Mas vamos lembrar também que a MB/CFN raciocina hoje na mesma direção do USMC em termos de operações anfíbias, o que significa que estas estão se tornando muito mais operações aéreas-anfíbias a partir do extenso emprego de helos embarcados, do que própria e exclusivamente anfíbias.
Os clássicos desembarques à viva força nas praias estão cada vez mais virando coisa do passado. Na verdade, estão quase que se tornando protocolares, apesar, evidentemente, de nenhum corpo de fuzileiros pelo mundo aí afora deixar de treinar ou refutar o seu emprego mas básico, que é o desembarque anfíbio.
Neste sentido, a MB trabalha para que no futuro tenhamos também esta capacidade desenvolvida e encorpada ao CFN, sem deixar de lado, é claro, a competência indispensável para as práticas de um desembarque anfíbio.
Em todo caso, os futuros NPM, NaApLog e os NaTrAp planejados originalmente no PAEMB, e agora os novos NDD's, deverão dispor da hoje indissociável combinação helo-navio, de forma a proporcionar-nos tal capacidade de avanço para e além litoral, deixando assim os meios mec/mtz para desembarque o mais longe possível das praias, e de suas prováveis defesas.
A MB planeja a compra de 66 helos na categoria dos UH-15. Isto, salvo engano, para dotar-se os 4 NPM previstos em undes existentes e a serem criadas. Se levarmos em conta que a classe Mistral, que seria em tese a preferida da MB para o NPM nacional, dispõe de hangar capaz de receber até 16 destes helos médios, temos demanda para 64 helos, fora as undes que serão criadas e dotadas nas regiões norte e centro-oeste para receber estes helos. E também, sem contar os demais navios do PAEMB, que com certeza deverão receber helos embarcados para apoiar as suas operações. Só aí já se percebe que o número inicialmente aventado naquele plano demonstra ser bastante conservador, apesar de "nunca antes na história desse país" a MB jamais ter chegado sequer perto de possuir e dispor de 1/10 de tal quantidade em helos nesta categoria, o que por si só já seria uma verdadeira revolução estrutural e operacional para nós.
Imaginas agora se a MB tivesse tido a oportunidade de comprar o JSS Karel Doorman como NaApLog, e sua capacidade de hangaragem de até 6 helos médios, ou 2 helos pesados


Com um o que não seria, pensas agora como estaríamos com 5 destes.

Seriam, no mínimo, tecnicamente falando, mais 45 helos na classe do UH-15 adicionais só para eles, ou melhor ainda, entre 15 e 20 helos pesados na classe do CH-47 Chinook, que nunca nem em sonhos a MB chegou a pensar em dispor

Como podes ver, os números do PAEMB quanto ao PROANF, e seus meios aéreos, são bem conservadores, apesar de nem de longe serem os ideais para a íntegra cobertura de nossas reais necessidades no campo militar naval e aeronaval.
Mas já são um bom começo. E tudo neste mundo precisa de um (bom) começo. Comecemos então...

abs.