Crise Econômica Mundial

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55910
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2956 vezes
Agradeceram: 2647 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6421 Mensagem por P44 » Ter Set 27, 2016 6:45 pm

Será o Deutsche Bank o teste decisivo para as regras da banca europeia?

Por Sérgio Aníbal
27/09/2016 - 21:02

Receios de que o governo alemão se recuse a resgatar o maior banco do país em caso de necessidade, criando um “Lehman Brothers europeu” agravaram descidas na bolsa.

Com as acções a caírem mais de 20% desde o início do mês, a enfrentar a ameaça de uma multa de 14 mil milhões de dólares nos Estados Unidos e com cada vez mais analistas a encontrarem sinais de fragilidade nas suas contas, o Deutsche Bank é agora o novo foco da crise do sector bancário europeu. E arrisca-se mesmo a constituir o teste decisivo para as novas regras bancárias da zona euro, criticadas em países como a Itália e Portugal, mas até agora defendidas com determinação pela Alemanha.

As dúvidas em torno do maior banco alemão (e um dos maiores do mundo) existem praticamente desde o início da crise financeira. Mas nas últimas semanas adensaram-se com a notícia de que a autoridade reguladora do sistema financeiro nos Estados Unidos se prepara para exigir ao Deutsche Bank o pagamento de uma indemnização de 14 mil milhões de euros pelo seu papel no deflagrar da crise financeira internacional em 2008.

Imagem

Esta potencial multa, embora ainda possa ser sujeita a uma negociação, é de um montante tão elevado que seria capaz de colocar o banco alemão em sérias dificuldades para continuar a cumprir os rácios de capital que lhes são exigidos. Isto mesmo num cenário em que a multa ficasse consideravelmente abaixo dos 14 mil milhões agora exigidos, até porque questões como a exposição do Deutsche Bank aos mercados de derivados continuam a ensombrar a saúde financeira da instituição bancária.

É por isso que, nos mercados, parece ser neste momento um dado adquirido que o Deutsche Bank irá ter que reforçar, nos próximos tempos, o seu capital. É o que afirma, por exemplo, um analista de uma firma de investimento internacional, citado pelo Financial Times: “Praticamente toda a gente está agora convencida que [o Deutsche Bank] vai ter de reforçar o seu capital. Eles ficaram sem margem para erro, não vejo como é que o podem evitar”.

Esta necessidade de reforço de capital, que diluiria os montantes detidos pelos actuais accionistas, é o principal motivo pelo qual as acções do banco têm vindo a perder uma grande parte do seu valor nos mercados bolsistas. Desde o início do ano, os títulos do Deutsche Bank caíram mais de 50%, com a queda a cifrar-se em mais de 20% durante este mês.

O clima de incerteza nos mercados ainda mais grave se torna neste momento porque subsiste a dúvida sobre como é que esse reforço de capital poderá vir a ser feito. A hipótese preferida pela administração do banco e pelas autoridades é, claro, obter esse capital junto de investidores privados. Há quem assinale que o Deutsche Bank tem como almofada de segurança um volume avultado de títulos de dívida que podem ser convertidos em acções, ajudando a recolocar os rácios a níveis saudáveis caso seja necessário.

O problema é se esse dinheiro vindo dos privados não chegar. Será que aí haveria dinheiro público disponível para ajudar?

A primeira resposta dada pelo Governo alemão durante esta semana pareceu indicar que a disponibilidade não é muita. “Não há qualquer base para uma especulação desse tipo”, afirmou o porta-voz do governo liderado por Angela Merkel quando questionado sobre a possibilidade de uma intervenção pública no Deutsche Bank. A própria chanceler preferiu esta terça-feira não fazer comentários sobre o assunto.

Ao mesmo tempo, Hans Michelbach, um membro destacado do partido de Merkel, tomava uma posição muito mais clara. “É inimaginável que viéssemos a ajudar o Deutsche bank com dinheiro dos contribuintes. Isso conduziria a um protesto da opinião pública”, afirmou citado pela Bloomberg.

Estes sinais vindos de Berlim criaram ainda mais nervosismo nos mercados, já que colocaram em causa a ideia há muitos anos consolidada de que o Deutsche Bank é “demasiado grande para falir” e que o Estado alemão acabará sempre por o resgatar, em caso de necessidade.

