Nos meus tempos de escola se falava na perda de 95% da população masculina e 50% da população feminina, o que seria mais perto de 75% da população total, esses números podem ser um pouco inflados mas me parecem mais realistas que 30% da população total, um dado para olhar e ter noção do mínimo é a proporção de mulheres por homens após a guerra.Sterrius escreveu:Não estaria +proximo de 30% não a perda populacional?
Paraguai
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Re: Paraguai
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Re: Paraguai
A proporção de mulheres pra homens no paraguai ficou em 4 pra 1. (Algumas cidades 10 pra 1, mas o que vale é a total do país não uma proporção local).
Considerando a divisão 50%/50% . E dividindo os 50% masculinos por 4. Ficariamos com uma população de 62,5% , e baixas por volta de 40%.
Obvio que mulheres tb morreram! Mas as baixas delas foram bem menores, ja que sem participação direta dos conflitos e do dia a dia dos fortes/quarteis, mesmo mortes por doenças e fome era em uma proporção menor.
Longe dos 30%, mas tb longe dos 70%
Considerando a divisão 50%/50% . E dividindo os 50% masculinos por 4. Ficariamos com uma população de 62,5% , e baixas por volta de 40%.
Obvio que mulheres tb morreram! Mas as baixas delas foram bem menores, ja que sem participação direta dos conflitos e do dia a dia dos fortes/quarteis, mesmo mortes por doenças e fome era em uma proporção menor.
Longe dos 30%, mas tb longe dos 70%
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Re: Paraguai
Francisco Doratioto
Pense no Paraguai
Tudo começou com uma visita despretensiosa ao Paraguai, em 1983. Fascinado com o país, o historiador Francisco Doratioto terminou dedicando-lhe mestrado e doutorado, tornando-se o maior especialista nas relações entre o Brasil e seu vizinho. Tudo parece ter acontecido por acaso. Do interesse pela década de 1870, logo o historiador se viu obrigado a confrontar o tema da Guerra do Paraguai, mas não esperava encontrar grande novidade. O trabalho terminou, entretanto, com uma dissertação de quase 600 páginas que revolucionou a historiografia sobre o conflito.
Doratioto aposentou teses até então consagradas. O imperialismo inglês, tratado como responsável pela guerra, teve pouca ou nenhuma responsabilidade. O historiador demonstra ainda que, diferente do que se dizia, o Paraguai não era moderno e industrializado. E descobre um Duque de Caxias que, além da grandeza militar, tinha uma notável dimensão humana. “O que eu gosto no trabalho do historiador é essa surpresa de chegar a um documento e descobrir algo novo”.
Conversando com a equipe da Revista de História, o professor da UnB contou detalhes sobre o plano militar de Solano López e falou sobre a demora de teses e interpretações originais chegarem às escolas e aos livros didáticos e sobre sua trajetória acadêmica, que continua rendendo trabalhos inéditos sobre a relação entre os dois países. Acaso ou destino, a visita de 1983 parece ter se estendido além do previsto, como confessa o historiador, “desde então, eu e o Paraguai estamos num casamento sólido”.
Confira na edição de outubro nas bancas.
http://www.revistadehistoria.com.br/sec ... -doratioto
Pense no Paraguai
Tudo começou com uma visita despretensiosa ao Paraguai, em 1983. Fascinado com o país, o historiador Francisco Doratioto terminou dedicando-lhe mestrado e doutorado, tornando-se o maior especialista nas relações entre o Brasil e seu vizinho. Tudo parece ter acontecido por acaso. Do interesse pela década de 1870, logo o historiador se viu obrigado a confrontar o tema da Guerra do Paraguai, mas não esperava encontrar grande novidade. O trabalho terminou, entretanto, com uma dissertação de quase 600 páginas que revolucionou a historiografia sobre o conflito.
Doratioto aposentou teses até então consagradas. O imperialismo inglês, tratado como responsável pela guerra, teve pouca ou nenhuma responsabilidade. O historiador demonstra ainda que, diferente do que se dizia, o Paraguai não era moderno e industrializado. E descobre um Duque de Caxias que, além da grandeza militar, tinha uma notável dimensão humana. “O que eu gosto no trabalho do historiador é essa surpresa de chegar a um documento e descobrir algo novo”.
