GEOPOLÍTICA

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NettoBR
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Re: GEOPOLÍTICA

#5176 Mensagem por NettoBR » Sex Jan 04, 2013 8:41 pm

Chile defende união entre países da região diante da União Européia
Atualizado em 04.01.2013 - 17h42

O chanceler chileno, Alfredo Moreno, reiterou nesta sexta-feira (04) a importância de que América Latina e Caribe se projetem como uma só voz na próxima cúpula dos países da região com a União Européia (UE), que será realizada nos dias 26 e 27 de janeiro em Santiago.

Presidente temporário da Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), o Chile será anfitrião do encontro entre os mandatários deste mecanismo que abriga os 33 países da América Latina e do Caribe e da cúpula que reunirá a Celac com os 28 estados que compõem a União Européia. De acordo com Moreno, graças à existência da Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribeños (Celac), “é possível que, dentro da diversidade, o subcontinente atue como interlocutor”.

“Em reuniões anteriores os países do chamado velho continente estavam representados pela União Européia e os latino-americanos eramos trinta e tantos países, cada um separado, mas agora temosuma organização, com uma só voz”, enfatizou o ministro em entrevista ao canal 24 horas da televisão chilena.

Segundo Moreno, essa é a cúpula mais importante na história do Chile, já que os países participantes representam mais de 1 milhão de pessoas e cerca de 30% do território mundial. “Vamos ter uma oportunidade única de mostrar o que estamos fazendo em nosso continente e em particular em nosso país”, afirmou o diplomata.

Desenvolvimento sustentável

O ministro lembrou que a cúpula é realizada no momento em que a Europa tem uma situação econômica difícil, em contraste com a América Latina que tem apresentado melhorias em sua economia. "Creio que há uma relação um pouco mais simétrica”, afirmou. “É difícil o momento econômico vivido pela Europa, e em contraste, o crescimento sustentado da maior parte dos países do nosso continente, faz com que alguns inclusive assinalem, pela primeira vez, que a América Latina seja parte, não do problema, mas das possíveis soluções à crise global”.

Moreno considera que o tema central da cúpula entre os dois organismos multilaterais: “Aliança para um desenvolvimento sustentável”, é um tema chave para alcançar uma exploração racional e sustentável dos recursos, “com respeito às comunidades e ai meio ambiente”. “Um tema em que a Europa, principal investidor em nosso continente, pode trazer sua grande experiência para a região”, afirmou.

Plano de ação

Após o término da reunião entre chefes de estado da Celac e União Européia, terá início a cúpula do bloco latino-americano e caribenho, que será concluída no dia 28 com a entrega da presidência temporária do mecanismo a Cuba.
A reunião da Celac deve revisar o Plano de Ação aprovado em Caracas em dezembro de 2011, durante a fundação da organização, documento que define estratégias para fazer frente à crise financeira internacional e à criação de uma nova arquitetura financeira.

O texto também incentiva a complementaridade e cooperação entre os mecanismos regionais e subregionais de integração e define iniciativas que fomentem o desenvolvimento social e a erradicação da fome e da pobreza, entre outras problemáticas.


Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/internac ... o-europeia




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Penguin
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Re: GEOPOLÍTICA

#5177 Mensagem por Penguin » Dom Jan 06, 2013 1:18 pm

Carta Capital
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?page=notimp

Um gigante acanhado

Se há uma deficiência no Itamaraty da era Dilma é o excesso de discrição. O País cresceu demais para tentar manter um perfil baixo.

ANTONIO LUIZ M. C. COSTA

Por mais que alguns analistas insistam desde os primeiros dias em procurar com lupa diferenças profundas ou mesmo antagonismos entre Dilma Rousseff e Lula, a política externa continuou substancialmente a mesma, com os mesmos objetivos. O BRICS e o G-20 dos emergentes continuam a ser o fulcro de suas articulações mundiais. Não mudou a posição do Brasil em relação ao Oriente Médio e à questão palestina, como mostraram os discursos na Assembleia Geral da ONU.

A política para a América Latina segue a mesma linha de boa vizinhança combinada com articulação com os governos progressistas do continente, combinando a defesa da democracia com a da não intervenção. Qualquer dúvida a respeito foi dissipada pela reação ao golpe institucional no Paraguai, que isolou diplomaticamente o governo de Federico Franco na América Latina e, de quebra, serviu para integrar a Venezuela ao Mercosul, passo que há muito era bloqueado pelo Senado conservador de Assunção, mas sem impor as duras sanções comerciais pretendidas pelos governos bolivarianos, que abririam precedentes capazes de justificar embargos criticados pelo Brasil, como os que os Estados Unidos impõem a Cuba e ao Irã.