A questão é que, para Merkel, o problema não está só na reacção que a opinião pública alemã poderia ter a um resgate. Desde o início do ano, entraram em vigor as novas regras para o sector bancário da zona euro que não permitem que ocorra uma injecção de capital por parte do Estado antes de accionistas, credores e mesmo grandes depositantes assumirem as suas perdas.

Até agora, a Alemanha tem-se apresentado, perante o apelo a uma maior flexibilidade nas regras feito por outros países, especialmente a Itália, como a grande defensora do novo regime. Uma mudança de opinião brusca apenas para salvar o Deutsche Bank poderia constituir um golpe fatal para a legitimidade da Alemanha pedir que outros países cumpram estas e outras regras.

Para Angela Merkel este seria um desafio difícil. Como afirmou recentemente o FMI, o Deutsche Bank é “o banco que mais contribui para riscos sistémicos” e isso significa que um cenário de perdas para accionistas e credores poderia ter um impacto muito significativo no resto do sistema financeiro mundial. Nesse momento, Merkel teria de decidir se estava disposta a arriscar fazer do Deutsche Bank um “Lehman Brothers europeu” ou se preferia sacrificar, com elevados custos políticos, as regras bancárias europeias.

https://www.publico.pt/economia/noticia ... ia-1745393




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 41279
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1235 vezes
Agradeceram: 3161 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6422 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Set 28, 2016 7:36 pm

Warren Buffett Is the Latest Billionaire To Jump Ship From The Markets

Right now the market is perceived to be so dangerous that it’s even chased the most fearless value investors to the sidelines.

Just this evening, in the Presidential debate, Trump warned that the stock market was a bubble “about to pop”.

Now, the bearish billionaire circle has grown even wider with the addition of Warren Buffett.

The “Oracle of Omaha” as he’s known, currently has more money outside the markets than ever before in his five decades running Berkshire-Hathaway.

Imagem

This is a striking fact considering that Buffett is very well known for his long-term investment strategy – an approach that requires one to constantly have most of their capital tied up in order to generate consistent returns.

x

x

That’s right, as the S&P 500 is near record highs, Warren Buffet is more out of the market than he has ever been and waiting for a collapse.

That the 86 year old has so much dry powder, shows his anticipation of a massive market crisis and quite possibly the biggest buying opportunity of his life. Just like us, Buffet is ready to survive and prosper through this calamity.

And with asset prices at all time highs and CNBC and Fox business puppets still perpetuating the great recovery myth, you might expect all these smart money billionaires to be piling into stocks to ride the upside. Instead they obviously know the “goldilocks” recovery holds true to its name’s fairytale origin.

They say “follow the smart money”… and Buffett is known as one of the smartest!

And even more multi-billion dollar fund managers are coming out and warning.

Tad Rivelle, the chief investment officer of TCW’s $195 billion investment fund, is yet another outspoken multi-billion dollar fund manager who’s expressed concern about the economy and monetary policy gone awry.

Rivelle mentioned in a Bloomberg interview last week that he thinks it’s “Time to leave the dance floor” because, to paraphrase, corporate debt is piling up faster than income is increasing.

In a note to investors Rivelle argued, “Face it: the central banking Emperors have no clothes.” he continued:

“…The Fed could continue to use its printing press to falsify capital market signals, but to what end? When a central bank buys an asset with an electronically printed dollar, a “something for nothing” trade has taken place. Unless everything we understand about economics is plain wrong, the Fed cannot go on blithely adding printing press dollars to the system and expect no ill effects.”

The letter continues:

“Our counsel remains as it has been: avoid those assets that will be broken in the coming de-leveraging while keeping a ‘steady as she goes’ attitude towards the future purchase of those assets that will merely bend when the flood comes.”

He actually called the coming de-leveraging, “the flood”. Even the language of these top money people is biblical in nature.

When we first began ringing the alarm bells about an impending financial crisis last summer, we were nearly the only ones doing it. Then, month after month, some of the biggest names in money and finance have not only climbed aboard our bandwagon, but have practically stampeded past us.

Now, we can barely keep up with the amount of people warning of impending doom.

Last summer we made a call for subscribers that earned 4,500% in just three days by calling the market crash in late August correctly.

And, our Senior Market Analyst, Ed Bugos, has just reissued a very similar play in an alert to Premium subscribers on September 16th.

There is no guarantee we’ll make another 4,500% gain in a short amount of time, of course. But it is virtually the exact same investment play we made last summer which made a fortune.

