RÚSSIA
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Re: RÚSSIA
A Russia, é uma país eminentemente fraco.
Ao contrário da União Soviética e da atual China, que institucionalizaram um modelo politico que resiste/resistia à mudança de líder e que podia até funcionar com um presidente do comité central bêbado delirante e completamente senil, sentado no Kremlin durante anos como foi o caso de Brejnev, a Russia não é a URSS.
O problema do regime é que ele não está institucionalizado.
Ninguém sabe o que é a Russia.
Sabemos que não é uma democracia, mas se sabemos o que não é, não sabemos o que é.
O que será da Russia depois de Putin ?
Esse é um dos grandes problemas.
Um sistema que se baseia numa pessoa, tem sempre grandes problemas. O Putin pode até tentar eternizar-se no poder, mas como o clã Castro ou a monarquia hereditária comunista da Coreia do Norte, há sempre o problema da decadência física (razão que leva o Putin a mostrar fotos dele a dominar tigres).
O problema da Russia é que não quiz ter um acordo com a União Europeia e de um momento para o outro rasgou todo o trabalho que tinha sido feito, que chegava ao ponto de associar a Russia à União Europeia com um acordo de parceria.
Eles não quiseram aceitar o desafio que implicava mudanças radicais e profundas na estrutura social e economica da Russia. Eles não quiseram mudar e ficaram parados no tempo.
Hoje, a Russia não produz nada que não sejam armas e petróleo.
Os produtos de primeira necessidade que há nos super mercados são importados ou então são russos, mas sem obedecerem a regras de qualidade. Vendem-se porque são mais baratos e os russos não têm dinheiro para comprar importado.
Não foi sequer a opção do povo russo. Foi a opção de uma clique criminosa e mafiosa que conseguiu tomar o poder.
Na Russia, ao contrário do que poderiamos acreditar há 20 anos atrás, o povo não tem absolutamente nenhum poder para fazer nada, absolutamente nada através do voto.
As eleições são (e todos na Russia sabem) uma completa farsa, um roubo e uma gigantesca mentira.
E entretanto, Putin continua a construir os seus palácios de mármore no mar negro.
Ao contrário da União Soviética e da atual China, que institucionalizaram um modelo politico que resiste/resistia à mudança de líder e que podia até funcionar com um presidente do comité central bêbado delirante e completamente senil, sentado no Kremlin durante anos como foi o caso de Brejnev, a Russia não é a URSS.
O problema do regime é que ele não está institucionalizado.
Ninguém sabe o que é a Russia.
Sabemos que não é uma democracia, mas se sabemos o que não é, não sabemos o que é.
O que será da Russia depois de Putin ?
Esse é um dos grandes problemas.
Um sistema que se baseia numa pessoa, tem sempre grandes problemas. O Putin pode até tentar eternizar-se no poder, mas como o clã Castro ou a monarquia hereditária comunista da Coreia do Norte, há sempre o problema da decadência física (razão que leva o Putin a mostrar fotos dele a dominar tigres).
O problema da Russia é que não quiz ter um acordo com a União Europeia e de um momento para o outro rasgou todo o trabalho que tinha sido feito, que chegava ao ponto de associar a Russia à União Europeia com um acordo de parceria.
Eles não quiseram aceitar o desafio que implicava mudanças radicais e profundas na estrutura social e economica da Russia. Eles não quiseram mudar e ficaram parados no tempo.
Hoje, a Russia não produz nada que não sejam armas e petróleo.
Os produtos de primeira necessidade que há nos super mercados são importados ou então são russos, mas sem obedecerem a regras de qualidade. Vendem-se porque são mais baratos e os russos não têm dinheiro para comprar importado.
Não foi sequer a opção do povo russo. Foi a opção de uma clique criminosa e mafiosa que conseguiu tomar o poder.
Na Russia, ao contrário do que poderiamos acreditar há 20 anos atrás, o povo não tem absolutamente nenhum poder para fazer nada, absolutamente nada através do voto.
As eleições são (e todos na Russia sabem) uma completa farsa, um roubo e uma gigantesca mentira.
E entretanto, Putin continua a construir os seus palácios de mármore no mar negro.
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Re: RÚSSIA
Talvez se a economia voltar a crescer nos próximos anos esse quadro se reverta! Putin está conseguindo fazer o que era dito como impossível por "especialistas" ocidentais, estabilizar a população russa.Clermont escreveu:Que pena. A Ucrânia tem mulheres maravilhosas...hades767676 escreveu:Taxas de nascimento e morte da Rússia, Belarus e Ucrânia - 2013:
Nascimentos / mortes
Ucrânia - 463 590/604 313 - mortalidade 30% maior que a fertilidade.