Há, porém, mudanças de estilo e ênfase. De um lado, a diplomacia tem sido mais discreta e menos marcada por atos simbólicos ambiciosos. Por outro, as questões monetárias, econômicas e financeiras ganharam maior peso, tanto pela formação da presidenta quanto pela necessidade de enfrentar um cenário internacional mais turbulento.

Uma dificuldade em potencial é a tendência à divisão da América Latina em dois blocos econômicos, a "Aliança do Pacífico" e um Mercosul ampliado. Em artigo de novembro, o politólogo uruguaio Raúl Zibechi chamou a atenção para a importância desse conflito em potencial.

A Aliança do Pacífico, que teve sua quarta cúpula em 2012, é formada por México, Colômbia, Chile e Peru e representaria o ramo latino-americano da Aliança Transpacífica (Trans-Pacific Partnership - TPP) fomentada pelos EUA, cujas negociações também incluem Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Cingapura, Brunei, Vietnã e Japão (este, como observador) e nas quais também Coreia do Sul, Tailândia, Taiwan e Filipinas demonstraram interesse.

O governo de Barack Obama tem mostrado um empenho especial nesse projeto como contraponto à expansão da influência de Pequim. Desde o início de 2012, a Casa Branca anunciou uma "virada para a Ásia Oriental" (pivot to East Asia), segundo a qual sua política externa passaria a enfatizar essa região, reduzindo a ênfase herdada da Guerra Fria nos assuntos da Europa e do Oriente Médio.

A viagem de Obama à Ásia em novembro incluiu a primeira visita de um presidente dos EUA a Mianmar, tradicional aliado de Pequim que Washington pretende seduzir, e quis promover e consagrar sua nova política asiática na cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) em Phnom Penh, Camboja, mas não foi muito bem-sucedida. Obama foi ofuscado pela crise gerada por Israel ao bombardear Gaza, que tomou conta dos noticiários e obrigou Hillary Clinton a se deslocar às pressas para Tel-Aviv e para o Cairo. Além disso, a maioria dos países do Extremo Oriente mostrou que quer boas relações com Pequim tanto ou mais do que com Washington, ao aprovar uma "Aliança Econômica da Ásia Oriental" (Comprehensive Economic Partnership for East Asia - Cepea) que inclui, além dos integrantes da Asean, China, Japão, índia, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Do outro, um "Mercosul ampliado" que poderá incluir a maior parte da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba): além da Venezuela, também a Bolívia, que aceitou o convite para converter-se em integrante pleno do Merco-sul, e o Equador, que, segundo Evo Mo-rales, também recebeu essa proposta.

O atrito entre Quito e Brasília, iniciado em outubro de 2008, em razão dos problemas que exigiram a paralisação da hidrelétrica de San Francisco e levaram à expulsão temporária da Odebrecht foi aparentemente superado. C) Equador, que suspendeu os pagamentos devidos ao BNDES e recorreu à Câmara de Comércio Internacional, perdeu em juízo e desde meados de 2012 houve uma reaproximação. Insatisfeito com as condições propostas pelos chineses, que quiseram pagamento em petróleo, o Equador voltou a recorrer ao Brasil e à Odebrecht para outro projeto hidrelétrico e, em novembro de 2012, o BNDES liberou a primeira parcela para a nova obra, em Manduriacu.

Apesar das dificuldades econômicas crescentes da Argentina, o Itamaraty e o governo Dilma continuaram a priorizar as relações com esse país. Em 28 de novembro, em vez de participar da cúpula da Unasul, que decidiu não aprovar o retorno do Paraguai antes das eleições de 2013, Dilma foi prestigiar Cristina Kirchner, acossada por problemas políticos e econômicos, e foi a Buenos Aires defender o aprofundamento da integração binacional. Paralelamente, as Forças Armadas do Brasil e da Argentina começaram a elaborar um manual de cooperação, possível embrião de uma doutrina militar conjunta.

A política brasileira continua a ser, em primeiro lugar, de promoção da unidade latino-americana e dos interesses da região tanto em questões comerciais e ambientais quanto, por exemplo, na disputa entre argentinos e britânicos pelas ilhas Malvinas, e em segundo de articulação dos países emergentes em geral, dentro dos quais a América Latina representaria um bloco que o Itamaraty gostaria de ver liderado pelo Brasil, ante os países ricos.

A evolução da rivalidade entre EUA e China e seus reflexos na América Latina, com provável aumento da pressão do Pentágono por mais presença e bases militares no Sul, pode vir a gerar divisões difíceis de superar dentro desse bloco, que Washington ainda quer ver como parte de sua esfera de influência imediata. Por enquanto, mesmo os países da Aliança do Pacífico, mesmo quando têm governos conservadores, interessam-se também por se aproximar dos seus vizinhos do Mercosul e defender políticas comuns.