And, that was before we had the likes of Soros, Trump, Rothschild, Jim Rogers and numerous other billionaires, also feeling the same way as us.

We are now less than a week away from the end of the Jubilee Year and if our call is right, we could again make mind boggling returns in just the next few weeks or months.

And, the best part about this type of an out-of-the-money shot is that you can put a small amount of money into it and possibly make large returns… and if it is wrong, you lose just a small amount of money.

Subscribe to TDV Premium and get immediate access to Ed Bugos’ pick in his alert of September 16th.

If the ship’s going down, and soon, it’ll be much more enjoyable making a massive investment return off of it than going down with everyone else.

Originally Appeared At The Dollar Vigilante


Read more at http://www.maxkeiser.com/2016/09/warren ... rHgr1RA.99




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 7264
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 133 vezes
Agradeceram: 427 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6423 Mensagem por akivrx78 » Qua Out 12, 2016 2:07 am

Bancos na China podem precisar de injeção de US$1,7 tri com piora do crédito, diz S&P

11/10/201607h43

HONG KONG (Reuters) - O aumento dos níveis de dívida vai piorar os perfis de crédito dos 200 maiores empresas da China este ano, exigindo que os bancos do país levantem até 1,7 trilhão de dólares em capital para cobrir um provável aumento dos créditos podres, disse a Standard & Poor's Global em relatório nesta terça-feira.

O estudo não vê grande margem para melhorias em 2017 em meio à piora de alavancagem e excesso de capacidade em quase todos os setores.

A dívida tem aparecido como um dos maiores desafios da China, com a carga da dívida do país subindo para 250 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Setenta por cento das empresas na pesquisa da S&P eram de propriedade do Estado, e elas respondiam por 2,8 trilhões de dólares, ou 90 por cento da dívida total das companhias analisadas.

A S&P estima que o percentual de créditos com problemas em bancos chineses já estava em 5,6 por cento no final de 2015. Em um cenário mais pessimista de crescimento do crédito inabalável, isso poderia piorar para 11 a 17 por cento.

Em tal situação, os bancos precisariam de até 1,7 trilhão de dólares em recapitalização em 2020, estima a S&P. Mesmo sob um cenário base, seriam necessários 500 bilhões de dólares.

(Reportagem de Umesh Desai)
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... diz-sp.htm




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 7264
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 133 vezes
Agradeceram: 427 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6424 Mensagem por akivrx78 » Qua Out 12, 2016 2:08 am

Primeiro-ministro chinês apela a "visão compreensiva" da dívida
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou hoje a uma "visão global e compreensiva" da dívida chinesa e do setor imobiliário do país, numa altura em que várias vozes apelam a Pequim para travar a "bolha" no setor.

Economia Li Keqiang Há 19 Horas POR Lusa

"Os riscos da dívida chinesa são controláveis e o ratio da dívida do Governo é relativamente baixo, comparado às outras grandes economias do mundo", afirmou Li.
PUB

"Já as dívidas dos governos locais constituem sobretudo investimentos com retorno", acrescentou.

O responsável chinês falava na abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau.

A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico.

Segundo um relatório difundido este mês pelo Bank for International Settlements (BIS), entre janeiro e março, o desvio do rácio entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 30,1%, o nível mais alto de sempre e bem acima dos 10%, o patamar que "acarreta riscos para o sistema bancário".

"A procura por imobiliário na China vai continuar a aumentar e o processo de urbanização avançará", disse Li Keqiang, numa altura em que vários analistas advertem também para uma "bolha" sem paralelo no mercado imobiliário chinês.

No mês passado, o Banco da China, a quarta maior instituição financeira do país, apelou a Pequim para que tome medidas que travem o aumento da "bolha" no setor imobiliário.

"São necessárias políticas macroeconómicas urgentes para conseguir um equilíbrio entre a estabilização do crescimento e pôr fim às bolhas nos ativos", assinalou o banco estatal num relatório.

Em entrevista à estação televisiva CNN, Wang Jianlin, o homem mais rico da China, lembrou também que os preços do imobiliário continuam a subir nas grandes cidades chinesas, mas que estão em queda nas restantes, onde várias habitações continuam por vender.

Li Keqiang prometeu "medidas efetivas" para promover um desenvolvimento "estável e saudável" do mercado imobiliário.

"Estamos confiantes e sentimo-nos capazes de alcançar os principais objetivos de desenvolvimento económico e social este ano, e estamos determinados a evitar riscos financeiros sistemáticos e regionais", disse.

