O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Tá, cupincha, e o que isso tem a ver com o PECHORA ou sucedâneos? Para mim é CLOS, tanto que pedi fuentes que me contradissessem...
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Eu li que na modernização dos Pechora russos, eles incluíram um dispositivo de guiamento laser/infra-vermelho que permite o lançamento do míssil sem o uso de radar.
E levando em conta o tamanho do míssil é bem possível incluir um sistema de guiamento ativo no próprio míssil.
E levando em conta o tamanho do míssil é bem possível incluir um sistema de guiamento ativo no próprio míssil.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Túlio, acho que não estou entendendo a sua dúvida.Túlio escreveu:Tá, cupincha, e o que isso tem a ver com o PECHORA ou sucedâneos? Para mim é CLOS, tanto que pedi fuentes que me contradissessem...
Os mísseis comandados por sistemas CLOS seguem um feixe de radar ou rádio emitido por um sistema de pontaria, sem interpretar o sinal. Existe simplesmente uma relação fixa (embora geralmente não linear) entre a intensidade do sinal recebida por cada uma das antenas e as superfícies de controle que desviam o míssil para aquele lado, e isso força o míssil a buscar sempre o centro do feixe. Este fator é que cria a limitação do alcance, pois quanto mais distante o míssil estiver do emissor do sinal mais fraco e difuso é o feixe, e menos sensível fica o sistema de posicionamento do míssil. Acima dos 15 ou 20 km é muito difícil conseguir uma precisão aceitável.
Já nos sistemas de guiamento por rádio não existe uma relação direta entre o sinal recebido pelo míssil e o movimento das superfícies de controle, o que o míssil recebe são instruções sobre o que fazer e ele é quem "decide" que superfícies mover, quando e quanto para obedecer ao comando recebido. O míssil não precisa se manter dentro de feixe nenhum, este feixe nem mesmo existe, os comandos de guiagem são emitidos por antenas omnidirecionais comuns. Assim não existe degradação da precisão do comando com a distância, e a limitação da precisão passa a depender da capacidade dos sensores do sistema em determinar a exata posição, direção e velocidade do alvo e do míssil no espaço para poder informar ao míssil exatamente o que fazer a cada momento. Por isso no Nike-hércules o míssil, que era bem menor que o alvo pretendido (bombardeiros estratégicos russos) carregava um transponder, para permitir que sua posição fosse determinada com precisão mesmo em distâncias acima dos 100km (muito além do alcance possível com um sistema CLOS). Em princípio um míssil orientado por este tipo de sistema pode ser lançado de muito longe do radar ou sistema ótico usado na orientação, e até mesmo trocar de um radar/sistema ótico para outro melhor posicionado em pleno vôo, capacidades impossíveis usando sistemas CLOS.
Uma referência fácil de achar sobre isso está na própria Wikipédia em inglês (vale à pena ler os links sobre os mísseis que utilizam este sistema, que incluem o Pechora):
http://en.wikipedia.org/wiki/Command_guidance
Deu para entender agora?
O que interessa no caso do Pechora é que não seria necessário aplicar nenhuma alteração ou melhoria no míssil em si para estender seu alcance com precisão aceitável para além dos 35km, o que teria que melhorar seria a precisão do radar de controle de tiro, que precisaria ser capaz de uma resolução adequada no alcance desejado. Com os radares atuais de ondas mais curtas isso é possível, até um certo limite, acho que daria para ir até uns 50km sem muito problema. Mas isso é de fato "achismo" meu pois não sou especialista em radares. Perceba que isso não é possível com sistemas CLOS, pois um feixe de radar que antenas simples em um míssil possam captar nestas distâncias é muito disperso, e um laser além deste efeito sofre também com a refração atmosférica.
Além disso, a ogiva atual do Pechora pesa mais de 60kg, justamente para manter a letalidade do míssil em sua fase terminal de vôo quando ele já perdeu energia e a precisão da orientação está no limite. Mas se a ogiva for reduzida (digamos para 45 kg) pode-se usar o espaço e peso economizados para a instalação de um sistema de guiagem terminal por IR ou SARH, usando tecnologias desenvolvidas para o MAA-1B, o A-Darter ou o MAR-1. Isso, mais a adoção de uma trajetória intermediária alta (também praticamente impossível com CLOS), provavelmente permitiria levar o alcance útil do míssil para a faixa dos 100 km, este sim um alcance respeitável.
De qualquer forma, a produção local de uma versão do Pechora não é o meu sonho dourado em termos de sistemas de mísseis de médio/longo alcance para o Brasil. Acredito que seria possível adotar soluções muito melhores usando conceitos bem mais modernos como propulsão híbrida ou ramjet e orientação múltipla em um desenvolvimento genuinamente autóctone. Mas isso é Brasil, e se não pagarmos rios de dinheiro para alguém nos passar alguma tecnologia, mesmo que seja obsoleta, não vamos ter coragem de começar programa nenhum sozinhos e se começarmos não saberemos terminar, pois nem saberemos definir onde chegar . Então que venha o Pechora, pois qualquer coisa é melhor do que nada.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Ah, então quando eu digo algo baseado na Minha OPINIÃO, tenho que provar, mas o contrário não precisa de provas...Túlio escreveu:PUTZ, a pergunta do diabo: tenho agora que PROVAR algo que nunca aconteceu!
Leva a mal não, cupincha, mas tá ficando com cara de FACEBOOK...
Entendi...