Exemplo disso é o governo colombiano de José Manuel Santos, que, para irritação de seu predecessor Álvaro Uribe, melhorou as relações com a Venezuela, visitou Cuba e abriu negociações com as Farc, em Havana. O alinhamento do Chile com os EUA, mesmo hoje, não é incondicional, como mostrou seu voto pelo reconhecimento da Palestina na ONU, e deve ser ainda menos com o provável retorno do centro-esquerda liderado por Michelle Bachelet nas eleições presidenciais chilenas de 2013. O Peru tem um Executivo simpático aos governos bolivarianos (apesar de contido por um sistema político conservador) e fortes interesses comuns com o Brasil, dada a integração econômica na região da Amazônia e a construção de estradas e hidrelétricas que servirão aos dois países. O México e os pequenos países da América Central e Caribe, mais dependentes dos EUA, são o maior entrave real aos planos do Itamaraty, pois o Paraguai, com qualquer governo, depende muito do Brasil e de seus aliados.

Problema herdado do governo Lula, a intervenção desde 2004 das Forças da ONU no Haiti com a participação do Brasil sempre foi de difícil solução e passou a sê-lo ainda mais após o terremoto de 2010 e a epidemia de cólera que se seguiu, aparentemente introduzida acidentalmente por soldados nepaleses da Minustah. Muitos haitianos rejeitam a aparentemente inútil presença das tropas estrangeiras, e o objetivo diplomático inicial, que era projetar o Brasil como força „capaz e interessada em atuar em benefício da estabilidade mundial e reforçar sua candidatura a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, parece estar tão distante quanto antes.

Mais bem-sucedida tem sido a projeção do que o Itamaraty chama de soft power. Ou seja, programas de cooperação humanitária e técnica com o Haiti e países da África e Ásia (alimentos e medicamentos para a Etiópia, Moçambique, Coreia do Norte, Gaza e refugiados afegãos no Irã e Paquistão, por exemplo), que tornam o Brasil mais conhecido e prestigiado no mundo dos não alinhados, visto a "cooperação humanitária" do Brasil não ser acompanhada de exigências políticas e estratégicas como a "ajuda humanitária" oferecida pelos EUA.

Para além da esfera latino-americana, a política do Brasil continua focalizada na articulação com Rússia, índia, China e África do Sul no grupo apelidado de BRICS, que hoje se contrapõe ao G-7 como espinha dorsal da defesa dos interesses dos países ditos "emergentes" representados no G-20 fundado em Cancún em 2003 para se opor na OMC ao bloco dos países ricos da OCDE. Os interesses do Brasil nem sempre coincidem com os dos outros parceiros do grupo, principalmente no que se refere à China, que é tanto um grande mercado para os produtos primários quanto um concorrente incômodo para a indústria brasileira, mas quase sempre estão mais próximos deles do que dos países do Norte - além de que, no futuro previsível, a importância econômica relativa dos BRICS só tende a aumentar.

Os desentendimentos de Brasília com Pequim em relação à subvalorização do yuan e à inundação de produtos baratos chineses são hoje menos importantes que aqueles que opõem ambos a Washington em relação à inundação de dólares trazida pela "flexibilização quantitativa" do Fed, sem a qual o câmbio estaria naturalmente mais equilibrado e barreiras comerciais defensivas seriam menos necessárias. Além disso, as dificuldades no comércio com a China certamente não são maiores do que com os EUA e a Europa, que insistem na abertura dos mercados do Sul sem oferecer contrapartida e em tratar igualmente os desiguais no que se refere à política climática. Ou seja. querem congelar países ricos e pobres nos atuais padrões de emissão de carbono e, portanto, de produção e consumo relativos, sem reconhecer a necessidade da convergência dos níveis de desenvolvimento no futuro.

A política monetária expansionista dos ricos, não o câmbio do yuan, tem sido o principal alvo dos discursos de Dilma na ONU e em fóruns Econômicos internacionais, ao mesmo tempo que os BRICS testam acordos bilaterais de câmbio para contornar a hegemonia monetária dos EUA e do dólar e mecanismos de financiamento alternativos ao FMI e Banco Mundial, como o "Banco do Sul", que está sendo articulado pelos países do "Mercosul ampliado". Desde a crise de 2008, esses aspectos da diplomacia, difíceis de entender para os leigos e os jornalistas não especializados, têm-se tornado cada vez mais importantes, o que contribui para a imagem mais "tecnocrática" com que se revestiu a política externa nos anos Dilma.

Ao mesmo tempo, não tiveram seguimento evidente as ousadas iniciativas diplomáticas dos últimos anos do governo Lula. Em parte, isso foi inevitável, pois os desdobramentos da Primavera Árabe embaralharam de novo as cartas nas quais a diplomacia brasileira fazia suas apostas e derrubaram Muammar Kaddafi, Hosni Mubarak e outros líderes, antes tidos como referências indispensáveis na região pelo Itamaraty e por todo o mundo. Até a Turquia, que fazia a mesma aposta que o Brasil e estava cultural e geograficamente muito mais próxima, foi surpreendida pelos acontecimentos e custa a redefinir uma política externa consistente. Esforça-se para manter boas relações com o Irã, o Egito e novos governos islâmicos árabes e fustigar Israel ao mesmo tempo que se apega à Otan contra o regime sírio e os rebeldes curdos.