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Re: RÚSSIA
Eleição limpa, justa, democrática é aquela que precisa ser decidida na Suprema Corte, essa sim, é "padrão Fifa"!
Saudações
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Re: RÚSSIA
http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_02_ ... icos-2312/
Rússia jogando o jogo que a OTAN faz tão bem.....dividir para conquistar, nesse caso, dividir a troica báltica!
Saudações
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Re: RÚSSIA
Toda a eleição de Putin e da sua clique criminosa é fraudulenta. Não há qualquer comparação possível com qualquer sistema que tenha numa eleição chegado a um tribunal eleitoral para determinar se os votos são válidos.Eleição limpa, justa, democrática é aquela que precisa ser decidida na Suprema Corte, essa sim, é "padrão Fifa"!
Saudações
Na Russia não há qualquer tribunal a intervir, quando o resultado dos votos dá 127% para Putin, ou quando o total das percentagens atinge 150%
Todo o sistema russo é corrupto, controlado pelas Máfias, pela FSB/KGB e por pessoas que agradavelmente meteriam uma bala na minha cabeça por dizer este tipo de coisas, e também na do FOXTROT por ter o desplante de frequentar forums onde se põe sequer em causa que a Putina seja homem.
Você estaria contaminado, também seria «chamado à razão»
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Re: RÚSSIA
LOL LOL LOLTalvez se a economia voltar a crescer nos próximos anos esse quadro se reverta! Putin está conseguindo fazer o que era dito como impossível por "especialistas" ocidentais, estabilizar a população russa.
Os dados referidos são de fontes russas. São os dados que o ditador e os regimes ditadoriais desses países divulgam e deixam publicar.
São naturalmente, como todas as estatísticas das ditaduras, dados fabricados.
A Russia anda aliás há mais de dez anos a dizer que já resolveu o problema do declinio da população.
Há cinco anos atrás também se dizia isso e na altura eu acreditei.
Agora, passados cinco anos, notamos que os dados estavam errados e que afinal a população russa continua a decrescer, sendo a situação gravíssima entre os russos que controlam o aparelho (russos ortodoxos).
De resto é evidente que os muçulmanos russos estão a ter muitos filhos e esse é um problema que toda a gente refere como problemático. Oficialmente eram 10%, agora já reconhecem que são 16% e tudo indica que a população muçulmana é na realidade bastante maior.
A França tem 8% de população muçulmana. A Russia tem pelo menos o dobro.
É claro que haverá sempre quem diga que na santa russia não vai acontecer nada.
E também há quem acredite no Pai Natal (Papai Noel)
São opções ...
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Re: RÚSSIA
pt escreveu:Toda a eleição de Putin e da sua clique criminosa é fraudulenta. Não há qualquer comparação possível com qualquer sistema que tenha numa eleição chegado a um tribunal eleitoral para determinar se os votos são válidos.Eleição limpa, justa, democrática é aquela que precisa ser decidida na Suprema Corte, essa sim, é "padrão Fifa"!
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Na Russia não há qualquer tribunal a intervir, quando o resultado dos votos dá 127% para Putin, ou quando o total das percentagens atinge 150%
Todo o sistema russo é corrupto, controlado pelas Máfias, pela FSB/KGB e por pessoas que agradavelmente meteriam uma bala na minha cabeça por dizer este tipo de coisas, e também na do FOXTROT por ter o desplante de frequentar forums onde se põe sequer em causa que a Putina seja homem.
Você estaria contaminado, também seria «chamado à razão»
Na cabeça do FOX NADA,
Já na sua.......acho que o Putin não se oporia!
Brincadeira PT.
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Re: RÚSSIA
Gostaria de saber onde o PT tira essas informações, governo russo disse que em 2016 provavelmente a população russa se estabilizaria ou teria um pequeno ganho populacional. Nunca disseram OFICIALMENTE que o problema estava resolvido a 5 anos atrás.
O que a Rússia ganharia se associando a UE? Teria que ser pau mandado de Berlim e na melhor das hipóteses de Washington. Sua indústria certamente seria destruída se tornando um país incapaz de produzir um parafuso e exportando a preços de banana seus recursos naturais. Essa crise medonha que assola a UE é mais uma prova que a Rússia fez bem em trilhar seu próprio caminho.
E para tristeza de alguns a balança comercial russa teve um superavit de mais de 200 bilhões de dólares e mesmo crescendo pouco passará a Alemanha até 2025 sendo a maior economia da Europa e uma das 5 maiores do mundo e essa previsão são de órgãos europeus e dos EUA.
