GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
A Colômbia sofreu uma derrota diplomática aguda, com consequências territoriais, para a Nicarágua. O fato seguramente terá repercussões na estratégia de vários países latino-americanos para resolver suas disputas de fronteiras.
O Tribunal Internacional de Haia (TIH) concedeu, em 19 de novembro deste ano, a soberania à Colômbia sobre sete recifes situados no Caribe e que forma o Arquipélago de San Andrés. Os recifes eram reclamados pela Nicarágua, alegando a proximidade com sua costa.
Já em 2007, o TIH havia confirmado a titularidade colombiana sobre as três principais formações do arquipélago: San Andrés, Providencia e Santa Catalina. Estas decisões sobre as ilhas e recifes favoreciam abertamente a posição colombiana. Mas o Tribunal anulou também o Tratado Esguerra-Barcenas assinado por Nicarágua e Colômbia, em 1928, no que se refere ao meridiano 82 como fronteira marítima.
O veredito do TIH, em 19 de novembro, outorgou direitos marítimos à Nicarágua sobre uma extensa zona ao oeste do meridiano 82, ao norte e ao sul do arquipélago. Manágua, assim, ganhou uma projeção maior para o Caribe, além de áreas de pesca e potencialmente hidrocarboníferas até então nas mãos da Colômbia.
A decisão teve grande impacto na Colômbia. O governo de Juan Manuel Santos recebeu apoio imediato e público, mesmo o presidente Álvaro Uribe que mantém uma ação política sólida.
Na noite de 19 de novembro, após uma reunião da Comissão Assessora de Ralações Exteriores, foi transmitida, por rádio e TV, uma mensagem de Santos, escoltado por ex-presidentes como Belisario Betancourt Cuartas, Cesar Gaviria Trujillo e Andrés Pastrana Arango, assim como vários ex-chanceleres. A Colômbia, disse Santos, considera que a decisão do TIH cometeu sérios erros ao outorgar território a Nicarágua, o que o faz inaplicável dentro do marco constitucional colombiano. Anunciou que iria dormir aquela noite em San Andrés, se ofereceu para negociar acordos bilaterais para preservar os direitos da população colombiana do arquipélago, com resignação, mas admitiu que seu governo agirá, porém em conformidade as normas legais.
Tendo aceitado a participação do TIH para elucidar a disputa de fronteira com a Nicarágua, é descrito como um erro nos meios judiciais colombianos. “Perdemos milhas marítimas, perdemos plataformas e ficamos com um enclave em San Anrés e os recifes, algo que já se previa desde 2007, cuando decidimos colocar um tratado aceito pelas partes em um tribunal”, disse Gustavo Gómez, presidente do Conselho de Estado da Venezuela.
Além das conciderações jurídicas de Gómez, sobre a estratégia da Colômbia perante a Nicarágua, exixtiu total consenso entre a elite política colombiana. A presença do ex-chanceler e especialista em assuntos fronteiriços, Julio Londoño Paredes e do também ex-chanceler Guillermo Fernández de Soto, coordenador da defesa da Colômbia em Haia, acompanhados de uma equipe de assessores estrangeiros renomados, parecia garantia de uma solução plenamente benéfica aos interesses colombianos. A estratégia “de direita” perante a Nicarágua foi “de Estado” e Santos foi, somente, um continuador da mesma.
A equipe estrangeira de advogados contratados pela Nicarágua foi liderada pelo jurista espanhol Antonio Remiro Brotóns. Rumores entre os meios diplomáticos, há vários anos, mencionam que os honorários da equipe jurídica nicaraguense neste processo contra a Colômbia, foi financiado pela Venezuela. Remiro Botóns foi contratado em meados de 2011 pelo governo boliviano de Evo Morales para formar parte da equipe jurídica na demanda que a Bolívia tenta contra o Chile pela delimitação marítima.
Já antes, o espanhol havia assessorado o governo argentino de Nestor Kirchner em seu pleito contra o Uruguai no TIH, com o propósito de construir uma fábrica de celulose as margens do Rio Uruguai.
Os temores sobre uma decisão “salomônica” por parte do TIH já existiam no governo Santos desde o início de 2012. Em 24 de abril, a Chanceler colombiana María Ángela Holguín, advertiu que qualquer coisas poderia ocorrem em Haia: “ A colômbia espera que tudo siga como está, porque nada está preparado para que digam ‘este pedacinho não é de vocês’. Temos que ter em mente que qualquer coisa pode acontecer com as decisões do Tribunal. De todos os modos, devemos reconhecer que há um litígio. Diigamos que sou muito otimista, mas tão pouco quero que não vejamos as possibilidades que existem. Eu nao posso dar cem por cento de certeza que tudo seguirá igual. Não, porque finalmente estamos em um processo perante ao TIH e este vai tomar algumas decisções”.
As declarações de Holguín foram recebidas amargamente em Bogotá quando foram pronunciadas. Não faltaram oradores políticos e parlamentares que pedissem sua demissão naquele momento.
Os resultados de ter aceitado a jurisdição de Haia para definir o conflito limítrofe com a Nicarágua, impacta diretamente o histórico estratégico de Bogotá em outra área não delimitada: o Golfo da Venezuela. Enquanto o tema permanece “congelado” e em um “nível bilateral”, entre Caracas e Bogotá, a delimitação das áreas marítimas no Golfo e sua projeção sobre o Caribe é um assunto pendente e com potencial conflitivo.
Desde os anos 60, a Colômbia tentou, por pelo menos duas vezes, levar o tema da delimitação do Golfo da Venezuela à instâncias internacionais, sob o presuposto dos títulos jurídicos que apoiariam em sua causa, restando-lhe relevância ao exercício de soberania venezuelana na região. Curiosamente o principal argumento do TIH para conceder à Colômbia a soberania dos recifes situados afrente da Nicarágua, foi justamente o exercício contínuo de soberania colombiana sobre os mesmos, astes dos títulos jurídicos.
A Colômbia terá que repensar sua tradicional estratégia de judicializar a solução para sua disputa pelo Golfo da Venezuela. Apelar à uma corte internacional é uma linha que no passado foi amplamente apoiada por Julio Londoño Paredes, o qual provocou a Crise da Corveta Caldas, em 1987, nos tempos quando exercícia a função de Chanceler do governo de Virgilio Barco Vargas.
A falha do TIH sobre o assunto Colômbia-Nicarágua, também está sendo observado pelas chancelarias do sul. Em La Paz, Lima e Santiago do Chile deverá estar balanceada a “lógica salomônica” com a qual o Tribunal está despachando os pleitos territoriais.
No caso boliviano, a sentença é um óbvio aliciador para continuar na linha de Evo Morales em sua disputa marítima contra o Chile no território judicial em Haya, à procura de alguma graça “salomônica” dos juízes. Chile, ao contrário, seguramente preferirá manter-se loge do Tribunal Internacional.
http://www.defesanet.com.br/al/noticia/ ... -Nicaragua
Excelente texto sobre as repercussões da decisão do Tribunal Internacional de Haia.
O Tribunal Internacional de Haia (TIH) concedeu, em 19 de novembro deste ano, a soberania à Colômbia sobre sete recifes situados no Caribe e que forma o Arquipélago de San Andrés. Os recifes eram reclamados pela Nicarágua, alegando a proximidade com sua costa.
Já em 2007, o TIH havia confirmado a titularidade colombiana sobre as três principais formações do arquipélago: San Andrés, Providencia e Santa Catalina. Estas decisões sobre as ilhas e recifes favoreciam abertamente a posição colombiana. Mas o Tribunal anulou também o Tratado Esguerra-Barcenas assinado por Nicarágua e Colômbia, em 1928, no que se refere ao meridiano 82 como fronteira marítima.
O veredito do TIH, em 19 de novembro, outorgou direitos marítimos à Nicarágua sobre uma extensa zona ao oeste do meridiano 82, ao norte e ao sul do arquipélago. Manágua, assim, ganhou uma projeção maior para o Caribe, além de áreas de pesca e potencialmente hidrocarboníferas até então nas mãos da Colômbia.
A decisão teve grande impacto na Colômbia. O governo de Juan Manuel Santos recebeu apoio imediato e público, mesmo o presidente Álvaro Uribe que mantém uma ação política sólida.