Mas uma vez que o Brasil se lançou para além da política regional ao se projetar como integrante dos BRICS, sexta economia do mundo e palco de eventos que chamam a atenção da mídia mundial, não é mais possível voltar a uma postura de "perfil baixo" da era FHC e ignorar tais questões como se fosse uma nação pequena, dependente e irrelevante. Integre ou não do Conselho de Segurança, o País ganhou peso e responsabilidades e cresceu demais para voltar a usar esse figurino. Isso o faz parecer um rapaz tímido e apegado aos pais, com receio tanto de se afirmar entre os adultos quanto de aceitar suas obrigações.

Nesse aspecto, o Itamaraty, ainda parece recear em excesso a exposição pública e a opinião dos países ricos e suas mídias e poderia transmitir mais clareza e segurança. Os posicionamentos existem, mas discretos a ponto de passarem despercebidos.

Os direitos humanos, tratados por parte da mídia como divisor de águas e senha para uma diplomacia mais pró-ocidental, são regularmente citados sem deixar que sirvam de pretexto para os EUA e seus aliados imporem seus projetos geopolíticos, como se vê na insistência de Dilma e do Itamaraty em distinguir "responsabilidade de proteger" e "ao proteger". Na prática, isso significou não apoiar na Síria uma intervenção como a da Otan na Líbia, que com o pretexto de "defender a população civil" aumentou a violência e abriu espaço a extremistas religiosos para impor um regime ao gosto do Ocidente e suas empresas petroleiras à custa da estabilidade de toda a África do Norte e do aumento da tensão com a Rússia e China.

0 Brasil, que no final do governo Lula abriu o caminho para o reconhecimento do Estado Palestino pela maior parte da América Latina, continua a manter a mesma posição e votou com consistência nas resoluções da ONU contra os ataques israelenses a Gaza e pelo estatuto de Estado não membro para a Palestina, mas poderia ser mais vocal nessas questões, de modo a se tornar uma referência para outros países da América Latina e do mundo. Quando Israel retaliou o reconhecimento da Palestina pela ONU com o anúncio de novas construções na Cisjordânia que podem inviabilizar a solução de dois Estados, o Brasil convocou o embaixador de Israel a dar explicações, mas só no dia seguinte ao Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca e Espanha, como se ainda julgasse necessário o posicionamento prévio dos países europeus para justificar o seu.

A menor preocupação com atos capazes de atrair os holofotes da mídia não é necessariamente uma expressão de modéstia louvável. Iniciativas como a fundação do G-20 dos países emergentes em 2003, da Unasul em 2008, da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) em 2010 e mesmo a tentativa malsucedida de mediar um acordo nuclear entre os países ocidentais e o Irã e negociações entre Israel e a Palestina foram importantes para marcar uma política de independência e protagonismo do Brasil e para criar consciência da nova diplomacia, abrir debates e marcar posições não apenas nas cúpulas governamentais, como também junto a executores de políticas de menor estatura, a organizações não governamentais e ao público ao qual tem a obrigação de prestar contas.

Mesmo sem consequências imediatas, gestos simbólicos são importantes em política e ainda mais quando esta se quer democrática. Embora isso pareça não ter afetado sua popularidade, o pragmatismo do governo Dilma tem deixado a desejar nesse aspecto, ao dar a impressão de que trata as relações exteriores como um assunto de diplomatas e economistas e evitar a tomada de posições explícitas. Houve um aparente retrocesso para um enfoque tecnocrático que pode evitar muitos pequenos erros e mal-entendidos e reduzir os mal-estares nas relações com as potências ocidentais, mas também impede os grandes acertos e tira clareza às suas posições.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA

#5178 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 06, 2013 11:31 pm

Criação de um novo mecanismo entre Suécia, Turquia e Brasil...não consegui postar o texto mas compensa. E pensar que essa semana saiu um texto sobre a paralisia da política externa da Dilma :twisted:

http://www.hurriyetdailynews.com/turkey ... sCatID=338

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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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Re: GEOPOLÍTICA

#5179 Mensagem por marcelo l. » Ter Jan 08, 2013 9:18 pm



Passou a brancas nuvens na imprensa o lançamento do programa acima em Brasilia. Mas, o Banco Mundial começa a agir e puniu uma empresa sérvia Energoprojekt Niskogradnja por práticas fraudulentas em um Projeto de Estradas em Uganda.

