Crise Econômica Mundial

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Sterrius
Sênior
Sênior
Mensagens: 5140
Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
Agradeceu: 115 vezes
Agradeceram: 323 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5806 Mensagem por Sterrius » Dom Out 06, 2013 5:26 pm

então não estou tão louco quanto pensava.
Apenas questão de teoria vs pratica. 8-]

vlw a elucidação.




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5807 Mensagem por Bourne » Dom Out 06, 2013 5:30 pm

Na verdade é questão de teoria aprimorada que se aproxima do mundo real. A teoria bruta serve para começar discussão, apenas.

Por exemplo, na imprensa golpista, é frequentemente colocado de alta carga tributária e subsídios são ruins. O que não é verdade provado na teoria e empiricamente. Por que implicam em elementos que dão vantagens que não se teria com um baixa carga tributária. É o caso do transporte público de graça ou fortemente subsidiado. Para o funcionamento da cidade é ótimo, creia eficiência ao dar melhor circulação com a maior infraestrutura urbana, deixando todos em uma situação melhor do que estariam se fosse cobrado o custo do transporte sem subsidio. No caso mais geral de eficiência e benefícios, estão na Alemanha e países nórdicos que são altamente competitivos com elevado bem estar, mesmo com elevada carga tributária.




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 7264
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 133 vezes
Agradeceram: 429 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5808 Mensagem por akivrx78 » Ter Out 08, 2013 6:58 am

Dívida aumenta mais em Brasil e China

Segunda, 07 Outubro 2013 09:13

A China e o Brasil são os emergentes que mais aumentaram seu endividamento desde o início da crise global em 2007, revela levantamento do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os maiores bancos do mundo.

Pequim lidera o aumento de dívida total (governo, famílias, empresas não financeiras), que atingiu cerca de 200% do PIB no primeiro trimestre deste ano, ante 138% no começo de 2007. O Brasil vem em seguida, com débito total de 140% do PIB, numa alta de 34 pontos percentuais no período.

Entre dez grandes emergentes, a dívida pulou de 105% do PIB no começo de 2007 para 136% no primeiro trimestre de 2013.

Para o IIF, embora o fenômeno possa ser visto em parte como expansão do setor financeiro, o fato é que maior endividamento não significa necessariamente maior crescimento econômico.

"Na verdade, alto endividamento aumenta a fragilidade dos agentes econômicos, particularmente famílias e empresas, a choques negativos como subidas inesperadas nas taxas de juros globalmente", diz em relatório enviado a seus sócios.

Em contraste com várias economias desenvolvidas que reduziram a acumulação de dividas desde 2008, nos emergentes houve uma aceleração na tomada de créditos. O nível de divida dos governos manteve-se estável, enquanto no setor privado aumentou fortemente.

O Brasil destaca-se nos dois lados. Hoje, o país tem a maior dívida pública em relação ao PIB, entre os emergentes, chegando a 68%. A India vem em seguida com 67%, a Polônia com 55% e a China com 22%.

Ao mesmo, o endividamento de empresas não financeiras brasileiras quase dobrou, de 24,8% do PIB em 2007 para 44,7% em fim de março deste ano. Foi a maior alta entre os principais emergentes. Mas a maior acumulação é na China, com o débito das empresas representando 145% do PIB.

No Brasil, as famílias contraíram dívidas que chegam a 27,4% do PIB, o quarto maior percentual, superado pela Africa do Sul (40,7%), Polônia (35%) e China (32%). A alta nos preços do setor imobiliário e robusto crescimento do crédito tiveram papel importante no endividamento das famílias.

Os níveis de débito dos emergentes em todo caso continuam inferiores aos das economias desenvolvidas.

Mas para o Rabobank, da Holanda, a dívida da China, particularmente, alcança um nível suficientemente "assustador" para se questionar se é possível, ou mesmo desejável, que seu crescimento econômico seja mantido em pelo menos 7,5% ao ano, como quer o governo.

O banco afasta o risco de crise da dívida "no momento", mas vê nas cifras uma "forte indicação". Avalia que, se não houver uma mudança de direção, "algum tipo de crise de dívida pode ocorrer nos próximos dois ou três anos", embora o governo central tenha enorme poder para combater essa ameaça.

O estudo nota que a economia chinesa quase triplicou entre o fim de 2005 e o primeiro semestre deste ano, enquanto a divida total (incluindo todos os níveis de governo, empresas, famílias e setor financeiro) aumentou seis vezes e passou de US$ 4,2 trilhões para US$ 25,3 trilhões. Isso representa 285% do PIB ante 185% no fim de 2005, incluindo o setor financeiro.

O banco comparou a alta de endividamento entre grandes economias desde o fim de 2007 em termos de Poder de Paridade de Compra (PPC), que permite uma comparação fácil e reconhece que um dólar pode comprar mais em alguns lugares do que em outros.

Nessa base, o Rabobank ilustra o recente papel da China como motor global do crédito: Pequim injetou a enorme soma de US$ 23,8 trilhões (em termos de PPC) em crédito na sua economia em apenas cinco anos e meio - cifra sem comparação com o que todas as outras economias, desenvolvidas ou emergentes, tiveram no mesmo período.

Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira | De Genebra

http://portosenavios.com.br/geral/21013 ... il-e-china




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 7264
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 133 vezes
Agradeceram: 429 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5809 Mensagem por akivrx78 » Ter Out 08, 2013 7:05 am

China tenta garantir controle de banco dos Brics

Segunda, 07 Outubro 2013 09:19

Os países dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - se reúnem nesta semana em Washington para tentar acelerar a criação de seu banco de desenvolvimento, em meio a tentativas da China de garantir o controle da futura instituição. O Valor apurou que Pequim quer colocar maior fatia no capital inicial de US$ 50 bilhões do banco para garantir mais poder decisório. Já o Brasil defende que os países aportem somas iguais de US$ 10 bilhões cada um.

A China defende sua posição com dois argumentos. Primeiro, como segunda maior economia do mundo, diz que os Brics precisam levar em conta o tamanho de cada economia na repartição do capital do chamado Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Segundo, alega que sua maior participação acionária dará rating de crédito mais alto ao futuro banco no mercado internacional, podendo captar dinheiro mais barato.

Com US$ 3,5 trilhões de reservas internacionais, a China tem a melhor classificação de risco entre os Brics, 'AA-', o que significa alta qualidade, ante 'BBB' para o Brasil, Rússia e África do Sul e 'BBB-' no caso da Índia, que é média qualidade.

Não só o Brasil resiste à proposta. A Índia tampouco parece simpática à ideia de controle chinês. Já a Africa do Sul, a que tem menos poder de fogo financeiro, está mais interessada em obter a sede da instituição.

Além disso, a Africa do Sul poderá ser um dos principais beneficiários dos empréstimos que o banco vai fornecer na Africa para projetos de desenvolvimento.

O certo é que, no caso do fundo de reserva comum de US$ 100 bilhões anunciado pelos Brics, a China entrará com quase metade, ou seja, US$ 41 bilhões. O Brasil, a Rússia e a Índia entrarão com US$ 18 bilhões cada e a Africa do Sul, com US$ 5 bilhões.

Nessa terça-feira, em Washington, os Brics vão anunciar mais avanços em vários textos importantes para a criação do banco, empurrando para mais tarde como resolver a divergência sobre a gestão do estabelecimento.

Uma fonte da Rússia, país que nunca mostrou muita simpatia pela criação do NBD, parece duvidar da possibilidade de criação formal do banco na cúpula de março em Fortaleza, como planeja o Palácio do Planalto.

Os Brics voltarão a cobrar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) acelere reformas para lhes assegurar maior poder de decisão, como acertado há anos. O problema é que o Congresso americano não ratificou até agora a primeira reforma de cotas da entidade. E na crise sobre o orçamento nos EUA, a reforma do FMI parece ser uma preocupação menor para congressistas.
Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira | De Genebra

http://portosenavios.com.br/geral/21019 ... -dos-brics




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5810 Mensagem por Bourne » Ter Out 08, 2013 8:19 am

Tão cedo e já deu treta.

