Ucrânia
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Re: Ucrânia
Apresento-vos os defensores dos "valores europeus" na Ucrânia
Daniel Oliveira
8:00 Segunda feira, 10 de março de 2014
O Guardian e a CNN , insuspeitos de qualquer antipatia pela "causa ucraniana" que mobiliza tantos jornalistas portugueses, deram a conhecer o conteúdo de escutas telefónicas entre a responsável pela política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Urmas Paet. As escutas tinham sido divulgadas pela comunicação social russa, o que levanta novas questões sobre o comportamento dos serviços de espionagem na Europa. Mais uma vez, o comportamento da NSA norte-americana e a suavidade da reação dos Estados europeus deixa pouco espaço de manobra para grandes indignações.
Em resumo, é isto: os snipers que atingiram mortalmente manifestantes e polícia na Praça da Independência, em Kiev, foram os mesmos e há fortíssimas suspeitas de não estarem ligados ao regime deposto. Pelo contrário, é mais provável que fossem agentes provocadores ligados aos revoltosos. Aquilo que parecia ser uma teoria da conspiração lançada pelos russos ganha assim uma nova credibilidade. Depois de explicar que as balas só podem ter sido disparadas pelas mesmas pessoas, Paet diz a Ashton, sobre a atual coligação governamental: "Há agora um cada vez maior entendimento de que, por de trás dos snipers, não estava Yanukovych, mas alguém da nova coligação".
Por desconhecimento, muitos ficarão incrédulos. Afinal de contas, sempre que cidadãos ocidentais veem muita gente numa praça imaginam que ali só pode estar o povo em luta pela liberdade e pela democracia. Não compreendendo que os conflitos internos de cada país - seja no Egito ou na Ucrânia - não se resumem a dicotomias tão simples e primaveris, que se resolve com um like no facebook. Sobretudo em países com conflitos étnicos, sujeitos a fortes interesses económicos e com pouca tradição democrática.
A oposição ucraniana, agora no governo provisório, não é só - nem sobretudo - composta por democratas. A maioria está engajada em partidos tão corruptos e tão dependentes do poder dos oligarcas como o governo deposto. E estes são os melhorzinhos. Os outros, que tiveram um papel absolutamente central na EuroMaidan e na tomada violenta de vários símbolos do poder, estão ligados a organizações bem mais sinistras do que se possa imaginar. O método de eleição de alguns membros do governo provisório, baseado na "democracia de Esparta", pode parecer apenas ingenuidade e anedota. Mas não é. Corresponde a um movimento político antidemocrático que ganhou força nos últimos anos.
Vamos então conhecê-los. Um é o grupo paramilitar abertamente xenófobo Pravyi Sektor ("Sector Direito"), herdeiro do "Tryzub" (Tridente) e liderado dor Dmytro Yarosh. Durante a revolução, Yarosh foi acusado de pedir o apoio de Dokka Umarov, líder da fação da guerrilha techechena que está ligada à Al-Quaeda. A acusação está ainda a ser investigada (pode tratar-se duma fraude). Mas a sua organização, bastante violenta, teve um papel central no armamento das milícias paramilitares durante os protestos. Milícias que entretanto foram reconhecidas oficialmente pelo governo provisório. O Pravyi Sektor prometeu ilegalizar o Partido das Regiões (que estava no poder) e o Partido Comunista. Outro grupo é a Assembleia Nacional Ucraniana-Auto Defesa do Povo Ucraniano (Una-Unso), fundamentalistas ortodoxos, nacionalistas, antissemitas e defensores de um governo autoritário para país. Os seus militantes estão organizados em brigadas voluntárias, com treino na luta da Tchéchénia ao lado dos guerrilheiros.
Mas a força política mais importante entre os radicais nacionalistas é, de longe, a União Pan-Ucrâniana "Liberdade", conhecida apenas por Svoboda ("Liberdade"). A Svoboda é assumidamente neonazi e foi fundada em 1991, com o sugestivo nome de Partido Social-Nacional da Ucrânia. Quem não chegue lá pelo nome pode sempre ver o seu símbolo e ficar esclarecido. Na mesma altura em que várias organizações de extrema-direita do leste europeu fizeram o devido lifting, para estarem em condições de ser apoiadas ou pelo menos toleradas por algumas potências ocidentais, o PSNU foi transformado em Svoboda pelo seu líder Oleh Tyahnybok.
O Svoboda é considerado pela Centro Simon Wiesenthal o quinto partido mais antissemita do mundo. É abertamente xenófobo, defendendo a segregação de judeus e polacos. Também é, claro está, homofóbico. O seu deputado Igor Miroshnichenko, assumido admirador de Röhm, Strasser e Goebbels, declarou que "a homossexualidade será banida deste país, pois é uma doença que ajuda à difusão da SIDA". Este mesmo deputado descreveu, na sua página de Facebook, a atriz Mila Kunis (ucraniana de origem, com pai russo e mãe judia) como uma "zhydovka", termo insultuoso para referir mulheres judias. O Svoboda defende não apenas a ilegalização do aborto, mas a criminalização da sua defesa pública. Defende também a ilegalização de qualquer partido comunista, o direito universal a andar armado, o regresso da Ucrânia ao nuclear e o tal "democracia espartana". A tudo isto junta as adesões à União Europeia e à NATO, consideradas absolutamente condizentes com o seu posicionamento político. O que diz qualquer coisa sobre a imagem de exigência democrática que a União Europeia está a passar para fora.
