais e os produtos desinfetantes (cloro, fluor), aí o custo também aumenta. Se é para abastecer leitos de rios com água dessalinizada, é bem mais barato usar as alternativas de reuso e fazer o que já fizemos (transposição), o Bolsonaro perdeu esse bonde, o Lula chegou primeiro.felipexion escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 4:40 pmVou dar um quote de uma revisão do MIT que explica (em partes - a outra parte é política) o porquê de buscar tecnologia israelense. Osmose reversa é tecnologia dos anos 50/60. Israel usa o processo de multi-estágios:Juniorbombeiro escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 3:21 pm
Essa ideia é tão burra e incoerente que só poderia ter saído de tais cabeças iluminadas. Tanto é que até agora não apareceu nenhum pesquisador brasileiro sério para defender.
Explico:
Em primeiro lugar não existe nada de novidade em tal tecnologia que já não saibamos ou aplicamos. Osmose reversa é uma tecnologia antiga e amplamente dominada e utilizada na Petrobras, na Marinha, indústria química ou seja lá mais o que que vá valer a pena (apenas exemplos). Para produzir água potável ou de irrigação, somente no último caso, pois é uma tecnologia cara e que consome muita energia e insumos, custa em torno de US$ 1,00/m³. Isso se usa em plataformas de petróleo, navios, submarinos, ilhas isoladas, caldeiras e usinas nucleares (para produção de vapor livre de contaminantes) ou em casos extremos onde não existe nenhuma possibilidade de acesso a água doce em quantidade suficiente por motivos geográficos ou políticos (o caso de Israel), aí sim, após esgotadas todas as alternativas econômicas mais vantajosas, se parte para dessalinização. Não é nosso caso, a não ser que queiramos financiar o estado de Israel para colocar um trem de osmose ao lado de cada sertanejo do semi árido (vai sair bem "baratinho", um novo sumidouro de dinheiro), para isso nem precisamos de Israel, eles sequer são vanguarda neste tipo de tecnologia, são apenas grandes clientes, podemos recorrer a suecos, alemães, japoneses, noruegueses e até brasileiros, visto que todas as grandes players deste mercado tem instalações por aqui.
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/The traditional criticism of reverse-osmosis technology is that it costs too much. The process uses a great deal of energy to force salt water against polymer membranes that have pores small enough to let fresh water through while holding salt ions back. However, Sorek will profitably sell water to the Israeli water authority for 58 U.S. cents per cubic meter (1,000 liters, or about what one person in Israel uses per week), which is a lower price than today’s conventional desalination plants can manage.
https://www.haaretz.com/end-of-water-sh ... -1.5314995The first revolution is the immense decrease in the cost of desalination - from $1 per cubic meter to 40 cents, and even less than that in desalination plants built in Hadera, Palmahim, Ashkelon and at Sorek.
A Jordânia consegue preços ainda menores (US$ 0,30/m3):
https://www.researchgate.net/publicatio ... dan_Valley
Ressalto que esse preço é inferior a maioria de sistemas de tratamento de água tradicionais (US$0.40-1.32/m3).
https://pdfs.semanticscholar.org/dcfa/b ... 39c4e1.pdf
O maior custo de manutenção é o das membranas de osmose (1/3 do valor total) e o custo de operação é de energia:
https://www.sciencedirect.com/science/a ... 8610002410
https://www.advisian.com/en-us/global-p ... salination
E a tecnologia está mudando, com uso de nanomateriais (não confundir com nano filtração que a Jordânia faz) e preços mais competitivos:
https://www.sciencedirect.com/journal/d ... 51/suppl/C
EDIT: Brasil não deve seguir uma só linha. Deveria investir em tratamento de água e esgotos, e em paralelo na dessalinização.
- Bolovo
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Re: Geopolítica Brasileira
Israel não usa osmose reversa? Isso tá escrito no primeiro paragrafo do artigo do MIT:
"Built for the Israeli government by Israel Desalination Enterprises, or IDE Technologies, at a cost of around $500 million, it uses a conventional desalination technology called reverse osmosis (RO)."