Esperado devido aos BRICs não serem um bloco e estarem terem grandes conflitos políticos e econômicos, especialmente pelos lados da Ásia. O mais neutro e fora de problemas diretos é o Brasil, distante dos pontos quentes e enfrentamentos diretos.




Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 56171
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 3021 vezes
Agradeceram: 2720 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5811 Mensagem por P44 » Qui Out 10, 2013 3:56 pm

Resposta da Europa à crise foi "agravá-la"

"Enquanto outros continentes têm conseguido reduzir a pobreza, a Europa agravou-a" refere a Cruz Vermelha, num relatório com dados e críticas demolidoras.

Alexandre Costa
19:25 Quinta feira, 10 de outubro de 2013 Última atualização há 22 minutos

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/resposta-da-eur ... z2hLZ8oGtO




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5812 Mensagem por Bourne » Sex Out 11, 2013 7:18 pm

Se reclamavam do Ben Bernanke, agora a imprensa golpista vai ao delírio. Esqueci, não estamos falando do ambiente brasileiro, lá ao norte a coisa é bem diferente.

Dizem que no passado a yellen não foi aprovada na avaliação para efetivação como pesquisadora de uma grande universidade americana. O motiva que ela tinha ideias avançadas demais para os anos 1960 e 1970s, devem ser um bom um sinal. Com o tempo se provou que ela estava mas correta do que seus avaliadores. A demissão foi de Harvard nos anos 1970s, valeu a pena. :lol:


Em vermelho a diferença do FED para oi resto do mundo. Inclusive Brasil.
Janet Yellen sinaliza continuidade da política monetária no Fed

Fonte: http://www.dw.de/janet-yellen-sinaliza- ... a-17150479

Ela será a primeira mulher a assumir a presidência do banco central mais poderoso do mundo. Atual vice do Fed, Yellen não deverá promover logo mudanças nos rumos da política monetária dos EUA.

Para os mercados financeiros, ser chefe do banco central americano, o Federal Reserve, é possivelmente o cargo mais importante que existte. É o Fed que estipula a taxa de juros do dólar, e codetermina de forma decisiva quanto dinheiro está disponível nos mercados. Trata-se, portanto, de um cargo de grande poder – e de responsabilidade ainda maior.

A economista Janet Yellen deverá em breve se tornar a primeira mulher a assumir a presidência do Fed, nos quase 100 anos de história da instituição.

A indicação de seu nome levou alguns jornalistas a exaltar a nova força feminina no mundo financeiro. A agência de notícias DPA efiniu Yellen, a presidente do FMI, Christine Lagarde, e a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, como "três mulheres que movem mercados".

Isso até pode ser verdade, mas não é relevante. Afinal, há mais de três anos Yellen é vice-presidente do Fed e, consequentemente, principal representante da política do atual presidente, Ben Bernanke.
Mais do mesmo

Ben Bernanke, atual presidente da Federal Reserve

"A sra. Yellen claramente apoia a política monetária que o Fed vem promovendo há alguns anos", afirma Nils Jannsen, analista da conjuntura econômica americana no Instituto de Economia Mundial da Universidade de Kiel. "Portanto, ela é por uma política monetária bastante expansiva, focada principalmente no desenvolvimento do mercado de trabalho."

No jargão dos mercados financeiros, quem confere importância especial ao combate ao desemprego é chamado de "pomba". Já quem se dedica à luta contra a inflação, é um "falcão". Essas denominações independem do gênero masculino ou feminino. Ben Bernake também é uma "pomba".

Em contraste com o antigo Bundesbank– que vigiava a estabilidade do marco alemão – e o Banco Central Europeu, o Fed não está comprometido apenas com a estabilidade da moeda. "O Fed cumpre um duplo mandato", explica Diemar Rieg, diretor executivo da Câmara de Comércio Alemanha-Estados Unidos, em Nova York. "Ele deve cuidar tanto da estabilidade dos preços quanto do pleno emprego." Uma vez que, com 7,3%, a taxa de desemprego anda relativamente alta para os EUA, Rieg não conta que o Fed vá mudar sua política monetária "num futuro próximo".
Onde pombas e falcões se encontram


De qualquer modo, a política monetária do banco central americano não é definida pelo presidente da instituição, mas pelos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), formado por sete governadores do Fed e cinco presidentes de suas sucursais regionais. São eles que decidem o valor dos juros e decidem sobre ações como a compra de títulos em massa, para abastecer o mercado com capital.

Na qualidade de vice-presidente do Fed e, anteriormente, de presidente da sede regional da instituição em San Francisco, Janet Yellen é, desde 2009, membro votante do FOMC, onde, lado a lado com muitos "pombos", sentam alguns "falcões". Estes desejam abandonar o mais rápido possível a política do dinheiro barato.

"As vozes críticas se multiplicam no Comitê de Mercado Aberto", explica Nils Janssen. "Entretanto, a indicação de Janet Yellen é um claro sinal de que a saída [da política de dinheiro barato] não deverá ocorrer tão cedo."

Política de empregos é o maior objetivo

Assim, a boa recepção dos mercados à indicação de Yellen não chega a ser surpreendente. Afinal, o capital a baixos juros anima as cotações das bolsas de valores. Mas também é certo que, caso se torne chefe do Fed, a certa altura ela terá que promover a mudança da política monetária, antecipa Gertrud Traud, economista-chefe do Helaba, banco estadual de Hessen-Turíngia. "Yellen tenderá a trilhar esse caminho de forma bastante cautelosa, para se assegurar que a conjuntura e a criação de empregos não sejam sufocadas."

O Senado americano, onde o Partido Democrata possui ampla maioria, deverá aprovar sem sobressaltos a indicação de Yellen pelo presidente Barack Obama. Aqui, o resultado parece seguro, ao contrário da Casa dos Representantes.

Não há dúvidas sobre a capacidade profissional de Yellen. Antes de ser vice do Fed, a economista de 67 anos lecionou em diversas universidades de prestígio nos EUA, foi consultora do presidente Bill Clinton e presidiu o Fed em San Francisco. E é bem possível até que, após cada dia de trabalho, ela siga discutindo sobre questões econômicas, pois é casada com George Akerlof, Prêmio Nobel de Economia de 2001.
Janet L. Yellen

Fonte: http://www.federalreserve.gov/aboutthef ... yellen.htm

Photo of Vice Chair Janet L. Yellen

Janet L. Yellen took office as Vice Chair of the Board of Governors of the Federal Reserve System on October 4, 2010, for a four-year term ending October 4, 2014. Dr. Yellen simultaneously began a 14-year term as a member of the Board that will expire January 31, 2024.

Prior to her appointment as Vice Chair, Dr. Yellen served as President and Chief Executive Officer of the Twelfth District Federal Reserve Bank, at San Francisco.

Dr. Yellen is Professor Emeritus at the University of California at Berkeley where she was the Eugene E. and Catherine M. Trefethen Professor of Business and Professor of Economics and has been a faculty member since 1980.

Dr. Yellen took leave from Berkeley for five years starting August 1994. She served as a member of the Board of Governors of the Federal Reserve System through February 1997, and then left the Federal Reserve to become chair of the Council of Economic Advisers through August 1999. She also chaired the Economic Policy Committee of the Organization for Economic Cooperation and Development from 1997 to 1999.

Dr. Yellen is a member of both the Council on Foreign Relations and the American Academy of Arts and Sciences. She has served as President of the Western Economic Association, Vice President of the American Economic Association and a Fellow of the Yale Corporation.

