Crise Econômica Mundial
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Re: Crise Econômica Mundial
EUA encerram serviços públicos por tempo indeterminado
Falta de acordo entre republicanos e democratas sobre a reforma da saúde deixa o Governo dos EUA sem dinheiro em caixa e serviços públicos encerrados.
Um milhão de funcionários de agências governamentais norte-americanas ficarão a partir de hoje de licença sem vencimento forçada, por tempo indeterminado, e os serviços onde trabalham serão encerrados, noticia a Reuters.
A ausência de acordo entre democratas e republicanos relativo à aprovação das dotações para que o Governo federal possa levar por diante a reforma da saúde (Obamacare), que o Presidente Barack Obama recusa protelar, encerrará a partir de hoje, e pela primeira vez em 17 anos, parques nacionais, museus e monumentos, projetos de investigação científica, entre muitos outros serviços.
Milhares de controladores de tráfego aéreo, guardas prisionais e fronteiriços, terão de continuar a trabalhar sem direito a vencimento. Melhor sorte tiveram os militares no ativo, guarda costeira e os civis contratados para apoio na Defesa e Segurança Nacional, que viram Obama assinar uma lei que permite o pagamento dos seus vencimentos durante a paragem do Governo federal.
No entanto, cerca de 400 mil trabalhadores civis do Pentágono, o ministério da Defesa dos EUA, localizado em Washington, foram dispensados.
Já a NASA fica em serviços mínimos. Apenas 600 dos 18 mil funcionários da Agência Espacial norte-americana ficam não seguem para casa. Terão por missão garantir a segurança das instalações e o suporte aos seus astronautas da Estação Espacial Internacional.
A ordem de encerramento partiu na noite de segunda-feira da diretora-geral do orçamento da Casa Branca: "As agências devem agora executar planos de paragem ordenada devido à ausência de dotações."
Sylvia Mathews Burwell apelou ainda ao Congresso, onde os republicanos dominam a Câmara dos Representantes, enquanto os democratas controlam o Senado, para agir rapidamente e aprovar uma lei que permita ao Governo Federal funcionar em pleno.
"Manter o Governo em funcionamento não é uma concessão ao Presidente. Manter serviços vitais em funcionamento e centenas de milhares a trabalhar não é algo que de dê à parte contrária. É uma responsabilidade nossa", afirmou ontem à noite Barack Obama.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/eua-encerram-se ... z2gU0E5uQK
Falta de acordo entre republicanos e democratas sobre a reforma da saúde deixa o Governo dos EUA sem dinheiro em caixa e serviços públicos encerrados.
Um milhão de funcionários de agências governamentais norte-americanas ficarão a partir de hoje de licença sem vencimento forçada, por tempo indeterminado, e os serviços onde trabalham serão encerrados, noticia a Reuters.
A ausência de acordo entre democratas e republicanos relativo à aprovação das dotações para que o Governo federal possa levar por diante a reforma da saúde (Obamacare), que o Presidente Barack Obama recusa protelar, encerrará a partir de hoje, e pela primeira vez em 17 anos, parques nacionais, museus e monumentos, projetos de investigação científica, entre muitos outros serviços.
Milhares de controladores de tráfego aéreo, guardas prisionais e fronteiriços, terão de continuar a trabalhar sem direito a vencimento. Melhor sorte tiveram os militares no ativo, guarda costeira e os civis contratados para apoio na Defesa e Segurança Nacional, que viram Obama assinar uma lei que permite o pagamento dos seus vencimentos durante a paragem do Governo federal.
No entanto, cerca de 400 mil trabalhadores civis do Pentágono, o ministério da Defesa dos EUA, localizado em Washington, foram dispensados.
Já a NASA fica em serviços mínimos. Apenas 600 dos 18 mil funcionários da Agência Espacial norte-americana ficam não seguem para casa. Terão por missão garantir a segurança das instalações e o suporte aos seus astronautas da Estação Espacial Internacional.
A ordem de encerramento partiu na noite de segunda-feira da diretora-geral do orçamento da Casa Branca: "As agências devem agora executar planos de paragem ordenada devido à ausência de dotações."
Sylvia Mathews Burwell apelou ainda ao Congresso, onde os republicanos dominam a Câmara dos Representantes, enquanto os democratas controlam o Senado, para agir rapidamente e aprovar uma lei que permita ao Governo Federal funcionar em pleno.