- denilson
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
370 km de alcance do radar secundário, este se presta basicamente para ter conhecimento de aeronaves amigas a esta distância, sobre aeronaves "mal intencionadas" só teríamos conhecimento dentro do alcance do radar primário, a partir(+/-) de 200 km máximo dependendo da resposta radar da aeronave.gabriel219 escreveu:No dia em que saiu a notícia na LAAD, foi dito uma versão modernizada fabricada no Brasil do Pechora. Se iremos nacionalizar e fabrica-los aqui, você acha lógico utilizar os mesmos mísseis?Túlio escreveu:
Cupincha, isso tem base em FATOS ou é só ESPECULAÇÃO?
Há alguma fuente falando em guiagem terminal autônoma? Nunca vi, e olhes que pesquiso bastante...
Ademais, como bem dito pelo Leandro véio, radar de localização é uma coisa, de pontaria é outra. Aliás, ainda falando do Leandro, CLOS significa "traquear" o alvo via radar e guiar via rádio/laser/optrônicos, ao menos em sistemas como o em apreço...
Sobre o radar e localização, lembro que o alcance instrumental do M-200 era de 370 km. E como eu disse, CREIO que o alcance do mísseis que poderia ser usado possa ser de 50 km ou alcance maior.
Tenho certeza que não precisa dizer o significado da palavra CREIO.
E outra, sobre você dizendo que desenvolveríamos, nada mais, nada menos que um Pechora, com os mesmos mísseis, é FATO ou é só ESPECULAÇÃO? Tem fuentes sobre isso?
- Bolovo
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
AAAe baseado no Pechora é osso heim. A Coréia do Sul com suporte técnico da russa Almaz-Antey conseguiu desenvolver o KR-SAM, com radar PESA 3D, lançadores VLS e tal. O projeto foi tão bom que originou o S-350E Vityaz que substituirá os S-300PS russos. O Pechora é pré-histórico perto de tudo isso. O foco deveria ser algo pro ae, na classe do HQ-16 chinês, Buk russo, coisa do tipo.
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
gabriel219 escreveu:Brasil será protegido pelo “Pantsir”
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=43903Além disso, o contrato do “Pantsir” oferece um programa de compensação adicional: a cargo da empresa brasileira Odebrecht Defesa e Tecnologia, os sistemas serão produzidos localmente. Também será produzida sob licença a nossa munição 30 mm, para os canhões. Além disso, os brasileiros tarão a ajuda de Moscou para o desenvolvimento do sistema antiaéreo “Paraná”, que terá radar e chassis brasileiro, bem como outros desenvolvimentos da indústria de defesa brasileira.
Aí eu pergunto, que caminhões seriam esses? Será que vamos pegar uma caminhão de uso civil e militarizar para instalar esta plataforma?Ao jornal Visão, uma fonte da KBP explicou que os requisitos se relacionam sobretudo com a plataforma na qual serão instalados os módulos de combate. A versão russa do complexo está situado no chassis 4×4 “Mustang”, da Kamaz. O “Pantsir” que foi vendido aos Emirados Árabes Unidos, estão em chassis MAN. Já os brasileiros querem adaptá-la a seus próprios caminhões”, – explicou
Abraços,
Wesley
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Acho que tudo depende do custo.Bolovo escreveu:AAAe baseado no Pechora é osso heim. A Coréia do Sul com suporte técnico da russa Almaz-Antey conseguiu desenvolver o KR-SAM, com radar PESA 3D, lançadores VLS e tal. O projeto foi tão bom que originou o S-350E Vityaz que substituirá os S-300PS russos. O Pechora é pré-histórico perto de tudo isso. O foco deveria ser algo pro ae, na classe do HQ-16 chinês, Buk russo, coisa do tipo.
Podemos ter no futuro ALGUMAS baterias de um sistema mais moderno e complexo, tipo um S-400.
e MUITAS baterias de um sistema mais simples e com menor alcance, tipo um Paraná, que teria que ser uma versão bastante melhorada e com mais alcance do Pechora.
Se incluirmos um radar no míssil ou outro sistema que garanta precisão a digamos, uns 80 km e se isto custar BEM MENOS que um S-400 da vida, eu acho que seria um complemento muito útil.
Teríamos na baixa altura: Igla, RBS-70 e Pantsir
Na média para longa altura: Paraná
e na longa altura: S-400 ou semelhante
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Os chassis da Tatra que a Avibrás utiliza nos ASTROS II.FIGHTERCOM escreveu:Aí eu pergunto, que caminhões seriam esses? Será que vamos pegar uma caminhão de uso civil e militarizar para instalar esta plataforma?
Abraços,
Wesley
Este é o 4x4 que é utilizado no veículo de comando da bateria ASTROS: http://www.tatratrucks.com/trucks/custo ... y-chassis/
Este é o 6x6 utilizado nos lançadores, remuniciadores etc: http://www.tatratrucks.com/trucks/custo ... y-chassis/
E este é 8x8, ainda não utilizado pela Avibrás, mas que comportaria a superestrutura do Pantsir-S1: http://www.tatratrucks.com/trucks/custo ... y-chassis/
Sei que a Avibrás esta trabalhando num projeto de AAAe nesses chassis, não sei se é o Pantsir ou outro.
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- Túlio
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Notem que o Bolo de Ovo foi o índio que, anos atrás, levantou a exportação de mísseis da MECTRON para o Paquistão, "furou" todo mundo, apesar de ser um vinagrento de josta sempre o levo a sério...
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Não será o Pechora o míssil base para a o desenvolvimento cooperativo entre a Rússia e o Brasil. Ele foi citado por ser grande e poder aceitar com facilidade sistemas desenvolvidos no Brasil, mas isso não quer dizer que será o Pechora a base para o míssil Paraná. Eu mesmo já houvi dizer em BUK.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Gen Heise - Entrevista com o Gerente do Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea
Gen Heise - E o RBS 70, entre todos os que foram analisados, foi o que melhor cumpriu com todos os requisitos operacionais determinados pelo Exército. Por este motivo, optou-se pela aquisição do Sistema RBS 70.