Na noite de 19 de novembro, após uma reunião da Comissão Assessora de Ralações Exteriores, foi transmitida, por rádio e TV, uma mensagem de Santos, escoltado por ex-presidentes como Belisario Betancourt Cuartas, Cesar Gaviria Trujillo e Andrés Pastrana Arango, assim como vários ex-chanceleres. A Colômbia, disse Santos, considera que a decisão do TIH cometeu sérios erros ao outorgar território a Nicarágua, o que o faz inaplicável dentro do marco constitucional colombiano. Anunciou que iria dormir aquela noite em San Andrés, se ofereceu para negociar acordos bilaterais para preservar os direitos da população colombiana do arquipélago, com resignação, mas admitiu que seu governo agirá, porém em conformidade as normas legais.
Tendo aceitado a participação do TIH para elucidar a disputa de fronteira com a Nicarágua, é descrito como um erro nos meios judiciais colombianos. “Perdemos milhas marítimas, perdemos plataformas e ficamos com um enclave em San Anrés e os recifes, algo que já se previa desde 2007, cuando decidimos colocar um tratado aceito pelas partes em um tribunal”, disse Gustavo Gómez, presidente do Conselho de Estado da Venezuela.
Além das conciderações jurídicas de Gómez, sobre a estratégia da Colômbia perante a Nicarágua, exixtiu total consenso entre a elite política colombiana. A presença do ex-chanceler e especialista em assuntos fronteiriços, Julio Londoño Paredes e do também ex-chanceler Guillermo Fernández de Soto, coordenador da defesa da Colômbia em Haia, acompanhados de uma equipe de assessores estrangeiros renomados, parecia garantia de uma solução plenamente benéfica aos interesses colombianos. A estratégia “de direita” perante a Nicarágua foi “de Estado” e Santos foi, somente, um continuador da mesma.
A equipe estrangeira de advogados contratados pela Nicarágua foi liderada pelo jurista espanhol Antonio Remiro Brotóns. Rumores entre os meios diplomáticos, há vários anos, mencionam que os honorários da equipe jurídica nicaraguense neste processo contra a Colômbia, foi financiado pela Venezuela. Remiro Botóns foi contratado em meados de 2011 pelo governo boliviano de Evo Morales para formar parte da equipe jurídica na demanda que a Bolívia tenta contra o Chile pela delimitação marítima.
Já antes, o espanhol havia assessorado o governo argentino de Nestor Kirchner em seu pleito contra o Uruguai no TIH, com o propósito de construir uma fábrica de celulose as margens do Rio Uruguai.
Os temores sobre uma decisão “salomônica” por parte do TIH já existiam no governo Santos desde o início de 2012. Em 24 de abril, a Chanceler colombiana María Ángela Holguín, advertiu que qualquer coisas poderia ocorrem em Haia: “ A colômbia espera que tudo siga como está, porque nada está preparado para que digam ‘este pedacinho não é de vocês’. Temos que ter em mente que qualquer coisa pode acontecer com as decisões do Tribunal. De todos os modos, devemos reconhecer que há um litígio. Diigamos que sou muito otimista, mas tão pouco quero que não vejamos as possibilidades que existem. Eu nao posso dar cem por cento de certeza que tudo seguirá igual. Não, porque finalmente estamos em um processo perante ao TIH e este vai tomar algumas decisções”.
As declarações de Holguín foram recebidas amargamente em Bogotá quando foram pronunciadas. Não faltaram oradores políticos e parlamentares que pedissem sua demissão naquele momento.
Os resultados de ter aceitado a jurisdição de Haia para definir o conflito limítrofe com a Nicarágua, impacta diretamente o histórico estratégico de Bogotá em outra área não delimitada: o Golfo da Venezuela. Enquanto o tema permanece “congelado” e em um “nível bilateral”, entre Caracas e Bogotá, a delimitação das áreas marítimas no Golfo e sua projeção sobre o Caribe é um assunto pendente e com potencial conflitivo.
Desde os anos 60, a Colômbia tentou, por pelo menos duas vezes, levar o tema da delimitação do Golfo da Venezuela à instâncias internacionais, sob o presuposto dos títulos jurídicos que apoiariam em sua causa, restando-lhe relevância ao exercício de soberania venezuelana na região. Curiosamente o principal argumento do TIH para conceder à Colômbia a soberania dos recifes situados afrente da Nicarágua, foi justamente o exercício contínuo de soberania colombiana sobre os mesmos, astes dos títulos jurídicos.
A Colômbia terá que repensar sua tradicional estratégia de judicializar a solução para sua disputa pelo Golfo da Venezuela. Apelar à uma corte internacional é uma linha que no passado foi amplamente apoiada por Julio Londoño Paredes, o qual provocou a Crise da Corveta Caldas, em 1987, nos tempos quando exercícia a função de Chanceler do governo de Virgilio Barco Vargas.
A falha do TIH sobre o assunto Colômbia-Nicarágua, também está sendo observado pelas chancelarias do sul. Em La Paz, Lima e Santiago do Chile deverá estar balanceada a “lógica salomônica” com a qual o Tribunal está despachando os pleitos territoriais.
No caso boliviano, a sentença é um óbvio aliciador para continuar na linha de Evo Morales em sua disputa marítima contra o Chile no território judicial em Haya, à procura de alguma graça “salomônica” dos juízes. Chile, ao contrário, seguramente preferirá manter-se loge do Tribunal Internacional.
http://www.defesanet.com.br/al/noticia/ ... -Nicaragua
Excelente texto sobre as repercussões da decisão do Tribunal Internacional de Haia.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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- Boss
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Re: GEOPOLÍTICA
Taí o que a Colômbia ganha em ser um pseudo-capacho dos EUA.Nicaragua aprueba patrullaje de EUA
El ingreso de tropas de los EUA será para realizar maniobras contra el narcotráfico.
29 de noviembre de 2012
21:45 hrs
Las maniobras se realizarán el próximo año.
Managua, Nicaragua.- El Congreso de Nicaragua aprobó hoy el ingreso de tropas y naves de Estados Unidos para realizar maniobras de lucha contra el narcotráfico, incluidas las zonas marítimas del Caribe recuperadas tras un fallo de una corte internacional.
El decreto legislativo autorizó ejercicios con las Fuerzas Armadas de Estados Unidos y operaciones de vigilancia contra el narcotráfico en la zona marítima en el Caribe, recuperada por un fallo de la Corte Internacional de Justicia (CIJ) de La Haya, Holanda.
Las maniobras antidrogas se efectuarán del 1 de enero al 30 de junio de 2013, bajo la coordinación del ejército de Nicaragua, en un esfuerzo de cooperación para la eliminación del tráfico ilícito de estupefacientes, agregó el documento de la Asamblea Nacional.
Asimismo, el decreto autorizó el ingreso de tropas, naves y aeronaves de las Fuerzas Armadas de Estados Unidos, Venezuela, Rusia, Taiwán y Cuba para efectuar ejercicios humanitarios en materia de rescate y salvamento.
La iniciativa, presentada por el presidente Daniel Ortega con carácter de urgencia, establece la programación de los ejercicios militares que se desarrollarán en 2013.
Vamos esperar a conta chegar para o restante do Arco de Mierda...
![Gargalhada [003]](./images/smilies/003.gif)
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
- Sterrius
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Re: GEOPOLÍTICA
México não tem muita escolha. Quando vc tem 3000km de fronteira com alguém é difícil ignorar.
- marcelo l.
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Re: GEOPOLÍTICA
Houve quem acreditasse, por décadas, que era possível enriquecer no sistema sem mergulhar em sua lógica. Será verdade?
Por José Luís Fiori | Imagem: Cesare Novi, A vida à margem do rio
A história do desenvolvimento capitalista dos séculos XIX e XX registra a existência de alguns países com altos níveis de desenvolvimento, riqueza e qualidade de vida, e com baixa propensão nacional expansiva ou imperialista. Como é o caso das ex-colônias britânicas, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, e dos países nórdicos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia. Todos apresentam taxas de crescimento altas, constantes e convergentes, desde 1870, só inferiores à da Argentina, até a 1º Guerra Mundial. Hoje, são economias industrializadas, especializadas e sofisticadas. A Noruega tem a terceira maior renda per capita, e o maior índice IDH (0.943) do mundo; a Austrália tem a quinta renda per capita, e o segundo melhor IDH (0,929); e quase todos têm uma renda média per capita entre 50 e 60 mil dólares anuais. A Noruega é considerada hoje o país mais rico do mundo, em “reservas per capita”, e foi tida pela ONU, em 2009, como “o melhor país do mundo para se viver”. E a Dinamarca já foi classificada – entre 2006 e 2008 – como “o lugar mais feliz do mundo”, e o segundo país mais pacífico da terra, depois da Nova Zelândia, e ao lado da Noruega.