Li referiu ainda medidas como as reformas na administração pública e os incentivos à inovação e novas empresas para ilustrar o grande potencial da economia.

"Somos totalmente capazes de manter um ritmo de crescimento económico médio alto e elevar o nosso desenvolvimento para um nível médio alto", concluiu.

Em 2015, a economia chinesa cresceu 6,9%, o ritmo mais baixo do último quarto de século.

Desde o início do século XXI, e até 2011, a economia chinesa cresceu sempre acima dos 8% ao ano e, em 2007, atingiu os 13%.

Segunda maior economia do mundo, logo a seguir aos Estados Unidos, a China tem sido o motor da recuperação global nos últimos anos.

https://www.noticiasaominuto.com/econom ... -da-divida




Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55910
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2956 vezes
Agradeceram: 2647 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6425 Mensagem por P44 » Qui Nov 03, 2016 5:04 pm

França tinha "acordo secreto" com UE para não cumprir défice

Por PÚBLICO
02/11/2016 - 23:39

Revelação feita em livro sobre Hollande afirma que foi permitido à França divulgar previsões de défice falsas, para não ser sancionada.

François Hollande admitiu a existência de um alegado “acordo secreto” entre o Governo francês e a União Europeia para que o país não ficasse obrigado a cumprir as metas do défice.

Un président ne devrait pas dire ça (Um presidente não deveria dizer isto) é o livro da autoria de dois jornalistas do jornal francês Le Monde, Gérard Davet e Fabrice Lhomme, que realizaram 61 entrevistas e mais de 100 horas de gravações durante cinco anos com o Presidente François Hollande. Na obra, são relatados vários episódios e declarações de Hollande que levam muitos especialistas a considerarem a publicação do livro “um suicídio político” do socialista, a poucos meses das eleições presidenciais em França.

O semanário Expresso, que leu o referido livro, conta que o primeiro-ministro gaulês, Manuel Valls, já revelou a "vergonha e cólera" dos militantes socialistas devido às revelações incluídas na obra.

Agora a polémica está a chegar à União Europeia. Segundo os relatos, as promessas à União Europeia de manter o défice abaixo dos 3% do PIB, tal como é exigido pelas instituições europeias, foi “uma mentira pura e simples, aceite por todas as partes”, afirmou Hollande citado no livro.

Segundo os autores, este acordo foi estabelecido em 2012, ano em que Hollande foi eleito, e seria válido até 2017. Ou seja, abrangeu a presidência de Durão Barroso e de Jean-Claude Juncker.

Para concretizar este objectivo, a França foi apresentando sempre previsões falsas, escapando por isso a sanções económicas: “Podemos escrever que, durante todo o quinquénio, as autoridades francesas apresentaram previsões do défice intencionalmente falsas, e isso com a aprovação das próprias autoridades europeias”, lê-se no livro citado pelo Expresso.

Além disso, o Presidente gaulês explica a fórmula para se alcançar um acordo deste tipo: “É o privilégio dos grandes países (…) nós dizemos: nós somos a França, nós protegemo-vos, temos umas forças armadas, uma força de dissuasão, uma diplomacia (…) Eles, os europeus, sabem que precisam de nós e, portanto, isso paga-se”.

François Hollande, nem ninguém ligado ao seu gabinete, desmentiu até agora quaisquer revelações divulgadas no livro.

Os autores do livro citam ainda Hollande a referir que a França “tem um problema com o Islão”, que existe “demasiada” imigração indesejada e que “a mulher de véu de hoje” vai tornar-se o símbolo da República francesa, a Marianne, de amanhã. A vida amorosa ou considerações sobre jogadores de futebol são também reveladas em Un président ne devrait pas dire ça.

https://www.publico.pt/politica/noticia ... ce-1749786




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6426 Mensagem por Bourne » Dom Nov 20, 2016 9:12 pm

Obrigado Trump. Está ajudando a acelerar a mudança no mundo mundo. E ainda nem assumiu. :mrgreen: :lol:

Não me refiro ao hecatombe, mas, por exemplo, o Trump retirar os EUA de negociações comerciais, aumentar impostos de importação e dar crédito tributários para empresas americanas produzirem nos EUA. Isso terá reações.