Muita "gente" também disse que era blasfêmia de Putin o investimento de 800 bilhões de dólares nas forças armadas, porém as centenas de helicópteros, dezenas de aviões militares, barcos, sistemas de defesa e outros equipamentos militares estão calando a boca dos críticos, que agora mudaram o foco de falta de dinheiro para lentidão nas entregas
O que a Rússia ganharia se associando a UE? Teria que ser pau mandado de Berlim e na melhor das hipóteses de Washington. Sua indústria certamente seria destruída se tornando um país incapaz de produzir um parafuso e exportando a preços de banana seus recursos naturais. Essa crise medonha que assola a UE é mais uma prova que a Rússia fez bem em trilhar seu próprio caminho.
E para tristeza de alguns a balança comercial russa teve um superavit de mais de 200 bilhões de dólares e mesmo crescendo pouco passará a Alemanha até 2025 sendo a maior economia da Europa e uma das 5 maiores do mundo e essa previsão são de órgãos europeus e dos EUA.
Muita "gente" também disse que era blasfêmia de Putin o investimento de 800 bilhões de dólares nas forças armadas, porém as centenas de helicópteros, dezenas de aviões militares, barcos, sistemas de defesa e outros equipamentos militares estão calando a boca dos críticos, que agora mudaram o foco de falta de dinheiro para lentidão nas entregas
Re: RÚSSIA
Rússia pretende instalar bases militares em Cuba, Venezuela, Nicarágua e Vietnã
SEGUNDO O TITULAR DA DEFESA DO KREMLIN, NEGOCIAÇÕES JÁ ESTÃO AVANÇADAS E INCLUEM OUTROS PAÍSES
O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, afirmou nesta quarta-feira (26) que o
país já tem “negociações avançadas” para a instalação de bases militares em países como Cuba, Venezuela, Nicarágua e Vietnã. A declaração foi dada horas depois do início de um exercício militar russo na região de fronteira com a Ucrânia.
“As conversas estão em andamento e estamos muito perto de assinar os documentos
relativos (à instalação das bases)”, disse Shoigu, segundo a agência russa Ria-Novosti. O Kremlin teria a intenção de aumentar sua presença permanente ao redor do mundo. A Rússia já mantém uma base militar em Tartous, na Síria.
Mais cedo, o ministro havia confirmado o início de um exercício militar de grande escala, por ordem do presidente russo, Vladimir Putin. A manobra inclui cerca de 150 mil homens do Comando Estratégico Conjunto do Oeste, região militar que abrange grande parte da fronteira do país com a Ucrânia.
Shoigu negou qualquer relação do exercício com a crise que provoca apreensão no país vizinho. Nesta quarta-feira, na Crimeia, manifestantes favoráveis à permanência da
Ucrânia sob a esfera de influência russa entraram em confronto com centenas de apoiadores da “revolução” que derrubou o presidente Viktor Yanukovich durante o fim
de semana.
http://www.forte.jor.br/2014/02/26/russ ... -e-vietna/
SEGUNDO O TITULAR DA DEFESA DO KREMLIN, NEGOCIAÇÕES JÁ ESTÃO AVANÇADAS E INCLUEM OUTROS PAÍSES
O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, afirmou nesta quarta-feira (26) que o
país já tem “negociações avançadas” para a instalação de bases militares em países como Cuba, Venezuela, Nicarágua e Vietnã. A declaração foi dada horas depois do início de um exercício militar russo na região de fronteira com a Ucrânia.
“As conversas estão em andamento e estamos muito perto de assinar os documentos
relativos (à instalação das bases)”, disse Shoigu, segundo a agência russa Ria-Novosti. O Kremlin teria a intenção de aumentar sua presença permanente ao redor do mundo. A Rússia já mantém uma base militar em Tartous, na Síria.
Mais cedo, o ministro havia confirmado o início de um exercício militar de grande escala, por ordem do presidente russo, Vladimir Putin. A manobra inclui cerca de 150 mil homens do Comando Estratégico Conjunto do Oeste, região militar que abrange grande parte da fronteira do país com a Ucrânia.
Shoigu negou qualquer relação do exercício com a crise que provoca apreensão no país vizinho. Nesta quarta-feira, na Crimeia, manifestantes favoráveis à permanência da
Ucrânia sob a esfera de influência russa entraram em confronto com centenas de apoiadores da “revolução” que derrubou o presidente Viktor Yanukovich durante o fim
de semana.
http://www.forte.jor.br/2014/02/26/russ ... -e-vietna/
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Re: RÚSSIA
Uma base russa no Vietname, no Mar do Sul da China ...
