Marechal-do-ar escreveu:
Por que deveria ser? O SM-3 não funciona por acaso?
Porque jamais foi disparado contra uma ameaça do tipo. Mesmo o SM-6, que eu nem conhecia (tks!!!), é mencionado em termos bem vagos como tendo "interceptado um míssil balistíco 'complexo'", que entusiastas logo atribuem a uma MARV, mas sem qualquer detalhe adicional que confirme isso. Também é dito que "bateu seu próprio recorde de interceptação de aeronave a longa distância" mas sem citar qual era o tale de "recorde". Voltando ao SM-3, ele nunca abateu
nada em combate. E seu antecessor estava a bordo da Fragata Stark e nem foi disparado quando ela foi atacada. É um ponto negativo? Não. O problema foi humano, sequer tentaram disparar, mesmo tendo condições.
Marechal-do-ar escreveu: E não me sinto na obrigação de convencer o McCain a nada por dois motivos:
1) Ele não é brasileiro, se ele quer fuder com a defesa do país dele problema deles, não meu.
2) Já existem almirantes muito bem pagos tentando fazer isso.
Ué, encontrarias um antagonista interessado e muito melhor conhecedor do que eu - e é um POLÍTICO, PUTZ!!! - sobre o tema. Ele defende sua posição tão ferozmente no Senado lá deles que me dá inveja de não haver qualquer um que eu conheça ou tenha ouvido falar no Mercado Livre daqui.
Marechal-do-ar escreveu: Ok, eu li o link.
E me parece o maior exemplo de Super Trunfo que já vi nesse forum. E depois ainda reclamam quando tentamos usar dados reais em alguma discussão!
Olha só, estão dizendo que um míssil que nunca foi usado em combate real seria capaz de destruir porta-aviões e que não poderiam ser interceptados pelos mísseis que foram projetados exclusivamente para interceptar os primeiros e que também nunca foram usados em combate real. Caramba! Cadê os dados? Cadê fatos? Cadê alguma coisa material que possa ser discutida? Quem vai gritar Super Trunfo primeiro?
Notes que a interpretação é por tua conta. Não fiz uma
declaração exigindo que concordassem comigo, tipo "eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", não sou melhor do que ninguém aqui; fiz foi uma
proposição sobre um tema atualíssimo, destinada ao debate. Se eu estivesse interessado em ST já começaria dizendo - sem mentir - que nenhum NAe esteve em combate real contra um inimigo à altura desde a 2GM. E daí? Só porque não apareceu ninguém capaz de posar como ameaça séria isso invalida o próprio conceito de NAe? Claro que NÃO! Só que a questão não é essa, como veremos mais abaixo.
Marechal-do-ar escreveu: E tudo isso acaba com a hipótese: É só mandar um ICBM dos EUA para Pequim, quem precisa de porta-aviões ou de mísseis anti-navio?
ICBMs jamais foram usados e provavelmente jamais o serão, dentro do conceito de MAD. Eles, ao contrário de NAes e Msls anti-Naes, existem para
não serem usados.
Marechal-do-ar escreveu: E se o fundamento é o link que você passou, deixa eu colar um trecho aqui:
Asked recently by Newsweek if China’s anti-ship missiles had made U.S. carriers obsolete, Chief of Naval Operations Admiral John Richardson emphatically answered: “No!” He says the Navy’s newest warships have advanced missile defense systems to counter the Chinese threat, as well as sensors and targeting technology that provide data to commanders, pilots and ship crews in real time.
Por que o SM-3 "deveria"? Por que a opinião do Hendrix e do McCain são as corretas e do Richardson é a errada?