Entrevista fornecida
à publicação SAAB em Foco
Os eventos da Copa do Mundo, Olimpíadas de 2016 e as instalações estratégicas do Brasil estão mais protegidos desde a decisão de compra, pelo Exército Brasileiro, de um conjunto de sistemas de mísseis RBS 70 produzidos pela SAAB AB.
O anúncio da compra no valor de 29 milhões de reais aconteceu no final de fevereiro de 2014, mas os primeiros sistemas de mísseis do tipo terra-ar e de alcance de até 5 km de distância e 2 km de altitude já estão chegando aos postos dos Grupos de Artilharia Antiaérea em vários pontos do Brasil.
O General-de-Brigada Márcio Heise, há 37 anos no Exército (proposto à Divisão na promoção de 31 de Julho), coordenou uma equipe multidisciplinar em várias especialidades militares para definir a recente compra. Novos postos de tiros estarão operando no Brasil até o final de 2015. O fornecimento contratado inclui serviços de treinamento e manutenção e conjunto de acessórios.
Com uma longa carreira de serviços no Brasil e no exterior, oGeneral-de-Brigada Heise fala da importância dessa decisão de compra do RBS 70 e da modernização da defesa antiaérea nacional.
O que levou o Exército Brasileiro a buscar um sistema de mísseis de defesa terra-ar como o adquirido agora da SAAB?
Gen Bda Heise - Há alguns anos, desde 2010, quando foi definido o Projeto de Defesa Antiaérea, foram estabelecidos os requisitos operacionais básicos, técnicos e logísticos que dizem respeito ao material que seria adquirido. E o RBS 70, entre todos os que foram analisados, foi o que melhor cumpriu com todos os requisitos operacionais determinados pelo Exército. Por este motivo, optou-se pela aquisição do Sistema RBS 70.
O senhor pode dizer quais critérios foram levados em consideração e que favoreceram a aquisição do Sistema RBS 70?
Gen Bda Heise - Além do cumprimento dos requisitos operacionais básicos, foram levantados requisitos técnicos, e oRBS 70 é um material que o Exército já tinha alguma experiência, tínhamos analisado e visitado a fábrica e assistido aos disparos do material. Sabemos da qualidade dos equipamentos fabricados na Suécia pela empresa SAAB, e as características técnicas eram muito claras. Um fator bastante importante foi o preço também, já que o Exército recebeu oferta bem interessante da SAAB. A proposta foi submetida ao Estado-Maior do Exército (EME), porque todo o Projeto Defesa Antiaérea (PEE DA) é conduzido pelo Estado-Maior, que aprovou a aquisição do sistema de mísseis. Antes disso, houve uma licitação internacional, que apontou osistema como vencedor.
Qual o número de mísseis comprados?
Gen Bda Heise - Nem a SAAB e nem oExército revelam o número de mísseis envolvidos nesse pacote do RBS 70 por questões estratégicas. Faz parte do contrato e é um dado reservado.
Os primeiros equipamentos serão entregues neste ano e nos próximos?
Gen Bda Heise - No primeiro semestre e antes do início da Copa do Mundo, chegaram seis postos de tiro e uma determinada quantidade de mísseis, além de um simulador que vem nessa primeira remessa. Teremos também alguns aparelhos de visão noturna sendo desembarcados agora.
O restante da encomenda tem que previsão?
Gen Bda Heise- Pelo contrato, até o final de 2014 tudo estará no Brasil. Até dezembro, serão entregues três secções de artilharia antiaérea em cada Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe) e mais um lançador na Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe).
Para que regiões serão encaminhados os sistemas RBS 70 recebidos?
Gen Bda Heise –As unidades que receberão, inicialmente, o material, são osGrupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe), que estão localizados da seguinte forma:
1º GAAAe - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro;
2º GAAAe - Praia Grande, São Paulo;
3º GAAAe - Caxias do Sul, Rio Grande do Sul
4º GAAAe - Sete Lagoas, Minas Gerais, e o,
11º GAAAe - Brasília, Distrito Federal.
Faz parte do planejamento que sejam adquiridos mais desses sistemas de mísseis e eles serão distribuídos, além de completar os GAAAe, pelo menos uma bateria em cada grupo, entre 2014 e 2015, nós teremos também esses equipamentos em três baterias orgânicas das Brigadas de Cavalaria e Infantaria.
A 1° Bateria Antiaérea, em Brasília, a 9° Bateria, em Macaé (RJ) e a 14° Bateria em Olinda (PE), no Nordeste.
Quantos homens do Exército serão treinados e preparados para operar o sistema RBS 70?
Gen Bda Heise - Atualmente, estão em treinamento na Suécia, entre oficiais e sargentos, nove militares. Serão três cursos com a mesma quantidade de militares, somando 27 homens aptos a operarem o RBS 70, ainda em 2014. Temos a previsão de um curso de manutenção do sistema de mísseis em setembro deste ano, de forma que, a partir de 2015, teremos condições de replicar o conhecimento da operação do RBS 70 para os militares que fazem ocurso de artilharia antiaérea.
Em 2015, o pessoal do curso da EsACosAAe, que forma os especialistas em artilharia antiaérea, já terá capacidade de aplicar e disseminar o conhecimento para todos os Grupos de Artilharia Antiaérea.
Como os RBS 70 complementam os atuais mísseis que o Brasil já são operados pelo Exército?
Gen Bda Heise - Hoje o Exército tem trabalhado apenas com o míssil lgla. Os mísseis Igla, de fabricação russa, permanecerão operacionais em duas baterias antiaéreas, que são a 21ª Bateria Artilharia Antiaérea Pára-quedista e a 5ª Bateria Antiaérea Leve, Osasco.