"Manter o Governo em funcionamento não é uma concessão ao Presidente. Manter serviços vitais em funcionamento e centenas de milhares a trabalhar não é algo que de dê à parte contrária. É uma responsabilidade nossa", afirmou ontem à noite Barack Obama.
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- Sterrius
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Re: Crise Econômica Mundial
Vamos ver quanto tempo levam.
Durar +de 1 mês os efeitos na economia deverão começar a aparecer. E foi justamente no inicio do mês onde os funcionários são pagos.
E fico triste que a NASA tenha sido literalmente decapitada com a medida.
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E fico triste que a NASA tenha sido literalmente decapitada com a medida.
- FoxTroop
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Re: Crise Econômica Mundial
Tem de ser resolvido antes. A questão do fecho de serviços federais pode-se considerar de grande impacto interno mas a questão do tecto de divida e o facto de se poder chegar a dia 17 deste mês que é quando os $$$ deixam de haver para continuar a rolar dívida. A partir desse dia a qualquer momento os USA podem dar calote nos credores internacionais e aí é que eu quero ver.

- Sterrius
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Re: Crise Econômica Mundial
A parte hilaria que o país ainda é AAA mesmo com essa iminencia de calote.
Fosse qualquer outro país ja estaria com os ratings no lixo.
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- cabeça de martelo
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- Bourne
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Re: Crise Econômica Mundial
Se não fores um funcionário público brasileiro que não pode ser demitido. Podes começar a chorar.cabeça de martelo escreveu:Imagiiiiiiiiiiiiiiiiiiina, os States? Nãaaaaaaaaaaaaa!

- cabeça de martelo
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Re: Crise Econômica Mundial
Confesso sou um sanguessuga, um chulo de um FP!
Mas essa do não pode ser demitido por cá não se coloca. Tenho objectivos delineados superiormente e se eu não os cumprir... levo!
Acabei de ter uma formação num programa de lançamento de recibos...não há dúvida que o “Big Brother is watching everybody”! Com um simples número consigo saber quase tudo sobre a pessoa que está-me a pedir a factura e não sou Policia nem deveria ter acesso a estes dados (na minha óptica).

Mas essa do não pode ser demitido por cá não se coloca. Tenho objectivos delineados superiormente e se eu não os cumprir... levo!
Acabei de ter uma formação num programa de lançamento de recibos...não há dúvida que o “Big Brother is watching everybody”! Com um simples número consigo saber quase tudo sobre a pessoa que está-me a pedir a factura e não sou Policia nem deveria ter acesso a estes dados (na minha óptica).
- cabeça de martelo
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Re: Crise Econômica Mundial
texto interessante mas acho que ligar o sucesso ou falha de um país apenas a suas instituições é uma ideia muito forte pra ser realmente verdadeira.
Paises como o Brasil tinham problemas de industrialização sérios devido a falta de carvão e mercados. Sem atrair imigrantes e com uma população de poucos milhões e espalhadas era difícil por uma industria pra funcionar.
Mas concordo em parte com o que o texto fala, instituições podem servir tanto para incentivar como para freiar o desenvolvimento de um país.
Paises como o Brasil tinham problemas de industrialização sérios devido a falta de carvão e mercados. Sem atrair imigrantes e com uma população de poucos milhões e espalhadas era difícil por uma industria pra funcionar.
Mas concordo em parte com o que o texto fala, instituições podem servir tanto para incentivar como para freiar o desenvolvimento de um país.
- Bourne
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Re: Crise Econômica Mundial
Não é apenas. As instituições são elementos importantes na contribuição da estratégia de desenvolvimento, incorporando fatores reais e mudanças estruturais, inclusive nas próprias instituições. O Acemoglu é um dos caras importantes que recolocaram as instituições e história como importantes para analisar e dar direcionamento para as políticas. Hoje quando se fala de desenvolvimento, se fala de instituições para a estruturação dos mercados e cumprimento de objetivos para beneficio comum.
Em um artigo do Acemoglu coloca como exemplo as diferenças entre Coréia do sul e norte. O problema colocado é os motivos que as elites norte-coreanas preferiram se isolar e militarizar, ignorando o objetivo de desenvolvimento, industrialização, melhora das condições de vida da população para se fortalecer frente aos inimigos da região. Além de evitar se adaptar ao mundo pós-guerra fria, bem diferente dos vizinhos do sul como Vietnã e China.