O corte do líder do Svoboda com o resto da oposição, com quem entretanto se reconciliou em nome dos "valores europeus", deu-se em 2004, quando fez, num discurso transmitido pela televisão, um elogio a resistência ucraniana na II Guerra por ter lutado contra "a mafia moscovita-judaica". Deixando esta pungente memória patriótica: "Eles punham as suas armas ao ombro, iam para a floresta e lutavam contra os moscovitas, os alemães, os judeus e outra escumalha que nos queria tirar o Estado da Ucrânia." Nos protestos do EuroMaidan os manifestantes do Svoboda exibiram, a abrir os seus cortejos, orgulhosos, a fotografia de Stepan Bandera, líder nacionalista da Ucrânia durante a II Guerra, que colaborou com a deportação para os campos de extermínio nazis de centenas de milhares de judeus, comunistas e ciganos. Para tentar ganhar votos à muito pouco recomendável mas agora transformada eheroína do Ocidente Yulia Tymoshenko, o não mais recomendável Vicktor Yushenko chegou a dar o título de herói da Ucrânia a Bandera, retirando-o depois de indignados protestos das organizações judaicas internacionais. A mesma União Europeia que agora abraça os pupilos de Bandera condenou, na altura, Yushenko por esta homenagem.
Que não haja confusões. O Svoboda não é um pequeno grupelho. Teve 10,5% dos votos nas últimas eleições, elegeu 38 deputados e conquistou mais de 30% em três províncias do extremo ocidental da Ucrânia. Na "heróica" Lviv, onde começou a revolta contra o governo e de onde é o seu líder, os neonazis tiveram mais de 50% dos votos. Animador, não é?
Depois dos protestos estes grupos quase sem paralelo na Europa Ocidental foram postos à margem? Pelo contrário. O Svoboda tem um dos vice-primeiro-ministros, Oleksandr Sych. O seu cavalo de batalha foi a ilegalização do aborto, mesmo em caso de violação. Quando esta sua posição foi contestada, defendeu que as mulheres "devem ter um tipo de vida que evite o risco de violação, incluindo não beberem álcool e não andarem com companhias pouco recomendáveis". Tem ainda o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, os ministros do Ambiente e da Agricultura e o Procurador Geral da Ucrânia. Isto para além do ministro da Defesa, o almirante Igor Tenjukh, que não sendo militante tem apoiado o partido nas suas iniciativas públicas. Já o Pravyi Sektor tem o seu sinistro líder, Dmytro Yarosh, como vice-secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa. E o Una-Unso tem o ministro da Juventude e Desporto e a presidente da Comissão de Anticorrupção Nacional. Ou seja: três partidos à direita do PNR e da Aurora Dourada dirigem, num governo que ninguém elegeu, a Defesa, o combate à corrupção e a Procuradoria Geral.
Agora, que a poeira começa a assentar, talvez se perceba melhor que aqui não há heróis e vilões. Muito menos num país que teve de escolher entre as deportações e a fome de Estaline e o Holocausto de Hitler. As coisas são mais complicadas, apesar das imagens televisivas da revolta dos russos da Crimeia aparecer sempre como animalesca e violenta, enquanto a dos ucranianos surge como uma festa azul e amarela reprimida pelas forças do Estado. Perante o crescente poder dos nazis no aparelho de Estado ucraniano, a minoria russa tem boas razões para pensar que não terá lugar nesta nova Ucrânia. Quanto a mim, não sei se me agrada que a Ucrânia do senhor Tyahnybok e do seu Svoboda tenha lugar na União Europeia. Para pior já basta assim.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/apresento-vos-o ... z2vgFPeRuk
Daniel Oliveira
8:00 Segunda feira, 10 de março de 2014
O Guardian e a CNN , insuspeitos de qualquer antipatia pela "causa ucraniana" que mobiliza tantos jornalistas portugueses, deram a conhecer o conteúdo de escutas telefónicas entre a responsável pela política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Urmas Paet. As escutas tinham sido divulgadas pela comunicação social russa, o que levanta novas questões sobre o comportamento dos serviços de espionagem na Europa. Mais uma vez, o comportamento da NSA norte-americana e a suavidade da reação dos Estados europeus deixa pouco espaço de manobra para grandes indignações.
Em resumo, é isto: os snipers que atingiram mortalmente manifestantes e polícia na Praça da Independência, em Kiev, foram os mesmos e há fortíssimas suspeitas de não estarem ligados ao regime deposto. Pelo contrário, é mais provável que fossem agentes provocadores ligados aos revoltosos. Aquilo que parecia ser uma teoria da conspiração lançada pelos russos ganha assim uma nova credibilidade. Depois de explicar que as balas só podem ter sido disparadas pelas mesmas pessoas, Paet diz a Ashton, sobre a atual coligação governamental: "Há agora um cada vez maior entendimento de que, por de trás dos snipers, não estava Yanukovych, mas alguém da nova coligação".
Por desconhecimento, muitos ficarão incrédulos. Afinal de contas, sempre que cidadãos ocidentais veem muita gente numa praça imaginam que ali só pode estar o povo em luta pela liberdade e pela democracia. Não compreendendo que os conflitos internos de cada país - seja no Egito ou na Ucrânia - não se resumem a dicotomias tão simples e primaveris, que se resolve com um like no facebook. Sobretudo em países com conflitos étnicos, sujeitos a fortes interesses económicos e com pouca tradição democrática.
A oposição ucraniana, agora no governo provisório, não é só - nem sobretudo - composta por democratas. A maioria está engajada em partidos tão corruptos e tão dependentes do poder dos oligarcas como o governo deposto. E estes são os melhorzinhos. Os outros, que tiveram um papel absolutamente central na EuroMaidan e na tomada violenta de vários símbolos do poder, estão ligados a organizações bem mais sinistras do que se possa imaginar. O método de eleição de alguns membros do governo provisório, baseado na "democracia de Esparta", pode parecer apenas ingenuidade e anedota. Mas não é. Corresponde a um movimento político antidemocrático que ganhou força nos últimos anos.