A 21ª pertence à Brigada de Infantaria Paraquedista, Rio de Janeiro, e a 5ª pertence, Osaco (SP) à 12° Brigada de Infantaria Leve (BIL), . O lgla é um míssil cujo sistema de guiamento é por atração infravermelha e é do tipo "atire e esqueça"(Fire and Forget). Também é mantido sigilo sobre a quantidade disponível em instalações, mas eles são em número suficiente para equipar as duas baterias.
Sobre o produto em si, em questões como fácil transporte, peso adequado, ao redor de 15 quilos, a ogiva bem dimensionada e apropriada para operações de curto alcance, o senhor considera o ideal para armar o Exército neste momento?
Gen Bda Heise- Sem dúvida. Quando foram definidos os requisitos, tanto operacionais básicos quanto os técnicos e logísticos, o RBS 70 se encaixou perfeitamente nas necessidades e exigências do que estava sendo buscado em termos de material. O RBS 70 tem plenas condições de realizar a defesa da maneira como empregamos a doutrina elaborada há muito tempo pelos nossos comandos.
Há um planejamento de novas aquisições desse modelo de míssil terra-ar para ampliar o arsenal do Exército? Isso poderá acontecer em breve ou está dentro do planejamento definido para a defesa antiaérea?
O Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea tem um encadeamento de ações, e ele prevê completar as baterias. A compra de agora é de uma secção por GAAAe e nós precisamos de três secções para completar uma bateria. Além disso, são necessários sistemas para as outras baterias já mencionadas, que têm que ser completadas com três secções também. Temos necessidades de mais unidades como este tipo de equipamento e há previsão dentro do projeto estratégico de compra de novos RBS 70.
Esses sistemas poderão ser empregados também na defesa das fronteiras do Brasil ou a vocação deles é outra? Na realidade, esse equipamento se presta a uma série de empregos, por ser bastante especial. Em qualquer situação que exija uma defesa antiaérea, oRBS 70 pode ser empregado, seja na fronteira, seja num jogo de futebol durante a Copa do Mundo ou mesmo numa Olimpíada, seja defendendo grandes estruturas. Ele é muito versátil, leve, sua guarnição é pequena, e pode ser empregado onde precisarmos de defesa antiaérea.
Quanto tempo e quantas militares se envolveram nesta aquisição de equipamentos de defesa antiaérea?
Gen Bda Heise- Essa compra está sendo analisada desde 2010. Não foi uma compra realizada de chofre, foi uma aquisição bastante pensada. O projeto, como um todo, envolveu de 15 a 20 militares, todos especializados e com conhecimentos em artilharia antiaérea.
Antes de nos decidirmos pela compra efetiva fomos assistir a um tiro do equipamento na Suécia, realizamos vários seminários e simpósios e a discussão foi bastante enriquecida pela experiência de militares mais antigos, pela experiência de alunos que estavam cursando e estão cursando a EsACosAAe, a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea.
As estatísticas recentes apontam que de cerca de 150 disparos realizados com o RBS 70, 92,7% acertaram o alvo. Esse índice é bastante significativo para um equipamento desse porte?
Gen Bda Heise - Com certeza, ele é muito importante. E posso dizer que foi um dos pontos do material que orientou a decisão de compra. Nós não poderíamos comprar outro equipamento que não atendesse a um dos requisitos do fornecimento, que havia sido descrito no edital. O índice de acerto é excepcional, e não é qualquer tipo de equipamento que tem essa performance.
As outras características, sistema de teleguiagem de alvo, de infravermelho, satisfazem as ambições do Exército, principalmente porque essa é a quinta geração do RBS 70?
Gen Bda Heise - O sistema de guiamento do míssil é por facho laser e é uma tecnologia que não sofre interferência. Era um dos requisitos que tínhamos, pela impossibilidade de interferência do míssil. Além disso, o fato dele ser um míssil direcionado, ele mesmo permite que nos casos em que não atinja o alvo, possa ser desviado para uma área de destruição, o que permite o emprego do RBS 70 em áreas urbanas, característica que outros sistemas de mísseis não podem atender, particularmente os modelos “atire e esqueça”.
O RBS 70 comprado pelo Exército tem o sistema de identificação por código IFF, que consegue distinguir se o alvo é inimigo ou não. Essa tecnologia tem peso na escolha?
Gen Bda Heise -Sim, teve um peso bastante grande. Normalmente, quando utilizamos o IFF, que é numa etapa anterior ao lançamento, já temos a informação se o alvo ou objeto ameaçador é um amigo ou não. Quando o lançamento é realizado e durante o voo do míssil tivermos a inversão da informação, que se trata de um alvo amigo, o míssil ainda pode ser destruído ou desviado, o que é uma excepcional vantagem. Isso diminui muito a ocorrência do fratricídio Fogo amigo ou Friendly Fire), que nos preocupa muito, principalmente porque operamos na mesma faixa que opera a Força Aérea e os helicópteros do Exército também, o que requer uma coordenação do espaço aéreo muito precisa.
A SAAB, desenvolvedora do equipamento, pensou em vários aspectos, como os que falamos, e durante a vida desse sistema ele foi modificado, atualizado, e suas características atuais foram aprimoradas para o que há de melhor.
Os mísseis adquiridos agora estão dentro do contexto do plano de modernização do Exército Brasileiro?
Gen Bda Heise - O Exército, desde 2010, estabeleceu seus sete projetos estratégicos, que tem por finalidade buscar o reequipamento do Exército, uma melhoria na distribuição da sua força no território nacional, e ter uma melhor eficácia no emprego de seus recursos humanos e materiais. Os sete projetos estão em andamento e têm melhorado muito a capacidade operacional do Exército Brasileiro.