É claro que existem pesadas críticas a argumentação do acemoglu e forma de classificação das instituições e leitura da história dos países. Porém esse grupo amplo de autores levantaram discussões que merecem ser debatidas e servem como vertedouro de novas ideias. Por exemplo, a discussão sobre estrutura legal e desenvolvimento financeiro está bem interessante que envolve regulação, os funcionamento, suporte a economia real, intervenção do estado entre outros. Originou na última década o "Business Doing" do banco mundial, com a evolução das discussões a forma de mensurar e propor reformas aos membros.
Outra questões são as leis de falência, proteção dos credores, estruturação do mercado de ações e mudanças estruturais para fazer o mercado cumprir sofrem influência. Li esses um artigo de um crítico feroz de como o Acemoglu trata as instituições e história, colocando o brasil e mudança regulatória no mercado acionário como forma de provar que se pode introduzir um "dualismo regulatório". O objetivo é introduzir uma nova regulamentação para melhorar o funcionamento do mercado, contornando a resistência das antigas elites, ao mesmo tempo promovendo alterações estruturais. No longo prazo, criar incetivos para as velhas elites se adaptarem por perderem poder relativo e terem maiores oportunidades de ganhos ao adotar a nova estruturação.
Em um artigo do Acemoglu coloca como exemplo as diferenças entre Coréia do sul e norte. O problema colocado é os motivos que as elites norte-coreanas preferiram se isolar e militarizar, ignorando o objetivo de desenvolvimento, industrialização, melhora das condições de vida da população para se fortalecer frente aos inimigos da região. Além de evitar se adaptar ao mundo pós-guerra fria, bem diferente dos vizinhos do sul como Vietnã e China.
É claro que existem pesadas críticas a argumentação do acemoglu e forma de classificação das instituições e leitura da história dos países. Porém esse grupo amplo de autores levantaram discussões que merecem ser debatidas e servem como vertedouro de novas ideias. Por exemplo, a discussão sobre estrutura legal e desenvolvimento financeiro está bem interessante que envolve regulação, os funcionamento, suporte a economia real, intervenção do estado entre outros. Originou na última década o "Business Doing" do banco mundial, com a evolução das discussões a forma de mensurar e propor reformas aos membros.
Outra questões são as leis de falência, proteção dos credores, estruturação do mercado de ações e mudanças estruturais para fazer o mercado cumprir sofrem influência. Li esses um artigo de um crítico feroz de como o Acemoglu trata as instituições e história, colocando o brasil e mudança regulatória no mercado acionário como forma de provar que se pode introduzir um "dualismo regulatório". O objetivo é introduzir uma nova regulamentação para melhorar o funcionamento do mercado, contornando a resistência das antigas elites, ao mesmo tempo promovendo alterações estruturais. No longo prazo, criar incetivos para as velhas elites se adaptarem por perderem poder relativo e terem maiores oportunidades de ganhos ao adotar a nova estruturação.
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Re: Crise Econômica Mundial
Em parte, lembra a choradeira dos ricos brasileiros em relação ao imposto de renda, possibilidade de imposto sobre fortunas e herança. Ou industriais que tem taxas de lucro irreais e ainda reclamam dos altos salários, falta de apoio do governo e competição desleal estrangeira. Sim, lembrou a entrevista de trabalho na federação das Indústrias.
![[024]](./images/smilies/024.gif)

Plutocratas se sentindo perseguidos1
Paul Krugman
28/09/2013
00h01
Fonte: http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colu ... guidos.htm
Robert Benmosche, o presidente-executivo do American Internacional Group (AIG), disse algo estúpido outro dia. A nós devemos ficar felizes, porque os comentários dele ajudam a acentuar um custo importante, mas raramente discutido, da desigualdade extrema de renda –a ascensão de um grupo pequeno, mas poderoso, do que só pode ser chamado de sociopatas.