Conversando com a equipe da Revista de História, o professor da UnB contou detalhes sobre o plano militar de Solano López e falou sobre a demora de teses e interpretações originais chegarem às escolas e aos livros didáticos e sobre sua trajetória acadêmica, que continua rendendo trabalhos inéditos sobre a relação entre os dois países. Acaso ou destino, a visita de 1983 parece ter se estendido além do previsto, como confessa o historiador, “desde então, eu e o Paraguai estamos num casamento sólido”.
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: Paraguai
Será que finalmente vão tirar de nossas costas a pecha de ter massacrado a mais pacífica, progressista e democrática República da América do Sul, no Século XIX?rodrigo escreveu:Francisco Doratioto
Pense no Paraguai
Tudo começou com uma visita despretensiosa ao Paraguai, em 1983. Fascinado com o país, o historiador Francisco Doratioto terminou dedicando-lhe mestrado e doutorado, tornando-se o maior especialista nas relações entre o Brasil e seu vizinho. Tudo parece ter acontecido por acaso. Do interesse pela década de 1870, logo o historiador se viu obrigado a confrontar o tema da Guerra do Paraguai, mas não esperava encontrar grande novidade. O trabalho terminou, entretanto, com uma dissertação de quase 600 páginas que revolucionou a historiografia sobre o conflito.
Doratioto aposentou teses até então consagradas. O imperialismo inglês, tratado como responsável pela guerra, teve pouca ou nenhuma responsabilidade. O historiador demonstra ainda que, diferente do que se dizia, o Paraguai não era moderno e industrializado. E descobre um Duque de Caxias que, além da grandeza militar, tinha uma notável dimensão humana. “O que eu gosto no trabalho do historiador é essa surpresa de chegar a um documento e descobrir algo novo”.
Conversando com a equipe da Revista de História, o professor da UnB contou detalhes sobre o plano militar de Solano López e falou sobre a demora de teses e interpretações originais chegarem às escolas e aos livros didáticos e sobre sua trajetória acadêmica, que continua rendendo trabalhos inéditos sobre a relação entre os dois países. Acaso ou destino, a visita de 1983 parece ter se estendido além do previsto, como confessa o historiador, “desde então, eu e o Paraguai estamos num casamento sólido”.
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Re: Paraguai
A Obra do Doratioto é bem menos ideológica que a anterior, do Chiavenatto. Foi este quem espalhou a ideia de que 95% da população do Paraguai morreu na guerra. Entretanto, ele é um jornalista e não historiador. Não que jornalistas não possam realizar pesquisas, mas eles costumam cometer alguns erros como afirmações polêmicas sem mostrar as fontes que os permitiram chegar a estas conclusões. Com o Chiavenato não foi diferente. Ele afirma, por exemplo, que o Paraguai tinha erradicado o analfabetismo, mas o Doratioto mostra documentos que afirmam que naquela época as paraguaias não participavam da educação escolar. Só pra ter uma ideia, o índice de alfabetizados no Brasil não passava de 10%, no mesmo período.
Chiavenato também diz que o Paraguai era uma potência em vias de se tornar desenvolvida, mas Doratioto lembra que o Paraguai exportava apenas matéria-prima (madeira, erva-mate) e até 1844 praticamente não exportava nada porque sua saída pela Bacia do Prata era negada pelos argentinos. Ainda segundo ele, apesar do Paraguai ter uma população maior que a do Uruguai, este último tinha uma economia 2x maior.
Quando Francia assumiu o poder no Paraguai em 1814 e, tendo sido fechado o acesso à Bacia do Prata pelos argies, ele aproveitou o revés e fechou o seu país politicamente também. Até 1840 ele conseguiu expropriar a pequena elite que existia, nacionalizando estas terras e depois oferecendo-as aos cidadãos na forma de estâncias da pátria (uma espécie de regime feudal, pois os moradores eram obrigados a fornecer um percentual da sua produção para viver, mas as terras pertenciam de fato ao governo). Isso explica que, apesar do baixo produto interno a população não era miserável e o governo após 1840 (agora com o governo do pai de Lopez) conseguiu acumular capital para criar sua primeira usina de fundição e sua primeira ferrovia. Doratioto lembra que a usina de fundição seria mais para fabricar material bélico do que qualquer outra coisa.