Será se for outro país eles teriam coragem...por que se for vai ser uma festa...

http://www.worldbank.org/en/news/2013/0 ... ect-uganda

Uganda tem até propaganda para combater as falcatruas e nada...

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http://www.transparency.org/news/featur ... an_be_done




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Re: GEOPOLÍTICA

#5180 Mensagem por gaia » Qua Jan 09, 2013 9:08 am





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Re: GEOPOLÍTICA

#5181 Mensagem por Rodrigoiano » Qui Jan 10, 2013 2:44 am

Quando ocorreu aquela disputa judicial na área do direito de família envolvendo o menino "S." as autoridades americanas foram firmes em defesa dos direitos que favoreceriam ao interesse do pai americano.

Gostaria de ver o mesmo empenho das autoridades brasileiras cobrando a rápida resolução do absurdo caso da adolescente brasileira de 15 anos retida na Flórida!

:twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

=====================================

SBT Brasil

Adolescente de 15 anos está detida há dois meses em Miami

publicado em 9/1/2013 às 20:15

A jovem, de 15 anos, embarcou no dia 27 de novembro do ano passado para conhecer os parques do Walt Disney, em Orlando, nos Estados Unidos. A menina seria recebida pela tia-avó, Marli, que mora e trabalha no país há 15 anos. A confusão aconteceu na imigração americana. A garota foi detida por não portar uma carta de recomendação que autoriza a menor de idade a ficar sob a responsabilidade de Marli.

Desde então, ela está sob custódia do governo americano, em um abrigo para menores de idade. Eles alegam que a tia-avó não é parente direta da jovem. O consulado brasileiro nos Estados Unidos acompanha o caso, que deve ser resolvido até o fim desse mês.

http://www.sbt.com.br/jornalismo/notici ... Miami.html




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Re: GEOPOLÍTICA

#5182 Mensagem por Bourne » Qui Jan 10, 2013 3:01 am

Nesse caso a mão tinha morrido. O menino tinha que ficar com o pai. Ele era o pai e não tinha nenhum impedimento para exercer a guarda da criança. O marido da mãe falecida e família que se meteram. E a criança estava apenas passando férias.

Esse é outro caso. Caiu na burocracia. Culpa dos país que não consultaram as implicações legais para tal. Seria semelhante ao esquecer a carteira de motorista em casa sabendo que existe a determinação de levar junto. Depois não o que reclamar. Apenas pagar a multa e voltar e resolver os problemas decorrentes. :|

É claro que o Itamaraty deveria dar auxilio. Porém não é bom confiar na preocupação deles. É bem comum eles te deixarem na mão.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5183 Mensagem por Rodrigoiano » Qui Jan 10, 2013 3:55 am

Mas minha objeção Bourne não foi no mérito da causa de família. Foi porque, uma disputa particular, do direito, por envolver partes de países diferentes, foi defendida pelas autoridades americanas. Gostaria de ver esse mesmo tipo de defesa - por envolver cidadã menor brasileira neste caso da Flórida - por parte das nossas autoridades.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5184 Mensagem por faterra » Qui Jan 10, 2013 10:23 am

Tentei postar e não consegui.
Portanto, vai o link mesmo.

A Grande Guerra Secreta que os EUA declararam ao Brasil

http://www.anovademocracia.com.br/no-18 ... -ao-brasil




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Um abraço!
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Re: GEOPOLÍTICA

#5185 Mensagem por NettoBR » Qui Jan 10, 2013 12:40 pm

Passou a pouco aqui na loja um vendedor novo do nosso fornecedor de material elétrico.
A família é espanhola e mudou durante o regime Franquista para a Suiça, onde ele nasceu e se formou Engenheiro Civil. Casou com uma brasileira e mora a 6 meses aqui.

Cultura no padrão suiço. Em 30min. conversando sobre Geopolítica foi desde Colombo até a crise atual. :mrgreen:

Diz a mesma coisa que todos os estrangeiros, o Brasil é MARAVILHOSO, mas tem que melhorar bastante... :?




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: GEOPOLÍTICA

#5186 Mensagem por Bourne » Qui Jan 10, 2013 1:22 pm

Isso é raro. Principalmente no novo mundo. A regra costuma ser estilo "redneck" que não sabe o que acontece no vizinho e não conhece o próprio país. E não estou falando apenas dos caipiras norte-americanos. Inclusive acabo de ler um comentário no facebook de uma menina que fez o segundo grau comigo. Minha reação

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Re: GEOPOLÍTICA

#5187 Mensagem por lelobh » Sex Jan 11, 2013 9:38 pm

NettoBR escreveu:Passou a pouco aqui na loja um vendedor novo do nosso fornecedor de material elétrico.
A família é espanhola e mudou durante o regime Franquista para a Suiça, onde ele nasceu e se formou Engenheiro Civil. Casou com uma brasileira e mora a 6 meses aqui.

