Completando meu post anterior, notícia veiculada no site da Cebes após pronunciamento da presidente:
Cebes e Abrasco apontam caminhos para a saúde
A Saúde que queremos: pública, gratuita e de qualidade
Nós, do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), como entidades do Movimento da Reforma Sanitária pela democratização e direito universal à saúde, celebramos a presença da saúde entre as pautas dos movimentos sociais nas ruas das nossas cidades.
[destacar]Nesse sentido, viemos ainda nos manifestar quanto ao discurso da Sra. Presidenta da República, que mostra sensibilidade para ouvir as vozes das ruas, mas que apresenta como única proposta para a melhoria de saúde do povo brasileiro a importação de médicos estrangeiros.
Esta estratégia, que deve ter caráter de solução emergencial e provisória para a escassez desses profissionais em algumas áreas do país, não resolverá os nossos persistentes, graves e complexos problemas da saúde.[/destacar]
Senhora Presidenta, senhores governantes, senhores dirigentes de partidos, senhores parlamentares: quando o povo clama por mais saúde, precisamos pensar e agir por acesso universal e gratuito, serviços de qualidade e atendimento integral e resolutivo.
A política governamental deve ainda ter como um de seus objetivos centrais eliminar as intoleráveis desigualdades e iniquidades em saúde, incompatíveis com o desenvolvimento do país.
É imprescindível a retomada da saúde no contexto da Seguridade Social, como direito social articulados aos demais setores de bem estar social. Saúde deve estar no centro do projeto de desenvolvimento econômico e social, não apenas por que é um importante setor da economia, mas por ser essencial para a qualidade de vida da população.
O caminho pra atingir o objetivo da melhoria da assistência é a consolidação do projeto constitucional do Sistema Único de Saúde, que deve ser implementado sob o primado do interesse publico e não dos interesses de grupos vinculados ao mercado.
É necessário mais recursos para a saúde para realizar mais investimento na infra estrutura dos serviços, equipamentos, carreiras profissionais, insumos e em todas as garantias para o bom funcionamento dos serviços públicos.
É preciso regular e frear a perversa mercantilização da saúde já percebida e rejeitada pela população. Isso é o que o povo necessita e o que deve ser ouvido das ruas nesse importante momento para a democracia nacional.
Estes são os compromissos que o Estado Brasileiro, a sociedade e os Governos devem assumir para a melhoria efetiva da Saúde:
[destacar]Por 10% das Receitas Brutas da União para a Saúde;
Por destinação de parcela dos Royaties do petróleo para a Saúde;
Pelo reestabelecimento do Orçamento da Seguridade Social e da Saúde;
Por investimentos na ampliação e melhorias imediatas na rede pública do SUS;
Por planos de cargos e salários para trabalhadores do SUS;
Pelo Serviço Civil para profissionais de nível superior de saúde;
Pelo acesso universal a medicamentos em todo território nacional;
Contra a mercantilização e a privatização da saúde;
Contra a presença de capital estrangeiro na saúde.[/destacar]
http://www.cebes.org.br/verBlog.asp?idC ... tegoria=56
Comentário: Todas são proposta que podem ser concretizadas a curto prazo e a grande maioria vem na contra-mão das decisões políticas obsoletas e 'equivocadas' que o governo vem tomando. Falar que a importação de 6 mil médicos vão resolver alguma coisa é no mínimo uma piada de muito mal gosto. O que estamos vendo são os hospitais sendo administrados por particulares pela OSS (organizações de serviços de saúde) e a atenção básica ser municipalizada sem os repasses adequados para a os municípios.
PS: Cebes e Abrasco não são organizações médicas, mas dos profissionais que atuam na área da saúde coletiva (antiga saúde pública) e que inclusive repudiam o chamado 'Ato Médico' e são contra a medicalização da saúde.