Dr. Yellen graduated summa cum laude from Brown University with a degree in economics in 1967, and received her Ph.D. in Economics from Yale University in 1971. She received the Wilbur Cross Medal from Yale in 1997, an honorary doctor of laws degree from Brown in 1998, and an honorary doctor of humane letters from Bard College in 2000.

An Assistant Professor at Harvard University from 1971 to 1976, Dr. Yellen served as an Economist with the Federal Reserve's Board of Governors in 1977 and 1978, and on the faculty of the London School of Economics and Political Science from 1978 to 1980.

Dr. Yellen has written on a wide variety of macroeconomic issues, while specializing in the causes, mechanisms, and implications of unemployment.

Dr. Yellen is married and has an adult son.




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5813 Mensagem por Bourne » Seg Out 14, 2013 5:22 am

OCTOBER 13, 2013, 9:06 PM
Inequality Is a Choice

Fonte: http://opinionator.blogs.nytimes.com/20 ... nted=print

By JOSEPH E. STIGLITZ

It’s well known by now that income and wealth inequality in most rich countries, especially the United States, have soared in recent decades and, tragically, worsened even more since the Great Recession. But what about the rest of the world? Is the gap between countries narrowing, as rising economic powers like China and India have lifted hundreds of millions of people from poverty? And within poor and middle-income countries, is inequality getting worse or better? Are we moving toward a more fair world, or a more unjust one?

These are complex questions, and new research by a World Bank economist named Branko Milanovic, along with other scholars, points the way to some answers.

Starting in the 18th century, the industrial revolution produced giant wealth for Europe and North America. Of course, inequality within these countries was appalling — think of the textile mills of Liverpool and Manchester, England, in the 1820s, and the tenements of the Lower East Side of Manhattan and the South Side of Chicago in the 1890s — but the gap between the rich and the rest, as a global phenomenon, widened even more, right up through about World War II. To this day, inequality between countries is far greater than inequality within countries.

But starting around the fall of Communism in the late 1980s, economic globalization accelerated and the gap between nations began to shrink. The period from 1988 to 2008 “might have witnessed the first decline in global inequality between world citizens since the Industrial Revolution,” Mr. Milanovic, who was born in the former Yugoslavia and is the author of “The Haves and the Have-Nots: A Brief and Idiosyncratic History of Global Inequality,” wrote in a paper published last November. While the gap between some regions has markedly narrowed — namely, between Asia and the advanced economies of the West — huge gaps remain. Average global incomes, by country, have moved closer together over the last several decades, particularly on the strength of the growth of China and India. But overall equality across humanity, considered as individuals, has improved very little. (The Gini coefficient, a measurement of inequality, improved by just 1.4 points from 2002 to 2008.)

So while nations in Asia, the Middle East and Latin America, as a whole, might be catching up with the West, the poor everywhere are left behind, even in places like China where they’ve benefited somewhat from rising living standards.

From 1988 to 2008, Mr. Milanovic found, people in the world’s top 1 percent saw their incomes increase by 60 percent, while those in the bottom 5 percent had no change in their income. And while median incomes have greatly improved in recent decades, there are still enormous imbalances: 8 percent of humanity takes home 50 percent of global income; the top 1 percent alone takes home 15 percent. Income gains have been greatest among the global elite — financial and corporate executives in rich countries — and the great “emerging middle classes” of China, India, Indonesia and Brazil. Who lost out? Africans, some Latin Americans, and people in post-Communist Eastern Europe and the former Soviet Union, Mr. Milanovic found.

The United States provides a particularly grim example for the world. And because, in so many ways, America often “leads the world,” if others follow America’s example, it does not portend well for the future.

On the one hand, widening income and wealth inequality in America is part of a trend seen across the Western world. A 2011 study by the Organization for Economic Cooperation and Development found that income inequality first started to rise in the late ’70s and early ’80s in America and Britain (and also in Israel). The trend became more widespread starting in the late ’80s. Within the last decade, income inequality grew even in traditionally egalitarian countries like Germany, Sweden and Denmark. With a few exceptions — France, Japan, Spain — the top 10 percent of earners in most advanced economies raced ahead, while the bottom 10 percent fell further behind.

But the trend was not universal, or inevitable. Over these same years, countries like Chile, Mexico, Greece, Turkey and Hungary managed to reduce (in some cases very high) income inequality significantly, suggesting that inequality is a product of political and not merely macroeconomic forces. It is not true that inequality is an inevitable byproduct of globalization, the free movement of labor, capital, goods and services, and technological change that favors better-skilled and better-educated employees.

Of the advanced economies, America has some of the worst disparities in incomes and opportunities, with devastating macroeconomic consequences. The gross domestic product of the United States has more than quadrupled in the last 40 years and nearly doubled in the last 25, but as is now well known, the benefits have gone to the top — and increasingly to the very, very top.

Last year, the top 1 percent of Americans took home 22 percent of the nation’s income; the top 0.1 percent, 11 percent. Ninety-five percent of all income gains since 2009 have gone to the top 1 percent. Recently released census figures show that median income in America hasn’t budged in almost a quarter-century. The typical American man makes less than he did 45 years ago (after adjusting for inflation); men who graduated from high school but don’t have four-year college degrees make almost 40 percent less than they did four decades ago.

American inequality began its upswing 30 years ago, along with tax decreases for the rich and the easing of regulations on the financial sector. That’s no coincidence. It has worsened as we have under-invested in our infrastructure, education and health care systems, and social safety nets. Rising inequality reinforces itself by corroding our political system and our democratic governance.

And Europe seems all too eager to follow America’s bad example. The embrace of austerity, from Britain to Germany, is leading to high unemployment, falling wages and increasing inequality. Officials like Angela Merkel, the newly re-elected German chancellor, and Mario Draghi, president of the European Central Bank, argue that Europe’s problems are a result of a bloated welfare spending. But that line of thinking has only taken Europe into recession (and even depression). That things may have bottomed out — that the recession may be “officially” over — is little comfort to the 27 million out of a job in the E.U. On both sides of the Atlantic, the austerity fanatics say, march on: these are the bitter pills that we need to take to achieve prosperity. But prosperity for whom?

Excessive financialization — which helps explain Britain’s dubious status as the second-most-unequal country, after the United States, among the world’s most advanced economies — also helps explain the soaring inequality. In many countries, weak corporate governance and eroding social cohesion have led to increasing gaps between the pay of chief executives and that of ordinary workers — not yet approaching the 500-to-1 level for America’s biggest companies (as estimated by the International Labor Organization) but still greater than pre-recession levels. (Japan, which has curbed executive pay, is a notable exception.) American innovations in rent-seeking — enriching oneself not by making the size of the economic pie bigger but by manipulating the system to seize a larger slice — have gone global.

Asymmetric globalization has also exerted its toll around the globe. Mobile capital has demanded that workers make wage concessions and governments make tax concessions. The result is a race to the bottom. Wages and working conditions are being threatened. Pioneering firms like Apple, whose work relies on enormous advances in science and technology, many of them financed by government, have also shown great dexterity in avoiding taxes. They are willing to take, but not to give back.

Inequality and poverty among children are a special moral disgrace. They flout right-wing suggestions that poverty is a result of laziness and poor choices; children can’t choose their parents. In America, nearly one in four children lives in poverty; in Spain and Greece, about one in six; in Australia, Britain and Canada, more than one in 10. None of this is inevitable. Some countries have made the choice to create more equitable economies: South Korea, where a half-century ago just one in 10 people attained a college degree, today has one of the world’s highest university completion rates.

For these reasons, I see us entering a world divided not just between the haves and have-nots, but also between those countries that do nothing about it, and those that do. Some countries will be successful in creating shared prosperity — the only kind of prosperity that I believe is truly sustainable. Others will let inequality run amok. In these divided societies, the rich will hunker in gated communities, almost completely separated from the poor, whose lives will be almost unfathomable to them, and vice versa. I’ve visited societies that seem to have chosen this path. They are not places in which most of us would want to live, whether in their cloistered enclaves or their desperate shantytowns.