Canadá, Austrália e Nova Zelândia foram colônias de povoamento da Inglaterra, durante o século XIX, e mais tarde transformaram-se em Domínios da Coroa Britânica, até depois da 2º Guerra Mundial. Mas até hoje são nações ou reinos independentes que fazem parte da Commonwealth, e mantêm o monarca inglês como seu chefe de estado. Como colônias e domínios, funcionaram sempre como periferia da economia inglesa, mesmo depois de iniciado seu processo de industrialização, mantendo-se – em média – a participação do capital inglês em até 2/3 da formação bruta de capital destes três países. E todos eles estabeleceram relações análogas com a economia norte-americana, depois do fim da 2ª Guerra.
Neste século e meio de história, o Canadá – como caso exemplar – esteve ao lado da Grã-Bretanha e dos EUA na 1ª e 2ª Guerras Mundiais, além de participar Guerra dos Boers e da Guerra da Coreia e de ser um dos membros fundadores da OTAN, em 1949. Esteve nas Guerras do Golfo, do Iraque, do Afeganistão e da Líbia, e participa diretamente do sistema de defesa aeroespacial norte-americano. E o mesmo aconteceu, em quase todos os casos, com a Austrália e a Nova Zelândia.
Por outro lado, os países nórdicos foram expansivos, e a Suécia em particular, foi um grande império dominante, dentro da Europa, até o século XVIII. Mas depois de sua derrota para a Rússia, em 1720, e de sua submissão dentro da hierarquia de poder europeia, os estados nórdicos transformaram-se em pequenos países, com baixa densidade demográfica e alta dotação de recursos naturais, funcionando como pedaços especializados e cada vez mais sofisticados do sistema produtivo europeu.
A Suécia ficou famosa pelo “sucesso” de suas políticas econômicas anticíclicas ou “keynesianas”, depois de 1929, mas de fato logrou superar os efeitos da crise graças à suas condição de sócia econômica e fornecedora de aço e equipamentos para a máquina de guerra nazista – que também ocupou a Dinamarca e exerceu grande influencia sobre a região, durante toda a 2ª Guerra Mundial. Depois da guerra, a Dinamarca e a Noruega tornaram-se membros da OTAN, e a Dinamarca segue sendo uma passagem estratégica para o controle do mar Báltico. Por sua vez, a Suécia participou das guerras do Kosovo e do Afeganistão e foi fornecedora de armamentos para as forças anglo-saxônicas, na guerra do Iraque. Por último, a Finlândia, que fez parte da Suécia até 1808, e da Rússia até 1917, acabou ocupando um lugar fundamental dentro da Guerra Fria até 1991 – e ocupa uma posição estratégica até hoje, no controle da Bahia da Finlândia e da própria Rússia.
Por tudo isto, apesar de que estes países tenham origens e trajetórias diferentes, é possível identificar algumas coisas que têm em comum:
São pequenos e têm excelente dotação de recursos, alimentares, minerais ou energéticos.
O Canadá e a Austrália têm baixíssima densidade populacional e os outros países equivalem, em população, a menos da metade da cidade do Rio de Janeiro;
Todos ocupam posições decisivas no tabuleiro geopolítico mundial.
E todos especializaram-se em serviços ou setores industriais de alta tecnologia, em alguns casos dentro da industria militar
Alguns diriam que se trata de casos típicos de “desenvolvimento a convite”, mas isto quer dizer tudo e nada ao mesmo tempo. O fundamental é que o sucesso econômico destes países não se explica por si mesmo, porque desde o século XIX, os “domínios” operaram como “fronteiras de expansão” do “território econômico” inglês, e como bases militares e navais do Império Britânico. E os países nórdicos, depois que foram submetidos, transformaram-se em satélites especializados do sistema de produção e do poder expansivo europeu. E hoje, finalmente, todos estes sete países operam como pequenas “dobradiças felizes” da estrutura militar e do poder global dos Estados Unidos.
http://www.outraspalavras.net/2012/12/0 ... smo-feliz/
Por José Luís Fiori | Imagem: Cesare Novi, A vida à margem do rio
A história do desenvolvimento capitalista dos séculos XIX e XX registra a existência de alguns países com altos níveis de desenvolvimento, riqueza e qualidade de vida, e com baixa propensão nacional expansiva ou imperialista. Como é o caso das ex-colônias britânicas, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, e dos países nórdicos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia. Todos apresentam taxas de crescimento altas, constantes e convergentes, desde 1870, só inferiores à da Argentina, até a 1º Guerra Mundial. Hoje, são economias industrializadas, especializadas e sofisticadas. A Noruega tem a terceira maior renda per capita, e o maior índice IDH (0.943) do mundo; a Austrália tem a quinta renda per capita, e o segundo melhor IDH (0,929); e quase todos têm uma renda média per capita entre 50 e 60 mil dólares anuais. A Noruega é considerada hoje o país mais rico do mundo, em “reservas per capita”, e foi tida pela ONU, em 2009, como “o melhor país do mundo para se viver”. E a Dinamarca já foi classificada – entre 2006 e 2008 – como “o lugar mais feliz do mundo”, e o segundo país mais pacífico da terra, depois da Nova Zelândia, e ao lado da Noruega.
Canadá, Austrália e Nova Zelândia foram colônias de povoamento da Inglaterra, durante o século XIX, e mais tarde transformaram-se em Domínios da Coroa Britânica, até depois da 2º Guerra Mundial. Mas até hoje são nações ou reinos independentes que fazem parte da Commonwealth, e mantêm o monarca inglês como seu chefe de estado. Como colônias e domínios, funcionaram sempre como periferia da economia inglesa, mesmo depois de iniciado seu processo de industrialização, mantendo-se – em média – a participação do capital inglês em até 2/3 da formação bruta de capital destes três países. E todos eles estabeleceram relações análogas com a economia norte-americana, depois do fim da 2ª Guerra.
Neste século e meio de história, o Canadá – como caso exemplar – esteve ao lado da Grã-Bretanha e dos EUA na 1ª e 2ª Guerras Mundiais, além de participar Guerra dos Boers e da Guerra da Coreia e de ser um dos membros fundadores da OTAN, em 1949. Esteve nas Guerras do Golfo, do Iraque, do Afeganistão e da Líbia, e participa diretamente do sistema de defesa aeroespacial norte-americano. E o mesmo aconteceu, em quase todos os casos, com a Austrália e a Nova Zelândia.
Por outro lado, os países nórdicos foram expansivos, e a Suécia em particular, foi um grande império dominante, dentro da Europa, até o século XVIII. Mas depois de sua derrota para a Rússia, em 1720, e de sua submissão dentro da hierarquia de poder europeia, os estados nórdicos transformaram-se em pequenos países, com baixa densidade demográfica e alta dotação de recursos naturais, funcionando como pedaços especializados e cada vez mais sofisticados do sistema produtivo europeu.
A Suécia ficou famosa pelo “sucesso” de suas políticas econômicas anticíclicas ou “keynesianas”, depois de 1929, mas de fato logrou superar os efeitos da crise graças à suas condição de sócia econômica e fornecedora de aço e equipamentos para a máquina de guerra nazista – que também ocupou a Dinamarca e exerceu grande influencia sobre a região, durante toda a 2ª Guerra Mundial. Depois da guerra, a Dinamarca e a Noruega tornaram-se membros da OTAN, e a Dinamarca segue sendo uma passagem estratégica para o controle do mar Báltico. Por sua vez, a Suécia participou das guerras do Kosovo e do Afeganistão e foi fornecedora de armamentos para as forças anglo-saxônicas, na guerra do Iraque. Por último, a Finlândia, que fez parte da Suécia até 1808, e da Rússia até 1917, acabou ocupando um lugar fundamental dentro da Guerra Fria até 1991 – e ocupa uma posição estratégica até hoje, no controle da Bahia da Finlândia e da própria Rússia.
Por tudo isto, apesar de que estes países tenham origens e trajetórias diferentes, é possível identificar algumas coisas que têm em comum:
São pequenos e têm excelente dotação de recursos, alimentares, minerais ou energéticos.
O Canadá e a Austrália têm baixíssima densidade populacional e os outros países equivalem, em população, a menos da metade da cidade do Rio de Janeiro;
Todos ocupam posições decisivas no tabuleiro geopolítico mundial.