Em 1844 o Império brasileiro reconheceu a soberania do Paraguai. Considerando que ele declarou sua independência em 1811 e que o Brasil foi o primeiro país a reconhecê-la dá pra entender porque Paraguai teve um forte exército profissional desde sua origem até a eclosão da guerra. Um país que não é reconhecido não é respeitado.
A Argentina, que sempre desejou anexar a região, só reconheceu a soberania do Paraguai em 1852 e para isso ela ainda ganhou a região das missões (aquela que dá uma encochada em Santa Catarina).
Em 1862, dois anos antes da guerra, o Brasil fez um acordo com Solano López de que não invadiria o Uruguai, mas este acordo não foi respeitado. Daí alguns historiadores interpretam que Solano se precipitou e, acreditando que seu país seria o próximo, antecipou o ataque. Outros, entretanto, afirmam que Solano sabia da necessidade de acesso ao mar para desenvolver seu país e, aproveitando o momento de instabilidade na região, decidiu atacar.
Já o Brasil, que invadiu o Uruguai, também tem suas justificativas. Havia muitos saques de uruguaios nas fazendas brasileiras. Não apenas no Brasil como também fazendas de brasileiros que moravam no Uruguai (mas que utilizavam escravos, barateando o custo dos produtos, apesar de neste país a escravidão ter sido abolida). Vale lembrar que até 1825 o Uruguai era território nosso. Os saques de gado eram tantos que alguns historiadores falam de quase um milhão de cabeças em poucas décadas. Inclusive, o pai do Barão de Mauá morreu vítima de ladrões de gado, embora não seja possível afirmar se eram uruguaios ou brasileiros.
O Rio Grande do Sul havia tentado se separar do Brasil poucas décadas antes (Farrapos) e a população ainda estava bastante insatisfeita com o descaso do Império para a região. Diante disso o Império considerou invadir o Uruguai e depor o presidente, que nada fazia diante disso tudo. A deposição também contou com o apoio da Argentina, pois o partido blanco uruguaio desejava que seus dois vizinhos parassem de intervir na política uruguaia e não gostava nem um pouco da política de Buenos Aires.
Chiavenato é também autor da teoria que a Inglaterra arquitetou tudo, pois não via com bons olhos o desenvolvimento do Paraguai. Já Doratioto responde esta afirmação como pouco embasada e profundamente ideológica. Olhando com calma dá pra sentir que a obra do Doratioto (Maldita Guerra, 2005) é quase uma resposta ao trabalho de Chiavenato (Genocídio Americano, 1969). Aí tem a Questão Christie, que já foi amplamente debatida aqui, apontando que desde 1862 o Brasil havia cortado as relações diplomáticas com a Inglaterra e tudo mais, mas ambos estão vivos e ainda hoje este assunto continua em discussão. Chiavenato diz que a Questão Christie era na verdade um imbróglio brasileiro para atrasar a abolição da escravatura.
No Brasil a visão de Doratioto ganhou muita força em pouco tempo. Várias outras obras publicadas com esta perspectiva desde 1990, enquanto o Chiavenato é o único nome forte na outra ponta. Contudo, na Argentina e no Paraguai os autores afirmam basicamente o mesmo que Chiavenato.
Sobre Duque de Caxias (que na ocasião da guerra era Marquês): Ele não é bem visto por Chiavenato, mas é elogiado por Doratioto. O próprio Doratioto afirma que antes de começar a estudar o assunto não gostava da figura porque ela era elogiada pelo regime militar, mas que ao analisar as correspondências dele mudou completamente de ideia.
Apesar de ser contra muitas das ordens que recebeu, ele obedeceu todas e era bastante fiel ao Imperador.