E a defesa antiaérea se insere nessa lista de sete projetos dos quais falamos. E temos conseguido conquistar, neste momento, novas capacidades para nossa artilharia antiaérea, já que o material que tínhamos era bastante antigo. Hoje, os mísseis são armas bastante pequenas mas que possuem um grande poder de destruição, ao contrário do passado, quando eram pesados, com motores de propulsão grandes e pequena carga de destruição.
A aquisição do RBS 70 e a do sistema antiaéreo Gepard, da Alemanha, que funciona sobre o chassi do Leopard e tem uma torre com dois canhões de 35 mm e radar de busca e de tiro, trouxeram uma melhoria muito grande para a nossa artilharia antiaérea. Existem ainda alguns projetos de compra que logo estarão sendo efetuados dentro do planejamento de reequipar o Exército com equipamentos melhores e mais modernos.
http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... Antiaerea/
Gen Heise - E o RBS 70, entre todos os que foram analisados, foi o que melhor cumpriu com todos os requisitos operacionais determinados pelo Exército. Por este motivo, optou-se pela aquisição do Sistema RBS 70.
Entrevista fornecida
à publicação SAAB em Foco
Os eventos da Copa do Mundo, Olimpíadas de 2016 e as instalações estratégicas do Brasil estão mais protegidos desde a decisão de compra, pelo Exército Brasileiro, de um conjunto de sistemas de mísseis RBS 70 produzidos pela SAAB AB.
O anúncio da compra no valor de 29 milhões de reais aconteceu no final de fevereiro de 2014, mas os primeiros sistemas de mísseis do tipo terra-ar e de alcance de até 5 km de distância e 2 km de altitude já estão chegando aos postos dos Grupos de Artilharia Antiaérea em vários pontos do Brasil.
O General-de-Brigada Márcio Heise, há 37 anos no Exército (proposto à Divisão na promoção de 31 de Julho), coordenou uma equipe multidisciplinar em várias especialidades militares para definir a recente compra. Novos postos de tiros estarão operando no Brasil até o final de 2015. O fornecimento contratado inclui serviços de treinamento e manutenção e conjunto de acessórios.
Com uma longa carreira de serviços no Brasil e no exterior, oGeneral-de-Brigada Heise fala da importância dessa decisão de compra do RBS 70 e da modernização da defesa antiaérea nacional.
O que levou o Exército Brasileiro a buscar um sistema de mísseis de defesa terra-ar como o adquirido agora da SAAB?
Gen Bda Heise - Há alguns anos, desde 2010, quando foi definido o Projeto de Defesa Antiaérea, foram estabelecidos os requisitos operacionais básicos, técnicos e logísticos que dizem respeito ao material que seria adquirido. E o RBS 70, entre todos os que foram analisados, foi o que melhor cumpriu com todos os requisitos operacionais determinados pelo Exército. Por este motivo, optou-se pela aquisição do Sistema RBS 70.
O senhor pode dizer quais critérios foram levados em consideração e que favoreceram a aquisição do Sistema RBS 70?
Gen Bda Heise - Além do cumprimento dos requisitos operacionais básicos, foram levantados requisitos técnicos, e oRBS 70 é um material que o Exército já tinha alguma experiência, tínhamos analisado e visitado a fábrica e assistido aos disparos do material. Sabemos da qualidade dos equipamentos fabricados na Suécia pela empresa SAAB, e as características técnicas eram muito claras. Um fator bastante importante foi o preço também, já que o Exército recebeu oferta bem interessante da SAAB. A proposta foi submetida ao Estado-Maior do Exército (EME), porque todo o Projeto Defesa Antiaérea (PEE DA) é conduzido pelo Estado-Maior, que aprovou a aquisição do sistema de mísseis. Antes disso, houve uma licitação internacional, que apontou osistema como vencedor.
Qual o número de mísseis comprados?
Gen Bda Heise - Nem a SAAB e nem oExército revelam o número de mísseis envolvidos nesse pacote do RBS 70 por questões estratégicas. Faz parte do contrato e é um dado reservado.
Os primeiros equipamentos serão entregues neste ano e nos próximos?
Gen Bda Heise - No primeiro semestre e antes do início da Copa do Mundo, chegaram seis postos de tiro e uma determinada quantidade de mísseis, além de um simulador que vem nessa primeira remessa. Teremos também alguns aparelhos de visão noturna sendo desembarcados agora.
O restante da encomenda tem que previsão?
Gen Bda Heise- Pelo contrato, até o final de 2014 tudo estará no Brasil. Até dezembro, serão entregues três secções de artilharia antiaérea em cada Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe) e mais um lançador na Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe).
Para que regiões serão encaminhados os sistemas RBS 70 recebidos?
Gen Bda Heise –As unidades que receberão, inicialmente, o material, são osGrupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe), que estão localizados da seguinte forma:
1º GAAAe - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro;
2º GAAAe - Praia Grande, São Paulo;
3º GAAAe - Caxias do Sul, Rio Grande do Sul
4º GAAAe - Sete Lagoas, Minas Gerais, e o,
11º GAAAe - Brasília, Distrito Federal.
Faz parte do planejamento que sejam adquiridos mais desses sistemas de mísseis e eles serão distribuídos, além de completar os GAAAe, pelo menos uma bateria em cada grupo, entre 2014 e 2015, nós teremos também esses equipamentos em três baterias orgânicas das Brigadas de Cavalaria e Infantaria.
A 1° Bateria Antiaérea, em Brasília, a 9° Bateria, em Macaé (RJ) e a 14° Bateria em Olinda (PE), no Nordeste.