E todos especializaram-se em serviços ou setores industriais de alta tecnologia, em alguns casos dentro da industria militar
Alguns diriam que se trata de casos típicos de “desenvolvimento a convite”, mas isto quer dizer tudo e nada ao mesmo tempo. O fundamental é que o sucesso econômico destes países não se explica por si mesmo, porque desde o século XIX, os “domínios” operaram como “fronteiras de expansão” do “território econômico” inglês, e como bases militares e navais do Império Britânico. E os países nórdicos, depois que foram submetidos, transformaram-se em satélites especializados do sistema de produção e do poder expansivo europeu. E hoje, finalmente, todos estes sete países operam como pequenas “dobradiças felizes” da estrutura militar e do poder global dos Estados Unidos.
http://www.outraspalavras.net/2012/12/0 ... smo-feliz/
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Re: GEOPOLÍTICA
Sul-americanos se queixam de estilo 'distante' de Dilma
Atualizado 6 de dezembro, 2012 - 16:18 (Brasília) 18:18 GMT

Estilo de Dilma seria visto como distante em relação a países da região
Os países vizinhos têm reclamado do distanciamento da presidente Dilma Rousseff e entendem que seu estilo é ''mais voltado para questões domésticas'' e com ''pouco interesse pela América do Sul'', segundo afirmou à BBC Brasil um ministro do governo do Chile.
Dilma teria sido convidada para uma visita bilateral, mas não atendeu ao convite neste ano, de acordo com um diplomata chileno - informação confirmada por um assessor do governo brasileiro em Brasília.
''Ela não nos dá muita importância, apesar do nosso imenso interesse pelo Brasil e para onde estão indo cada vez mais investimentos privados do nosso país'', disse o representante chileno.
Na semana passada, a ausência da presidente na reunião da Unasul (União Sul- Americana de Nações), em Lima, foi criticada por setores da imprensa peruana.
Em um artigo, o diretor do jornal Correo, Aldo Mariátegui, que costuma ter ressalvas ao Brasil, disse que a ausência da presidente Dilma era ''mais forte'' do que as faltas dos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, ao encontro.
''Que o Brasil não tenha comparecido a uma reunião do seu bebê Unasul é muito mais forte'', escreveu.
A ausência de Dilma na reunião da Unasul, em Lima, foi interpretada por alguns setores políticos como possível "afastamento" devido a questões de interesse do Brasil, como a decisão do Peru de comprar aeronaves militares coreanas e não os aviões da Embraer.
Além disso, especula-se em Lima que o projeto do Gasoduto do Sul, defendido pelo ex-presidente Lula, e sob responsabilidade de empreiteras brasileiras, seja substituído por outro, que poderia não garantir a presença brasileira.
Visita relâmpago
Na semana passada, a presidente Dilma esteve em Buenos Aires, onde participou do encontro empresarial da União Industrial Argentina (UIA). Foi a quarta visita da presidente à Argentina desde que chegou ao Palácio do Planalto.
No entanto, entre alguns empresários, temia-se por sua ausência. "Vai ser a presença dela que dará peso ao nosso encontro. Por isso, nossa expectativa é imensa, e esperamos que ela não tenha nenhum imprevisto", disse um empresário argentino, horas antes do evento.
Dilma realizou uma visita relâmpago, que durou cerca de quatro horas, mas durante as quais fez um discurso que teve ampla repercussão na imprensa do país.
Na ocasião, ela propôs que os empresários argentinos participem dos investimentos no Brasil na área de infraestrutura, que está sendo preparada para receber a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro.
Ausências
A reunião da Unasul foi realizada no dia 30 de novembro, dois dias após a reunião na Argentina. No dia seguinte, a ausência de Dilma também foi sentida na posse do presidente do México, Enrique Peña Nieto.
''O ex-presidente Lula tinha maior interesse pela América Latina, e especialmente pela América do Sul. A presidente Dilma é uma gerente que tem uma série de questões internas e não tem o mesmo interesse, de forma geral, pela política externa como tiveram Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso'', reconheceu um assessor do governo brasileiro.
Dilma recebe os colegas dos países do Mercosul nestas quinta e sexta-feira em Brasília e, na semana que vem, estará na França e na Rússia. Mas autoridades chilenas temem que ela suspenda a sua participação no encontro da Celac-UE (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos-União Européia), marcado para janeiro, em Santiago.
''A presença de Dilma é muito importante e aqui torcemos para que ela não suspenda a viagem em cima da hora'', disseram fontes chilenas em Santiago.
A expectativa, de acordo com assessores do governo brasileiro, é que a presidente também compareça à nova posse do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, marcada para 10 de janeiro.
Desde que assumiu a presidência, em janeiro de 2011, Dilma realizou 11 viagens aos países vizinhos, incluindo às reuniões do Mercosul e às posses de José 'Pepe' Mujica, no Uruguai, e da presidente reeleita Cristina Kirchner, na Argentina.
Lembrança
Representantes dos países vizinhos avaliam que o Brasil já não tem sido lembrado como antes, durante o governo Lula. Ele tinha um ritmo de viagens superior ao da atual presidente e costumava falar com freqüência com seus colegas da vizinhança, também por telefone.
Na gestão de Lula, quando Argentina e Uruguai viveram um conflito político em torno da construção de uma fábrica de pasta de celulose, a imprensa argentina especulou que o Brasil poderia ser o ''mediador'' entre os dois vizinhos.
Pouco depois, ainda durante o governo de Álvaro Uribe na Colômbia, autoridades brasileiras participaram das operações para a libertação de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com a aprovação das autoridades colombianas.
No mês passado, o Chile e a Venezuela foram convidados pelo atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para ''acompanhar'' o processo de paz com as Farc - o Brasil não participa com papel semelhante.
Ao comentar o assunto, um ministro chileno observou que o convite mostra o ''peso'' de seu país e ''fortalece'' a chamada Aliança do Pacifico.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_bg.shtml
Atualizado 6 de dezembro, 2012 - 16:18 (Brasília) 18:18 GMT

Estilo de Dilma seria visto como distante em relação a países da região
Os países vizinhos têm reclamado do distanciamento da presidente Dilma Rousseff e entendem que seu estilo é ''mais voltado para questões domésticas'' e com ''pouco interesse pela América do Sul'', segundo afirmou à BBC Brasil um ministro do governo do Chile.
Dilma teria sido convidada para uma visita bilateral, mas não atendeu ao convite neste ano, de acordo com um diplomata chileno - informação confirmada por um assessor do governo brasileiro em Brasília.
''Ela não nos dá muita importância, apesar do nosso imenso interesse pelo Brasil e para onde estão indo cada vez mais investimentos privados do nosso país'', disse o representante chileno.
Na semana passada, a ausência da presidente na reunião da Unasul (União Sul- Americana de Nações), em Lima, foi criticada por setores da imprensa peruana.
Em um artigo, o diretor do jornal Correo, Aldo Mariátegui, que costuma ter ressalvas ao Brasil, disse que a ausência da presidente Dilma era ''mais forte'' do que as faltas dos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, ao encontro.
''Que o Brasil não tenha comparecido a uma reunião do seu bebê Unasul é muito mais forte'', escreveu.
A ausência de Dilma na reunião da Unasul, em Lima, foi interpretada por alguns setores políticos como possível "afastamento" devido a questões de interesse do Brasil, como a decisão do Peru de comprar aeronaves militares coreanas e não os aviões da Embraer.
Além disso, especula-se em Lima que o projeto do Gasoduto do Sul, defendido pelo ex-presidente Lula, e sob responsabilidade de empreiteras brasileiras, seja substituído por outro, que poderia não garantir a presença brasileira.
Visita relâmpago
Na semana passada, a presidente Dilma esteve em Buenos Aires, onde participou do encontro empresarial da União Industrial Argentina (UIA). Foi a quarta visita da presidente à Argentina desde que chegou ao Palácio do Planalto.
No entanto, entre alguns empresários, temia-se por sua ausência. "Vai ser a presença dela que dará peso ao nosso encontro. Por isso, nossa expectativa é imensa, e esperamos que ela não tenha nenhum imprevisto", disse um empresário argentino, horas antes do evento.
Dilma realizou uma visita relâmpago, que durou cerca de quatro horas, mas durante as quais fez um discurso que teve ampla repercussão na imprensa do país.
Na ocasião, ela propôs que os empresários argentinos participem dos investimentos no Brasil na área de infraestrutura, que está sendo preparada para receber a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro.
Ausências
A reunião da Unasul foi realizada no dia 30 de novembro, dois dias após a reunião na Argentina. No dia seguinte, a ausência de Dilma também foi sentida na posse do presidente do México, Enrique Peña Nieto.