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/
O pulo do gato de Israel no caso é que desenvolveram a tecnologia em escala suficiente para ficar barato. Até 2004 não usavam água dessalinizada, hoje já chega a 40% do total. Tem umas inovações de engenharia e tal, mas nada de outro mundo. O que fica em evidência é mais a necessidade de depender menos de água subterrânea e pluvial, que são escassas, ao contrário da água do mar que é praticamente infinita. Diferente de nós, Israel não tem muita opção para a água. Mas o que eu percebo é uma necessidade gritante do Bolsonaro em justificar sua pagação de pau sem sentido para Israel.
Agora no mundo real:
"Busca-se fora do país uma solução que, na verdade, já vem sendo aplicada desde 2004 - com tecnologia nacional chancelada pela Embrapa - e que já resultou na instalação de 244 sistemas de dessalinização no Ceará, 44 na Paraíba, 29 no Sergipe, 10 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte, 45 em Alagoas, e 145 na Bahia.
...
Investir em usinas de dessalinização de grande porte por aqui poderia até ser uma opção se o Brasil esgotasse primeiro outras alternativas, principalmente, a exploração da água de reuso."
https://g1.globo.com/natureza/blog/andr ... agua.ghtml
"Built for the Israeli government by Israel Desalination Enterprises, or IDE Technologies, at a cost of around $500 million, it uses a conventional desalination technology called reverse osmosis (RO)."
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/
O pulo do gato de Israel no caso é que desenvolveram a tecnologia em escala suficiente para ficar barato. Até 2004 não usavam água dessalinizada, hoje já chega a 40% do total. Tem umas inovações de engenharia e tal, mas nada de outro mundo. O que fica em evidência é mais a necessidade de depender menos de água subterrânea e pluvial, que são escassas, ao contrário da água do mar que é praticamente infinita. Diferente de nós, Israel não tem muita opção para a água. Mas o que eu percebo é uma necessidade gritante do Bolsonaro em justificar sua pagação de pau sem sentido para Israel.
Agora no mundo real:
"Busca-se fora do país uma solução que, na verdade, já vem sendo aplicada desde 2004 - com tecnologia nacional chancelada pela Embrapa - e que já resultou na instalação de 244 sistemas de dessalinização no Ceará, 44 na Paraíba, 29 no Sergipe, 10 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte, 45 em Alagoas, e 145 na Bahia.
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Investir em usinas de dessalinização de grande porte por aqui poderia até ser uma opção se o Brasil esgotasse primeiro outras alternativas, principalmente, a exploração da água de reuso."
https://g1.globo.com/natureza/blog/andr ... agua.ghtml
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Geopolítica Brasileira
A técnica utlizada por Israel é barata. Acham que equipamento é tudo igual. Até parece que água de reuso vai resolver o problema no Nordeste. Pode ser um mero coadjuvante.
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Re: Geopolítica Brasileira
Errei nesse ponto da tecnologia e coloco o texto de onde tirei essa informação :Bolovo escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 10:50 pm Israel não usa osmose reversa? Isso tá escrito no primeiro paragrafo do artigo do MIT:
"Built for the Israeli government by Israel Desalination Enterprises, or IDE Technologies, at a cost of around $500 million, it uses a conventional desalination technology called reverse osmosis (RO)."
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/
O pulo do gato de Israel no caso é que desenvolveram a tecnologia em escala suficiente para ficar barato. Até 2004 não usavam água dessalinizada, hoje já chega a 40% do total. Tem umas inovações de engenharia e tal, mas nada de outro mundo. O que fica em evidência é mais a necessidade de depender menos de água subterrânea e pluvial, que são escassas, ao contrário da água do mar que é praticamente infinita. Diferente de nós, Israel não tem muita opção para a água. Mas o que eu percebo é uma necessidade gritante do Bolsonaro em justificar sua pagação de pau sem sentido para Israel.