Chiavenato também diz que o Paraguai era uma potência em vias de se tornar desenvolvida, mas Doratioto lembra que o Paraguai exportava apenas matéria-prima (madeira, erva-mate) e até 1844 praticamente não exportava nada porque sua saída pela Bacia do Prata era negada pelos argentinos. Ainda segundo ele, apesar do Paraguai ter uma população maior que a do Uruguai, este último tinha uma economia 2x maior.
Quando Francia assumiu o poder no Paraguai em 1814 e, tendo sido fechado o acesso à Bacia do Prata pelos argies, ele aproveitou o revés e fechou o seu país politicamente também. Até 1840 ele conseguiu expropriar a pequena elite que existia, nacionalizando estas terras e depois oferecendo-as aos cidadãos na forma de estâncias da pátria (uma espécie de regime feudal, pois os moradores eram obrigados a fornecer um percentual da sua produção para viver, mas as terras pertenciam de fato ao governo). Isso explica que, apesar do baixo produto interno a população não era miserável e o governo após 1840 (agora com o governo do pai de Lopez) conseguiu acumular capital para criar sua primeira usina de fundição e sua primeira ferrovia. Doratioto lembra que a usina de fundição seria mais para fabricar material bélico do que qualquer outra coisa.
Em 1844 o Império brasileiro reconheceu a soberania do Paraguai. Considerando que ele declarou sua independência em 1811 e que o Brasil foi o primeiro país a reconhecê-la dá pra entender porque Paraguai teve um forte exército profissional desde sua origem até a eclosão da guerra. Um país que não é reconhecido não é respeitado.
A Argentina, que sempre desejou anexar a região, só reconheceu a soberania do Paraguai em 1852 e para isso ela ainda ganhou a região das missões (aquela que dá uma encochada em Santa Catarina).
Em 1862, dois anos antes da guerra, o Brasil fez um acordo com Solano López de que não invadiria o Uruguai, mas este acordo não foi respeitado. Daí alguns historiadores interpretam que Solano se precipitou e, acreditando que seu país seria o próximo, antecipou o ataque. Outros, entretanto, afirmam que Solano sabia da necessidade de acesso ao mar para desenvolver seu país e, aproveitando o momento de instabilidade na região, decidiu atacar.
Já o Brasil, que invadiu o Uruguai, também tem suas justificativas. Havia muitos saques de uruguaios nas fazendas brasileiras. Não apenas no Brasil como também fazendas de brasileiros que moravam no Uruguai (mas que utilizavam escravos, barateando o custo dos produtos, apesar de neste país a escravidão ter sido abolida). Vale lembrar que até 1825 o Uruguai era território nosso. Os saques de gado eram tantos que alguns historiadores falam de quase um milhão de cabeças em poucas décadas. Inclusive, o pai do Barão de Mauá morreu vítima de ladrões de gado, embora não seja possível afirmar se eram uruguaios ou brasileiros.
O Rio Grande do Sul havia tentado se separar do Brasil poucas décadas antes (Farrapos) e a população ainda estava bastante insatisfeita com o descaso do Império para a região. Diante disso o Império considerou invadir o Uruguai e depor o presidente, que nada fazia diante disso tudo. A deposição também contou com o apoio da Argentina, pois o partido blanco uruguaio desejava que seus dois vizinhos parassem de intervir na política uruguaia e não gostava nem um pouco da política de Buenos Aires.
Chiavenato é também autor da teoria que a Inglaterra arquitetou tudo, pois não via com bons olhos o desenvolvimento do Paraguai. Já Doratioto responde esta afirmação como pouco embasada e profundamente ideológica. Olhando com calma dá pra sentir que a obra do Doratioto (Maldita Guerra, 2005) é quase uma resposta ao trabalho de Chiavenato (Genocídio Americano, 1969). Aí tem a Questão Christie, que já foi amplamente debatida aqui, apontando que desde 1862 o Brasil havia cortado as relações diplomáticas com a Inglaterra e tudo mais, mas ambos estão vivos e ainda hoje este assunto continua em discussão. Chiavenato diz que a Questão Christie era na verdade um imbróglio brasileiro para atrasar a abolição da escravatura.