Estão surpresos com a declaração do presidente chinês? E dos outros países? Pois eu também, mas faz sentido. Nas últimas três décadas eles trabalham com integração produtiva e comércio exterior. E, a partir da crise de 2007-08, os países em desenvolvimento ganharam protagonismo no comércio internacional. Portanto, não vão acompanhar os EUA e nem o Trump.
Grandes potencias econômicas ameaçam se unir para isolar Trump

Presidente chinês afirma que seu país se abrirá mais como resposta ao protecionismo dos EUA

O mundo se prepara para a era Trump. À espera de suas primeiras decisões, as economias mais importantes do planeta, as que mais crescem, reunidas na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), uniram-se em Lima com uma ameaça clara aos Estados Unidos: se o novo presidente frear o livre comércio, continuarão sem ele e farão acordos que o deixarão isolado. “Nós não nos fecharemos. Vamos nos abrir mais”, disse neste sábado o presidente da China, Xi Jinping, em resposta ao protecionismo do republicano. As conversas revelaram a possibilidade de novas alianças sem os EUA, que provavelmente abandonarão o acordo mais importante, o Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). Enquanto isso, Barack Obama, já sem poder para mudar os rumos da históra, despedia-se das cúpulas.

A reunião da Apec – 21 países da Ásia e do Pacífico, incluindo economias enormes como China, EUA, Japão e Rússia, além de outras pujantes como Austrália, México, Colômbia e Cingapura – deixou muito claro neste sábado, em seu segundo dia, que há duas correntes opostas no mundo atual. Por um lado, estão os países asiáticos e a maioria dos latino-americanos, que, após a guinada recente na Argentina, Brasil e Peru, apostam no livre comércio. Esse é o eixo da reunião. Mais livre comércio, embora com uma melhor distribuição dos benefícios para evitar a reação da população ante a perda de empregos. O que ninguém explica é como será feita essa redistribuição.

Por outro lado, estão os novos EUA, que acabam de votar em Trump como seu líder e sua política protecionista; e a Europa, que, após o Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia) e o medo do triunfo de Marine Le Pen na França e de outros movimentos em certos países, também parece ter dúvidas sobre os efeitos do aumento do livre comércio.

Essas duas correntes não colidiram em Lima porque Trump não compareceu. Mas é evidente que o conflito explodirá tão logo o republicano tomar posse em janeiro. Os países asiáticos e latino-americanos representados na Apec lançaram mensagens claras de que, se Trump apostar no protecionismo, eles continuarão em seu caminho sem os EUA. John Key, primeiro-ministro da Nova Zelândia, resumiu o sentimento geral: “Podemos renegociar o TPP para conseguir que Trump o considere bom. Se os EUA não quiserem livre comércio, seguiremos adiante porque acreditamos nisso”.

Em forma privada, as reuniões avançavam no sentido de ampliar os acordos de livre comércio. Inclusive os alternativos ao TPP, que Obama liderou e que deixaram a China de fora, segundo fontes do Governo peruano. O gigante asiático é o grande protagonista da cúpula porque é o inimigo número um de Trump – ou, pelo menos, foi isso que o candidato sinalizou na campanha – e pensa em se defender com seus aliados asiáticos e latino-americanos, ocupando mais espaço na região. Xi Jinping prometeu reduzir o protecionismo chinês como resposta a Trump e trabalhou em Lima para promover um acordo alternativo ao TPP liderado por Pequim. “Vamos abrir mais campo de jogo de igual forma para as empresas chinesas e estrangeiras. As internacionais poderão usufruir do crescimento da China e de suas oportunidades. Vamos nos engajar na globalização para promover um desenvolvimento compartilhado. Temos que compartilhar os frutos do desenvolvimento com melhores mecanismos de redistribuição. Aumentaremos a torta e a repartiremos melhor”, disse Xi Jinping após enumerar os benefícios do livre comércio.

Os demais presidentes também falaram nesse sentido, como um recado repetido a Trump, a grande estrela ausente. “Temos que mandar uma mensagem muito forte. Os 21 países da Apec devem lançar uma mensagem inequívoca ao mundo de que o comércio continua sendo precioso para o crescimento do mundo. Se os EUA não querem o TPP, buscaremos um acordo Ásia-Pacífico sem os EUA que inclua a China e a Rússia”, disse o anfitrião, o peruano Pedro Pablo Kuczynski. O mexicano Enrique Peña Nieto, mais suave, evitou criticas a Trump. “Abriremos uma nova etapa na relação com os EUA. Queremos privilegiar o diálogo para construir uma nova agenda. Abre-se uma grande oportunidade, sou otimista.” Mas acrescentou: “O México continuará sendo um entusiasta da abertura comercial. Não nos deixemos confundir com esses sentimentos protecionistas. A globalização nos deu mais benefícios que prejuízos.”