Vamos então conhecê-los. Um é o grupo paramilitar abertamente xenófobo Pravyi Sektor ("Sector Direito"), herdeiro do "Tryzub" (Tridente) e liderado dor Dmytro Yarosh. Durante a revolução, Yarosh foi acusado de pedir o apoio de Dokka Umarov, líder da fação da guerrilha techechena que está ligada à Al-Quaeda. A acusação está ainda a ser investigada (pode tratar-se duma fraude). Mas a sua organização, bastante violenta, teve um papel central no armamento das milícias paramilitares durante os protestos. Milícias que entretanto foram reconhecidas oficialmente pelo governo provisório. O Pravyi Sektor prometeu ilegalizar o Partido das Regiões (que estava no poder) e o Partido Comunista. Outro grupo é a Assembleia Nacional Ucraniana-Auto Defesa do Povo Ucraniano (Una-Unso), fundamentalistas ortodoxos, nacionalistas, antissemitas e defensores de um governo autoritário para país. Os seus militantes estão organizados em brigadas voluntárias, com treino na luta da Tchéchénia ao lado dos guerrilheiros.
Mas a força política mais importante entre os radicais nacionalistas é, de longe, a União Pan-Ucrâniana "Liberdade", conhecida apenas por Svoboda ("Liberdade"). A Svoboda é assumidamente neonazi e foi fundada em 1991, com o sugestivo nome de Partido Social-Nacional da Ucrânia. Quem não chegue lá pelo nome pode sempre ver o seu símbolo e ficar esclarecido. Na mesma altura em que várias organizações de extrema-direita do leste europeu fizeram o devido lifting, para estarem em condições de ser apoiadas ou pelo menos toleradas por algumas potências ocidentais, o PSNU foi transformado em Svoboda pelo seu líder Oleh Tyahnybok.
O Svoboda é considerado pela Centro Simon Wiesenthal o quinto partido mais antissemita do mundo. É abertamente xenófobo, defendendo a segregação de judeus e polacos. Também é, claro está, homofóbico. O seu deputado Igor Miroshnichenko, assumido admirador de Röhm, Strasser e Goebbels, declarou que "a homossexualidade será banida deste país, pois é uma doença que ajuda à difusão da SIDA". Este mesmo deputado descreveu, na sua página de Facebook, a atriz Mila Kunis (ucraniana de origem, com pai russo e mãe judia) como uma "zhydovka", termo insultuoso para referir mulheres judias. O Svoboda defende não apenas a ilegalização do aborto, mas a criminalização da sua defesa pública. Defende também a ilegalização de qualquer partido comunista, o direito universal a andar armado, o regresso da Ucrânia ao nuclear e o tal "democracia espartana". A tudo isto junta as adesões à União Europeia e à NATO, consideradas absolutamente condizentes com o seu posicionamento político. O que diz qualquer coisa sobre a imagem de exigência democrática que a União Europeia está a passar para fora.
O corte do líder do Svoboda com o resto da oposição, com quem entretanto se reconciliou em nome dos "valores europeus", deu-se em 2004, quando fez, num discurso transmitido pela televisão, um elogio a resistência ucraniana na II Guerra por ter lutado contra "a mafia moscovita-judaica". Deixando esta pungente memória patriótica: "Eles punham as suas armas ao ombro, iam para a floresta e lutavam contra os moscovitas, os alemães, os judeus e outra escumalha que nos queria tirar o Estado da Ucrânia." Nos protestos do EuroMaidan os manifestantes do Svoboda exibiram, a abrir os seus cortejos, orgulhosos, a fotografia de Stepan Bandera, líder nacionalista da Ucrânia durante a II Guerra, que colaborou com a deportação para os campos de extermínio nazis de centenas de milhares de judeus, comunistas e ciganos. Para tentar ganhar votos à muito pouco recomendável mas agora transformada eheroína do Ocidente Yulia Tymoshenko, o não mais recomendável Vicktor Yushenko chegou a dar o título de herói da Ucrânia a Bandera, retirando-o depois de indignados protestos das organizações judaicas internacionais. A mesma União Europeia que agora abraça os pupilos de Bandera condenou, na altura, Yushenko por esta homenagem.
Que não haja confusões. O Svoboda não é um pequeno grupelho. Teve 10,5% dos votos nas últimas eleições, elegeu 38 deputados e conquistou mais de 30% em três províncias do extremo ocidental da Ucrânia. Na "heróica" Lviv, onde começou a revolta contra o governo e de onde é o seu líder, os neonazis tiveram mais de 50% dos votos. Animador, não é?
Depois dos protestos estes grupos quase sem paralelo na Europa Ocidental foram postos à margem? Pelo contrário. O Svoboda tem um dos vice-primeiro-ministros, Oleksandr Sych. O seu cavalo de batalha foi a ilegalização do aborto, mesmo em caso de violação. Quando esta sua posição foi contestada, defendeu que as mulheres "devem ter um tipo de vida que evite o risco de violação, incluindo não beberem álcool e não andarem com companhias pouco recomendáveis". Tem ainda o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, os ministros do Ambiente e da Agricultura e o Procurador Geral da Ucrânia. Isto para além do ministro da Defesa, o almirante Igor Tenjukh, que não sendo militante tem apoiado o partido nas suas iniciativas públicas. Já o Pravyi Sektor tem o seu sinistro líder, Dmytro Yarosh, como vice-secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa. E o Una-Unso tem o ministro da Juventude e Desporto e a presidente da Comissão de Anticorrupção Nacional. Ou seja: três partidos à direita do PNR e da Aurora Dourada dirigem, num governo que ninguém elegeu, a Defesa, o combate à corrupção e a Procuradoria Geral.
Agora, que a poeira começa a assentar, talvez se perceba melhor que aqui não há heróis e vilões. Muito menos num país que teve de escolher entre as deportações e a fome de Estaline e o Holocausto de Hitler. As coisas são mais complicadas, apesar das imagens televisivas da revolta dos russos da Crimeia aparecer sempre como animalesca e violenta, enquanto a dos ucranianos surge como uma festa azul e amarela reprimida pelas forças do Estado. Perante o crescente poder dos nazis no aparelho de Estado ucraniano, a minoria russa tem boas razões para pensar que não terá lugar nesta nova Ucrânia. Quanto a mim, não sei se me agrada que a Ucrânia do senhor Tyahnybok e do seu Svoboda tenha lugar na União Europeia. Para pior já basta assim.