No Brasil a visão de Doratioto ganhou muita força em pouco tempo. Várias outras obras publicadas com esta perspectiva desde 1990, enquanto o Chiavenato é o único nome forte na outra ponta. Contudo, na Argentina e no Paraguai os autores afirmam basicamente o mesmo que Chiavenato.
Sobre Duque de Caxias (que na ocasião da guerra era Marquês): Ele não é bem visto por Chiavenato, mas é elogiado por Doratioto. O próprio Doratioto afirma que antes de começar a estudar o assunto não gostava da figura porque ela era elogiada pelo regime militar, mas que ao analisar as correspondências dele mudou completamente de ideia.
Apesar de ser contra muitas das ordens que recebeu, ele obedeceu todas e era bastante fiel ao Imperador.
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Re: Paraguai
Realmente, e também é de bom-tom quando o jornalista reconhece que o seu trabalho não é uma monografia história. Por exemplo, William Waack reconhece isso no prefácio de "As Duas Faces da Glória" sobre a FEB na Segunda Guerra Mundial. O trabalho deste último também foi muito criticado, porém, na minha opinião, é incomparavelmente superior a de Chiavenatto que escreveu um panfleto ideológico, nem uma obra jornalística e muito menos um trabalho histórico.Algus escreveu:A Obra do Doratioto é bem menos ideológica que a anterior, do Chiavenatto. Foi este quem espalhou a ideia de que 95% da população do Paraguai morreu na guerra. Entretanto, ele é um jornalista e não historiador. Não que jornalistas não possam realizar pesquisas, mas eles costumam cometer alguns erros como afirmações polêmicas sem mostrar as fontes que os permitiram chegar a estas conclusões.
(...)
O então Marquês de Caxias foi consultado sobre o que pensava dos planos do governo imperial de entrar em território uruguaio. A resposta dele foi sem hesitações: nada de invasão. Na opinião do Marquês, o que o Brasil deveria fazer era concentrar tropas na fronteira uruguaia com a dupla intenção tanto de intimidar os saqueadores uruguaios como de manter o controle sobre os elementos agitadores que existiam na província do Rio Grande do Sul.Já o Brasil, que invadiu o Uruguai, também tem suas justificativas. Havia muitos saques de uruguaios nas fazendas brasileiras. Não apenas no Brasil como também fazendas de brasileiros que moravam no Uruguai (mas que utilizavam escravos, barateando o custo dos produtos, apesar de neste país a escravidão ter sido abolida). Vale lembrar que até 1825 o Uruguai era território nosso. (...).
O Rio Grande do Sul havia tentado se separar do Brasil poucas décadas antes (Farrapos) e a população ainda estava bastante insatisfeita com o descaso do Império para a região. Diante disso o Império considerou invadir o Uruguai e depor o presidente, que nada fazia diante disso tudo.
Na verdade, Caxias tinha dúvidas sobre o caráter do Imperador, mas era fiel a ele, de acordo com sua honra de soldado. Infelizmente, o contrário não era verdade, o Imperador foi desleal mais de uma vez com o Duque, mesmo nos derradeiros anos de vida deste último.Sobre Duque de Caxias (...) Apesar de ser contra muitas das ordens que recebeu, ele obedeceu todas e era bastante fiel ao Imperador.
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Re: Paraguai
Já li algums fascículos dessa revista de história, estava lendo agora Maldita Guerra, mas estava meio chato, então parei, será que o Autor vai acrescentar algo mais sobre a Guerra do Paraguai na entrevista ou é apenas papo furado?
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: Paraguai
Um adendo a esta parte. A pecuária extensiva, como era e ainda é praticada na campanha do Rio Grande do Sul, utiliza muito pouca mão de obra. A eventual participação de escravos nas estâncias, ou de trabalhadores livres, não tinha um grande peso econômico na atividade. A grande presença de escravos foi nas charqueadas ou saladeiros, uma atividade industrial que requeria muita mão de obra, não nas fazendas.Não apenas no Brasil como também fazendas de brasileiros que moravam no Uruguai (mas que utilizavam escravos, barateando o custo dos produtos, apesar de neste país a escravidão ter sido abolida).