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 7264
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 133 vezes
Agradeceram: 429 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5814 Mensagem por akivrx78 » Sex Out 18, 2013 6:23 am

Um novo retrato da desigualdade global

A desigualdade nos EUA começou a crescer há 30 anos, impulsionada por reduções de impostos para os ricos e relaxamento das regulamentações do mercado financeiro. Não é coincidência. O fenómeno foi agravado devido a investimentos insuficientes em infraestrutura, educação e saúde, e em redes de seguridade social. E a Europa parece ansiosa para seguir o mau exemplo dos EUA.

Por Joseph Stiglitz
Artigo | 17 Outubro, 2013 - 23:37

Na última década, as desigualdades de rendimentos cresceram mesmo em países tradicionalmente mais igualitários, como Alemanha, Suécia e Dinamarca. Foto de Paulete Matos

Sabe-se perfeitamente hoje que as desigualdades de rendimento e riqueza na maior parte dos países ricos, e especialmente nos Estados Unidos, dispararam, nas últimas décadas e, de modo trágico, agravaram-se ainda mais desde a Grande Recessão. Mas e no resto do mundo? A distância entre os países está a reduzir-se, à medida que potências económicas como a China e Índia resgatam centenas de milhões de pessoas da pobreza? E no interior das nações pobres e de riqueza média, a desigualdade está a piorar ou a ser reduzida? Estamos a caminhar para um mundo mais igual ou mais injusto?

São questões complexas. Uma pesquisa de um economista do Banco Mundial de nome Branko Milanovic, junto com outros académicos, começou a apontar algumas respostas.

A partir do século 18, a revolução industrial produziu um aumento gigantesco da riqueza na Europa e América do Norte. É claro, a desigualdade nestes países era chocante. Pense nas indústrias têxteis de Liverpool e Manchester, na Inglaterra dos anos 1820, ou nas favelas do baixo Leste de Manhattan ou do Sul de Chicago, nos 1890. Mas o abismo entre os ricos e o resto, como um fenómeno global, alargou-se ainda mais até a II Guerra Mundial. Àquela época, a desigualdade entre os países era maior que a desigualdade no seu interior.

Mas depois da Guerra Fria, no final dos anos 1980, a globalização económica acelerou-se e a distância entre as nações começou a encolher. O período entre 1988 e 2008 “pode ter representado o primeiro declínio na desigualdade global entre cidadãos do mundo desde a Revolução Industrial”, diz Milanovic, que nasceu na antiga Jugoslávia. É o autor de Os que têm e os que não têm: uma história breve e idiossincrática da desigualdade global [sem edição em português], um texto publicado em novembro último. Embora a distância entre algumas regiões tenha diminuído notavelmente – em especial, entre a Ásia e as economias avançadas do Ocidente –, persistem grandes abismos. Os rendimentos globais, por país, aproximaram-se uns dos outros nas últimas décadas, particularmente devido à força do crescimento da China e da Índia. Mas a igualdade geral entre os seres humanos, considerados como indivíduos, melhorou muito pouco. O coeficiente de Gini, uma medida de desigualdade, melhorou apenas 1,4 pontos, entre 2002 e 2008.

Ou seja: embora nações da Ásia, do Médio Oriente e da América Latina, como um todo, possam estar a aproximar-se do Ocidente, os pobres são deixados para trás em toda parte – inclusive em países como a China, onde se beneficiaram de alguma forma da melhora dos padrões de vida. Entre 1988 e 2008, descobriu Milanovic, os rendimentos dos 1% mais ricos do planeta cresceram 60%, enquanto os 5% mais pobres não tiveram mudanças nos seus rendimentos. E embora os rendimentos médios tenham melhorado bastante, nas últimas décadas, há ainda enormes desequilíbrios: 8% da humanidade abocanham 50% do rendimento global; o 1% mais rico fica, sozinho, como 15%. Os ganhos de rendimentos foram maiores entre a elite global – executivos financeiros e corporativos nos países ricos – e entre as grandes “classes médias emergentes” da China, Índia, Indonésia e Brasil. Quem perdeu? Os africanos, alguns latino-americanos e gente na Europa Oriental pós-comunista e na antiga União Soviética, apurou Milanovic.

Os Estados Unidos oferecem um exemplo particularmente sombrio para o mundo. E como, de diversas maneiras, eles “lideram o mundo”, se outros seguirem o seu padrão não poderemos esperar por um futuro mais justo.

Por um lado, a ampliação das desigualdades de rendimentos e riqueza nos EUA é parte de uma tendência mundial. Um estudo de 2011, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), verificou que as desigualdades começaram a crescer no final dos anos 1970 e início dos 80, nos EUA e Grã-Bretanha (além de Israel). A tendência começou a espalhar-se pelo mundo no final dos anos 1980. Na última década, as desigualdades de rendimentos cresceram mesmo em países tradicionalmente mais igualitários, como Alemanha, Suécia e Dinamarca. Com algumas poucas exceções – França, Japão, Espanha – os 10% mais ricos, na maior parte das economias avançadas, dispararam, enquanto os 10% mais pobres ficaram para trás.

Mas a tendência não foi universal, nem inevitável. Nestes mesmos anos, países como Chile, México, Grécia, Turquia e Hungria conseguiram reduzir de modo significativo as desigualdades de rendimentos (em alguns casos, muito altas). Isso sugere que a desigualdade é um produto da política, e não apenas de forças macroeconómicas. Não tem amparo nos factos a ideia de que a desigualdade é um subproduto inevitável da globalização, do livre movimento de trabalho, capital, bens e serviços, ou das mudanças tecnológicas que favorecem os assalariados melhor formados ou capacitados.

Entre as economias avançadas, os EUA têm algumas das piores disparidades de rendimentos e oportunidades, com consequências macroeconómicas devastadoras. O Produto Interno Bruto (PIB) do país mais que quadruplicou, nos últimos quarenta anos, e quase dobrou nos últimos 25, mas, como se sabe agora, os benefícios concentraram-se no topo – e, cada vez mais, no topo do topo.

No ano passado, o 1% dos norte-americanos mais ricos apoderou-se de 22% do rendimento do país. O 0,1% mais rico, sozinho, abocanhou 11%. E 95% de todos os ganhos de rendimentos desde 2009 foram para o 1% mais rico. Estatísticas recentes demonstram que o rendimento mediano nos EUA não cresceu em quase um quarto de século. O homem norte-americano típico ganha menos do que ganhava há 45 anos, se considerada a inflação; homens que terminaram o ensino médio mas não completaram quatro anos de ensino superior recebem quase 40% menos do que há quatro décadas.

A desigualdade norte-americana começou a crescer há trinta anos, impulsionada por reduções de impostos para os ricos e relaxamento das regulamentações do mercado financeiro. Não é coincidência. O fenómeno foi agravado devido a investimentos insuficientes em infraestrutura, educação e saúde, e em redes de seguridade social. O aumento da desigualdade avança em espiral, ao corroer o sistema político e a governança democrática.

E a Europa parece ansiosa para seguir o mau exemplo dos EUA. A adesão a políticas de “austeridade”, da Grã-Bretanha à Alemanha, está a conduzir a desemprego alto, salários em queda e desigualdade crescente. Governantes como Angela Merkel, a chanceler alemã reeleita, e Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu, argumentam que os problemas europeus resultam de gastos exagerados com o estado de bem-estar social. Mas esta linha de raciocínio apenas mergulhou o continente em recessão (ou mesmo depressão). O facto de o processo ter atingido o fundo do poço (a recessão “oficial” pode ter terminado) oferece pouco conforto para os 27 milhões de desempregados na União Europeia. Em ambos os lados do Atlântico Norte, os fanáticos da “austeridade” dizem: “vamos em frente; são pílulas amargas de que precisamos para alcançar a prosperidade”. Mas prosperidade para quem?