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Re: Ucrânia
Daniel Oliveira é uma das caras do Bloco de Esquerda, o partido português em que alguns militantes queriam desenvolver brigadas revolucionárias anti-fascistas para enviar para o Afeganistão e lutar ao lado dos Talibã contra os malditos cães americanos.comunista Daniel Oliveira escreveu:Em resumo, é isto: os snipers que atingiram mortalmente manifestantes e polícia na Praça da Independência, em Kiev, foram os mesmos e há fortíssimas suspeitas de não estarem ligados ao regime deposto. Pelo contrário, é mais provável que fossem agentes provocadores ligados aos revoltosos. Aquilo que parecia ser uma teoria da conspiração lançada pelos russos ganha assim uma nova credibilidade. Depois de explicar que as balas só podem ter sido disparadas pelas mesmas pessoas, Paet diz a Ashton, sobre a atual coligação governamental: "Há agora um cada vez maior entendimento de que, por de trás dos snipers, não estava Yanukovych, mas alguém da nova coligação".
A notícia é falsa, e Daniel Oliveira como toda a gente que já viu o desmentido e viu a transcrição sabe, o ministro disse que uma senhora desconhecida que disse que se chamava Olga lhe tinha dito que poderia haver atiradores do outro lado.
O governo da Estónia desmentiu a notícia, mas os camaradas como o Daniel Oliveira obviamente não querem saber disso para nada.
Ainda bem que a notícia é publicada aqui, porque também há gente que olha para o lado quando as mentiras foram desmentidas e continua a propagar mentiras, sabendo que são mentiras.
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Re: Ucrânia
o Daniel Oliveira é um bandalho de um demagogo mentiroso a soldo da máfia russa
opiniões isentas, verdadeiras, bem educadas, equilibradas e equidistantes, só as do grande pt, pois claro!!!!
OH HOMEM GANHE VERGONHA NA CARA!!!!
opiniões isentas, verdadeiras, bem educadas, equilibradas e equidistantes, só as do grande pt, pois claro!!!!
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Re: Ucrânia
Crimeia proíbe atividade do partido ultranacionalista Svoboda e do Setor das Direitas
O parlamento regional da Crimeia, república autónoma ucraniana rebelde, proibiu hoje a atividade do partido ultranacionalista Svoboda, membro da coligação do novo Governo da Ucrânia, e também da organização radical Setor das Direitas.
A maioria parlamentar da Crimeia advertiu que o Setor das Direitas, um dos movimentos mais ativos nas enormes manifestações contra o então Presidente ucraniano Viktor Ianukovich, tem a intenção de se tornar ativa naquela península para impedir a sua independência e posterior integração na Rússia.
O órgão legislativo recordou que dois membros dessa organização radical -- o seu líder, Dmitri Iarosh, e outro dos seus mais destacados dirigentes, Alexandr Muzichko -- são alvo de um mandado de busca e captura internacional emitido pelas autoridades russas.
A Crimeia considera que a atividade destas formações em território da república autónoma «é perigosa para a vida e a segurança» dos seus cidadãos.
O parlamento regional ordenou aos seus recém-criados serviços secretos (Serviço de Segurança da República Autónoma da Crimeia) «que investiguem e abram processos penais contra os responsáveis por fomentar o ódio étnico e apelar à violência».
A principal força de choque dos manifestantes nos trágicos confrontos registados em fevereiro em Kiev, o Setor das Direitas é uma organização que aglutina vários grupos de extrema-direita, incluindo apoiantes fanáticos de equipas de futebol.
Por sua vez, o Svoboda obteve 10,45 por cento dos votos nas eleições legislativas de outubro do ano passado, o que lhe permitiu aceder a 37 dos 450 assentos parlamentares que compõem a Rada Suprema, o parlamento da Ucrânia.
A Crimeia declarou hoje a sua independência da Ucrânia e reiterou a intenção de integrar-se na Rússia, cujas tropas controlam no terreno quase todos os pontos estratégicos na península rebelde.
A declaração definitiva da independência da Crimeia deverá ser caucionada pelo referendo popular convocado para o próximo domingo -- consulta declarada ilegal pelo Governo central da Ucrânia.
Os crimeanos foram convocados para uma ida às urnas para responder a duas perguntas: «É a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia, como membro da Federação Russa?» e «É a favor de que se volte a pôr em vigor a Constituição da Crimeia de 1992 e do estatuto da Crimeia como parte da Ucrânia?».
Na Crimeia, península banhada pelo Mar Negro, vivem quase 60%, a que se somam 25% de ucranianos, além de uma minoria tártara de cerca de 12%.
Diário Digital com Lusa
O parlamento regional da Crimeia, república autónoma ucraniana rebelde, proibiu hoje a atividade do partido ultranacionalista Svoboda, membro da coligação do novo Governo da Ucrânia, e também da organização radical Setor das Direitas.
A maioria parlamentar da Crimeia advertiu que o Setor das Direitas, um dos movimentos mais ativos nas enormes manifestações contra o então Presidente ucraniano Viktor Ianukovich, tem a intenção de se tornar ativa naquela península para impedir a sua independência e posterior integração na Rússia.
O órgão legislativo recordou que dois membros dessa organização radical -- o seu líder, Dmitri Iarosh, e outro dos seus mais destacados dirigentes, Alexandr Muzichko -- são alvo de um mandado de busca e captura internacional emitido pelas autoridades russas.
A Crimeia considera que a atividade destas formações em território da república autónoma «é perigosa para a vida e a segurança» dos seus cidadãos.
O parlamento regional ordenou aos seus recém-criados serviços secretos (Serviço de Segurança da República Autónoma da Crimeia) «que investiguem e abram processos penais contra os responsáveis por fomentar o ódio étnico e apelar à violência».
A principal força de choque dos manifestantes nos trágicos confrontos registados em fevereiro em Kiev, o Setor das Direitas é uma organização que aglutina vários grupos de extrema-direita, incluindo apoiantes fanáticos de equipas de futebol.