Quantos homens do Exército serão treinados e preparados para operar o sistema RBS 70?
Gen Bda Heise - Atualmente, estão em treinamento na Suécia, entre oficiais e sargentos, nove militares. Serão três cursos com a mesma quantidade de militares, somando 27 homens aptos a operarem o RBS 70, ainda em 2014. Temos a previsão de um curso de manutenção do sistema de mísseis em setembro deste ano, de forma que, a partir de 2015, teremos condições de replicar o conhecimento da operação do RBS 70 para os militares que fazem ocurso de artilharia antiaérea.
Em 2015, o pessoal do curso da EsACosAAe, que forma os especialistas em artilharia antiaérea, já terá capacidade de aplicar e disseminar o conhecimento para todos os Grupos de Artilharia Antiaérea.
Como os RBS 70 complementam os atuais mísseis que o Brasil já são operados pelo Exército?
Gen Bda Heise - Hoje o Exército tem trabalhado apenas com o míssil lgla. Os mísseis Igla, de fabricação russa, permanecerão operacionais em duas baterias antiaéreas, que são a 21ª Bateria Artilharia Antiaérea Pára-quedista e a 5ª Bateria Antiaérea Leve, Osasco.
A 21ª pertence à Brigada de Infantaria Paraquedista, Rio de Janeiro, e a 5ª pertence, Osaco (SP) à 12° Brigada de Infantaria Leve (BIL), . O lgla é um míssil cujo sistema de guiamento é por atração infravermelha e é do tipo "atire e esqueça"(Fire and Forget). Também é mantido sigilo sobre a quantidade disponível em instalações, mas eles são em número suficiente para equipar as duas baterias.
Sobre o produto em si, em questões como fácil transporte, peso adequado, ao redor de 15 quilos, a ogiva bem dimensionada e apropriada para operações de curto alcance, o senhor considera o ideal para armar o Exército neste momento?
Gen Bda Heise- Sem dúvida. Quando foram definidos os requisitos, tanto operacionais básicos quanto os técnicos e logísticos, o RBS 70 se encaixou perfeitamente nas necessidades e exigências do que estava sendo buscado em termos de material. O RBS 70 tem plenas condições de realizar a defesa da maneira como empregamos a doutrina elaborada há muito tempo pelos nossos comandos.
Há um planejamento de novas aquisições desse modelo de míssil terra-ar para ampliar o arsenal do Exército? Isso poderá acontecer em breve ou está dentro do planejamento definido para a defesa antiaérea?
O Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea tem um encadeamento de ações, e ele prevê completar as baterias. A compra de agora é de uma secção por GAAAe e nós precisamos de três secções para completar uma bateria. Além disso, são necessários sistemas para as outras baterias já mencionadas, que têm que ser completadas com três secções também. Temos necessidades de mais unidades como este tipo de equipamento e há previsão dentro do projeto estratégico de compra de novos RBS 70.
Esses sistemas poderão ser empregados também na defesa das fronteiras do Brasil ou a vocação deles é outra? Na realidade, esse equipamento se presta a uma série de empregos, por ser bastante especial. Em qualquer situação que exija uma defesa antiaérea, oRBS 70 pode ser empregado, seja na fronteira, seja num jogo de futebol durante a Copa do Mundo ou mesmo numa Olimpíada, seja defendendo grandes estruturas. Ele é muito versátil, leve, sua guarnição é pequena, e pode ser empregado onde precisarmos de defesa antiaérea.
Quanto tempo e quantas militares se envolveram nesta aquisição de equipamentos de defesa antiaérea?
Gen Bda Heise- Essa compra está sendo analisada desde 2010. Não foi uma compra realizada de chofre, foi uma aquisição bastante pensada. O projeto, como um todo, envolveu de 15 a 20 militares, todos especializados e com conhecimentos em artilharia antiaérea.
Antes de nos decidirmos pela compra efetiva fomos assistir a um tiro do equipamento na Suécia, realizamos vários seminários e simpósios e a discussão foi bastante enriquecida pela experiência de militares mais antigos, pela experiência de alunos que estavam cursando e estão cursando a EsACosAAe, a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea.
As estatísticas recentes apontam que de cerca de 150 disparos realizados com o RBS 70, 92,7% acertaram o alvo. Esse índice é bastante significativo para um equipamento desse porte?
Gen Bda Heise - Com certeza, ele é muito importante. E posso dizer que foi um dos pontos do material que orientou a decisão de compra. Nós não poderíamos comprar outro equipamento que não atendesse a um dos requisitos do fornecimento, que havia sido descrito no edital. O índice de acerto é excepcional, e não é qualquer tipo de equipamento que tem essa performance.
As outras características, sistema de teleguiagem de alvo, de infravermelho, satisfazem as ambições do Exército, principalmente porque essa é a quinta geração do RBS 70?
Gen Bda Heise - O sistema de guiamento do míssil é por facho laser e é uma tecnologia que não sofre interferência. Era um dos requisitos que tínhamos, pela impossibilidade de interferência do míssil. Além disso, o fato dele ser um míssil direcionado, ele mesmo permite que nos casos em que não atinja o alvo, possa ser desviado para uma área de destruição, o que permite o emprego do RBS 70 em áreas urbanas, característica que outros sistemas de mísseis não podem atender, particularmente os modelos “atire e esqueça”.
O RBS 70 comprado pelo Exército tem o sistema de identificação por código IFF, que consegue distinguir se o alvo é inimigo ou não. Essa tecnologia tem peso na escolha?