''O ex-presidente Lula tinha maior interesse pela América Latina, e especialmente pela América do Sul. A presidente Dilma é uma gerente que tem uma série de questões internas e não tem o mesmo interesse, de forma geral, pela política externa como tiveram Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso'', reconheceu um assessor do governo brasileiro.
Dilma recebe os colegas dos países do Mercosul nestas quinta e sexta-feira em Brasília e, na semana que vem, estará na França e na Rússia. Mas autoridades chilenas temem que ela suspenda a sua participação no encontro da Celac-UE (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos-União Européia), marcado para janeiro, em Santiago.
''A presença de Dilma é muito importante e aqui torcemos para que ela não suspenda a viagem em cima da hora'', disseram fontes chilenas em Santiago.
A expectativa, de acordo com assessores do governo brasileiro, é que a presidente também compareça à nova posse do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, marcada para 10 de janeiro.
Desde que assumiu a presidência, em janeiro de 2011, Dilma realizou 11 viagens aos países vizinhos, incluindo às reuniões do Mercosul e às posses de José 'Pepe' Mujica, no Uruguai, e da presidente reeleita Cristina Kirchner, na Argentina.
Lembrança
Representantes dos países vizinhos avaliam que o Brasil já não tem sido lembrado como antes, durante o governo Lula. Ele tinha um ritmo de viagens superior ao da atual presidente e costumava falar com freqüência com seus colegas da vizinhança, também por telefone.
Na gestão de Lula, quando Argentina e Uruguai viveram um conflito político em torno da construção de uma fábrica de pasta de celulose, a imprensa argentina especulou que o Brasil poderia ser o ''mediador'' entre os dois vizinhos.
Pouco depois, ainda durante o governo de Álvaro Uribe na Colômbia, autoridades brasileiras participaram das operações para a libertação de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com a aprovação das autoridades colombianas.
No mês passado, o Chile e a Venezuela foram convidados pelo atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para ''acompanhar'' o processo de paz com as Farc - o Brasil não participa com papel semelhante.
Ao comentar o assunto, um ministro chileno observou que o convite mostra o ''peso'' de seu país e ''fortalece'' a chamada Aliança do Pacifico.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_bg.shtml
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Liev Tolstói
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- marcelo l.
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Re: GEOPOLÍTICA
A impressão que eu tenho se fosse pela Dilma, o Mercosul retornaria ao estágio, e ficaria idêntico a "União do Pacífico". As reclamações que se tem sem um crescimento de 4% por baixo, o Brasil gera pouco excedentes para gastar em projetos de lideranças continentais, por isso agora retorna-se a ideia original dos anos 1990 que era uma proposta de integração sem uma liderança nítida e maiores confrontações que não exigiria custos e não precisaríamos aceitar alguns sapos que tivemos posteriormente.
A Unasul sem uma integração de equipamentos militares que ajudaria as indústrias de armas da região parece-me uma bobagem, se é para comprar material vindos dos EUA, Rússia etc, melhor nem ter, ficar com responsabilidades sem o bombomzinho é dose.
Projeto como o Gasoduto do Sul, defendido pelo Lula, mesmo sob a batuta de empreiteras brasileiras, mais serviam para elas (empreiteiras), já que para pagar menos impostos utilizam as suas filiais das Bahamas etc e os países que depois ainda reclamam das condições dos empréstimos e em um projeto de liderança ainda damos um rebate. Para o povo brasileiro que paga a diferença da captação do dinheiro que irá ao empréstimo do BNDES, não vejo muita coisa interessante, já que precisamos de capital para infra-estrutura aqui e a dívida pública bruta não é tão baixa.
Acho que diminuir a nossa exposição em temas políticos é uma guinada importante, para quem não excedente e quer crescer aqui, brincar de aventuras é complicado, chega o caso Paraguai e a entrada da Venezuela, a pauta agora deve econômica, por isso ela deveria ter ido na posse do México, quanto a perder uma ou outra festa que nada mais que isso, o tesouro agradece.
A Unasul sem uma integração de equipamentos militares que ajudaria as indústrias de armas da região parece-me uma bobagem, se é para comprar material vindos dos EUA, Rússia etc, melhor nem ter, ficar com responsabilidades sem o bombomzinho é dose.
Projeto como o Gasoduto do Sul, defendido pelo Lula, mesmo sob a batuta de empreiteras brasileiras, mais serviam para elas (empreiteiras), já que para pagar menos impostos utilizam as suas filiais das Bahamas etc e os países que depois ainda reclamam das condições dos empréstimos e em um projeto de liderança ainda damos um rebate. Para o povo brasileiro que paga a diferença da captação do dinheiro que irá ao empréstimo do BNDES, não vejo muita coisa interessante, já que precisamos de capital para infra-estrutura aqui e a dívida pública bruta não é tão baixa.
Acho que diminuir a nossa exposição em temas políticos é uma guinada importante, para quem não excedente e quer crescer aqui, brincar de aventuras é complicado, chega o caso Paraguai e a entrada da Venezuela, a pauta agora deve econômica, por isso ela deveria ter ido na posse do México, quanto a perder uma ou outra festa que nada mais que isso, o tesouro agradece.
Editado pela última vez por marcelo l. em Sex Dez 07, 2012 12:02 pm, em um total de 1 vez.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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- Sávio Ricardo
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Re: GEOPOLÍTICA
Não acho que a Dilma esteja "dando as costas" para os vizinhos. A verdade é que o Lula deixou essa turma mal acostumada, cheia de mimos e carências, junta-se isso a ganância de Sir Lula em deixar nosso país mais conhecimento e falado em todo mundo, se preocupando e dando pitaco até em coisas nada a ver conosco.
O que a de errado em uma chefe de estado dar menos importância a problemas externos e se preocupar mais com o próprio país????
A Dilma é presidente do Brasil e não da America do Sul, primeiro os nossos problemas.
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Re: GEOPOLÍTICA
Com forte desaceleração, bloco tenta atrair Bolívia e Equador
07/12/2012 - 04h30
A intenção do Brasil hoje ao encerrar a presidência rotativa do Mercosul é amenizar o ano ruim para o bloco --com disputas protecionistas e a mais forte desaceleração da região-- recebendo "de braços abertos" a candidatura de Bolívia e Equador para membros plenos do grupo.
Segundo o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, houve reuniões "informais" com o governo equatoriano neste mês para afinar a proposta de adesão, enquanto a avaliação é que a Bolívia já amadureceu sua intenção de ingressar.
Com a atração dos dois países e a incorporação efetiva da Venezuela, toma corpo o plano brasileiro de ampliar o bloco. Ele, porém, esbarra na articulação de outro nascente instrumento de integração econômica da região, a Aliança do Pacífico --com México, Peru, Chile e Colômbia.
Os dois blocos tiveram desempenhos opostos neste ano. Enquanto o Brasil só deve crescer 1,6% na previsão da Cepal e o Paraguai será o único da região a amargar retração de 2%, o Peru vai avançar 5,5% e a Colômbia, 5%.
Bolívia, Equador e Venezuela integravam, ao lado de Colômbia e Peru, a Comunidade Andina das Nações, que, na visão do Brasil, "se implodiu sozinha" quando Bogotá e Lima decidiram fechar acordos de livre-comércio com outros países, incluindo os EUA.
Os isolados acabaram na órbita do Mercosul, que também acolhe a aproximação da Guiana e Suriname.
"A conjuntura para o Brasil é ruim neste momento, mas, se quer ter papel de liderança, tem de superar essas dificuldades e liderar a integração econômica com os vizinhos", diz o economista boliviano Gonzalo Chávez.
As promessas de expansão se sobrepõem ao impasse do Paraguai, que segue suspenso e se diz furioso com as adesões à sua revelia.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1197 ... ador.shtml
07/12/2012 - 04h30
A intenção do Brasil hoje ao encerrar a presidência rotativa do Mercosul é amenizar o ano ruim para o bloco --com disputas protecionistas e a mais forte desaceleração da região-- recebendo "de braços abertos" a candidatura de Bolívia e Equador para membros plenos do grupo.
Segundo o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, houve reuniões "informais" com o governo equatoriano neste mês para afinar a proposta de adesão, enquanto a avaliação é que a Bolívia já amadureceu sua intenção de ingressar.