Por sua vez, o Svoboda obteve 10,45 por cento dos votos nas eleições legislativas de outubro do ano passado, o que lhe permitiu aceder a 37 dos 450 assentos parlamentares que compõem a Rada Suprema, o parlamento da Ucrânia.
A Crimeia declarou hoje a sua independência da Ucrânia e reiterou a intenção de integrar-se na Rússia, cujas tropas controlam no terreno quase todos os pontos estratégicos na península rebelde.
A declaração definitiva da independência da Crimeia deverá ser caucionada pelo referendo popular convocado para o próximo domingo -- consulta declarada ilegal pelo Governo central da Ucrânia.
Os crimeanos foram convocados para uma ida às urnas para responder a duas perguntas: «É a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia, como membro da Federação Russa?» e «É a favor de que se volte a pôr em vigor a Constituição da Crimeia de 1992 e do estatuto da Crimeia como parte da Ucrânia?».
Na Crimeia, península banhada pelo Mar Negro, vivem quase 60%, a que se somam 25% de ucranianos, além de uma minoria tártara de cerca de 12%.
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Re: Ucrânia
hades767676 escreveu:Crimeia proíbe atividade do partido ultranacionalista Svoboda e do Setor das Direitas
Malandros!!! A querer asfixiar os herois da democracia!!!!!
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Re: Ucrânia
Gloriosos e benditos sejam os nacional socialistas da Santa Russia.
Já não era sem tempo.
Na Crimeia, só os democratas do PLD de Zhirinovsky, e os lutadores esforçados dos movimentos RNE, Nação Eslava, Bolchevistas etc... (que só por acaso é que têm suásticas nos seus simbolos) é que têm o direito de se organizar em partidos politicos...
Já não era sem tempo.
Na Crimeia, só os democratas do PLD de Zhirinovsky, e os lutadores esforçados dos movimentos RNE, Nação Eslava, Bolchevistas etc... (que só por acaso é que têm suásticas nos seus simbolos) é que têm o direito de se organizar em partidos politicos...
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Re: Ucrânia
10 de março de 2014
Rússia volta ao protagonismo
EPISÓDIO NA UCRÂNIA DEVE ALTERAR TODA A GEOPOLÍTICA NA EUROPA E NAS RELAÇÕES COM OS EUA
Dmitri Trenin
O Ocidente e a Rússia navegam em águas desconhecidas. A Crimeia declarou de fato a independência de Kiev. A Rússia interveio para assegurar efetivamente a nova entidade sem disparar umtiro até agora. As forças militares, de segurança e policial da Ucrânia na península foram neutralizadas e muitos dos seus membros declararam obediência à República Autônoma da Crimeia. Em Kiev, o novo governo fala de agressão da Rússia e ordena uma mobilização.
Por outro lado, o Ocidente reagiu suspendendo os preparativos para a cúpula do G-8 em Sochi.O presidente dos EUA, Barack Obama, falou que a Rússia pagaria um preço alto por suas ações e o secretário de Estado americano, John Kerry, expôs uma lista de sanções possíveis e outras medidas contra os russos.
Assim, o pós-Guerra Fria pode ser visto agora, numa retrospectiva, como o período inter-Guerra Fria. Os recentes eventos puseram fim ao intervalo de parceria e cooperação entre o Ocidente e a Rússia que prevaleceu nos 25 anos depois da Guerra Fria. Geopoliticamente, nesse período, verificou-se uma redução em massa do poder e da influência na Europa e Eurásia dos russos, juntamente com o surgimento de novos Estados, muitos deles desligados do histórico Império Russo.
Inversamente, os EUA tornaram-se a potência dominante na Eurásia e a União Europeia (UE), embora não fosse uma grande potência ou mesmo um ator estratégico, transformou-se num ímã econômico para seus vizinhos do leste. A Federação Russa, centro do antigo império, foi basicamente deixada de fora do novo sistema, envolvida numa relação difícil e cada vez mais complicada com americanos e europeus.
O sistema já havia se desgastado do lado oriental por quase toda a sua existência, mas foi necessária uma crise na Ucrânia para levar ao seu claro colapso. A bem sucedida revolução em Kiev, apoiada pelos ocidentais, fatalmente corroeu o delicado equilíbrio entre Rússia e Ocidente, levando a uma tormenta doméstica na Ucrânia.
Mas, talvez mais importante, ela também marcou o fim da passividade pós-soviética da Rússia. Não se equivoque: as ações de Putin na Crimeia e os poderes que recebeu no fim de semana do Parlamento russo, permitindo-lhe usar a força militar na Ucrânia, fazem que Moscou volte a ser um protagonista ativo na Europa pela primeira vez desde 1989.
Em 1991, a Rússia concordou com o desmantelamento do seu histórico Império e aceitou os limites administrativos ex-soviéticos como fronteiras internacionais, o que deixou cerca de 25 milhões de russos nos ex-países satélites. Mesmo se adicionarmos as dolorosas e sangrentas guerras chechenas, esta foi a dissolução mais pacífica de qualquer império no século 20. A guerra contra a Geórgia em 2008 foi travada pelos russos em resposta ao bombardeio pela Geórgia da Ossétia do Sul, que mataram soldados russos ali instalados.
Mas todos esses acontecimentos, como também as ramificações que causaram no tocante ao Ocidente, são medíocres comparado com o que está vindo agora.O que vai se seguir será “interessante” no sentido chinês: muitos perigos. A geopolítica da nova Europa Oriental será fundamentalmente alterada. Levará algum tempo até a Ucrânia ser reconstituída – certamente sem a Crimeia.
Toda a região do Mar Negro soviético, da Moldávia e Transdnístria até a Abkházia e Georgia, será marcadamente diferente do que aparenta hoje. A Geórgia, outrora uma região sob pressão do Kremlin, voltará a acelerar o processo para o Plano de Ação para a Adesão à Otan, ao passo que a Moldávia poderá descambar para a instabilidade à medida que a coalizão favorável à UE enfrentar uma oposição dos partidários da Rússia. Quanto à Transdnístria, ela gravitará para o sudeste da Ucrânia de língua russa. Mais ao norte, podemos prever com certeza o aumento de pressão para uma permanente, mesmo que simbólica, mobilização de tropas americanas na Polônia e nos Estados Bálticos, como também é certa a entrada da Finlândia e da Suécia na Otan.