Enfrentar o trono celestial ...
eh eh eh, gostava de ver
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Re: RÚSSIA
Ao contrario de certos governantes, Putin faz mais do que fala. Orçamento militar russo vai crescer 13% se consolidando como o terceiro maior do mundo perdendo apenas para EUA e China. Desenvolver bases de apoio no exterior não é tarefa difícil e nem é necessário rios de dinheiro para isso.
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Re: RÚSSIA
A VOLTA À DIREITA DA RÚSSIA.
Moscou retoma seu papel conservador do século XIX.
William S. Lind - 11 de fevereiro de 2014.
Um legado infeliz da Guerra Fria é a atitude negativa que alguns conservadores americanos ainda nutrem para com a Rússia. Condicionados por décadas vendo a Rússia e a União Soviética como sinônimos, eles ainda enxergam a Rússia pós-comunista como uma ameaça. Eles esquecem que a Rússia Tzarista foi a mais conservadora das grandes potências, um bastião da monarquia cristã desprezada por revolucionários, jacobinos e democratas. Joseph de Maistre não estava sozinho entre os conservadores do século XIX buscando refúgio e esperança na Rússia.
Sob o presidente Vladimir Putin, a Rússia está emergindo mais uma vez como a potência conservadora de ponta. Como pudemos presenciar no resgate do presidente Obama pela Rússia do córner no qual ele próprio se meteu na Síria, o Kremlin hoje está, como relata o New York Times,
Em seu próprio editorial sobre a Síria, no Times Putin escreveu:
Os senadores Robert A. Taft e Russell Kirk também duvidavam.
Moscou parece compreender melhor do que Washington que a exigência impulsora da política externa do século XXI é a preservação do estado em face da guerra de Quarta Geração travada por entidades não-estatais, tais como estas lutando do lado rebelde na Síria. A Rússia tem, com justiça, verberado Washington por destruir estados, incluindo o Iraque e a Líbia.
Quando Putin chegou ao poder seguindo-se aos caóticos anos Yeltsin, havia uma real possibilidade que o próprio estado russo se desintegrasse. O maior feito de Putin, e a razão de sua popularidade dentro do país, é que ele, ao invés, salvou e reforçou o estado russo. Cegas pela sua idolatria do deus de barro, "Democracia", as elites de Washington não podem perceber a importância do que Putin realizou, mas os conservadores deveriam. A Rússia pode ser um eficaz aliado contra as entidades de Quarta Geração, e os conservadores preferem estados à anarquia não-estatal. O novo conservadorismo da Rússia é evidente não só em sua política externa, mas em casa também. Em setembro, o Financial Times relatou:
"As pessoas em muitos países europeu envergonham-se e tem medo de falar sobre suas convicções religiosas," Putin foi citado dizendo, com feriados religiosos "sendo extintos ou chamados de outra coisa qualquer, vergonhosamente ocultando-se a essência do feriado."
"Nós precisamos respeitar os direitos das minorias de serem diferentes," acrescentou, "mas os direitos da maioria não podem ser questionados." Os conservadores americanos só podem sonhar com um presidente americano dizendo tais coisas. Não deveríamos saudar um presidente russo que se atreve a desafiar o "políticamente correto"?
O mundo virou de cabeça para baixo. A América, condenando e até mesmo atacando outros países para impulsionar a "democracia" e as definições jacobinas de direitos humanos, está tornando-se a líder da Esquerda internacional. A Rússia está voltando a reafirmar seu papel histórico como a líder da Direita internacional. Esta é uma reversão de importância histórica. A política externa americana deveria estar baseada sobre os interesses da América, não sobre a afinidade por qualquer potência externa. Mas, pondo a América em primeiro, não exige ser hostil para com a Rússia ou a ninguém mais. Ao contrário: os conservadores americanos deveriam dar boas-vindas ao ressurgimento de uma Rússia conservadora.
_________________________________
William S. Lind é diretor do Centro Conservador Americano para Transportes Públicos.
Moscou retoma seu papel conservador do século XIX.
William S. Lind - 11 de fevereiro de 2014.
Um legado infeliz da Guerra Fria é a atitude negativa que alguns conservadores americanos ainda nutrem para com a Rússia. Condicionados por décadas vendo a Rússia e a União Soviética como sinônimos, eles ainda enxergam a Rússia pós-comunista como uma ameaça. Eles esquecem que a Rússia Tzarista foi a mais conservadora das grandes potências, um bastião da monarquia cristã desprezada por revolucionários, jacobinos e democratas. Joseph de Maistre não estava sozinho entre os conservadores do século XIX buscando refúgio e esperança na Rússia.