A financeirização excessiva – que ajuda a explicar a condição britânica de segundo país mais desigual (depois dos EUA), entre as economias avançadas – também permite compreender os mecanismos da desigualdade. Em muitos países, controles débeis sobre as empresas e coesão social erodida produziram abismos crescentes entre os rendimentos dos executivos-chefes e dos trabalhadores comuns. Ainda não se chegou ao nível de 500 x 1, das maiores corporações norte-americanas (segundo estatísticas da Organização Internacional do Trabalho), mas a níveis bem mais alto que os de antes da recessão. O Japão, que reduziu os salários dos executivos, é uma exceção notável. As inovações norte-americanas em rent-seeking – enriquecer não por meio de um aumento do tamanho do bolo, mas manipulando o sistema para abocanhar uma fatia maior – tornaram-se globais.

A globalização assimétrica produziu efeitos em todo o mundo. A mobilidade do capital obrigou os trabalhadores a fazer concessões salariais, e os governos a oferecer benefícios fiscais. O resultado é uma corrida para baixo. Os salários e condições de trabalho estão sob ameaça. Empresas pioneiras, como a Apple, cuja atividade baseia-se em grandes avanços científicos e tecnológicos (muitos dos quais, financiados pelos governos) também mostraram grande destreza em evitar impostos. Apropriam-se do esforço coletivo, mas não dão nada em retorno.

A desigualdade e pobreza entre as crianças é um desastre moral mais chocante. Elas desmentem as hipóteses da direita, segundo as quais a pobreza resulta de preguiça e escolhas erradas: as crianças não podem escolher os seus pais. Nos EUA, uma em cada quatro crianças vive na pobreza; na Espanha e Grécia, uma em cada seis; na Austrália, Grã-Bretanha e Canadá, mais de uma em cada dez. Nada disso é inevitável. Alguns países optaram por criar economias menos desiguais: a Coreia do Sul, onde há meio século apenas uma em cada dez pessoas chegava à universidade, tem hoje um dos índices mais altos de acesso ao ensino superior.

Por todas estas razões, penso que estamos a caminhar para um mundo dividido não apenas entre os que têm e os que não têm. Alguns países terão sucesso ao criar prosperidade compartilhada – a única que, a meu ver, é verdadeiramente sustentável. Outros, deixaram a desigualdade correr solta. Nestas sociedades divididas, os ricos irão encastelar-se em bairros murados, quase completamente separados dos pobres, cujas vidas serão quase insondáveis para eles – e vice-versa. Visitei sociedades que parecem ter escolhido este padrão. Não são lugares em que a maior parte de nós gostaria de viver – seja nos enclaves enclausurados, seja nas favelas em desespero.

Publicado no blog The Great Divide, do New York Times

http://www.esquerda.net/artigo/um-novo- ... obal/29903




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5815 Mensagem por Bourne » Sex Out 18, 2013 7:18 am

O leitor menos informado vai pensar que o Stiglitz é um perigoso socialista proveniente do leste europeu. :lol:

O Stiglitz está recobrando a tradição de incendiários dos economistas americanos do pré-guerra, muito presente nas resistência contra as elites conservadoras e anti-comunistas nos anos 1940s e 1950s. O motivo é que a origem da formação dos economistas americanos vem da Alemanha do século XIX que enfatizava o bem estar-social, a nação e igualdade como fundamental para qualquer política econômica.

Uma das histórias de perseguição é de Samuelson que após o PhD em Harvard foi acusado de comunista, sendo convidado a se retirar e exilado no MIT para ensinar engenheiros a importância da economia. Mesmo lá e bem relacionado sofria pressões sobre a publicação de artigos e ideias relacionadas a qualquer transformação social que supostamente fossem contra as liberdades da América. Não foi o único e tiveram muitos outros casos. isso são anos 1940s, 1950 e muitos desses caras eram brilhantes e ainda estão vivos.

Com o tempo muita coisa mudou no sistema educacional e de ciência norte-americana. Porém muitos dos resultados técnicos de economia dão resultados que não são simpáticos ao grupo político conservador, mesmo que o autor não seja nenhum revolucionário. Esse é um dos motivos que é muito complicado ligar conservadorismo político com ortodoxia econômica ou esquerda com heterodoxia. Por exemplo, hoje tem uma penca de trabalhos sobre educação e pobreza com base ortodoxa, a saída comum é tem que investir mais em educação com dinheiro público.

E por na periferia como Brasil a concepção é inversa? Acredito que por dois motivos. O primeiro que os economistas são os caras dos ajustes recessivos em tempos de crise muito comuns em países em desenvolvimento. O segundo a imprensa vende a imagem que o economista é um ser conservador e tudo é livre mercado. Além de não ter uma inserção social como na Alemanha e EUA em que possuem funções importantes de planejamento e fornecimento de posições técnicas para empresas privadas, governos e fundações com uma ampla gama de atividades.




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5816 Mensagem por Bourne » Qua Out 23, 2013 2:45 pm

Lembram da mulé: Mariana Mazzucato?

A Globo foi entrevistá-la. :o
Economista fala sobre importância do Estado para inovação e dinamismo da economia

Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/milenio/ ... a/2903868/




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5817 Mensagem por Bourne » Qua Out 30, 2013 1:31 pm

Cansei das distorções do Rodrigo Constantino e outros picaretas que se autodenominam seguidores da economia austríaca.

Então, abaixo o resumo e livro completo de um economista heterodoxo austríaco de verdade. Observem a sofisticação da construção dos argumentos e ideias do texto e livro. Não é para aceitar totalmente, mas permite dialogar a contribuir para seu senso crítico.
A economia do intervencionismo
por Fabio Barbieri, quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1724

Fonte:

Não existe nada mais empolgante do que aquelas leituras, feitas aos vinte anos de idade, que mudam o nosso modo de pensar para sempre. Essas leituras cruciais fornecem o material que une o nosso conhecimento até então fragmentado em uma visão de mundo coerente e ao mesmo tempo estimulam o senso crítico necessário para o exame dos fragmentos incompatíveis com essa visão. Para o aluno, o aspecto mais fascinante da educação universitária deveria ser a construção, como uma espécie de "Lego intelectual", da própria visão de mundo, a partir do encaixe ou rejeição crítica de cada um dos tijolos sugeridos pelos textos.

Em especial, o início do processo de construção de um edifício explanatório deve ser recompensador, pois toda teoria apresenta algo como retornos decrescentes: no início, somos expostos a vasto território inexplorado, ao passo que o intelectual maduro é condenado a se repetir. O estudo da Economia, em particular, deveria proporcionar essa sensação de descoberta, pois ele nos fornece a chave para a compreensão da maioria dos erros que povoam o núcleo do discurso dos políticos e fornece fascinantes teorias que abrem nossos olhos para os reais fatores que geram prosperidade, sem a qual não seriam possíveis todas as conquistas de nossa civilização.

O estudante contemporâneo da teoria econômica, no entanto, raramente passa pela experiência de abertura de olhos proporcionada pelo contato com o modo de pensar dos economistas. Depois de aprender que preferências convexas são garantidas pelo uso de funções utilidade estritamente quase côncavas, o estudante raramente folheia um jornal e fica revoltado com a quantidade de falácias econômicas que povoam suas páginas. O formalismo que domina o ensino da economia moderna privilegia a solução de quebra-cabeças matemáticos em modelos de brinquedo (toy models), em detrimento do exame das consequências e aplicações mais amplas das teorias. Mas, por mais árido e pausterizado que possa parecer um moderno manual de microeconomia, a teoria dos preços lá exposta possui consequências cruciais para a discussão de questões políticas fundamentais, que quase sempre escapam ao estudante.