As relações entre Rússia e Otan, entretanto, assumirão um caráter mais antagonista, mais familiar. Um impasse militar na Europa não será tão grave como foi durante a Guerra Fria, mas haverá mais certezas do que nos últimos anos quanto a quem é o adversário potencial. Não haverá necessidade, por exemplo, de se falar do Irã quando do aprimoramento dos escudos antimíssil da Otan de bases na Romênia e Polônia ou aquelas no mar. A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) poderia, na verdade, sair do armário e se tornar uma importante abertura para um diálogo entre russos e ocidentais no campo da segurança.
Quanto a Washington, as relações da Rússia com os EUA eliminarão toda cordialidade que ainda porventura persistir. Não haverá, entretanto, retorno para o confronto olho no olho típico da Guerra Fria; ao contrário, as relações deverão tornar-se cada vez mais frias.
Tradução de Terezinha Martino
Dmitri Trenin – É diretor do carnegie Moscow Center
Rússia volta ao protagonismo
EPISÓDIO NA UCRÂNIA DEVE ALTERAR TODA A GEOPOLÍTICA NA EUROPA E NAS RELAÇÕES COM OS EUA
Dmitri Trenin
O Ocidente e a Rússia navegam em águas desconhecidas. A Crimeia declarou de fato a independência de Kiev. A Rússia interveio para assegurar efetivamente a nova entidade sem disparar umtiro até agora. As forças militares, de segurança e policial da Ucrânia na península foram neutralizadas e muitos dos seus membros declararam obediência à República Autônoma da Crimeia. Em Kiev, o novo governo fala de agressão da Rússia e ordena uma mobilização.
Por outro lado, o Ocidente reagiu suspendendo os preparativos para a cúpula do G-8 em Sochi.O presidente dos EUA, Barack Obama, falou que a Rússia pagaria um preço alto por suas ações e o secretário de Estado americano, John Kerry, expôs uma lista de sanções possíveis e outras medidas contra os russos.
Assim, o pós-Guerra Fria pode ser visto agora, numa retrospectiva, como o período inter-Guerra Fria. Os recentes eventos puseram fim ao intervalo de parceria e cooperação entre o Ocidente e a Rússia que prevaleceu nos 25 anos depois da Guerra Fria. Geopoliticamente, nesse período, verificou-se uma redução em massa do poder e da influência na Europa e Eurásia dos russos, juntamente com o surgimento de novos Estados, muitos deles desligados do histórico Império Russo.
Inversamente, os EUA tornaram-se a potência dominante na Eurásia e a União Europeia (UE), embora não fosse uma grande potência ou mesmo um ator estratégico, transformou-se num ímã econômico para seus vizinhos do leste. A Federação Russa, centro do antigo império, foi basicamente deixada de fora do novo sistema, envolvida numa relação difícil e cada vez mais complicada com americanos e europeus.
O sistema já havia se desgastado do lado oriental por quase toda a sua existência, mas foi necessária uma crise na Ucrânia para levar ao seu claro colapso. A bem sucedida revolução em Kiev, apoiada pelos ocidentais, fatalmente corroeu o delicado equilíbrio entre Rússia e Ocidente, levando a uma tormenta doméstica na Ucrânia.
Mas, talvez mais importante, ela também marcou o fim da passividade pós-soviética da Rússia. Não se equivoque: as ações de Putin na Crimeia e os poderes que recebeu no fim de semana do Parlamento russo, permitindo-lhe usar a força militar na Ucrânia, fazem que Moscou volte a ser um protagonista ativo na Europa pela primeira vez desde 1989.
Em 1991, a Rússia concordou com o desmantelamento do seu histórico Império e aceitou os limites administrativos ex-soviéticos como fronteiras internacionais, o que deixou cerca de 25 milhões de russos nos ex-países satélites. Mesmo se adicionarmos as dolorosas e sangrentas guerras chechenas, esta foi a dissolução mais pacífica de qualquer império no século 20. A guerra contra a Geórgia em 2008 foi travada pelos russos em resposta ao bombardeio pela Geórgia da Ossétia do Sul, que mataram soldados russos ali instalados.
Mas todos esses acontecimentos, como também as ramificações que causaram no tocante ao Ocidente, são medíocres comparado com o que está vindo agora.O que vai se seguir será “interessante” no sentido chinês: muitos perigos. A geopolítica da nova Europa Oriental será fundamentalmente alterada. Levará algum tempo até a Ucrânia ser reconstituída – certamente sem a Crimeia.
Toda a região do Mar Negro soviético, da Moldávia e Transdnístria até a Abkházia e Georgia, será marcadamente diferente do que aparenta hoje. A Geórgia, outrora uma região sob pressão do Kremlin, voltará a acelerar o processo para o Plano de Ação para a Adesão à Otan, ao passo que a Moldávia poderá descambar para a instabilidade à medida que a coalizão favorável à UE enfrentar uma oposição dos partidários da Rússia. Quanto à Transdnístria, ela gravitará para o sudeste da Ucrânia de língua russa. Mais ao norte, podemos prever com certeza o aumento de pressão para uma permanente, mesmo que simbólica, mobilização de tropas americanas na Polônia e nos Estados Bálticos, como também é certa a entrada da Finlândia e da Suécia na Otan.
As relações entre Rússia e Otan, entretanto, assumirão um caráter mais antagonista, mais familiar. Um impasse militar na Europa não será tão grave como foi durante a Guerra Fria, mas haverá mais certezas do que nos últimos anos quanto a quem é o adversário potencial. Não haverá necessidade, por exemplo, de se falar do Irã quando do aprimoramento dos escudos antimíssil da Otan de bases na Romênia e Polônia ou aquelas no mar. A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) poderia, na verdade, sair do armário e se tornar uma importante abertura para um diálogo entre russos e ocidentais no campo da segurança.