Sob o presidente Vladimir Putin, a Rússia está emergindo mais uma vez como a potência conservadora de ponta. Como pudemos presenciar no resgate do presidente Obama pela Rússia do córner no qual ele próprio se meteu na Síria, o Kremlin hoje está, como relata o New York Times,
"Estabelecendo o papel da Rússia nos assuntos mundiais, não baseado no obsoleto paradigma da Guerra Fria, mas antes em sua diferente perspectiva, que favorece a soberania estatal, e a estabilidade de status quo sobre a difusão da democracia de estilo ocidental."
Em seu próprio editorial sobre a Síria, no Times Putin escreveu:
"É alarmante que a intervenção militar em conflitos externos em países estrangeiros tenha tornado-se lugar comum para os Estados Unidos. Isso é do interesse de longo prazo da América? Eu duvido disso."
Os senadores Robert A. Taft e Russell Kirk também duvidavam.
Moscou parece compreender melhor do que Washington que a exigência impulsora da política externa do século XXI é a preservação do estado em face da guerra de Quarta Geração travada por entidades não-estatais, tais como estas lutando do lado rebelde na Síria. A Rússia tem, com justiça, verberado Washington por destruir estados, incluindo o Iraque e a Líbia.
Quando Putin chegou ao poder seguindo-se aos caóticos anos Yeltsin, havia uma real possibilidade que o próprio estado russo se desintegrasse. O maior feito de Putin, e a razão de sua popularidade dentro do país, é que ele, ao invés, salvou e reforçou o estado russo. Cegas pela sua idolatria do deus de barro, "Democracia", as elites de Washington não podem perceber a importância do que Putin realizou, mas os conservadores deveriam. A Rússia pode ser um eficaz aliado contra as entidades de Quarta Geração, e os conservadores preferem estados à anarquia não-estatal. O novo conservadorismo da Rússia é evidente não só em sua política externa, mas em casa também. Em setembro, o Financial Times relatou:
"Vladimir Putin convocou os russos a reforçarem uma nova identidade nacional baseada em valores conservadores e tradicionais tais como a igreja ortodoxa de ontem, prevenindo que o ocidente estava confrontando uma crise moral... Putin disse que a Rússia deveria evitar o exemplo dos países europeus que estavam 'afastando-se de suas raízes' ao legalizarem o casamento gay e os excessos do 'politicamente correto'."
"As pessoas em muitos países europeu envergonham-se e tem medo de falar sobre suas convicções religiosas," Putin foi citado dizendo, com feriados religiosos "sendo extintos ou chamados de outra coisa qualquer, vergonhosamente ocultando-se a essência do feriado."
"Nós precisamos respeitar os direitos das minorias de serem diferentes," acrescentou, "mas os direitos da maioria não podem ser questionados." Os conservadores americanos só podem sonhar com um presidente americano dizendo tais coisas. Não deveríamos saudar um presidente russo que se atreve a desafiar o "políticamente correto"?
O mundo virou de cabeça para baixo. A América, condenando e até mesmo atacando outros países para impulsionar a "democracia" e as definições jacobinas de direitos humanos, está tornando-se a líder da Esquerda internacional. A Rússia está voltando a reafirmar seu papel histórico como a líder da Direita internacional. Esta é uma reversão de importância histórica. A política externa americana deveria estar baseada sobre os interesses da América, não sobre a afinidade por qualquer potência externa. Mas, pondo a América em primeiro, não exige ser hostil para com a Rússia ou a ninguém mais. Ao contrário: os conservadores americanos deveriam dar boas-vindas ao ressurgimento de uma Rússia conservadora.
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Re: RÚSSIA
O tea party é muito louco.
Apoia a Rússia e Putin para atacar os "comunistas islâmicos gayzistas" que tomaram o país. Além de atacar os direitos humanos, conceito de liberdade individual que consistem na base do mundo ocidental.
A Rússia do século XIX era um país monarca, autoritário, semi-feudal e extremamente opressor sobre a população na defesa da elite nobre. Servindo como base para fortalecer e justificar o movimento revolucionário de 1905, mais tarde implodindo o regime e dando lugar ao governo socialista. Algo que parecia ser possível em um país industrializado europeu, notadamente Alemanha pós-guerra.
Se, somente se, se o governo russo do século XIX fosse mais aberto e seguisse as ideias comunas da Europa, não teria revolução, URSS e medo do Bolchevismo. O mundo seria muito, mais muito diferente.