Mesmo nos cursos de Introdução à Economia, cujo propósito deveria ser exatamente expor o núcleo da visão de mundo do economista, os alunos geralmente sabem muito bem calcular elasticidades-preço da demanda, mas ignoram as implicações dos conceitos de escassez e custo de oportunidade. Assim, não é à toa que os cursos de economia não são muito populares nas universidades.

A paixão (ou ódio) pelas teorias econômicas surge com toda a sua força, porém, quando tais teorias são explicitamente associadas aos problemas políticos que motivaram sua elaboração. No presente volume, efetuamos uma análise das economias modernas a partir de um referencial explanatório fortemente calcado na teoria econômica, mas que contempla também ideias filosóficas e políticas. Essas ideias são combinadas em uma visão de mundo institucional: perguntaremos quais conjuntos de regras resultam em prosperidade ou estagnação e investigaremos quais regras são responsáveis pelos problemas econômicos atuais. Em especial, examinaremos os papéis desempenhados pela liberdade econômica e pela intervenção do estado na economia.

Para que essa análise comparativa seja feita a contento, será antes necessário nos livrarmos de noções que atrapalham essa tarefa. Em primeiro lugar, precisamos abandonar a noção marxista de "capitalismo". Além de pertencer a uma visão de mundo ultrapassada, associada a uma teoria econômica que foi ultrapassada ainda no século XIX, a identificação automática da realidade com a noção de capitalismo impede a comparação institucional que pretendemos, pois todas as instituições vigentes, segundo essa visão, seriam capitalistas e todos os males são atribuídos por definição a esse sistema, tornando impossível discutir de forma útil o papel do estado na economia.

Em segundo lugar, precisamos superar os defeitos inerentes ao formalismo que marca a teoria econômica moderna. Ao valorizar apenas aquilo que pode ser quantificado, a teoria econômica moderna tende a deixar de lado as características institucionais que são as causas últimas das diferenças de desempenho econômico dos países. Além disso, a recusa em abandonar a visão romântica do estado como entidade incorpórea, preocupada apenas com o bem estar coletivo, em favor de uma teoria que estude a ação estatal como algo exercido por pessoas de carne e osso, impede que se faça uma análise da lógica das intervenções na economia.

Rejeitadas as teorias clássica, marxista e estritamente neoclássica como referencial teórico, escolhemos a economia austríaca como base para nossa análise. Esse referencial nos convidará a substituir a noção marxista de capitalismo pela noção de sistema econômico intervencionista. Com isso, não mais será possível comparar o capitalismo, identificado automaticamente com os males do mundo real, com o socialismo, ideal abstrato e correto por definição. Do mesmo modo, não será mais possível avaliar os mercados segundo o ideal inalcançável de eficiência alocativa sem que ao mesmo tempo eles sejam comparados com a ação estatal. Eliminados os conceitos que tornam a liberdade inferior por definição, podemos efetuar uma análise econômica do sistema econômico intervencionista no qual vivemos.

Essa análise terá como base o pensamento dos dois economistas austríacos mais conhecidos, Mises e Hayek. Do primeiro, extraímos os fundamentos da análise austríaca dos mercados e o referencial básico de análise do socialismo e intervencionismo. Do segundo, tomamos emprestada a crítica ao mau uso da noção de equilíbrio, que fundamenta a análise austríaca moderna, a noção de ordem espontânea e suas teses metodológicas. O leitor perceberá que, de fato, o referencial teórico utilizado no presente volume é em larga medida hayekiano. Além desses autores, a nossa leitura da realidade toma emprestadas teses de diversos autores, como Popper, M. Polanyi, Bartley III, A. Smith, Bastiat, Buchanan, Coase, Kirzner, entre outros.

Os capítulos contidos em cada parte são textos originalmente escritos como artigos independentes uns dos outros. Três anos atrás, fui convidado para escrever artigos mensais para o sítio do Ordem Livre. Nesse espaço, tive a liberdade para me dedicar a artigos mais acadêmicos e gerais, em vez dos usuais textos sobre conjuntura de curto prazo normalmente demandados dos economistas. Naquela ocasião, imaginei a estrutura do presente livro, aceitando a oportunidade de escrevê-lo em 30 "prestações".

Aproveitei essa liberdade para escrever artigos mais acadêmicos do que se espera desse tipo de texto, utilizando extensivamente notas de rodapé com referências bibliográficas, mas menos formais do que se espera de artigos acadêmicos. Com a crescente especialização da academia, sobra cada vez menos espaço nessas revistas para análises interdisciplinares, como a empreendida neste livro, que trata de relações entre economia, filosofia e política. Menos espaço ainda existe, sobretudo nas revistas brasileiras, para abordagens teóricas minoritárias, como a austríaca. Porém, boa parte das teses aqui apresentadas tem origem no trabalho acadêmico do autor, sujeito ao tipo de restrição mencionada acima. Mas, com a liberdade proporcionada pela minha coluna, o resultado que pode ser visto nas próximas páginas foi um conjunto de artigos mais informal, que não foge de polêmicas ideológicas, mas que pretende levar a sério o debate entre visões de mundo concorrentes.

Agradeço ao Ordem Livre pela oportunidade de utilizar material publicado originalmente no sítio daquela instituição e ao Instituto Mises Brasil (www.mises.org.br), pelo mesmo motivo, no que diz respeito ao mais extenso ensaio aqui publicado, sobre os irmãos von Mises. Agradeço também a essas duas instituições pelos convites para proferir palestras sobre economia austríaca e poder participar do extraordinário movimento, em curso nos últimos anos, de divulgação das ideias austríacas no Brasil.

_______________________

O livro é dividido em três partes. Na primeira, reunimos artigos que discutem o referencial teórico básico empregado no mesmo. Esse referencial utiliza elementos da teoria econômica moderna, com ênfase no pensamento austríaco, em especial no que diz respeito aos mercados vistos como ordens espontâneas auto-organizadas. A liberdade, nessa visão hayekiana, é a única maneira de contornar a limitação do conhecimento dos agentes diante da tarefa cada vez mais complexa de coordenar as ações individuais. Depois de tratar da defesa da liberdade e sistemas descentralizados, na segunda parte o mesmo referencial teórico é empregado no exame dos sistemas econômicos comparados. Expomos a tese austríaca sobre a impossibilidade do socialismo e apresentamos a tese misesiana sobre a instabilidade do sistema econômico intervencionista. Na terceira parte, essa mesma análise do intervencionismo é empregada como base para a crítica de algumas políticas e tendências encontradas nas sociedades contemporâneas.

A primeira parte inicia com um capítulo que expõe os principais fatores institucionais relacionados ao crescimento econômico, fatores esses expostos por economistas cujas ideias aparecerão incontáveis vezes no restante do livro. No segundo capítulo, utilizamos o pensamento de Bastiat para mostrar que as falácias econômicas são fruto da compreensão parcial do funcionamento das ordens espontâneas. Praticamente toda falácia econômica tem origem em análises que focam sua atenção em alguns mercados apenas, ignorando os custos de oportunidade das políticas econômicas nos demais. O terceiro, o mais extenso, utiliza a rivalidade entre os irmãos Mises para contrastar a metodologia da economia dos austríacos e da teoria tradicional. Acreditamos que as diferenças entre austríacos e neoclássicos repousa em última análise em diferenças metodológicas: o positivismo que informa a última impede que se perceba a importância dos fenômenos complexos enfatizados pela primeira escola, como a noção de auto-organização.

Os demais capítulos da primeira parte tratam da visão hayekiana da economia como uma ordem complexa auto-organizada e dos aspectos metodológicos de uma teoria que trata desse tipo de fenômeno. No quarto capítulo tratamos do problema da coordenação das atividades individuais em uma economia com divisão do trabalho cada vez mais detalhada. Nesse contexto, mostra-se como a liberdade é essencial para que o conhecimento disperso dos agentes seja utilizado e corrigido ao longo do tempo. No quinto e sexto capítulo, voltamos ao tema do terceiro capítulo e exploramos os aspectos metodológicos do estudo de fenômenos complexos. As teorias sobre esses fenômenos representam apenas certos princípios de funcionamento da ordem espontânea, nunca fornecendo previsões exatas sobre detalhes desses sistemas. Nos capítulos sete e oito, ilustramos essas ideias metodológicas através do exame de teorias sobre ordens espontâneas nos mercados e na natureza.