Com a atração dos dois países e a incorporação efetiva da Venezuela, toma corpo o plano brasileiro de ampliar o bloco. Ele, porém, esbarra na articulação de outro nascente instrumento de integração econômica da região, a Aliança do Pacífico --com México, Peru, Chile e Colômbia.
Os dois blocos tiveram desempenhos opostos neste ano. Enquanto o Brasil só deve crescer 1,6% na previsão da Cepal e o Paraguai será o único da região a amargar retração de 2%, o Peru vai avançar 5,5% e a Colômbia, 5%.
Bolívia, Equador e Venezuela integravam, ao lado de Colômbia e Peru, a Comunidade Andina das Nações, que, na visão do Brasil, "se implodiu sozinha" quando Bogotá e Lima decidiram fechar acordos de livre-comércio com outros países, incluindo os EUA.
Os isolados acabaram na órbita do Mercosul, que também acolhe a aproximação da Guiana e Suriname.
"A conjuntura para o Brasil é ruim neste momento, mas, se quer ter papel de liderança, tem de superar essas dificuldades e liderar a integração econômica com os vizinhos", diz o economista boliviano Gonzalo Chávez.
As promessas de expansão se sobrepõem ao impasse do Paraguai, que segue suspenso e se diz furioso com as adesões à sua revelia.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1197 ... ador.shtml
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Re: GEOPOLÍTICA
Agora estamos salvos!Com forte desaceleração, bloco tenta atrair Bolívia e Equador
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: GEOPOLÍTICA
Saiu os números dos países de alto risco de golpe.
Lembrando 2012

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Re: GEOPOLÍTICA
PARIS — France should draw up a long-term defense industrial strategy based on key competencies and operational capabilities, and reduce stakes in companies to hold only a “golden share,” according to a wide-ranging think tank report on defense policy.
“Defense Without the Cosmetics: a Platform of Proposals for Defense and National Security” is a 62-page “blue paper” study, an unofficial report on policy issues, by think tank Center for Strategic and Prospective Study (CEPS), due to be published in January. An early copy was made available to Defense News.
A government panel also is drawing up an official defense and national security white paper, expected to be released in January.
A Nov. 15 Franco-German seminar held in Berlin by French think tank Institute for International and Strategic Relations and the Institute for International and Security Affairs, found that bilateral defense relations were undermined by a lack of confidence between the two countries.
The CEPS report called for a “coherent and responsible” defense policy not limited to cost reduction but one with the courage to rethink the missions and formats, with an eye to efficiency.
Choices need to be made and priorities set, the report said, rather than continuing the indiscriminate “sprinkling of funding” that has been imposed on the military, which has not satisfied and is no longer tenable.
On French industrial policy, the CEPS report pointed out the contradictions of state ownership and the need to break the deadlock that has paralyzed the defense sector.
France suffers from a “conflicted” role as the state holds stakes directly or indirectly in the large defense companies — 100 percent of land systems specialist Nexter, 65 percent in naval company DCNS, 30 percent in aero-engine and equipment maker Safran, 27 percent in electronics company Thales, and 15 percent in aerospace group EADS, which, in turn, owns 46 percent of Dassault Aviation, builder of the Rafale fighter.
Despite the state shareholding, the government is powerless to push the companies into consolidation moves, the report said.
For instance, the Délégation Générale de l’Armement procurement office in 2010 froze orders for Thales and Safran to pressure them to consolidate by exchanging assets. But the state, a shareholder in both companies, could not act against its interests as investor, which, in this case, would knowing-ly destroy shareholder value.
“The ‘blockade’ on orders was lifted after six months,” the report said.
And when the boards of directors of Safran and Thales discussed an asset swap of avionics against optronics, government officials from the Defense Ministry and the state holding company Agence des Participations de l’Etat had to leave the room, particularly when it came to valuations. The government was under a conflict of interest as both buyer and seller, and the law required the officials to vacate the boardroom.
A Ministry’s Dilemma
The Defense Ministry is confronted by a number of roles, according to the report: As shareholder, it is bound to boost the value of the companies; regional development; equipping the armed forces, which can be done by buying off the shelf or cheaply; pure research, research and development, and maintenance of know-how.
“There, brilliantly in a nutshell, is the deadlock which has confronted all intentions on industrial policy for at least a decade,” the report said.
For industrial policy, the CEPS report recommended the state sell as quickly as possible all shares in defense companies and only hold the minimum golden share to preserve strategic interests; define a policy of maintaining strategic competencies and operational capabilities, as part of a global strategy of 10 to 20 years; and the state should think in a hands-off manner, rather than try to micro manage industry, CEPS Chief Executive Loic Tribot La Spiere said in an interview.
“For a country like France, which has the ambition but perhaps lacks the means to maintain a national industry in a few key sectors, the road ahead is difficult to find, all the more so as it is tied up with the European dimension, which is still in the embryonic phase. The risk is to lose on both fronts,” the report said.
On state ownership, the recent agreement on governance at EADS shows an evolution in thinking, a consultant said.
Under the reforms, the government gives up veto powers, sensitive capabilities such as nuclear launchers are ringfenced and the board of directors will have more independent seats, the consultant said.
These moves show less state interference although there are informal networks of influence, and the government weighs as client, the consultant said.
On industry consolidation, the report argued against a vertical integration, calling it a “lose-lose” approach, as prime contractors taking over subsystem suppliers would cut down on competition. The report recommended a horizontal consolidation among small and medium-sized companies as this would strengthen the supply chain.
A horizontal consolidation by level one and two suppliers is an important subject, the consultant said. “There is need for consolidation at the equipment maker level” along the lines of the auto industry, the consultant said.
To boost industry competitive-ness, the report called for critical mass by domain and a gradual move toward specialization in platforms and systems, leading to European centers of excellence.
At the Franco-German seminar in Berlin, two former senior German government officials said European pooling and sharing, NATO smart defense and the letter of intention in defense cooperation can only work under a clear program.
Other German participants said existing equipment can be shared, but it lacks a new program.
Obstacles to the European pooling and sharing include a lack of a common defense policy, which is needed if equipment is to be put into a common pool; an inability of chiefs of staff to agree on specifications; and protection of national industrial capacity.
The seminar concluded that greater transparency and openness on French intentions are needed, and both sides should drop their arrogant attitudes.
http://www.defensenews.com/article/2012 ... RONTPAGE|p
Em passado recente, no f-x-2 isso seria visto como um artigo da imprensa golpista
trad google:
PARIS - A França deve elaborar uma estratégia de defesa industrial de longo prazo com base em competências-chave e capacidades operacionais e reduzir participações em empresas para realizar apenas uma "golden share", de acordo com um relatório do tanque amplo pensar em política de defesa.
"Defesa Sem os cosméticos: a Plataforma de Propostas para Defesa e Segurança Nacional" é um de 62 páginas "azul papel" estudo, um relatório oficial sobre questões de política, de pensar Centro de tanque para o Estudo Estratégico e Prospectivo (CEPS), devido a ser publicado em janeiro. Uma cópia antecipada foi disponibilizado para Defense News.
Um painel do governo, também está a elaborar um oficial da defesa e segurança nacional papel branco, esperado para ser lançado em janeiro.
A 15 de novembro seminário franco-alemã realizada em Berlim pelo francês think tank Instituto de Relações Internacionais e Estratégicos e do Instituto de Assuntos Internacionais e de Segurança, constatou que as relações bilaterais de defesa foram prejudicados pela falta de confiança entre os dois países.
O CEPS relatório chamado para uma política de defesa "coerente e responsável" não se limita à redução de custos mas com a coragem de repensar as missões e formatos, com um olho na eficiência.
Escolhas precisam ser feitas e definir prioridades, segundo o relatório, em vez de continuar a indiscriminada "aspersão do financiamento" que foi imposta ao militar, que não satisfeitos e não é mais sustentável.
Sobre a política industrial francês, o relatório CEPS apontou as contradições da propriedade estatal e da necessidade de romper o impasse que paralisou o setor de defesa.
França sofre de um papel de "conflito" como o Estado tem participação direta ou indireta nas empresas de defesa grandes - 100 por cento das terras sistemas especialista Nexter, 65 por cento na empresa DCNS navais, 30 por cento em motores aeronáuticos e fabricante de equipamentos de Safran, 27 por cento Thales em empresa de produtos eletrônicos, e 15 por cento no grupo aeroespacial EADS, que, por sua vez, detém 46 por cento da Dassault Aviation, construtora do caça Rafale.
Apesar da participação do Estado, o governo é impotente para empurrar as empresas em movimentos de consolidação, segundo o relatório.