Agora no mundo real:
"Busca-se fora do país uma solução que, na verdade, já vem sendo aplicada desde 2004 - com tecnologia nacional chancelada pela Embrapa - e que já resultou na instalação de 244 sistemas de dessalinização no Ceará, 44 na Paraíba, 29 no Sergipe, 10 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte, 45 em Alagoas, e 145 na Bahia.
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Investir em usinas de dessalinização de grande porte por aqui poderia até ser uma opção se o Brasil esgotasse primeiro outras alternativas, principalmente, a exploração da água de reuso."
https://g1.globo.com/natureza/blog/andr ... agua.ghtml
" Another commonly used technology is multi-stage flash evaporation of thermal desalination. [...] This method is mostly used in those places in Middle East where solar energy is available and energy costs are of less concern."
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Re: Geopolítica Brasileira
Corrigido acima a questão do multi estágio (utilizei a citação do post do Bolovo). Os demais pontos de custo, eu ainda reafirmo minha posição.Juniorbombeiro escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 9:56 pmNão vi nada disso neste artigo, Israel usa Osmose Reversa, o que você quer dizer com multi-estágios? Vários estágios de baterias de membrana? Se for, isso é a essência de qualquer planta de grande porte, nenhuma novidade aí. O que Israel e seus vizinhos árabes fazem é basicamente plantas de grande porte com equipamentos customizados para ganhar em escala, mas eles tem territórios minúsculos com demanda concentrada próximo da fonte de suprimento de água salgada, não é nosso caso. Lembrando que não dá para comparar custo de dessalinização com custo de tratamento de água. Água dessalinizada não é água potável, experimente tomar um copo de água destilada para ver o piriri que vai dar. Se quiser beber essa água vai precisar adicionar sais minerais e os produtos desinfetantes (cloro, fluor), aí o custo também aumenta. Se é para abastecer leitos de rios com água dessalinizada, é bem mais barato usar as alternativas de reuso e fazer o que já fizemos (transposição), o Bolsonaro perdeu esse bonde, o Lula chegou primeiro.felipexion escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 4:40 pm
Vou dar um quote de uma revisão do MIT que explica (em partes - a outra parte é política) o porquê de buscar tecnologia israelense. Osmose reversa é tecnologia dos anos 50/60. Israel usa o processo de multi-estágios:
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/
https://www.haaretz.com/end-of-water-sh ... -1.5314995
A Jordânia consegue preços ainda menores (US$ 0,30/m3):
https://www.researchgate.net/publicatio ... dan_Valley
Ressalto que esse preço é inferior a maioria de sistemas de tratamento de água tradicionais (US$0.40-1.32/m3).
https://pdfs.semanticscholar.org/dcfa/b ... 39c4e1.pdf
O maior custo de manutenção é o das membranas de osmose (1/3 do valor total) e o custo de operação é de energia:
https://www.sciencedirect.com/science/a ... 8610002410
https://www.advisian.com/en-us/global-p ... salination
E a tecnologia está mudando, com uso de nanomateriais (não confundir com nano filtração que a Jordânia faz) e preços mais competitivos:
https://www.sciencedirect.com/journal/d ... 51/suppl/C
EDIT: Brasil não deve seguir uma só linha. Deveria investir em tratamento de água e esgotos, e em paralelo na dessalinização.
Sei bem como é beber água destilada. Trote em laboratório de biologia molecular é oferecer água ultrapura para o estagiário.
Apoio o reuso (primariamente e prioritariamente. Afinal, água potável não é recurso infinito) mas fico com um pé atrás com a transposição. Ainda mais com a possibilidade das leis ambientais afrouxarem.
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Re: Geopolítica Brasileira
"ao lado de cada sertanejo" .Juniorbombeiro escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 3:21 pmEssa ideia é tão burra e incoerente que só poderia ter saído de tais cabeças iluminadas. Tanto é que até agora não apareceu nenhum pesquisador brasileiro sério para defender.