A primeira parte conclui com um ensaio que compara Hayek com Marx no que diz respeito ao papel do conhecimento limitado em ordens espontâneas e hierárquicas.

Na segunda parte, passamos ao exame crítico de sistemas econômicos mais hierarquizados. Nos capítulos dez e onze, visitamos a tese misesiana sobre a impossibilidade do cálculo econômico no socialismo. O primeiro expõe a tese em si e o segundo o debate entre austríacos e neoclássicos sobre o tema. Esse debate clarifica as diferenças entre as duas abordagens, que transparecerão ao longo de todo o livro. Os capítulos restantes dessa segunda parte tratam do intervencionismo, visto como o sistema econômico vigente no mundo atual.

O capítulo doze ilustra historicamente a análise do intervencionismo através do exame da recaída autoritária na última década na América Latina e o seguinte expõe a teoria austríaca sobre o intervencionismo. Para essa teoria, as "contradições internas" dos sistemas intervencionistas põem em marcha um processo que resulta em ciclos de expansão e contração do estado.

Os capítulos seguintes tratam de objeções a essa abordagem, oferecendo uma defesa metodológica do núcleo comum da teoria compartilhada entre austríacos e neoclássicos. O décimo quarto capítulo critica a tese historicista, defendida pelos marxistas, segundo a qual a teoria econômica só seria válida no capitalismo. O artigo mostra que, pelo contrário, qualquer sistema econômico tem que lidar com o problema alocativo. Os dois capítulos seguintes desmontam a crítica à teoria moderna segundo a qual esta dependeria da hipótese de agentes egoístas. Esses capítulos mostram que a teoria requer apenas agentes que tenham algum propósito, não importando a natureza dos mesmos e analisam o papel do pressuposto de autointeresse empregado na teoria econômica.

Os dois capítulos seguintes analisam os aspectos ideológicos da mentalidade estatista. O capítulo dezessete indaga se os instintos coletivistas seriam inerentes à natureza humana e o seguinte estuda as características da presente ideologia dos defensores do intervencionismo. Esse estudo é importante para o desenvolvimento da teoria no que diz respeito à fase do ciclo do intervencionismo na qual ocorrem reformas liberalizantes. Os capítulos dezenove e vinte tratam das dificuldades encontradas nessa fase de reformas. A expansão do estado faz com que reformas contrariem interesses e causem crises no curto prazo, que serão atribuídas não as distorções causadas pelas intervenções, mas as próprias reformas adotadas para aliviar o problema. Quanto mais se avança em direção ao controle central, por outro lado, mais difícil para as pessoas imaginarem instituições alternativas, compatíveis com a liberdade.

O penúltimo capítulo da segunda parte trata do final da fase de expansão do estado na teoria do intervencionismo, mostrando a diminuição da margem de manobras dos políticos nesse estágio. O capítulo final volta à ilustração da teoria, defendendo um revisionismo histórico que rejeite ideias marxistas e incorpore os resultados da teoria econômica moderna. Esse revisionismo traria inúmeras ilustrações da nossa teoria do intervencionismo.

Na terceira parte do livro discutimos aspectos políticos da batalha pela liberdade. Nos capítulos 23 e 24, discutimos como o pensamento liberal em economia é bloqueado respectivamente pela identificação da realidade com o conceito de capitalismo e pela identificação do status quo com situação desprovida de intervenções corretivas. Em nossa opinião, os grandes problemas econômicos são falhas de governo, não falhas de mercado. No capítulo 25, examinaremos como a expansão do conceito de externalidade como justificativa para intervenções estatais nos leva progressivamente ao abandono das liberdades individuais. No capítulo seguinte, efetuamos uma crítica austríaca de como o economista lida com os monopólios e na sequência mostramos como a atividade empresarial é tratada de forma inadequada na visão ortodoxa sobre o funcionamento da competição nos mercados.

No capítulo 29, criticamos aqueles que veem nos preços as causas dos problemas macroeconômicos: as análises corretas deveriam investigar os fundamentos que fazem os preços se moverem. No capítulo 30, utilizamos a história infantil dos três porquinhos para ilustrar a teoria austríaca dos ciclos econômicos, que afirma que a expansão do crédito orquestrada pelos bancos centrais é a causa principal das crises econômicas.

Nos três capítulos seguintes, analisamos o mercado das ideias. No primeiro examinamos as falsas analogias entre mercados e o sistema educacional. No segundo e terceiro, argumentamos que a tentativa de estimular a competição através de mecanismos de incentivos à produtividade acadêmica não funciona. O argumento é baseado na tese da impossibilidade do cálculo econômico no socialismo: preços artificiais são inerentemente diferentes de preços em mercados reais. Argumentamos que a liberdade acadêmica é a principal vítima do "produtivismo" acadêmico.

Nos capítulos 33 e 34, mostramos que, sob o intervencionismo, opera um mecanismo seletivo hayekiano segundo o qual os piores chegam ao poder e as alternativas liberais tendem a desaparecer. Por fim, no último capítulo analisamos o fenômeno do discurso politicamente correto, visto como uma das maiores ameaças à liberdade.

Eis, a seguir, os capítulos do livro. Basta clicar sobre cada um para lê-lo na íntegra e gratuitamente.

Apresentação
Introdução
1. Seis Lições sobre Prosperidade e Pobreza
2. Bastiat e as Máquinas de Moto-Perpétuo Econômicas
3. Os Irmãos Mises: o Positivismo e as Ciências Sociais
4. A Economia Falibilista de Hayek
5. Hayek e o Uso Circunspecto dos Modelos Econômicos
6. Pangloss versus Procusto: um trade-off metodológico
7. Entre os Chipanzés e os Cupins
8. O Ar Condicionado Abstrato
9. Alienação: Marx e Hayek
10. Da Impossibilidade do Socialismo
11. O Socialismo de Mercado e a Importância da Competição
12. A Maré Estatista na América Latina e a Teoria do Intervencionismo
13. A Teoria Austríaca do Intervencionismo
14. Intervencionismo e Historicismo
15. Espantalhus œconomicus
16. Autointeresse, Instituições e Utopia
17. Arremesso de Anões
18. Dogmatismo e Ideologia Intervencionista
19. Chutando a Escada para a Liberdade
20. Liberdade e Custo de Oportunidade
21. Escassez de Líderes?
22. História: mais Bastiat e menos Marx
23. Abaixo o Capitalismo!
24. Eficiência Econômica e a Abordagem do Nirvana
25. Externalidades: caixa de Edgeworth ou de Pandora?
26. Economista e o Monopólio
27. Do Empresário Herói ao Empresário Invisível
28. Os Preços e as Causas dos Problemas Econômicos
29. Os Três Porquinhos e os Ciclos Econômicos
30. As Escolas e os Mercados
31. Mecanismos de Incentivos, Produtividade Acadêmica e o "Mercado das Ideias"
32. Liberdade Acadêmica
33. A Causa Traída: por que os piores chegam ao poder
34. Eleições: o copo meio cheio
35. O Moralismo Social
Referências




Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5818 Mensagem por Bourne » Qui Out 31, 2013 12:41 pm

O texto para discussão além do sobe e desce do dia-a-dia.
Economics students need to be taught more than neoclassical theory
University syllabuses for economics are stuck on an outdated model. There are other schools of thought worth learning about

Fonte: http://www.theguardian.com/commentisfre ... cal-theory
Zach Ward-Perkins and Joe Earle
Monday 28 October 2013 08.00 GMT
Jump to comments (152)

Durham University library economics and politics books

'Neoclassical economics is the mainstream and it is vital for economics students to understand it … However, it does not comprise the whole of economics and nor should it.' Photograph: Graham Turner for the Guardian
Would the ordinary person regard how economics students are educated as a significant political issue? Probably not, but the way economics students are educated has much wider implications for society than is commonly imagined.