Por exemplo, a delegação Générale de l'escritório de compras Armement em 2010 congelou as encomendas de Thales e Safran para pressioná-los a consolidar através da troca de ativos. Mas o Estado, acionista em ambas as empresas, não poderia agir contra seus interesses como investidor, o que, neste caso, seria saber-mente destruir valor para o acionista.
"O 'bloqueio' na ordem foi levantada depois de seis meses", disse o relatório.
E quando os conselhos de administração da Safran e Thales discutiu uma troca de ativos de aviônicos contra Optronics, funcionários públicos do Ministério da Defesa e da holding estatal Participações Agence de l'État des teve que deixar o quarto, especialmente quando se tratava de avaliações. O governo estava sob um conflito de interesse, o comprador eo vendedor, ea lei exigia que os funcionários para desocupar a sala de reuniões.
Dilema de um ministério
O Ministério da Defesa é confrontado com uma série de funções, de acordo com o relatório: Como acionista, ele é obrigado a aumentar o valor das empresas, desenvolvimento regional, equipar as forças armadas, o que pode ser feito através da compra da prateleira ou mais barato; pesquisa pura, pesquisa e desenvolvimento e manutenção de know-how.
"Não, de forma brilhante, em poucas palavras, é o impasse que enfrentou todas as intenções sobre a política industrial por pelo menos uma década", disse o relatório.
Para a política industrial, os CEPS relatório recomendou o estado vender o mais rápido possível todas as ações de empresas de defesa e apenas manter a quota mínima de ouro para preservar os interesses estratégicos; definir uma política de manutenção de competências estratégicas e capacidades operacionais, como parte de uma estratégia global de 10 a 20 anos eo estado deve pensar de uma forma hands-off, em vez de tentar micro indústria de gerenciar, presidente-executivo da CEPS Loic Tribot La Spiere disse em uma entrevista.
"Para um país como a França, que tem a ambição, mas talvez não dispõe de meios para manter uma indústria nacional em alguns setores-chave, o caminho é difícil de encontrar, tanto mais quanto é amarrado com a dimensão europeia, que está ainda na fase embrionária. O risco é perder em ambas as frentes ", disse o relatório.
Na propriedade estatal, o recente acordo sobre a governança na EADS mostra uma evolução no pensamento, um consultor disse.
Com as reformas, o governo dá-se o poder de veto, as capacidades sensíveis, tais como lançadores nucleares são delimitada e do conselho de administração terá assentos mais independentes, disse o consultor.
Esses movimentos mostram menos interferência do estado, embora existam redes informais de influência, e que o governo pesa como cliente, disse o consultor.
Na consolidação da indústria, o relatório argumenta contra uma integração vertical, chamando-a de "perde-perde" abordagem, como contratantes principais que tomam sobre fornecedores do subsistema reduziria a concorrência. O relatório recomenda uma consolidação horizontal entre as empresas de pequeno e médio porte como este iria fortalecer a cadeia de abastecimento.
A consolidação horizontal por nível um e dois fornecedores é um assunto importante, disse o consultor. "Não há necessidade de consolidação a nível fabricante de equipamentos" ao longo das linhas da indústria automobilística, disse o consultor.
Para impulsionar a indústria a competitividade, o relatório chamado de massa crítica por domínio e um movimento gradual em direção a especialização em plataformas e sistemas, levando a centros de excelência europeus.
No seminário franco-alemão, em Berlim, dois ex-altos funcionários do governo alemão disse Europeia junção e da partilha, a OTAN inteligente defesa e da carta de intenção na cooperação de defesa só podem trabalhar sob um programa claro.
Outros participantes alemães disse equipamentos existentes podem ser compartilhadas, mas que carece de um novo programa.
Obstáculos para a partilha Europeia ea repartição incluem a falta de uma política de defesa comum, que é necessária se o equipamento deve ser colocado em uma piscina comum, uma incapacidade dos chefes de equipe para chegar a acordo sobre especificações e proteção da capacidade industrial nacional.
O seminário concluiu que uma maior transparência e abertura por intenções francesas são necessários, e ambos os lados deve desistir de atitudes arrogantes.
“Defense Without the Cosmetics: a Platform of Proposals for Defense and National Security” is a 62-page “blue paper” study, an unofficial report on policy issues, by think tank Center for Strategic and Prospective Study (CEPS), due to be published in January. An early copy was made available to Defense News.
A government panel also is drawing up an official defense and national security white paper, expected to be released in January.
A Nov. 15 Franco-German seminar held in Berlin by French think tank Institute for International and Strategic Relations and the Institute for International and Security Affairs, found that bilateral defense relations were undermined by a lack of confidence between the two countries.
The CEPS report called for a “coherent and responsible” defense policy not limited to cost reduction but one with the courage to rethink the missions and formats, with an eye to efficiency.
Choices need to be made and priorities set, the report said, rather than continuing the indiscriminate “sprinkling of funding” that has been imposed on the military, which has not satisfied and is no longer tenable.
On French industrial policy, the CEPS report pointed out the contradictions of state ownership and the need to break the deadlock that has paralyzed the defense sector.
France suffers from a “conflicted” role as the state holds stakes directly or indirectly in the large defense companies — 100 percent of land systems specialist Nexter, 65 percent in naval company DCNS, 30 percent in aero-engine and equipment maker Safran, 27 percent in electronics company Thales, and 15 percent in aerospace group EADS, which, in turn, owns 46 percent of Dassault Aviation, builder of the Rafale fighter.
Despite the state shareholding, the government is powerless to push the companies into consolidation moves, the report said.
For instance, the Délégation Générale de l’Armement procurement office in 2010 froze orders for Thales and Safran to pressure them to consolidate by exchanging assets. But the state, a shareholder in both companies, could not act against its interests as investor, which, in this case, would knowing-ly destroy shareholder value.
“The ‘blockade’ on orders was lifted after six months,” the report said.
And when the boards of directors of Safran and Thales discussed an asset swap of avionics against optronics, government officials from the Defense Ministry and the state holding company Agence des Participations de l’Etat had to leave the room, particularly when it came to valuations. The government was under a conflict of interest as both buyer and seller, and the law required the officials to vacate the boardroom.
A Ministry’s Dilemma
The Defense Ministry is confronted by a number of roles, according to the report: As shareholder, it is bound to boost the value of the companies; regional development; equipping the armed forces, which can be done by buying off the shelf or cheaply; pure research, research and development, and maintenance of know-how.
“There, brilliantly in a nutshell, is the deadlock which has confronted all intentions on industrial policy for at least a decade,” the report said.
For industrial policy, the CEPS report recommended the state sell as quickly as possible all shares in defense companies and only hold the minimum golden share to preserve strategic interests; define a policy of maintaining strategic competencies and operational capabilities, as part of a global strategy of 10 to 20 years; and the state should think in a hands-off manner, rather than try to micro manage industry, CEPS Chief Executive Loic Tribot La Spiere said in an interview.
“For a country like France, which has the ambition but perhaps lacks the means to maintain a national industry in a few key sectors, the road ahead is difficult to find, all the more so as it is tied up with the European dimension, which is still in the embryonic phase. The risk is to lose on both fronts,” the report said.
On state ownership, the recent agreement on governance at EADS shows an evolution in thinking, a consultant said.
Under the reforms, the government gives up veto powers, sensitive capabilities such as nuclear launchers are ringfenced and the board of directors will have more independent seats, the consultant said.
These moves show less state interference although there are informal networks of influence, and the government weighs as client, the consultant said.
On industry consolidation, the report argued against a vertical integration, calling it a “lose-lose” approach, as prime contractors taking over subsystem suppliers would cut down on competition. The report recommended a horizontal consolidation among small and medium-sized companies as this would strengthen the supply chain.
A horizontal consolidation by level one and two suppliers is an important subject, the consultant said. “There is need for consolidation at the equipment maker level” along the lines of the auto industry, the consultant said.
To boost industry competitive-ness, the report called for critical mass by domain and a gradual move toward specialization in platforms and systems, leading to European centers of excellence.
At the Franco-German seminar in Berlin, two former senior German government officials said European pooling and sharing, NATO smart defense and the letter of intention in defense cooperation can only work under a clear program.
Other German participants said existing equipment can be shared, but it lacks a new program.
Obstacles to the European pooling and sharing include a lack of a common defense policy, which is needed if equipment is to be put into a common pool; an inability of chiefs of staff to agree on specifications; and protection of national industrial capacity.
The seminar concluded that greater transparency and openness on French intentions are needed, and both sides should drop their arrogant attitudes.