Explico:
Em primeiro lugar não existe nada de novidade em tal tecnologia que já não saibamos ou aplicamos. Osmose reversa é uma tecnologia antiga e amplamente dominada e utilizada na Petrobras, na Marinha, indústria química ou seja lá mais o que que vá valer a pena (apenas exemplos). Para produzir água potável ou de irrigação, somente no último caso, pois é uma tecnologia cara e que consome muita energia e insumos, custa em torno de US$ 1,00/m³. Isso se usa em plataformas de petróleo, navios, submarinos, ilhas isoladas, caldeiras e usinas nucleares (para produção de vapor livre de contaminantes) ou em casos extremos onde não existe nenhuma possibilidade de acesso a água doce em quantidade suficiente por motivos geográficos ou políticos (o caso de Israel), aí sim, após esgotadas todas as alternativas econômicas mais vantajosas, se parte para dessalinização. Não é nosso caso, a não ser que queiramos financiar o estado de Israel para colocar um trem de osmose ao lado de cada sertanejo do semi árido (vai sair bem "baratinho", um novo sumidouro de dinheiro), para isso nem precisamos de Israel, eles sequer são vanguarda neste tipo de tecnologia, são apenas grandes clientes, podemos recorrer a suecos, alemães, japoneses, noruegueses e até brasileiros, visto que todas as grandes players deste mercado tem instalações por aqui.
Cara, quantas vezes você já veio aqui no Nordeste?
Pessoal acha que equipamento é tudo a mesma coisa e o custo é o mesmo, que Israel não está na vanguarda da tecnologia hídrica...
É cada uma!
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Re: Geopolítica Brasileira
O equipamento básico é o mesmo sim, trabalho a 10 anos com eles. Estão tão na vanguarda que agora estão tendo que arrumar a cagada que fizeram, injetando quantidades imensas de água dessalinizada (baratinha por sinal ) no rio Jordão para não "matar" de vez o mar morto.gabriel219 escreveu: ↑Qui Dez 27, 2018 9:13 am"ao lado de cada sertanejo" .Juniorbombeiro escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 3:21 pm
Essa ideia é tão burra e incoerente que só poderia ter saído de tais cabeças iluminadas. Tanto é que até agora não apareceu nenhum pesquisador brasileiro sério para defender.
Explico:
Em primeiro lugar não existe nada de novidade em tal tecnologia que já não saibamos ou aplicamos. Osmose reversa é uma tecnologia antiga e amplamente dominada e utilizada na Petrobras, na Marinha, indústria química ou seja lá mais o que que vá valer a pena (apenas exemplos). Para produzir água potável ou de irrigação, somente no último caso, pois é uma tecnologia cara e que consome muita energia e insumos, custa em torno de US$ 1,00/m³. Isso se usa em plataformas de petróleo, navios, submarinos, ilhas isoladas, caldeiras e usinas nucleares (para produção de vapor livre de contaminantes) ou em casos extremos onde não existe nenhuma possibilidade de acesso a água doce em quantidade suficiente por motivos geográficos ou políticos (o caso de Israel), aí sim, após esgotadas todas as alternativas econômicas mais vantajosas, se parte para dessalinização. Não é nosso caso, a não ser que queiramos financiar o estado de Israel para colocar um trem de osmose ao lado de cada sertanejo do semi árido (vai sair bem "baratinho", um novo sumidouro de dinheiro), para isso nem precisamos de Israel, eles sequer são vanguarda neste tipo de tecnologia, são apenas grandes clientes, podemos recorrer a suecos, alemães, japoneses, noruegueses e até brasileiros, visto que todas as grandes players deste mercado tem instalações por aqui.
Cara, quantas vezes você já veio aqui no Nordeste?
Pessoal acha que equipamento é tudo a mesma coisa e o custo é o mesmo, que Israel não está na vanguarda da tecnologia hídrica...
É cada uma!
