Tigrada, já estou enjoando de tanto ler referências á fala de um OG )se não me engano da FAB) sobre isso de que o cara progride ou não, entre outras coisas, por seus "afetos" na Força (donde se infere que desafetos possam causar interferência). Isso tem sido usado para zombar dos Militares em geral e da FAB em particular. Vamos dar uma olhada mais de perto antes de sair condenando?
Bueno, isso de "afeto" e "desafeto" está em volta de nós, no nosso dia a dia, sejamos Militares ou Civis, sejamos da Iniciativa Privada ou do Serviço Público. Vamos dizer que, seja na esfera que for, eu exerça um determinado cargo de comando. Cumpro tão bem minhas funções (entre as quais está a de se portar como uma pessoa civilizada e de trato fácil, não um troglodita paranoico com raiva do mundo) que meus superiores passam a me julgar merecedor de um cargo ainda mais importante. Se acostumaram a confiar tanto em meu julgamento que me pedem para indicar um sucessor: QUEM eu vou escolher?
1 - O cara que sempre me ajudou e está em perfeita sintonia com meu modo de ser, dando-me alguma certeza (confiança) de que o setor que ajudei a botar no topo seguirá progredindo, já que atua mais ou menos como eu;
2 - O cara competentíssimo na área - mais até que o anterior - mas de difícil trato, ora está nas buenas com todo mundo, ora quer o couro de alguém por alguma irrelevância e que, por conseguinte, volta e meia criava algum problema que EU tinha que resolver;
3 - Outro cara competente pra caramba, que se mantém longe de encrencas mas é tão fechado que não tenho a menor ideia do que faria se estivesse em meu lugar.
Fica óbvio, não? Que vantagem vai ter para a corporação se o sucessor que EU indiquei logo se tornar fonte de dores de cabeça? E não só para mim mas também para meus superiores, dentre os quais logo vai aparecer um gaiato para dizer "ué, tu que escolheste, véio, segura a onda agora" na frente de todo mundo. Isso acontece no mundo Militar, no Empresarial, em tudo o que envolve seres humanos e processos decisórios.
E há mais "afetos" e "desafetos" no mundo: neguim resolve viajar com a família ou simplesmente comemorar num restaurante/boate/motel o aniversário de casamento; ele vai deixar sua casa e/ou filhos sob os cuidados de uma pessoa amiga (afeto) na qual confia; numa da qual desconfia mas se relaciona razoavelmente, tipo o trafica aquele, que sempre sorri e cumprimenta e parece gente buena mas sacumé, seguro morreu de véio; numa total desconhecida, da qual se pode esperar desde o maior bem até o pior mal ou, por fim, num inimigo jurado (desafeto)? Novamente, é óbvio, não?
Ter afetos e desafetos, queiramos ou não, faz parte da natureza humana, a partir do momento em que começamos a nos relacionar com os demais membros de nossa espécie. Não há como renunciar a isso sem renunciar a SER humano.
E, da última vez que chequei, um OG da FAB era tão humano quanto um CEO de multinacional, e este tão humano quanto o dono do açougue da esquina, que tem um empregado estupendo mas vai legar o estabelecimento ao filho...
Bueno, isso de "afeto" e "desafeto" está em volta de nós, no nosso dia a dia, sejamos Militares ou Civis, sejamos da Iniciativa Privada ou do Serviço Público. Vamos dizer que, seja na esfera que for, eu exerça um determinado cargo de comando. Cumpro tão bem minhas funções (entre as quais está a de se portar como uma pessoa civilizada e de trato fácil, não um troglodita paranoico com raiva do mundo) que meus superiores passam a me julgar merecedor de um cargo ainda mais importante. Se acostumaram a confiar tanto em meu julgamento que me pedem para indicar um sucessor: QUEM eu vou escolher?
1 - O cara que sempre me ajudou e está em perfeita sintonia com meu modo de ser, dando-me alguma certeza (confiança) de que o setor que ajudei a botar no topo seguirá progredindo, já que atua mais ou menos como eu;
2 - O cara competentíssimo na área - mais até que o anterior - mas de difícil trato, ora está nas buenas com todo mundo, ora quer o couro de alguém por alguma irrelevância e que, por conseguinte, volta e meia criava algum problema que EU tinha que resolver;
3 - Outro cara competente pra caramba, que se mantém longe de encrencas mas é tão fechado que não tenho a menor ideia do que faria se estivesse em meu lugar.
Fica óbvio, não? Que vantagem vai ter para a corporação se o sucessor que EU indiquei logo se tornar fonte de dores de cabeça? E não só para mim mas também para meus superiores, dentre os quais logo vai aparecer um gaiato para dizer "ué, tu que escolheste, véio, segura a onda agora" na frente de todo mundo. Isso acontece no mundo Militar, no Empresarial, em tudo o que envolve seres humanos e processos decisórios.
E há mais "afetos" e "desafetos" no mundo: neguim resolve viajar com a família ou simplesmente comemorar num restaurante/boate/motel o aniversário de casamento; ele vai deixar sua casa e/ou filhos sob os cuidados de uma pessoa amiga (afeto) na qual confia; numa da qual desconfia mas se relaciona razoavelmente, tipo o trafica aquele, que sempre sorri e cumprimenta e parece gente buena mas sacumé, seguro morreu de véio; numa total desconhecida, da qual se pode esperar desde o maior bem até o pior mal ou, por fim, num inimigo jurado (desafeto)? Novamente, é óbvio, não?
Ter afetos e desafetos, queiramos ou não, faz parte da natureza humana, a partir do momento em que começamos a nos relacionar com os demais membros de nossa espécie. Não há como renunciar a isso sem renunciar a SER humano.
E, da última vez que chequei, um OG da FAB era tão humano quanto um CEO de multinacional, e este tão humano quanto o dono do açougue da esquina, que tem um empregado estupendo mas vai legar o estabelecimento ao filho...