Quanto a Washington, as relações da Rússia com os EUA eliminarão toda cordialidade que ainda porventura persistir. Não haverá, entretanto, retorno para o confronto olho no olho típico da Guerra Fria; ao contrário, as relações deverão tornar-se cada vez mais frias.
Tradução de Terezinha Martino
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Carlo M. Cipolla
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Re: Ucrânia
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A Rússia não é URSS.
Não era império russo para a Rússia aceitar ou não o desmantelamento da URSS.
Os russos com um tal de Boris Iéltsin comandaram o colapso da integração proposta na URSS. Inclusive ignorando o referendo de que a URSS continuasse unidade com renovação. Em seguida. reconstruiu o sentido do nacionalismo russo em conjunto com as outras ex-repúblicas soviéticas. Tanto que os russos trabalharam para nenhuma vizinho ter armas nucleares soviéticas, manter bases e centros estratégias em seu poder. Centralizaram todo a herança política e militar.
Os russos estarem em todas as ex-republicas soviéticas estava dentro da ideia de construir o homem soviético e enterrar o Império Russo. Com eliminação do nacionalismo, identidade das minorias e unir todos dentro do ideal socialista soviético. Os grandes nomes da URSS não eram russo como Stalin que georgiano e Khrushchev ucraniano. Hoje existem minorias russas marginalizadas espalhas por aí.
O Putin continua o trabalho do Yeltsin na reconstrução do nacionalismo russo.
O problema é que trata os vizinhos como se fosse o Império Russo do século XIX. Não funcionou na época, tanto que foi enterrado por stalin e lideres soviéticos. Ser agressivo sem mostrar vantagens não tende a dar coisas boas.
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Re: Ucrânia
Acho que você esta totalmente equivocado, a administração Putin tem preferido usar a diplomacia e um tom pouco agressivo sempre que possível. Inclusive tentou amenizar o problema da divida ucraniana com a Gazprom, oferecendo um acordo que dava descontos aos estado Ucraniano para eles diminuírem a divida, e ofereceu um empréstimo de 15 bilhões do quais já tinha liberado mais de 3 bilhões com o objetivo de evitar a queda de Yanukovich e conseguir uma situação política mais favorável para a união Eurasiana. A Rússia era o principal destino das exportações da Ucrânia. Mas mesmo dependendo da Rússia para manter seus empregos os ucranianos preferiram ser inconsequentes.Bourne escreveu:
O problema é que trata os vizinhos como se fosse o Império Russo do século XIX. Não funcionou na época, tanto que foi enterrado por stalin e lideres soviéticos. Ser agressivo sem mostrar vantagens não tende a dar coisas boas.
A única vez que a Rússia usou a força bruta foi quando suas tropas foram atacadas pelas tropas da Geórgia durante a ofensiva do comedor de gravatas.
O Rússia já tentou a abordagem de tentar se amiguinha da Ucrânia, mas como não deu resultado. o que resta fazer agora é ficar com a parte que interessa. Os Ucranianos odeiam os Russos de todo o coração por conta de um psicopata chamado Stalin (quem nem RUSSO ERA) fez merda, nada que os russos façam ira mudar isso.
Separar a Criméria da Ucrânia é uma excelente jogada estratégica para os russos não ficarem dependente de um estado hostil governado por extremistas e não terem forças da OTAN mais para dentro do mar negro dando dor de cabeça.
Eu tenho muito respeito pelo que você escreve, mas nesta questão nós discordamos.
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Re: Ucrânia
Isto sim e democracia! 
Parlamento da Crimeia declara independência................ mas o referendo e só no domingo!
Como ja todos sabem quem vai ganhar antecipam as coisas!
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Parlamento da Crimeia declara independência................ mas o referendo e só no domingo!
Como ja todos sabem quem vai ganhar antecipam as coisas!
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Re: Ucrânia
A única vez que a Rússia usou a força bruta foi quando suas tropas foram atacadas pelas tropas da Geórgia durante a ofensiva do comedor de gravatas.
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Você já ouviu falar da Chechenia ?
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Já ouviu falar no Nagorno-Kharabak ?
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Já ouviu falar da Transdnistria ?
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A Russia utilizou a força, sempre que o potêncial adversário não tinha como se defender ...
E utilizou a força, partindo do principio de que tem o direito de manter um império.
O tempo dos impérios acabou e os países têm que utilizar outros meios para se modernizar, para conquistar mercados, para competir no mundo do século XXI.
Na relidade, as forças da OTAN estão logo ali na Turquia, e controlam o Bósforo, que se for preciso cortam quando quiserem.Separar a Criméria da Ucrânia é uma excelente jogada estratégica para os russos não ficarem dependente de um estado hostil governado por extremistas e não terem forças da OTAN mais para dentro do mar negro dando dor de cabeça.
Ao separar a Crimeia da Ucrânia, a Russia fica com um território de 2 milhões de pessoas, mas vai perder o resto da Ucrânia que vai para o lado das democracias, empurrada pelos russos.
- Mazocam
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Re: Ucrânia
BOURNEpt escreveu:Desculpe, mas a NATO esteve no Iraque ?Mazocam escreveu:Se o papel da OTAN é puramente defensivo, o que fazia no Iraque? Se foi para combater os soviéticos, por que ainda continua a existir? Não diga que é para evitar ameaças como essas, pois o que poderia acontecer se ela tivesse deixado de existir em na década de 90 do século passado?![]()
E eu que pensava que vários dos países da aliança tinham criticado duramente a participação americana![]()
Participar de algo em que a premissa se baseia em uma mentira, participar de qualquer maneira não quer dizer que a premissa possa ser mudada. Em um ambiente de guerra moderno, uma guerra não se faz apenas no campo de combate. Há meios indiretos e diretos. Não houve participação em missões de treinamento solicitadas pelo governo instaurado pela democracia Iraquiana, imposta pelo EUA? Por mais que houve resolução na ONU e participação de mais países, a invasão não foi legítima, logo, o que vem depois...