Every year thousands of economics graduates take jobs in the City, thinktanks and at the heart of government itself. Economics is highly technical and often mathematical, and this elevates economists to a position of expertise from which they mediate economic analysis to the British public. They are the guardians of our economy, charged with its upkeep, and they play an important role in shaping political narratives around economics. Yet British universities are producing economics graduates who are not fit for this purpose.

The financial crisis represents the ultimate failure of this education system and of the academic discipline as a whole. Economics education is dominated by neoclassical economics, which tries to understand the economy through modelling individual agents. Firms, consumers and politicians face clear choices under conditions of scarcity, and must allocate their resources in order to satisfy their preferences. Different agents meet through a market, where the mathematical formulae that characterise their behaviour interact to produce an "equilibrium". The theory emphasises the need for micro-foundations, which is a technical term for basing your model of the whole economy on extrapolating from individual behaviour.

Economists using this mainstream economic theory failed to predict the crisis spectacularly. Even the Queen asked professors at LSE why nobody saw it coming. Now five years on, after a bank bailout costing hundreds of billions, unemployment peaking at 2.7 million and plummeting wages, economics syllabuses remain unchanged.

The Post-Crash Economics Society is a group of economics students at the University of Manchester who believe that neoclassical economic theory should no longer have a monopoly within our economics courses. Societies at Cambridge, UCL and LSE have been founded to highlight similar issues and we hope this will spread to other universities too. At the moment an undergraduate, graduate or even a professional economist could easily go through their career without knowing anything substantive about other schools of thought, such as post-Keynesian, Austrian, institutional, Marxist, evolutionary, ecological or feminist economics. Such schools of thought are simply considered inferior or irrelevant for economic "science".

We are taught to memorise and regurgitate neoclassical economic theories and models. Our tutorials consist of copying problem sets off the board and critical discussion is non-existent. We studied our modules and found out that only 11 out of 48 even mentioned the words "critical", "evaluate" or "compare" in their course guides. Eighteen out of 50 of our modules have 50% or more of their marks awarded by multiple-choice exam and in nine of these it is more than 90%. This, combined with the fact that economics students don't have the option to do a dissertation, means that many accept economics as truth, rather than as contested theory.

When we raise these issues with our economics professors, many of them argue that mainstream economics is dominant because it is academically superior. At our first event, our old head of economics suggested that many of these schools of thought were disproven in the same way the "tobacco smoke enema" was not an accepted medical technique anymore.

Manchester used to have one of the most diverse economics departments in the country. This was reflected in a broader undergraduate syllabus, with modules such as comparative economic theory available to students. A major driver of nationwide economics department "ethnic cleansing", as one Manchester professor puts it, is the Research Excellence Framework (how the government allocates research funding to universities). Every four years a panel of leading academics grade economics journals from 4 stars to 0 depending on their academic quality. The problem is that there are no recognisably non-mainstream economists on this panel and the grading is done behind closed doors with only institutional results published. Because of this the highest graded journals are all neoclassical and universities must hire academics who subscribe to this school of thought.

Despite this dominance, the few who did predict the financial crisis were economists from non-mainstream backgrounds. This clearly shows that alternatives have much to contribute to the discipline of economics. Neoclassical economics is the mainstream and it is vital for economics students to understand it, and there are reasons it has proved so alluring to so many great minds. While in recent decades it has often been used to advocate free markets, it can be used to argue for a socialist economy, and indeed was in the 1930s. So it doesn't necessarily restrict us to a single political viewpoint. However, it does not comprise the whole of economics – and nor should it. This is not about ideology, it is about improving economics education.

We propose that neoclassical theory be taught alongside and in conjunction with a broad variety of other schools of thought consistently throughout the undergraduate degree. In this way the discipline is opened up to critical discussion and evaluation. How well do different schools explain economic phenomena? Which assumptions should we build our models upon? Should we believe that markets are inherently self-stabilising or does another school of thought explain reality better? When economists are taught to think like this, all of society will benefit and more economists will see the next crisis coming. Critical pluralism opens up possibilities and the imagination.

The current state of affairs is not good enough. Our classmates tell us that they are embarrassed when their family and friends ask them to explain the causes of the current crisis and they can't. One of our professors was told that he should follow the dominant research agenda or move to the business school or politics department. Another was told that if he stayed he would be "left to wither on the vine". This situation is reflected in economics departments across the country – it is national problem. Economics academia can and should be better than this, and that's why we are calling for change.
Procede? Não em vários pontos, tais como:

:arrow: O mais importante é confundir teoria neoclássica com mainstream. São coisas bem diferentes. A teoria neoclássica estereotipada que diz que tudo encaixa perfeitamente e existem mercados perfeitos foi derrubada nos anos 1970s. o conceito de mainstream que reúne as teorias dominantes é altamente receptivo a visões diversas e incorporação de abordagens supostamente alternativas. O resultado é que dão margem a incorporar todo o tipo de visão na ponta do conhecimento, vistos nos especialistas de cada subárea. Muita é incorporada ao longo do tempo que levaram a economia a não ser neoclássica. Por exemplo, na macroeconomia a visão dominante é keynesiana e, na micro, com foco nas imperfeições de mercado.

:arrow: Hoje em dia os livros convencionais introduziram imperfeições e novas estruturas de análise. Na micro é mais tranquila e vem desde os anos 1950 com introdução de estruturas de mercado como monopólio, imperfeições, externalidades e regulação. Na macro desde os anos 1980 nos livros textos vem o conceito de problemas informacionais, falhas de coordenação e dilemas de conciliação entre estabilidade financeira e preços. Os estudantes de graduação veem por cima esses conceitos, pouco versando sobre de onde vem e para que servem. O resultado é que pouco sabem sobre economia de verdade feita atualmente.

:arrow: O graduando não saber nada sobre economia de ponta é normal. O primeiro impacto que ficarão bravas quando disser que não são economistas. O que é verdade. Tanto que nos EUA sem as matérias ou PhD completo não consegue boa colocação na iniciativa privada ou altos cargos públicos. Por que eles não sabem criar modelos com base na literatura atual para resolver problemas e fazer a aplicação empírica. Isso que dá dinheiro na iniciativa privada, mas que necessita de conhecimento pesado teórico e instrumental. O segundo que eles tendem a repetir chavões que viram na graduação e utilizar teorias e instrumentos errados para tentar fazer analises econômicas. No Brasil, conheço gente que passou por pós-graduação e/ou dá aulas em universidades brasileiras que pensam assim. É fácil derrubar essas caras em qualquer debate e mostrar que analise deles é no mínimo errada.

:arrow: Falar que os professores não sabem responder sobre as causas da crise pode ser verdade se perguntar para o substituto ou alguém que não é da área. O conjunto de explicações passam por formação de bolhas (lembrar Shiller que ganhou o prêmio nobel por essa contribuição), informação imperfeita (Joseph Stiglitz), descolamento das estruturas regulatórias da realidade do mercado (Ross Levine), Lobbies de wall street para a liberalização e desregulamentação dos mercados (Barry Eichengreen). Esses elementos não estão nos manuais, mas são desenvolvimento recentes que mudam a economia o tempo todo.




Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 41914
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1269 vezes
Agradeceram: 3294 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5819 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 02, 2013 2:30 pm





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21086
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#5820 Mensagem por Bourne » Sáb Nov 02, 2013 2:39 pm

Precisa da NSA para saber disso? Até os caras que criaram o projeto sabem. A questão é política sob responsabilidade alemã.




Responder