Cultura no padrão suiço. Em 30min. conversando sobre Geopolítica foi desde Colombo até a crise atual. :mrgreen:

Diz a mesma coisa que todos os estrangeiros, o Brasil é MARAVILHOSO, mas tem que melhorar bastante... :?
Na Europa os caras estão doidos com o Brasil.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Re: GEOPOLÍTICA

#5188 Mensagem por Luiz Bastos » Sáb Jan 12, 2013 12:21 am

lelobh escreveu:
NettoBR escreveu:Passou a pouco aqui na loja um vendedor novo do nosso fornecedor de material elétrico.
A família é espanhola e mudou durante o regime Franquista para a Suiça, onde ele nasceu e se formou Engenheiro Civil. Casou com uma brasileira e mora a 6 meses aqui.

Cultura no padrão suiço. Em 30min. conversando sobre Geopolítica foi desde Colombo até a crise atual. :mrgreen:

Diz a mesma coisa que todos os estrangeiros, o Brasil é MARAVILHOSO, mas tem que melhorar bastante... :?
Na Europa os caras estão doidos com o Brasil.

Como assim Lelobh ?




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Re: GEOPOLÍTICA

#5189 Mensagem por lelobh » Sáb Jan 12, 2013 1:28 pm

Luiz Bastos escreveu:
lelobh escreveu: Na Europa os caras estão doidos com o Brasil.

Como assim Lelobh ?
No bom sentido :D
Muitos querem vir trabalhar no Brasil. Nas universidades, nos níveis de pós graduação, não é incomum ver estudantes falando em trabalhar na nossa terra. Outro dia escutei de uma professora universitária francesa que a moda agora entre os professores era estudar o nosso Português.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Re: GEOPOLÍTICA

#5190 Mensagem por lelobh » Sáb Jan 12, 2013 1:32 pm

http://www.novojornal.com/politica/noti ... -2013.html

"Comissão Trilateral" quer impor candidatura de Aécio Neves
Brasileiros, reféns de uma mídia entreguista, assistem desinformados a ingerência internacional na imposição do acordo entre PT e PSDB

Marco Aurélio Carone

Nos últimos seis meses a população brasileira assiste a um grande espetáculo midiático patrocinado pelo capital internacional, cujos atores regiamente remunerados cumprem a risca o papel a eles atribuído. No palco, magistrados, parquets, políticos, jornalistas e intelectuais na defesa dos interesses dos grupos que servem.

Para aqueles que viveram o pré-64, um tormentoso Déjà vu.

A classe artística nacional que historicamente sempre esteve disposta a denunciar este tipo de articulação encontra-se refém de patrocínios que representam sua sobrevivência.

O único grupo político organizado detentor de poder capaz de resistir encontra-se dividido, uma parte envergonhada diante da opinião pública, devido à condenação de integrantes do partido pelo STF, a outra refém do acordo celebrado.

A militância do PT assustada, a todo o momento indaga o porquê do ex-presidente Lula estar apanhando publicamente sem reagir. Nos bastidores a explicação; No intuito de manter a governabilidade do governo Dilma. Porém, a verdadeira razão está no longínquo ano de 2006.

Cumprindo as regras do manual de sociologia, para realizar-se uma análise imparcial é fundamental consultar o passado para entender com nitidez o presente.

Em 2004, George H. W. Bush, pai de George W. Bush, em uma cerimônia na “Spencer House”, casa do Lorde Rothschild em Londres, saudou Aécio Neves como o futuro presidente do Brasil. Naquele momento Aécio ainda cumpria o segundo ano de seu primeiro mandato de governador de Minas Gerais.

Dois anos depois, em 2006, ao contrário do esperado, Aécio nada faria para ajudar o candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin.

Na época, diante da descrença da população desinformada e condicionada pela grande mídia, encontramos um editorial do jornalista Jorge Serão afirmando:

“A eleição presidencial brasileira não será decidida pelos 125 milhões 913 mil 479 eleitores aptos a comparecer às urnas no domingo. O resultado do pleito já foi resolvido, em acordos secretos, nos bastidores dos centros de poder mundial, por grupos que governam o mundo de verdade. O Centro Tricontinental (sediado na Bélgica), que representa a nobreza econômica européia, investe na reeleição de Lula, no Brasil, e aposta em candidatos ligados ao Foro de São Paulo, para governar os países da América Latina.

Em nome da divisão dos negócios globalizados, este pouco conhecido grupo fechou um acordo com o Diálogo Interamericano (do qual o tucano FHC é membro, e onde Lula da Silva é aceito) para que o governo do PT tivesse continuidade e não fosse "derrubado" ou "impedido" pela pretensa oposição tucana.