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Paraguai
Eu também imaginei isso quando li a respeito. Faz sentido.
Sobre o percentual de mortos na guerra: O Paraguai era o único país envolvido no conflito que contava com um exército profissional. Seu efetivo era de, aproximadamente, 13 mil homens em 1962 (segundo Doratioto), mas Solano elevou para mais de 70.000 meses antes de eclodir a guerra (estes não foram tão bem treinados).
Em termos relativos isso é muito alto. Não sabemos sobre a população paraguaia na época, mas as estimativas falam entre 300.000 e 1 milhão. Em outras palavras, na melhor das possibilidades quase 10% da população paraguaia (20% dos homens) estava pronta para morrer em combate. E foi o que aconteceu. No decorrer da guerra mais homens participaram do conflito e, ao final, crianças e idosos chegaram a ser recrutadas. Culpar o Brasil por ter enfrentado isso me parece injusto. Depois da guerra o Paraguai perdeu território e foi forçado a pagar indenização até 1920 para a tríplice aliança, quando então parou de pagar e em 1942/43 a dívida foi perdoada.
Solano contava com todo o tipo de ajuda (em sua cabeça), achou que as províncias do norte da Argentina ajudariam, achou que os blancos pegariam em armas assim que ele alcançasse o Uruguai, achou até que poderia contar com apoio de alguns gaúchos e depois de tudo isso forçar um armistício. Segundo Doratioto, que encontrou várias cartas dele, até ajuda da França ele achou que receberia (Solano estudou na França e conheceu o Conde d'Eu lá).
Sobre o percentual de mortos na guerra: O Paraguai era o único país envolvido no conflito que contava com um exército profissional. Seu efetivo era de, aproximadamente, 13 mil homens em 1962 (segundo Doratioto), mas Solano elevou para mais de 70.000 meses antes de eclodir a guerra (estes não foram tão bem treinados).
Em termos relativos isso é muito alto. Não sabemos sobre a população paraguaia na época, mas as estimativas falam entre 300.000 e 1 milhão. Em outras palavras, na melhor das possibilidades quase 10% da população paraguaia (20% dos homens) estava pronta para morrer em combate. E foi o que aconteceu. No decorrer da guerra mais homens participaram do conflito e, ao final, crianças e idosos chegaram a ser recrutadas. Culpar o Brasil por ter enfrentado isso me parece injusto. Depois da guerra o Paraguai perdeu território e foi forçado a pagar indenização até 1920 para a tríplice aliança, quando então parou de pagar e em 1942/43 a dívida foi perdoada.
Solano contava com todo o tipo de ajuda (em sua cabeça), achou que as províncias do norte da Argentina ajudariam, achou que os blancos pegariam em armas assim que ele alcançasse o Uruguai, achou até que poderia contar com apoio de alguns gaúchos e depois de tudo isso forçar um armistício. Segundo Doratioto, que encontrou várias cartas dele, até ajuda da França ele achou que receberia (Solano estudou na França e conheceu o Conde d'Eu lá).
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Re: Paraguai
Olha, ressucitando o tópico depois de 4 anos.
Parece que a Venefavela não é o único do bairro que anda fazendo manobras políticas escusas:
¿Golpe parlamentario en Paraguay? Esto fue lo que pasó en el Senado, y las consecuencias que tendría
Paraguay es el escenario de una maniobra política poco usual que muchos han calificado como un ataque contra el Estado.
Este martes Julio César Velázquez, senador del oficialista Partido Colorado, se autoproclamó presidente del Senado de Paraguay y con el apoyo de 25 senadores aprobó varias modificaciones al reglamento interno de la Cámara Alta para lograr unas medidas que permitirían presentar una enmienda constitucional en Senado para aprobar la reelección presidencial, prohibida en Paraguay.