Realmente os russos foram exemplos de conservadores em uma visão bem deturpada.
Apoia a Rússia e Putin para atacar os "comunistas islâmicos gayzistas" que tomaram o país. Além de atacar os direitos humanos, conceito de liberdade individual que consistem na base do mundo ocidental.
A Rússia do século XIX era um país monarca, autoritário, semi-feudal e extremamente opressor sobre a população na defesa da elite nobre. Servindo como base para fortalecer e justificar o movimento revolucionário de 1905, mais tarde implodindo o regime e dando lugar ao governo socialista. Algo que parecia ser possível em um país industrializado europeu, notadamente Alemanha pós-guerra.
Se, somente se, se o governo russo do século XIX fosse mais aberto e seguisse as ideias comunas da Europa, não teria revolução, URSS e medo do Bolchevismo. O mundo seria muito, mais muito diferente.
Realmente os russos foram exemplos de conservadores em uma visão bem deturpada.
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Re: RÚSSIA
É uma questão perturbadora ...
Ou seja:
O total falhanço do sistema comunista ocorre porque o comunismo é uma porcaria, ou porque a Russia deturpou de tal forma as ideias, que elas se transformaram em sinónimo de terror e repressão... ?
Ou seja:
O total falhanço do sistema comunista ocorre porque o comunismo é uma porcaria, ou porque a Russia deturpou de tal forma as ideias, que elas se transformaram em sinónimo de terror e repressão... ?
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Re: RÚSSIA
Angela Merkel, a mulher da hora.
Dorrit Harazim, O Globo - 9 de março de 2014.
Para quem acompanha em sobressalto o agravamento do conflito na Ucrânia e seus sombrios desdobramentos geopolítico-militares, um consolo: poderia ser pior. Até 1991, quando se tornou independente da União Soviética, a Ucrânia tinha estocado em seu território o terceiro maior arsenal nuclear do mundo.
Muitas dessas armas estavam armazenadas justamente na Península da Crimeia. Vale lembrar que o desastre nuclear de Chernobyl, de 1986, ocorreu a menos de cem quilômetros de Kiev, berço das manifestações populares de novembro que desembocaram no confronto atual.
O cenário de agora também só não é mais crítico porque entre os negociadores das várias potências envolvidas no embate com a Rússia de Vladimir Putin há, felizmente, um estadista. Ou melhor, uma estadista.
Em meio à dezena de líderes mundiais convocados pelas circunstâncias a se posicionar diante da crise e a dimensionar suas sequelas, apenas a chanceler alemã Angela Merkel tem a estatura e a visão de História adequadas ao momento.
É a única a entender o que diz Putin, no sentido concreto e figurado — não apenas porque ambos falam fluentemente alemão e russo, podendo dispensar intérpretes, mas porque ambos têm a vida pessoal e a carreira política marcadas pela mesma fatia da história europeia da era soviética. Não importa que a vivência de cada um tenha sido em lados opostos.
Em seus nove anos como chanceler, Merkel aprendeu a conhecer o homem que serviu como oficial do KGB no país comunista onde ela cresceu, e que desde 1999 manda na Rússia, ora como presidente, ora como primeiro-ministro. Putin, por seu lado, aprendeu a respeitar essa filha de pastor luterano ao longo dos inúmeros encontros que já tiveram.
Testou-a logo na visita de estreia da alemã recém-empossada a Moscou. Para perplexidade dos diplomatas da comitiva da chanceler, o anfitrião presenteou a visitante com um insólito cãozinho pequinês preso a uma coleira curtíssima — inofensivo para a maioria das pessoas, porém desconcertante para quem sofre de cinofobia. Desde que fora mordida por um cachorro na infância, Merkel tem um medo absoluto de qualquer tipo de canino.
Apesar de estreante na cena mundial, a chanceler também deixou sua marca. Levantou assuntos cabeludos que nenhum de seus antecessores abordara com Putin, como a ameaça aos direitos humanos na Rússia e a garantia de fornecimento de energia para a Europa através do gasoduto da Ucrânia, que já naquele ano de 2006 sofrera um primeiro solavanco. A alemã também recebera durante uma hora, oficialmente, representantes de entidades russas de direitos civis.