Para aqueles que não lembram, o AIG é uma seguradora gigante que teve um papel crucial na criação da crise econômica global, explorando brechas na regulação financeira para vender um vasto número de garantias para dívidas que não tinha como honrar. Cinco anos atrás, as autoridades americanas, temendo que o colapso do AIG pudesse desestabilizar todo o sistema financeiro, intervieram com um resgate imenso. Mas até mesmo os autores de políticas se sentiram usados –por exemplo, Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), testemunhou posteriormente que nenhum outro episódio na crise o deixou tão furioso.
E piorou. Por algum tempo, o AIG esteve basicamente sob tutela do governo federal, que era dono de grande parte de suas ações, mas ele continuou pagando grandes bônus aos seus executivos. Houve, compreensivelmente, grande furor público.
E aqui está o que Benmosche fez em uma entrevista ao "The Wall Street Journal": Ele comparou o estardalhaço em torno dos bônus a linchamentos no Sul –o tipo real, envolvendo assassinato– e declarou que a reação aos bônus foi "igualmente ruim e igualmente errada".
Você pode achar incrível que alguém considere, mesmo por um instante, essa comparação como sendo apropriada. Mas há na verdade uma série de histórias como essa. Em 2010, por exemplo, houve um repente comparável por Stephen Schwarzman, o presidente do Blackstone Group, uma das maiores firmas de private equity do mundo. Falando sobre as propostas para fechar a brecha da taxa de performance –que permite aos executivos de firmas como a Blackstone pagarem apenas 15% de imposto sobre grande parte de sua renda– Schwarzman declarou: "É uma guerra; é como quando Hitler invadiu a Polônia em 1939".
E você sabe que essas declarações públicas não saíram de lugar nenhum. Coisas assim certamente são o que os Mestres do Universo dizem uns aos outros o tempo todo, com cabeças balançando em acordo e aprovação. Eles apenas às vezes esquecem que não deveriam dizer essas coisas onde a ralé possa aprender algo a respeito.
Além disso, note o que ambos estão defendendo: seus privilégios. Schwarzman ficou ultrajado com a noção de que poderia ser obrigado a pagar impostos como as pessoas comuns; Benmosche estava, na prática, declarando que o AIG tinha direito a um resgate público e que não se devia esperar que seus executivos fizessem algum sacrifício em troca.
Isso é importante. Às vezes os ricos falam como se fossem personagens de "A Revolta de Atlas", exigindo nada mais da sociedade exceto que os pedintes os deixem em paz. Mas esses homens falam a favor, não contra, a redistribuição –redistribuição dos 99% da população para pessoas como eles. Isso não é libertarismo; é exigência de tratamento especial. Não é Ayn Rand; é regime antigo.
Às vezes, de fato, os membros do 0,01% são explícitos sobre seu senso de direitos. Foi refrescante, de certo modo, quando Charles Munger, o bilionário que é vice-presidente do Berkshire Hathaway, declarou que deveríamos "agradecer a Deus" pelo resgate de Wall Street, mas que os americanos comuns em dificuldades financeiras deveriam apenas "engolir e aceitar". Por acaso, em outra entrevista realizada em seu palacete à beira-mar em Dubrovnik, Croácia –Benmosche declarou que a idade de aposentadoria deveria passar para 70 anos, até mesmo 80.
O fato é que, em grande parte, os ricos conseguiram o que desejavam. Wall Street foi resgatada, enquanto os trabalhadores e os proprietários de imóveis residenciais não. Nossa chamada recuperação não fez nada pelos trabalhadores comuns, mas as rendas no topo subiram, com quase todos os ganhos de 2009 a 2012 seguindo para 1% mais rico, e quase um terço para o 0,01% mais rico –isto é, pessoas com rendas superiores a US$ 10 milhões.
Então por que a irritação? Por que a choradeira? E tenha em mente que as alegações de que os ricos estão sendo perseguidos não vêm apenas de alguns poucos bocudos. Elas estão por todas as páginas de opinião e foram, de fato, um tema central da campanha de Romney no ano passado.
Bem, eu tenho uma teoria. Quando você tem tanto dinheiro, o que você tenta comprar ganhando ainda mais? Você já tem múltiplas mansões, os serviçais, o jato particular. O que você realmente passa a desejar é adulação; você quer que o mundo se curve diante do seu sucesso. Logo, a ideia de que pessoas na mídia, no Congresso e até mesmo na Casa Branca estão fazendo críticas a pessoas como você o deixa insano.