Outro grupo de poder ligado aos europeus, o CFR (Council on Foreign Relations dos EUA), mediou com o “Foro de São Paulo”, organismo fundado pelo PT, em 1990, que congrega as esquerdas do continente. No dia 18 de maio, em Nova York, depois de um prato de talharim e um cafezinho, os tucanos digeriram um acordo político-econômico de não-agressão entre o PSDB e o PT, caso se confirmasse à reeleição do presidente Lula. Comprovando que, Geraldo Alckmin entrara na disputa para perder. Sua chegada ao segundo turno foi um acidente eleitoral”.

Reeleito governador de Minas Gerais em 2006, Aécio Neves, contrariando seu próprio partido que pautava os assuntos a serem investigados pela CPI do Mensalão, saiu publicamente em defesa da “governabilidade” do governo do presidente Lula, como dito anteriormente, fora lançado à presidência, em Londres, no dia 17 de junho de 2004, durante um jantar com a nobreza econômica européia, do Centro Tricontinental e do Clube dos Bildelberg, no castelo dos banqueiros Rothschild.

Dirigentes do Banco Itaú que por imposições internacionais se uniram em novembro de 2008 ao grupo Moreira Sales, proprietários da CBMM que controla a exploração e venda de Niobio, presenciaram o encontro secreto entre os tucanos e os petistas. Tal pacto político-empresarial de intenções foi selado entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aloízio Mercadante, nos Estados Unidos.

O tratado político informal foi sacramentado pelo senador Tasso Jereissati e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Mas o acordo foi desenhado pelo Centro Tricontinental e pelo Diálogo Interamericano. Os políticos brasileiros apenas obedecem aos “parceiros” dos quais são dependentes.

A contrapartida ao esquema de não-agressão dos tucanos no segundo governo Lula seria o apoio do governo federal a um mega-projeto de concessões e parcerias público-privadas em rodovias, que movimentou R$ 30 bilhões. Tal negócio foi montado pelo publicitário Paulo Henrique Cardoso, filho de FHC, que fechou uma parceria com um poderoso grupo de empreiteiros canadenses.

Em troca das “privatizações” nas estradas, os tucanos apoiariam a reforma da previdência que seria tocada por Luiz Gushiken, que vinha sendo elaborada desde o primeiro governo FHC. Em 2002, a empresa do petista (na época, Gushiken Associados, agora Global Previ) elaborou, para o Ministério da Previdência de FHC, o livro “Regime Próprio de Previdência dos Servidores: Como Implementar uma Visão Prática e Teórica”.

Os dois partidos, na questão previdenciária, defendem um modelo que favorece o grande capital. O modelo previsto utilizaria os bilhões da máquina arrecadadora da Previdência Social e os outros bilhões dos Fundos de Pensão de Estatais. Tudo montado por sindicalistas ligados à “Articulação Bancária” e que ocupou alto escalão do governo Lula, como Gushiken e Sérgio Rosa. Todos têm o aval tecnocrático dos petistas e da equipe que serviu aos oito anos de FHC no governo.

Patrocinados pelos banqueiros, que querem cuidar do lucrativo caixa da Previdência, eles fabricam manobras técnicas que criam à impressão de que a previdência é “deficitária”, quando não é.

Os gestores tucanos e os petistas que o sucederam trabalharam para provar que o governo não tem competência para gerenciar a Previdência, cujos gastos globais representam 8% do Produto Interno Bruto. Os dois lados patrocinam e defendem a “incompetência do Estado”, por eles induzida e fabricada artificialmente, como falsa evidência de que o governo não consegue inibir os sonegadores e nem cobrar o que devem os maiores devedores da Previdência.

O Tribunal de Contas da União calcula que a sonegação anualmente atinge 30% da presumível arrecadação previdenciária. Bate na casa de R$ 30 bilhões que deixam de ser arrecadados.

Para resolver tal problema, tucanos e petistas têm a fórmula mágica. Entregar o sistema para a gestão dos bancos, "mais competentes", e que também vão cuidar da nova modelagem dos Fundos de Pensão de Estatais que o governo atual não pode promover, em função da falta de condições políticas geradas pelos escândalos do mensalão. Petistas e tucanos defendem uma continuidade do regime de repartição (em que o trabalhador ativo paga a aposentadoria do inativo), que prevalece hoje.

Mas os grandes bancos estão de olho no sistema de capitalização (em que cada assalariado paga por sua própria aposentadoria no futuro). Apenas a transição do sistema atual para o novo modelo movimentaria o equivalente a três PIBs: R$ 3 trilhões e 300 bilhões de reais – segundo cálculos do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas do Ministério do Planejamento).

O ministério da Previdência estima uma movimentação um pouco menor, porém expressiva: R$ 2 trilhões e 750 bilhões de reais. Os banqueiros querem gerenciar o processo e lucrar cada vez mais. Mas quem vai pagar a conta é o cidadão que é vítima da atual derrama tributária, que nos obriga a trabalhar 145 dias do ano só para pagar impostos.