Obama, que também esteve em Lima, optou por manter um perfil baixo. Em vez de intervir publicamente na reunião, no dia em que falaram Xi Jinping e o russo Vladimir Putin, Obama visitou uma universidade para conversar com jovens empreendedores peruanos. Fez contato diretos com os líderes, mas, já em retirada, evitou dar uma resposta pública às investidas dos outros governantes contra a possibilidade de que os EUA optem pelo protecionismo.

A reunião da Apec transformou-se num espaço incômodo para Obama, que terá sua última oportunidade de estar cara a cara com Putin depois das tensões dos últimos anos. O presidente norte-americano também tinha uma reunião com seu homólogo chinês e com os 12 líderes que se uniram ao TPP, o grande acordo que deixou a China de fora, mas não pôde lhes dizer se Trump manterá o convênio. O mais provável, segundo a imprensa norte-americana, é que os EUA fiquem de fora. Portanto, Obama não pode fazer muito mais nesta cúpula do que pedir tempo para ver quais serão as primeiras decisões de Trump.

Todos estão ansiosos. O japonês Shinzo Abe, também presente, adiantou-se e, antes de viajar a Lima, encontrou-se com Trump em sua torre para conhecer os seus planos em primeira mão. Os demais líderes esperam para ver. Mas o mundo está inquieto, e todos parecem dispostos a seguir adiante sem os EUA, caso o magnata optar pelo protecionismo que prometeu durante a campanha eleitoral – e que parece explicar boa parte de seu sucesso nas urnas.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/11 ... c=FB_BR_CM




Avatar do usuário
mmatuso
Sênior
Sênior
Mensagens: 3404
Registrado em: Sáb Nov 05, 2011 7:59 pm
Agradeceu: 662 vezes
Agradeceram: 167 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6427 Mensagem por mmatuso » Seg Nov 21, 2016 12:21 am

Trump colocando o mundo de cabeça para baixo antes mesmo de assumir.

Mas ele está certo em defender os próprios interesses ao invés de querer ser o "farol da humanidade".

EUA fez todo mundo entrar no jogo da globalização e agora que a coisa começa a apertar e todo mundo aprendeu a jogar vai fazer uma retirada estratégica...

Liberalismo extremo só na mente de alguns...




Avatar do usuário
Sterrius
Sênior
Sênior
Mensagens: 5140
Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
Agradeceu: 115 vezes
Agradeceram: 323 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6428 Mensagem por Sterrius » Seg Nov 21, 2016 12:33 am

Liberalismo extremo não era o que tava no acordo do pacifico e da UE.

O objetivo desses acordos era principalmente diminuir a "Burro"cracia.

E liberalismo é bom quando o país ta no topo. E os EUA é um dos países mais competitivos de longe. Logo ele se beneficia da competição extra e adentra em mais mercados do que perde.

Nenhum país vira potencia global vendendo pra mercado interno. Ser um mercado global é exigência minima.
E pra isso vc precisa abdicar de parte do seu mercado cedendo pros outros.

Os problemas que advem disso podem ser resolvido com programas, mas nesse ponto os EUA sempre foi reticente diferente de uma alemanha da vida que usa um sistema industrial +decentralizado e de pequenas empresas. Enquanto os EUA trabalham mais com grandes corporações quando se trata de exportação.




Avatar do usuário
mmatuso
Sênior
Sênior
Mensagens: 3404
Registrado em: Sáb Nov 05, 2011 7:59 pm
Agradeceu: 662 vezes
Agradeceram: 167 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6429 Mensagem por mmatuso » Seg Nov 21, 2016 1:20 am

Bem, mas não falei que o problema desse acordo era o liberalismo extremo, porque como falei só existe na cabeça de alguns lunáticos.

Mas é bom para países no topo, era melhor quando os EUA dominavam uma fatia maior do comércio mundial que diminuiu com o tempo.

A competitividade externa veio na forma de trabalho escravo e mão de obras de baixissimo custo da asia o que torna até países minusculos competitivos dentro da arena de comércio mundial.

Tanto afetou os EUA que a primeira providencia na última crise foi exigir que boa parte das grandes empresas começasse a retornar as fábricas para os EUA.