Según una denuncia presentada por el presidente del Congreso, Roberto Acevedo, y otros 13 senadores esto fue un acto "absolutamente irregular, nulo y sin valor", además de constituir "delitos de extrema gravedad contra la integridad democrática de la República del Paraguay"
...
http://cnnespanol.cnn.com/2017/03/29/go ... ria-tener/
Sudacamérica sendo... sudacamérica.
Parece que a Venefavela não é o único do bairro que anda fazendo manobras políticas escusas:
¿Golpe parlamentario en Paraguay? Esto fue lo que pasó en el Senado, y las consecuencias que tendría
Paraguay es el escenario de una maniobra política poco usual que muchos han calificado como un ataque contra el Estado.
Este martes Julio César Velázquez, senador del oficialista Partido Colorado, se autoproclamó presidente del Senado de Paraguay y con el apoyo de 25 senadores aprobó varias modificaciones al reglamento interno de la Cámara Alta para lograr unas medidas que permitirían presentar una enmienda constitucional en Senado para aprobar la reelección presidencial, prohibida en Paraguay.
Según una denuncia presentada por el presidente del Congreso, Roberto Acevedo, y otros 13 senadores esto fue un acto "absolutamente irregular, nulo y sin valor", además de constituir "delitos de extrema gravedad contra la integridad democrática de la República del Paraguay"
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Re: Paraguai
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
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Re: Paraguai
Paraguai dando outro golpe? kkkk
Não vai ter mais eleição mas sim um golpe a cada 4 anos para trocar governo.
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Re: Paraguai
Não sei se podemos zoar muito, vamos olhar para dentro de casa...
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Re: Paraguai
Wingate escreveu:Será que finalmente vão tirar de nossas costas a pecha de ter massacrado a mais pacífica, progressista e democrática República da América do Sul, no Século XIX?rodrigo escreveu:Francisco Doratioto
Pense no Paraguai
Tudo começou com uma visita despretensiosa ao Paraguai, em 1983. Fascinado com o país, o historiador Francisco Doratioto terminou dedicando-lhe mestrado e doutorado, tornando-se o maior especialista nas relações entre o Brasil e seu vizinho. Tudo parece ter acontecido por acaso. Do interesse pela década de 1870, logo o historiador se viu obrigado a confrontar o tema da Guerra do Paraguai, mas não esperava encontrar grande novidade. O trabalho terminou, entretanto, com uma dissertação de quase 600 páginas que revolucionou a historiografia sobre o conflito.
Doratioto aposentou teses até então consagradas. O imperialismo inglês, tratado como responsável pela guerra, teve pouca ou nenhuma responsabilidade. O historiador demonstra ainda que, diferente do que se dizia, o Paraguai não era moderno e industrializado. E descobre um Duque de Caxias que, além da grandeza militar, tinha uma notável dimensão humana. “O que eu gosto no trabalho do historiador é essa surpresa de chegar a um documento e descobrir algo novo”.
Conversando com a equipe da Revista de História, o professor da UnB contou detalhes sobre o plano militar de Solano López e falou sobre a demora de teses e interpretações originais chegarem às escolas e aos livros didáticos e sobre sua trajetória acadêmica, que continua rendendo trabalhos inéditos sobre a relação entre os dois países. Acaso ou destino, a visita de 1983 parece ter se estendido além do previsto, como confessa o historiador, “desde então, eu e o Paraguai estamos num casamento sólido”.
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Arre!
Wingate
Não. Porque o fato de hoje estar consolidada a idéia de que o Paraguai aparentava antes ser uma grande fazenda da família Lopez do que uma nação "pacifista e progressista", não redime o fato de o Império ter mantido a guerra quando esta estava ganha, devastando no processo o país, praticamente exterminando o gênero masculino no país, simplesmente devido a vaidade imperial, que não admitia encerrar a guerra sem a submissão pessoal de Solano López. Esta crítica, inclusive, é da época. A presença do Conde D'eu como substituto de Caxias no término do conflito diz muita coisa.
PS: Maldita Guerra é um livro muito bom.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
- J.Ricardo
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Re: Paraguai
Eram outras épocas, era necessário cortar a cabeça da serpente até para passar o recado para todos os vizinhos, nosso continente não era esse mar de paz que é hoje...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!