Já fui 2 vezes ao Nordeste, mas não preciso nem ir para saber que o problema de Israel é completamente diferente do problema do nordeste. Aliás, o problema do nordeste é infinitamente menos critico e geograficamente disperso. Existem várias alternativas possíveis e mais baratas do que mandar água do mar centenas de quilômetros adentro, já que o problema não está nas regiões costeiras. Mesmo se formos fazer isso, não precisamos de absolutamente nada de Israel, visto que a tecnologia não é deles e o financiamento também não é deles. São apenas grandes clientes. Vão fazer o que? Atravessar o negócio para ganhar comissão? Para o resto dos problemas, somos capazes de prover solução, inclusive já foram implantadas parcialmente. Dessalinizar água subterrânea (quando existe) é bem menos crítico e mais barato que fazer o mesmo com água do mar. E veja só...já fazemos isso desde de 2004.
https://oglobo.globo.com/mundo/dessalin ... 4-23330021
Também já existe um grande projeto implementado de captação da água da chuva no nordeste e da transposição. Aliás, esse é o grande motivo pelo qual o eleitor nordestino vota no PT (e não o bolsa família), pq antes eles eram esquecidos pelos governos, agora existe assistência para que possam trabalhar na terra, não é o ideal ainda, mas para quem não tinha nada é muito. Quanto ao reuso, isso junto ao combate ao desperdício e vazamento de água encanada é o primeiro passo adotado por todos os países na otimização do uso do recurso hídrico, inclusive em Israel. Só depois que se parte para as alternativas mais caras.
Quanto ao seu comentário ofensivo, só rindo mesmo. Não esperava que o atual (já existiram outros piores que você, devo admitir) mais notório analfabeto funcional do DB dominasse o conceito de Hipérbole.
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Re: Geopolítica Brasileira
Aliás, é bom salientar que um dos motivos que contribuem para baixar o custo desta tecnologia em Israel é o uso de suas reservas de gás a pouco tempo descobertas para produzir a energia elétrica necessária. Gostaria de saber o que os Xi-Cago boys iriam pensar disso em uma eventual situação similar aqui: A Petrobras subsidiando produção de água (podemos extrapolar para qualquer outro recurso, como fertilizantes por exemplo). BOLIVARIANISMO JUDEU!!!!felipexion escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 11:45 pmErrei nesse ponto da tecnologia e coloco o texto de onde tirei essa informação :Bolovo escreveu: ↑Qua Dez 26, 2018 10:50 pm Israel não usa osmose reversa? Isso tá escrito no primeiro paragrafo do artigo do MIT:
"Built for the Israeli government by Israel Desalination Enterprises, or IDE Technologies, at a cost of around $500 million, it uses a conventional desalination technology called reverse osmosis (RO)."
https://www.technologyreview.com/s/5349 ... alination/
O pulo do gato de Israel no caso é que desenvolveram a tecnologia em escala suficiente para ficar barato. Até 2004 não usavam água dessalinizada, hoje já chega a 40% do total. Tem umas inovações de engenharia e tal, mas nada de outro mundo. O que fica em evidência é mais a necessidade de depender menos de água subterrânea e pluvial, que são escassas, ao contrário da água do mar que é praticamente infinita. Diferente de nós, Israel não tem muita opção para a água. Mas o que eu percebo é uma necessidade gritante do Bolsonaro em justificar sua pagação de pau sem sentido para Israel.
Agora no mundo real:
"Busca-se fora do país uma solução que, na verdade, já vem sendo aplicada desde 2004 - com tecnologia nacional chancelada pela Embrapa - e que já resultou na instalação de 244 sistemas de dessalinização no Ceará, 44 na Paraíba, 29 no Sergipe, 10 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte, 45 em Alagoas, e 145 na Bahia.
...
Investir em usinas de dessalinização de grande porte por aqui poderia até ser uma opção se o Brasil esgotasse primeiro outras alternativas, principalmente, a exploração da água de reuso."
https://g1.globo.com/natureza/blog/andr ... agua.ghtml
" Another commonly used technology is multi-stage flash evaporation of thermal desalination. [...] This method is mostly used in those places in Middle East where solar energy is available and energy costs are of less concern."