Passado um ano e mais alguns encontros secundários depois, os dois voltam a se reunir. Desta vez em Bocharov Ruchei, palácio de verão de Putin em Sochi. E quem adentrou o majestoso salão atapetado junto com o anfitrião, para recepcionar a convidada? Koni, o imenso Labrador preto que o presidente russo gosta de apresentar como membro da família. Apesar de Koni ser de uma raça notoriamente dócil, a visão deve ter sido absolutamente aterrorizante para Angela Merkel. Para Putin, mestre da “diplomacia psicológica" aprendida no KGB, deve ter sido um deleite.
Quando os fotógrafos entraram no salão para o registro oficial de imagens do encontro, Koni rondava a cadeira em que a chanceler se mantinha sentada. No semblante, um exercício de controle de pânico.
Mas Merkel não piscou. Talvez tenha ganho ali o respeito do homem cujas intenções finais, para além da crise na Ucrânia, o mundo todo gostaria de adivinhar. Até porque, como já ensinou George Kennan, o mais celebrado intelectual-diplomata do século XX, “dependemos muito mais das intenções do que da capacidade do adversário, uma vez que sua influência resulta num problema político e psicológico, não militar”.
Além de capitanear a multifacetada União Europeia para uma posição comum em relação aos desdobramentos contínuos em Kiev, Moscou e agora na Crimeia, Angela Merkel é, no momento, o canal diplomático mais valioso entre Vladimir Putin e Barack Obama. Talvez seja ela a única pessoa com capacidade para interpretar de forma confiável as intenções de cada um — e mandar os necessários sinais de alerta ao outro.
Há muito tempo as duas superpotências da Guerra Fria não tinham visões tão díspares de um mesmo conflito.
Meses atrás atrás, durante uma entrevista para a revista “New Yorker", o presidente Obama comentou que os tempos da Guerra Fria eram outros e que nos dias atuais ele sequer precisava de um George Kennan.
Considerando-se que justo neste momento de alta toxicidade diplomática os Estados Unidos sequer têm um embaixador em Moscou (o posto está vago há três meses), não só Obama como o país precisaria e muito da expertise de alguns dos grandes pensadores americanos do pós Segunda Guerra.
Kennan, como se sabe, concebeu a estratégia do containment — a contenção global do comunismo por meios políticos, diplomáticos e ações de espionagem — em seu posto de embaixador adjunto na União Soviética, em 1946.
Encerrada a Guerra Fria, alertou contra os riscos de uma expansão da OTAN em direção ao Leste europeu e contra qualquer iniciativa ocidental capaz de arranhar o orgulho da Rússia derrotada. Quando um assessor do então presidente Ronald Reagan lhe pediu conselho sobre como lidar com Mikhail Gorbachev, o novo chefe do Kremlin da era pós-soviética, Kennan ensinou que se tratava de um povo “em muitos aspectos inseguro que necessita de manifestações de respeito por seu prestígio".
Em 1994, aos 90 anos de idade (morreu com 101), referindo-se à política externa da Rússia, escreveu em seu diário que sete décadas de comunismo tinham distorcido uma grande civilização e que era necessário ter simpatia por “esse país tragicamente ferido e espiritualmente diminuído” para compreender seus movimentos erráticos no cenário internacional.
Angela Merkel assinaria embaixo. Putin talvez também.
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Dorrit Harazim é jornalista.
Dorrit Harazim, O Globo - 9 de março de 2014.
Para quem acompanha em sobressalto o agravamento do conflito na Ucrânia e seus sombrios desdobramentos geopolítico-militares, um consolo: poderia ser pior. Até 1991, quando se tornou independente da União Soviética, a Ucrânia tinha estocado em seu território o terceiro maior arsenal nuclear do mundo.
Muitas dessas armas estavam armazenadas justamente na Península da Crimeia. Vale lembrar que o desastre nuclear de Chernobyl, de 1986, ocorreu a menos de cem quilômetros de Kiev, berço das manifestações populares de novembro que desembocaram no confronto atual.
O cenário de agora também só não é mais crítico porque entre os negociadores das várias potências envolvidas no embate com a Rússia de Vladimir Putin há, felizmente, um estadista. Ou melhor, uma estadista.
Em meio à dezena de líderes mundiais convocados pelas circunstâncias a se posicionar diante da crise e a dimensionar suas sequelas, apenas a chanceler alemã Angela Merkel tem a estatura e a visão de História adequadas ao momento.
É a única a entender o que diz Putin, no sentido concreto e figurado — não apenas porque ambos falam fluentemente alemão e russo, podendo dispensar intérpretes, mas porque ambos têm a vida pessoal e a carreira política marcadas pela mesma fatia da história europeia da era soviética. Não importa que a vivência de cada um tenha sido em lados opostos.