O uso de mão de obra barata foi util e lucrativo para as empresas americanas e ainda são, nem tanto para o cidadão comum e o emprego.

Trump só externaliza os desejos dessa gente que ficou sem emprego para a empresa contratar 5 pela metade do preço em outros países.

Não é só as grandes empresas que tem que lucrar absurdos com esse jogo todo...




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6430 Mensagem por Bourne » Seg Nov 21, 2016 11:06 am

Nos países desenvolvidos que tem uma estrutura econômica como os EUA, a integração comercial tem o efeito da polarização que afeta o mercado de trabalho e a distribuição de renda.

O que é isso? De um lado, aqueles que são mais qualificados ganham mais por que prestam serviços especializados que são mais bem remunerados, atendendo a demanda do mercado interno e mundial. De outro, os menos qualificados e que eram trabalhadores braçais ou de chão de fábrica tem menos emprego, ganham menos por que precisam competir com produtos de baixa e média tecnologia estrangeiros, além de competirem imigrantes que aceitam ganhar menos. Para esses a integração comercial não é tão boa. E para esse pessoal que o Trump discursa. E a percepção é acentuada pela forma dos EUA construir sua economia, estrutura social e relação entre setor público e privado.

Na Europa ocorre algo similar, mas tem uma dinâmica diferente por que tem a UE, leis trabalhistas mais amplas, maior rede de proteção social, melhor distribuição da carga tributária. Assim, o culpado acaba sendo a UE e não integração comercial em si. Além disso, países como Alemanha e Dinamarca sabem aproveitar essa integração e redistribuir.

Já nos países em desenvolvimento que cresceram com integração comercial dos últimos 30 anos, acesso ao mercados e integração produtiva é fundamental. Por que com essa integração eles tem um setor produtivo moderno, que emprega gente mais qualificada, paga impostos e financiam gastos, puxa o resto da economia (China, México, Coreia, por exemplo). Ou de países desenvolvimento que são muito integrados (Japão, Austrália, Alemanha, por exemplo). Então, se os EUA se fecham, eles precisam de outras alternativas que podem aprofundar a integração entre si. Já que se fechar o custo é muito alto. O eixo de integração comercial e política pode estar virando 180 graus. E só vamos ver isso daqui umas duas décadas.

Para o Brasil vira oportunidade para ser um dos polos de exportação, integração e produção de bens industrializados e serviços sofisticados. :roll:




Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55910
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2956 vezes
Agradeceram: 2647 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6431 Mensagem por P44 » Sex Dez 09, 2016 10:49 am

GOD BLESS CAPITALISM.

Trabajar para ser pobre: "Mi único ocio es ir a McDonald's una vez al mes"
Tener un empleo no garantiza una vida digna en España. Casi dos millones de asalariados cobran igual o menos de 655,2 euros al mes, con contratos legales que rozan la explotación

:arrow: http://www.elconfidencial.com/empleo/20 ... o_1298348/




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55910
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2956 vezes
Agradeceram: 2647 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6432 Mensagem por P44 » Dom Dez 11, 2016 2:21 pm

Imagem




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55910
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2956 vezes
Agradeceram: 2647 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6433 Mensagem por P44 » Qua Dez 28, 2016 1:27 pm

Neoliberalism – the ideology at the root of all our problems

Financial meltdown, environmental disaster and even the rise of Donald Trump – neoliberalism has played its part in them all. Why has the left failed to come up with an alternative?

https://www.theguardian.com/books/2016/ ... are_btn_fb
Chris Hedges remarks that “fascist movements build their base not from the politically active but the politically inactive, the ‘losers’ who feel, often correctly, they have no voice or role to play in the political establishment”. When political debate no longer speaks to us, people become responsive instead to slogans, symbols and sensation. To the admirers of Trump, for example, facts and arguments appear irrelevant.




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55910
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2956 vezes
Agradeceram: 2647 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6434 Mensagem por P44 » Qui Mar 02, 2017 7:18 am

http://image-store.slidesharecdn.com/3da277a8-23f8-4392-89ec-b01ea622036e-large.png




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Sterrius
Sênior
Sênior
Mensagens: 5140
Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
Agradeceu: 115 vezes
Agradeceram: 323 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#6435 Mensagem por Sterrius » Sex Mar 03, 2017 8:25 am

Brasil o mundo pode ta pegando fogo e a felicidade ta la em cima :P.




Responder