Especialistas temem que a transição do modelo de “Repartição” para o de “Capitalização” inviabilize as contas públicas do País, com a emissão gigantesca de novos títulos e a expansão da dívida pública decorrente deste processo. Os bancos – e seus ex-funcionários sindicalistas – vão sair ganhando na operação. E isso é o que importa para eles.

O triunvirato tucano e o senador petista Mercadante (que concorreu, para perder, ao governo de São Paulo) estiveram em Nova York, no dia 18 de maio de 2006, para participar da homenagem da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos ao presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agneli.

O acordo de negócios políticos foi sacramentado no luxuosíssimo Hotel Waldorf Astoria, onde ocorreu a mega-festa. O candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra - que também estava nos Estados Unidos (só que em tratamento médico) - não participou dessa negociação com Mercadante, seu adversário (combinado para perder) na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. No entanto, certamente, Serra tomou conhecimento de tudo.

Todos os envolvidos na estória têm explicações oficiais para sua estada em Nova York. FHC e Tasso estavam lá para a homenagem a Agneli, da Vale. O governador mineiro estava lá para assinar contratos para empréstimos de US$ 330 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial.

O então senador, hoje ministro, Mercadante participou de em evento do Banco Itaú, ao qual esteve presente também FHC. Ambos podem ser vistos em uma foto oficial na qual aparecem ao lado de Roberto Nishikawa, Alfredo Setúbal, Olavo Setúbal, Roberto Setúbal, Alexandre Tombini e Candido Bracher.

Em 2010, o candidato dos controladores seria Aécio Neves, o que só não ocorreu diante da intransigência de José Serra, que mantinha controle sobre o PSDB. A divisão ocorrida no partido acabou por viabilizar a eleição de Dilma, que teria sido escolhida para perder.

Com a vitória de Dilma, fruto de desentendimento do PSDB e da vontade popular expressada nas urnas, devido a alta aceitação e prestigio político de Lula, para o PT, o combinado estaria cumprido, a chance teria sido dada ao PSDB. Porém os representantes dos interesses internacionais não têm o mesmo entendimento.

Aécio Neves passou a ser visto como a solução dos problemas da Europa, Ásia e dos Estados Unidos, sedentos de commodities principalmente na área mineral.

Sua docilidade na entrega das jazidas mineiras, aliadas a comprovada eficiência na “negociação”, principalmente na área ambiental com o Ministério Público Mineiro, que possibilitou a não rejeição ou atraso na implantação e exploração mineral no Estado de Minas Gerais, nos últimos 10 anos passou a ser motivo de amplo e caloroso debate internacional.

Não por outro motivo que o Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais, Alceu Torres, figura máxima do Ministério Público Mineiro, foi convidado a dar palestra nos Estados Unidos sobre o “modelo participativo e compartilhado” adotado em Minas Gerais nos licenciamentos ambientais, principalmente minerais.

Lula ensaia reagir, com o apoio da população procura arregimentar forças para viabilizar sua ação, diante dos pesados ataques da mídia, patrocinada pelos interesses econômicos internacionais. Enquanto isto, diante da simulada cruzada contra a corrupção, Aécio Neves é apresentado com a solução. Porém a realidade é outra, seu envolvimento nos escândalos, além de ser comprovado seu entreguismo e subserviência aos interesses internacionais, assusta principalmente àqueles que defendem a soberania nacional.

A família dos banqueiros Rothschild, que cumprem o papel de controladores dos negócios da nobreza econômica européia (e que tem um projeto de exercer a hegemonia sobre os Estados Unidos), tem um lema que define bem sua atuação junto aos governos dos países do Terceiro Mundo:

“Let me issue and control a nation's money, and I care not who writes its laws”.

Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação, e eu não me importarei com quem escreve suas leis.

Na opinião de Novojornal é este jogo de interesses que a mídia tem a obrigação de levar ao conhecimento do leitor, para que ele conscientemente faça sua opção. Principalmente porque uma Nação tem que exercer com independência sua “autodeterminação”, não estando sujeita nem refém de acordos celebrados por uma elite comprovadamente perdulária e entreguista.

Ao contrário disto, o que vem ocorrendo na mídia é uma campanha maciça simulando a desconstrução de um modelo, como se o que irá substituí-lo será diferente.

Certamente que forças principalmente nacionalistas que não concordam com o que está ocorrendo já se articula.

É ai que está o perigo de repetirmos 1964.

Todo o narrado encontra-se no documentário: O Jogo Final. The Bilderberg Group (assista).

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Professor e Editor-chefe, desde 2005, do Alerta Total.

Portal da Comissão Trilateral

Portal do Grupo Bildemberg

Portal do Centro Tricontinental

*O texto foi corrigido e atualizado às 15h22 (11/01/2013)




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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