Gen Bda Heise -Sim, teve um peso bastante grande. Normalmente, quando utilizamos o IFF, que é numa etapa anterior ao lançamento, já temos a informação se o alvo ou objeto ameaçador é um amigo ou não. Quando o lançamento é realizado e durante o voo do míssil tivermos a inversão da informação, que se trata de um alvo amigo, o míssil ainda pode ser destruído ou desviado, o que é uma excepcional vantagem. Isso diminui muito a ocorrência do fratricídio Fogo amigo ou Friendly Fire), que nos preocupa muito, principalmente porque operamos na mesma faixa que opera a Força Aérea e os helicópteros do Exército também, o que requer uma coordenação do espaço aéreo muito precisa.
A SAAB, desenvolvedora do equipamento, pensou em vários aspectos, como os que falamos, e durante a vida desse sistema ele foi modificado, atualizado, e suas características atuais foram aprimoradas para o que há de melhor.
Os mísseis adquiridos agora estão dentro do contexto do plano de modernização do Exército Brasileiro?
Gen Bda Heise - O Exército, desde 2010, estabeleceu seus sete projetos estratégicos, que tem por finalidade buscar o reequipamento do Exército, uma melhoria na distribuição da sua força no território nacional, e ter uma melhor eficácia no emprego de seus recursos humanos e materiais. Os sete projetos estão em andamento e têm melhorado muito a capacidade operacional do Exército Brasileiro.
E a defesa antiaérea se insere nessa lista de sete projetos dos quais falamos. E temos conseguido conquistar, neste momento, novas capacidades para nossa artilharia antiaérea, já que o material que tínhamos era bastante antigo. Hoje, os mísseis são armas bastante pequenas mas que possuem um grande poder de destruição, ao contrário do passado, quando eram pesados, com motores de propulsão grandes e pequena carga de destruição.
A aquisição do RBS 70 e a do sistema antiaéreo Gepard, da Alemanha, que funciona sobre o chassi do Leopard e tem uma torre com dois canhões de 35 mm e radar de busca e de tiro, trouxeram uma melhoria muito grande para a nossa artilharia antiaérea. Existem ainda alguns projetos de compra que logo estarão sendo efetuados dentro do planejamento de reequipar o Exército com equipamentos melhores e mais modernos.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
ESCOLA DE FOGO DE INSTRUÇÃO NO CAMPO DE INSTRUÇÃO DE FORMOSA
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Jauro.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
PANTSIR S1 - Embarca comitiva MD para testes na Rússia
Ministério da Defesa envia comitiva à Rússia para avaliar sistema de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1.
Brasília, 26/08/2014 – Uma comitiva composta por nove oficiais militares do Ministério da Defesa embarcou nesta terça-feira (26AGO14) com destino a Moscou, na Rússia, com o objetivo de realizar avaliações complementares do sistema de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1.
O grupo brasileiro participará de um exercício de campo das forças armadas russas, quando poderão verificar in loco requisitos considerados essenciais para que o processo de aquisição, iniciado em 2013, tenha prosseguimento e possa entrar em sua fase contratual.
O brigadeiro Gérson Machado, chefe da Chefia de Logística do Ministério da Defesa, será o comandante da comitiva – que terá integrantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Os militares brasileiros irão à cidade de Tula, a 200km de Moscou, para ver o sistema Pantsir-S1 em ação num campo de provas .
“Temos de fazer a verificação de requisitos operacionais num campo de provas, onde todos os procedimentos são controlados e podem ser analisados com precisão. Teremos acesso aos dados e à telemetria”, explicou o brigadeiro. Segundo Machado, os militares russos adaptaram o exercício em conformidade com a demanda brasileira. “O cenário foi montado de acordo com o que foi pedido”, disse.
Serão nove dias de análises que deverão subsidiar relatório essencial para que o processo de aquisição de três sistemas Pantsir-S1 entre na fase contratual. O cuidado com as observações, segundo o brigadeiro, se deve ao fato de que o acordo prevê a transferência irrestrita de tecnologia. “São muitas as variáveis a serem levadas em conta. Não se consegue analisar tudo em apenas um único teste”, ressaltou Machado, em alusão as provas realizadas em campo de tiro no início do ano.
Média altura
O processo para a aquisição dos sistemas Pantsir-S1 tem o objetivo de atender a demanda das Forças Armadas para contar com um sistema de defesa antiaérea de média altura – para abater alvos que transitam a partir de 10 mil metros. Cada uma das três forças singulares, caso o negócio seja concretizado, ficará responsável por um dos sistemas, que deverá proteger, prioritariamente, estruturas estratégicas militares e civis, como usinas hidrelétricas e instalações nucleares. A doutrina para emprego das baterias antiaéreas será de responsabilidade do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra).
As tratativas entre Brasil e Rússia na área de Defesa iniciaram-se em 2008, com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnico-Militar entre os dois países. Em dezembro de 2012, a relação entre os dois países passou a ser regida pelo Plano de Ação da Parceira Estratégica, que prevê cooperação a longo prazo, fundamentada no interesse mútuo, nas parceiras industrias e na transferência de tecnologia.
O procedimento para a aquisição dos sistemas de artilharia antiaérea Pantsir-S1 iniciado concretamente a partir de fevereiro de 2013, quando os dois países assinaram uma Declaração de Intenções. O documento estipulou que o processo de compra se pautaria pela transferência efetiva de tecnologia, sem restrições; desenvolvimento conjunto de novos produtos; e sustentabilidade logística integrada.
De acordo com o brigadeiro Machado, é objetivo do Brasil ter, no médio prazo, capacidade tecnológica e industrial para o desenvolvimento de suas próprias baterias de artilharia antiaérea. “É por isso que o nosso processo de aquisição tem de ser meticuloso. Não vamos apenas comprar um produto. Queremos ser parceiros no desenvolvimento”, explicou.