É claro, isso é incrivelmente mesquinho. Mas o dinheiro traz poder, e graças ao aumento da desigualdade, essas pessoas mesquinhas têm muito dinheiro. Logo, a choradeira delas, a irritação delas de que não recebem deferência universal, pode ter consequências políticas reais. Tema a ira do 0,01%!
Tradutor: George El Khouri Andolfato
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Re: Crise Econômica Mundial
Pior que no Brasil a um grupo bem defensor de ideias que apenas garantem a perpetuidade do sistema atual.
Hoje acabei entrando numa discussão em um fórum +geral onde o cara defende com unhas e dentes imposto sobre produtos dizendo que o imposto sobre renda é pior e acabaria com o investimento e poupança no país.
Ele tb acredita que os preços subiriam ao invés de cair pq o empresario aumentaria o preço pra voltar a ter o lucro que tinha antes.
geralmente é forum visitado por povo mais jovem, então a economia pra eles paro de evoluir em Adam Smith, Keynes e Marx hehe.
Posso não saber muito de economia, maioria aprendida aqui mesmo no forum DB, mas isso me soa errado em diversos níveis.
Hoje acabei entrando numa discussão em um fórum +geral onde o cara defende com unhas e dentes imposto sobre produtos dizendo que o imposto sobre renda é pior e acabaria com o investimento e poupança no país.

Ele tb acredita que os preços subiriam ao invés de cair pq o empresario aumentaria o preço pra voltar a ter o lucro que tinha antes.
geralmente é forum visitado por povo mais jovem, então a economia pra eles paro de evoluir em Adam Smith, Keynes e Marx hehe.
Posso não saber muito de economia, maioria aprendida aqui mesmo no forum DB, mas isso me soa errado em diversos níveis.
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Re: Crise Econômica Mundial
Na teoria, o imposto sobre produtos seria mais eficiente, não prejudicando os de maior renda que poderiam manter o nível de consumo e atividade. O problema é que ser parte da questão. Precisa considerar nos modelos teóricos o papel da distribuição, elevação do bem-estar social e podem ser repassados ao sistema dificultando a eficiência. O resultado é diferente e leva ao imposto sobre renda e riqueza ser superior e receber a maior parte do peso da arrecadação, como é nos países desenvolvidos.
Na prática, elevar o nível de imposto sobre consumo e produção mais o menos ocorreu nos anos 1980 e 1990 nos países desenvolvidos, mas as resistências internas e outras contribuições teóricas levaram os efeitos a serem bem limitados. Não chegou nem perto da reorganização que alguns políticos e teóricos propunham. Hoje a tendência é manter o foco nos impostos sobre riqueza e consumo.
As décadas de elevada inflação, crescimento e isolamento do mundo levaram o Brasil a criar um sistema tributário esquizofrênico. Praticamente, tudo o que é arrecadado vem do consumo e produção, impactando negativamente sobre a distribuição de renda e competitividade internacional. Não é atoa que os preços no país são tão altos em relação ao exterior. Então, se és um peão que ganha um ou dois salários mínimos, está quebrado. Porém se ganha a partir de 10-15 salários mínimos os maiores preços são mais que compensados pelo imposto de renda reduzido, IPTU ridículo e ausência de taxação sobre heranças e fortunas. Melhor que isso, só se mudando para Rússia.
Na prática, elevar o nível de imposto sobre consumo e produção mais o menos ocorreu nos anos 1980 e 1990 nos países desenvolvidos, mas as resistências internas e outras contribuições teóricas levaram os efeitos a serem bem limitados. Não chegou nem perto da reorganização que alguns políticos e teóricos propunham. Hoje a tendência é manter o foco nos impostos sobre riqueza e consumo.
As décadas de elevada inflação, crescimento e isolamento do mundo levaram o Brasil a criar um sistema tributário esquizofrênico. Praticamente, tudo o que é arrecadado vem do consumo e produção, impactando negativamente sobre a distribuição de renda e competitividade internacional. Não é atoa que os preços no país são tão altos em relação ao exterior. Então, se és um peão que ganha um ou dois salários mínimos, está quebrado. Porém se ganha a partir de 10-15 salários mínimos os maiores preços são mais que compensados pelo imposto de renda reduzido, IPTU ridículo e ausência de taxação sobre heranças e fortunas. Melhor que isso, só se mudando para Rússia.