Em seus nove anos como chanceler, Merkel aprendeu a conhecer o homem que serviu como oficial do KGB no país comunista onde ela cresceu, e que desde 1999 manda na Rússia, ora como presidente, ora como primeiro-ministro. Putin, por seu lado, aprendeu a respeitar essa filha de pastor luterano ao longo dos inúmeros encontros que já tiveram.
Testou-a logo na visita de estreia da alemã recém-empossada a Moscou. Para perplexidade dos diplomatas da comitiva da chanceler, o anfitrião presenteou a visitante com um insólito cãozinho pequinês preso a uma coleira curtíssima — inofensivo para a maioria das pessoas, porém desconcertante para quem sofre de cinofobia. Desde que fora mordida por um cachorro na infância, Merkel tem um medo absoluto de qualquer tipo de canino.
Apesar de estreante na cena mundial, a chanceler também deixou sua marca. Levantou assuntos cabeludos que nenhum de seus antecessores abordara com Putin, como a ameaça aos direitos humanos na Rússia e a garantia de fornecimento de energia para a Europa através do gasoduto da Ucrânia, que já naquele ano de 2006 sofrera um primeiro solavanco. A alemã também recebera durante uma hora, oficialmente, representantes de entidades russas de direitos civis.
Passado um ano e mais alguns encontros secundários depois, os dois voltam a se reunir. Desta vez em Bocharov Ruchei, palácio de verão de Putin em Sochi. E quem adentrou o majestoso salão atapetado junto com o anfitrião, para recepcionar a convidada? Koni, o imenso Labrador preto que o presidente russo gosta de apresentar como membro da família. Apesar de Koni ser de uma raça notoriamente dócil, a visão deve ter sido absolutamente aterrorizante para Angela Merkel. Para Putin, mestre da “diplomacia psicológica" aprendida no KGB, deve ter sido um deleite.
Quando os fotógrafos entraram no salão para o registro oficial de imagens do encontro, Koni rondava a cadeira em que a chanceler se mantinha sentada. No semblante, um exercício de controle de pânico.
Mas Merkel não piscou. Talvez tenha ganho ali o respeito do homem cujas intenções finais, para além da crise na Ucrânia, o mundo todo gostaria de adivinhar. Até porque, como já ensinou George Kennan, o mais celebrado intelectual-diplomata do século XX, “dependemos muito mais das intenções do que da capacidade do adversário, uma vez que sua influência resulta num problema político e psicológico, não militar”.
Além de capitanear a multifacetada União Europeia para uma posição comum em relação aos desdobramentos contínuos em Kiev, Moscou e agora na Crimeia, Angela Merkel é, no momento, o canal diplomático mais valioso entre Vladimir Putin e Barack Obama. Talvez seja ela a única pessoa com capacidade para interpretar de forma confiável as intenções de cada um — e mandar os necessários sinais de alerta ao outro.
Há muito tempo as duas superpotências da Guerra Fria não tinham visões tão díspares de um mesmo conflito.
Meses atrás atrás, durante uma entrevista para a revista “New Yorker", o presidente Obama comentou que os tempos da Guerra Fria eram outros e que nos dias atuais ele sequer precisava de um George Kennan.
Considerando-se que justo neste momento de alta toxicidade diplomática os Estados Unidos sequer têm um embaixador em Moscou (o posto está vago há três meses), não só Obama como o país precisaria e muito da expertise de alguns dos grandes pensadores americanos do pós Segunda Guerra.
Kennan, como se sabe, concebeu a estratégia do containment — a contenção global do comunismo por meios políticos, diplomáticos e ações de espionagem — em seu posto de embaixador adjunto na União Soviética, em 1946.
Encerrada a Guerra Fria, alertou contra os riscos de uma expansão da OTAN em direção ao Leste europeu e contra qualquer iniciativa ocidental capaz de arranhar o orgulho da Rússia derrotada. Quando um assessor do então presidente Ronald Reagan lhe pediu conselho sobre como lidar com Mikhail Gorbachev, o novo chefe do Kremlin da era pós-soviética, Kennan ensinou que se tratava de um povo “em muitos aspectos inseguro que necessita de manifestações de respeito por seu prestígio".
Em 1994, aos 90 anos de idade (morreu com 101), referindo-se à política externa da Rússia, escreveu em seu diário que sete décadas de comunismo tinham distorcido uma grande civilização e que era necessário ter simpatia por “esse país tragicamente ferido e espiritualmente diminuído” para compreender seus movimentos erráticos no cenário internacional.
Angela Merkel assinaria embaixo. Putin talvez também.
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Dorrit Harazim é jornalista.