O processo de aquisição já passou pelas fases diagnóstica e exploratória. Agora, encontra-se na parte final da fase de negociação. Após a visita dos militares brasileiros à Rússia, caso todos os requisitos sejam aprovados, as autoridades brasileiras entrarão na fase contratual com a empresa estatal russa Rosoboronexport – responsável por intermediar a venda de produtos de Defesa do país.
Além dos três sistemas de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1, o Brasil também reforçará a defesa do seu espaço aérea com a aquisição dois sistemas de artilharia de baixa altura Igla – também de origem russa -, e o desenvolvimento, pela indústria nacional, de um subsistema de controle e alerta de média altura, composto por três sensores e três centros de operações de artilharia antiaérea.
http://www.defesanet.com.br/br_ru/notic ... na-Russia/
Ministério da Defesa envia comitiva à Rússia para avaliar sistema de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1.
Brasília, 26/08/2014 – Uma comitiva composta por nove oficiais militares do Ministério da Defesa embarcou nesta terça-feira (26AGO14) com destino a Moscou, na Rússia, com o objetivo de realizar avaliações complementares do sistema de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1.
O grupo brasileiro participará de um exercício de campo das forças armadas russas, quando poderão verificar in loco requisitos considerados essenciais para que o processo de aquisição, iniciado em 2013, tenha prosseguimento e possa entrar em sua fase contratual.
O brigadeiro Gérson Machado, chefe da Chefia de Logística do Ministério da Defesa, será o comandante da comitiva – que terá integrantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Os militares brasileiros irão à cidade de Tula, a 200km de Moscou, para ver o sistema Pantsir-S1 em ação num campo de provas .
“Temos de fazer a verificação de requisitos operacionais num campo de provas, onde todos os procedimentos são controlados e podem ser analisados com precisão. Teremos acesso aos dados e à telemetria”, explicou o brigadeiro. Segundo Machado, os militares russos adaptaram o exercício em conformidade com a demanda brasileira. “O cenário foi montado de acordo com o que foi pedido”, disse.
Serão nove dias de análises que deverão subsidiar relatório essencial para que o processo de aquisição de três sistemas Pantsir-S1 entre na fase contratual. O cuidado com as observações, segundo o brigadeiro, se deve ao fato de que o acordo prevê a transferência irrestrita de tecnologia. “São muitas as variáveis a serem levadas em conta. Não se consegue analisar tudo em apenas um único teste”, ressaltou Machado, em alusão as provas realizadas em campo de tiro no início do ano.
Média altura
O processo para a aquisição dos sistemas Pantsir-S1 tem o objetivo de atender a demanda das Forças Armadas para contar com um sistema de defesa antiaérea de média altura – para abater alvos que transitam a partir de 10 mil metros. Cada uma das três forças singulares, caso o negócio seja concretizado, ficará responsável por um dos sistemas, que deverá proteger, prioritariamente, estruturas estratégicas militares e civis, como usinas hidrelétricas e instalações nucleares. A doutrina para emprego das baterias antiaéreas será de responsabilidade do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra).
As tratativas entre Brasil e Rússia na área de Defesa iniciaram-se em 2008, com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnico-Militar entre os dois países. Em dezembro de 2012, a relação entre os dois países passou a ser regida pelo Plano de Ação da Parceira Estratégica, que prevê cooperação a longo prazo, fundamentada no interesse mútuo, nas parceiras industrias e na transferência de tecnologia.
O procedimento para a aquisição dos sistemas de artilharia antiaérea Pantsir-S1 iniciado concretamente a partir de fevereiro de 2013, quando os dois países assinaram uma Declaração de Intenções. O documento estipulou que o processo de compra se pautaria pela transferência efetiva de tecnologia, sem restrições; desenvolvimento conjunto de novos produtos; e sustentabilidade logística integrada.
De acordo com o brigadeiro Machado, é objetivo do Brasil ter, no médio prazo, capacidade tecnológica e industrial para o desenvolvimento de suas próprias baterias de artilharia antiaérea. “É por isso que o nosso processo de aquisição tem de ser meticuloso. Não vamos apenas comprar um produto. Queremos ser parceiros no desenvolvimento”, explicou.
O processo de aquisição já passou pelas fases diagnóstica e exploratória. Agora, encontra-se na parte final da fase de negociação. Após a visita dos militares brasileiros à Rússia, caso todos os requisitos sejam aprovados, as autoridades brasileiras entrarão na fase contratual com a empresa estatal russa Rosoboronexport – responsável por intermediar a venda de produtos de Defesa do país.
Além dos três sistemas de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1, o Brasil também reforçará a defesa do seu espaço aérea com a aquisição dois sistemas de artilharia de baixa altura Igla – também de origem russa -, e o desenvolvimento, pela indústria nacional, de um subsistema de controle e alerta de média altura, composto por três sensores e três centros de operações de artilharia antiaérea.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea - Recebimento do 3° Lote de Viaturas Blindadas
Rio de Janeiro
No dia 21 de agosto, a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea participou do recebimento do 3° Lote de Viaturas Blindadas de Combates de Defesa Antiaérea GEPARD 1A2 no Porto do Rio de Janeiro. Na ocasião, a escola mobilizou três guarnições da VBC DAAe GEPARD 1A2 para o recebimento e retirada dos carros do navio Grande Amburgo e apoio ao desembaraço alfandegário.
Rio de Janeiro
No dia 21 de agosto, a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea participou do recebimento do 3° Lote de Viaturas Blindadas de Combates de Defesa Antiaérea GEPARD 1A2 no Porto do Rio de Janeiro. Na ocasião, a escola mobilizou três guarnições da VBC DAAe GEPARD 1A2 para o recebimento e retirada dos carros do navio Grande Amburgo e apoio ao desembaraço alfandegário.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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