Sobre o SM-3 creio já ter respondido. Sobre o Admiral Richardson, minha razão se baseia no fato de que OGs são conservadores e tradicionalistas, especialmente os acostumados a vencer. É tipo "se estamos vencendo desde mil novecentos e guaraná de rolha deste jeito, por que iríamos querer mudar? Negócio é aperfeiçoar o que já temos para melhorar nossa capacidade de lutar do mesmo jeito e seguir vencendo". O Alto Comando da Inglaterra e o da França pensavam igualzinho, nas cabeças (ocas) deles a 2GM seria igualzinha á anterior, até melhor porque tinham agora a impenetrável Linha Maginot. Esqueceram apenas que quem perde (Alemanha) trata de rever seus conceitos e, dentro desta linha "não-conservadora", lançou sua Blitzkrieg, que resultou no esmagamento do Exército da França e um baita corridão nos Ingleses que foram para lá, achando que tudo ia ser novamente em torno de trincheiras e canhões.
Assim em terra, assim, no mar. No começo do século passado o Encouraçado reinava absoluto e incontestável. Os Almirantes os adoravam e as lições da 1GM não mudaram isso. Então, entre as poucas vozes discordantes, surgiu um General chamado Billy Mitchel nos EUA que, após debater publicamente até com o Presidente dos EUA (pagou caro por isso, como todos os visionários), provou em definitivo que não havia Encouraçado capaz de resistir a um ataque de Bombardeiros. Curiosamente, uma de suas frases bombásticas (dita perante o Congresso dos EUA em 1920) é usada hoje pelos anti-NAes:
"Mil Bombardeiros podem ser construídos e operados pelo preço de um só Encouraçado" (basta trocar Encouraçado por CVN e Bombardeiro por ASBM), acrescentando que "basta um esquadrão destes Bombardeiros para afundar um Encouraçado, o que seria um uso muito mais eficiente do orçamento".
Curiosamente, ele (Aviador terrestre) não era um entusiasta dos NAes mas, à medida que suas teses começaram a influenciar oficiais mais jovens da USN e estes foram assumindo os postos principais de comando e planejamento, o NAe começou a ser mais e mais aperfeiçoado e valorizado tendo, por fim - e sem qualquer dúvida por parte da Marinha - substituído em definitivo o uma vez "Rei dos Oceanos".
E chegamos aos dias atuais. O NAe/CVN está, queiras admitir ou não, cada vez mais ameaçado, agora não apenas por seus eternos inimigos, o submarino com seus torpedos e minas e a Aviação Terrestre (com seus mísseis cada vez mais sofisticados, uns indo pelo caminho da furtividade, outros da alta velocidade supersônica, além dos convencionais que até nós temos) mas surge um novo: o ASBM, como o citado DF-21D e o novíssimo DF-26. Estas munições estão ainda recém entrando na adolescência mas um dia estarão maduras. Apostam os anti-CVN que este dia chegará ainda na próxima década. E eu concordo com eles.
Enquanto a meta for lançar bomba inteligente em mendigo, o CVN/NAe estará seguro; no dia em que tiver que enfrentar quem tenha meios de se defender à altura, o CVN ou passa a operar drones de ataque (UCAVs) com alcance ainda maior do que os ASBMs (ou isso ou vão ter que dobrar de tamanho, no mínimo) ou será substituído por
misileras do porte de um destróier e capazes de lançar enormes
cruise missiles com grande precisão e poder destrutivo CONVENCIONAL (lembres, MAD se forem nukes) e com vários milhares de km de alcance. A alternativa NAVAL? SSBN/SSGN!
Pois, parafraseando o Gen Mitchel, por que iriam China e Rússia gastar o que não têm para fazer uma frota de uma dúzia de CVNs (e respectivas Escoltas) para enfrentar a USN se com o preço de UM SÓ podem afundá-la inteirinha?
NOTA - Até nós, aqui na Terra do Nunca, bem que poderíamos olhar mais de perto o motor do SONDA IV ou, melhor ainda, seu sucessor, o VS-40M, capaz de levar uma carga de meia tonelada a uma altitude de uns 650 km. Uma versão Militar (móvel) aperfeiçoada poderia interditar quase metade do Atlântico Sul. Mas, como é a Terra do Nunca, adivinhes QUANDO isso vai acontecer...
![Twisted Evil :twisted:](./images/smilies/icon_twisted.gif)