As atuais movimentações do império russo, mostram claramente que havia toda a razão em não dissolver a aliança. A NATO serviu para dar alguma proteção a países que acabariam por voltar a caid na órbita soviética.
Interessante, a dissolução da URSS foi a mais de 20 anos. Agora, por algo iniciado pelas pretensões germânicas, utilizando de seu poderio econômico dentro da UE e no mundo, queria trazer a Ucrânia para a sua órbita, o russos são malvados, os bad boys. Há várias maneiras de controle, desde através de pressão externa, como a feita pelos americanos no continente centro/sul americano. Há também econômicos, como a Alemanha. Há a força, como a Rússia o faz quando pode e também há o político, econômico, financeiro e cultural também, como o EUA faz com o resto do mundo. Pelo menos uma dessas dominações o EUA o faz em quase todo o globo.
A verdade é que todos os países que puderam, aderiram à aliança, mesmo os que tradicionalmente eram próximos da Russia como por exemplo a Bulgária.
Alguém acredita que os russos estariam apenas na Crimeia se nao houvesse NATO ?
Alguém acredita que eles teriam ficado pela Ossétia ?
Alguém acredita que eles deixariam os Estados Bálticos ?
Alguém acredita que a Polónia não tivesse já sido convencida ... ?
Vamos mais além, sem a OTAN:
Portugal seria integrada pela Espanha;![]()
Paris seria capital do IV REICH Alemão na França. (Pera... Mas já não é?)
A Polonia seria dividida entre Germânicos e Russos. (novamente?)![]()
O que mais podemos supor baseado na história europeia?![]()
Isso tem tanta validade como o que você escreveu.![]()
A verdade é que a China não violou o Status Quo. Pelo menos por enquanto.O que o comércio entre EUA e China perderam com a retórica expansionista da China nos últimos tempos? Mesmo que as pretensões sejam poucas e tem outro titã no páreo?
O problema da China, é que não tem uma Georgia para invadir e qualquer conflito que compre tem consequências.
O problema é que a história não pode ser a mesma para todos os Países. Quantos países europeus aceitaram de bom grado perderem o que consideravam "seus" por "direito"; as colônias? O Urso é agressivo e deseja aquilo que ele acredita ser seu por direito. Portugal não o fez também com Angola no século passado? E olha que foi na década se 60 e 70 do século passado, quando os malvados soviéticos travavam uma guerra fria com os bondosos e generosos americanos e europeus. O mesmo erro que cometeu as potências europeias e alguns outros europeus, a Rússia esta o fazendo. Com a vantagem de que os territórios estão ao seu lado e não a milhares de quilômetros.
Ao contrário da Russia e dos mares interiores e localização remota do seus devaneios imperiais, a China está numa posição em que a sua expansão colide diretamente com os Estados Unidos.
É por isso que o Status Quo não foi violado pela China, pelo menos por enquanto.
E é realmente um devaneio.
O problema da Russia chama-se Europa.
Putin não aceita que a Russia seja um país europeu como os outros.
E povos de origem russa como os ucranianos estão fartos. Em sua totalidade? É impossível saber. Agora, onde estão as fontes? SE e somente SE existisse tal dado, o mesmo seria confiável? Qualquer dado disponibilizado pela Ucrânia europeia é fadado a ser considerado real e se for pelos ucranianos russos é falsa...![]()
Estão fartos dos oligarcas dos dois lados e protestaram contra Ianukovich.
E não podemos esquecer que Ianukovich já tinha tentado ganhar eleições com uma chapelada eleitoral em que tentaram roubar a eleição ao Ianuchenko (raio de nomes desta gente, estou sempre a confundi-los).
A Russia desde que começou a sua expansão imperial que se debate com o mesmo problema.
O ultra-conservadorismo russo é um problema de dimensões incríveis.
O imperador Pedro, teve que obrigar os boiardos a cortar as barbas de um metro e a largar as túnicas russas, obrigando-os a vestir roupas ocidentais.
A Russia balança há séculos entre uma intensa vontade de ser europeia e uma imensa inércia que quer ficar no mesmo lugar.
O problema de todo o ditador, é que acredita em absoluto na sua infalibilidade. Isso só se remete a ditadores? Creio que o orgulho, a prepotência e outros qualidades/defeitos são de qualquer individuo.Do mesmo modo que os ditadores agem desse modo, presidentes democraticamente eleitos, reis, ou qualquer individuo que tenha determinado poder sobre um grupo pode ter.Mazocam escreveu:Putin mal deve saber o futuro que o aguarda... nós sabemos...
Tudo indica que a decisão de invadir a Ucrânia, veio de um pequeno grupo restrito, de 4 ou 5 dos 12 membros do conselho federal de segurança. O pessoal ligado à diplomacia e à economia saiu da reunião a pensar que não haveria invasão e menos de 48 horas depois as tropas russas começaram a invasão.
A Merkel disse que achava que Putin não tinha os pés na terra e há muitos russos que também estão espantados com o que se está a passar, mas o óbvio é que quando se toca na tecla do nacionalismo, em países extremamente belicosos Não há a necessidade de ser um país ditatorial. Há democracias tão belicosas e nacionalistas como a Rússia. Vou dar uma dica: Fica entre o Canadá e México e mantém restrições econômicas a uma pequena ilha, que no passado foi aliada da URSS. Quem é? e com um ditador criminoso no poder, isso é muito mau para a saúde de quem colocar em causa as decisões do querido líder.
Nós não sabemos o que o futuro aguarda, mas o Putin também não...
Você acha possível uma futura aliança entre a China e a possível União Eurasiática a médio ou longo prazo pra fazer frente a OTAN e uma possível OTP (Organização do Tratado do Pacífico
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Re: Ucrânia
Sim, das democracias.prp escreveu:Vai para o lado das democracias? Kkkkkkkk
E o PIGS vão virar PIGUS
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