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Em passado recente, no f-x-2 isso seria visto como um artigo da imprensa golpista

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PARIS - A França deve elaborar uma estratégia de defesa industrial de longo prazo com base em competências-chave e capacidades operacionais e reduzir participações em empresas para realizar apenas uma "golden share", de acordo com um relatório do tanque amplo pensar em política de defesa.
"Defesa Sem os cosméticos: a Plataforma de Propostas para Defesa e Segurança Nacional" é um de 62 páginas "azul papel" estudo, um relatório oficial sobre questões de política, de pensar Centro de tanque para o Estudo Estratégico e Prospectivo (CEPS), devido a ser publicado em janeiro. Uma cópia antecipada foi disponibilizado para Defense News.
Um painel do governo, também está a elaborar um oficial da defesa e segurança nacional papel branco, esperado para ser lançado em janeiro.
A 15 de novembro seminário franco-alemã realizada em Berlim pelo francês think tank Instituto de Relações Internacionais e Estratégicos e do Instituto de Assuntos Internacionais e de Segurança, constatou que as relações bilaterais de defesa foram prejudicados pela falta de confiança entre os dois países.
O CEPS relatório chamado para uma política de defesa "coerente e responsável" não se limita à redução de custos mas com a coragem de repensar as missões e formatos, com um olho na eficiência.
Escolhas precisam ser feitas e definir prioridades, segundo o relatório, em vez de continuar a indiscriminada "aspersão do financiamento" que foi imposta ao militar, que não satisfeitos e não é mais sustentável.
Sobre a política industrial francês, o relatório CEPS apontou as contradições da propriedade estatal e da necessidade de romper o impasse que paralisou o setor de defesa.
França sofre de um papel de "conflito" como o Estado tem participação direta ou indireta nas empresas de defesa grandes - 100 por cento das terras sistemas especialista Nexter, 65 por cento na empresa DCNS navais, 30 por cento em motores aeronáuticos e fabricante de equipamentos de Safran, 27 por cento Thales em empresa de produtos eletrônicos, e 15 por cento no grupo aeroespacial EADS, que, por sua vez, detém 46 por cento da Dassault Aviation, construtora do caça Rafale.
Apesar da participação do Estado, o governo é impotente para empurrar as empresas em movimentos de consolidação, segundo o relatório.
Por exemplo, a delegação Générale de l'escritório de compras Armement em 2010 congelou as encomendas de Thales e Safran para pressioná-los a consolidar através da troca de ativos. Mas o Estado, acionista em ambas as empresas, não poderia agir contra seus interesses como investidor, o que, neste caso, seria saber-mente destruir valor para o acionista.
"O 'bloqueio' na ordem foi levantada depois de seis meses", disse o relatório.
E quando os conselhos de administração da Safran e Thales discutiu uma troca de ativos de aviônicos contra Optronics, funcionários públicos do Ministério da Defesa e da holding estatal Participações Agence de l'État des teve que deixar o quarto, especialmente quando se tratava de avaliações. O governo estava sob um conflito de interesse, o comprador eo vendedor, ea lei exigia que os funcionários para desocupar a sala de reuniões.
Dilema de um ministério
O Ministério da Defesa é confrontado com uma série de funções, de acordo com o relatório: Como acionista, ele é obrigado a aumentar o valor das empresas, desenvolvimento regional, equipar as forças armadas, o que pode ser feito através da compra da prateleira ou mais barato; pesquisa pura, pesquisa e desenvolvimento e manutenção de know-how.
"Não, de forma brilhante, em poucas palavras, é o impasse que enfrentou todas as intenções sobre a política industrial por pelo menos uma década", disse o relatório.
Para a política industrial, os CEPS relatório recomendou o estado vender o mais rápido possível todas as ações de empresas de defesa e apenas manter a quota mínima de ouro para preservar os interesses estratégicos; definir uma política de manutenção de competências estratégicas e capacidades operacionais, como parte de uma estratégia global de 10 a 20 anos eo estado deve pensar de uma forma hands-off, em vez de tentar micro indústria de gerenciar, presidente-executivo da CEPS Loic Tribot La Spiere disse em uma entrevista.
"Para um país como a França, que tem a ambição, mas talvez não dispõe de meios para manter uma indústria nacional em alguns setores-chave, o caminho é difícil de encontrar, tanto mais quanto é amarrado com a dimensão europeia, que está ainda na fase embrionária. O risco é perder em ambas as frentes ", disse o relatório.
Na propriedade estatal, o recente acordo sobre a governança na EADS mostra uma evolução no pensamento, um consultor disse.
Com as reformas, o governo dá-se o poder de veto, as capacidades sensíveis, tais como lançadores nucleares são delimitada e do conselho de administração terá assentos mais independentes, disse o consultor.
Esses movimentos mostram menos interferência do estado, embora existam redes informais de influência, e que o governo pesa como cliente, disse o consultor.
Na consolidação da indústria, o relatório argumenta contra uma integração vertical, chamando-a de "perde-perde" abordagem, como contratantes principais que tomam sobre fornecedores do subsistema reduziria a concorrência. O relatório recomenda uma consolidação horizontal entre as empresas de pequeno e médio porte como este iria fortalecer a cadeia de abastecimento.
A consolidação horizontal por nível um e dois fornecedores é um assunto importante, disse o consultor. "Não há necessidade de consolidação a nível fabricante de equipamentos" ao longo das linhas da indústria automobilística, disse o consultor.
Para impulsionar a indústria a competitividade, o relatório chamado de massa crítica por domínio e um movimento gradual em direção a especialização em plataformas e sistemas, levando a centros de excelência europeus.
No seminário franco-alemão, em Berlim, dois ex-altos funcionários do governo alemão disse Europeia junção e da partilha, a OTAN inteligente defesa e da carta de intenção na cooperação de defesa só podem trabalhar sob um programa claro.
Outros participantes alemães disse equipamentos existentes podem ser compartilhadas, mas que carece de um novo programa.
Obstáculos para a partilha Europeia ea repartição incluem a falta de uma política de defesa comum, que é necessária se o equipamento deve ser colocado em uma piscina comum, uma incapacidade dos chefes de equipe para chegar a acordo sobre especificações e proteção da capacidade industrial nacional.
O seminário concluiu que uma maior transparência e abertura por intenções francesas são necessários, e ambos os lados deve desistir de atitudes arrogantes.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA
Chegou o GPS chinês.

Por que a notícia está aqui? O GPS é um sistema de localização utilizado prioritariamente para orientar as forças militares norte-americanas. Os chineses precisam de um sistema parecido para os mesmos fins. Portanto, não podem ficar dependentes do GPS norte-americano ou de outras nações. O mercado civil é só um detalhe.China inaugura seu próprio sistema de navegação via satélite
Coletiva de imprensa do governo chinês relativa ao lançamento do novo satélite Beidou, em Pequim.
DR
Fonte: http://www.portugues.rfi.fr/ciencias/20121228-fgd
RFI
A China anunciou nesta sexta-feira a inauguração de seu próprio sistema de navegação via satélite, chamado de “Beidou”, grande urso em mandarim. O serviço ativo na região Ásia-Pacifico garante independência estratégica do sistema GPS americano e do futuro Galileo europeu.
O porta-voz da agência chinesa para a navegação via satélite, Ran Chengqi, disse que a qualidade do sistema é comparável ao desenvolvido pelos Estados Unidos, de acordo com a publicação China Daily. O Beidou começou a funcionar na quinta-feira e pode ser captado até na Austrália. Ele é apresentado como um novo sucesso da tecnologia espacial chinesa. A segunda geração do sistema de navegação desenvolvido pelo país se apoia em uma rede de 16 satélite de navegações e quatro outros experimentais.
A China tem como objetivo até o final de 2020 estabelecer uma estação espacial e adquirir entre 70% e 80% do mercado da navegação via satélite, se os usuários fizerem a opção por aparelhos também compatíveis com o modelo chinês.
O Beidou começou a ser construído em 2000 para evitar uma dependência tecnológica, principalmente no plano militar, já que o sistema americano domina atualmente 95% do mercado, estimado em 500 bilhões de dólares nos próximos sete anos.
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Re: GEOPOLÍTICA
O Brasil e a nova ordem mundial
Valor Econômico, 26 de dezembro de 2012
Cristiano Romero
Há muito se fala da decadência do “império americano”, hipótese que teria se tornado mais visível neste século graças às consequências da crise financeira de 2007/2008 e à emergência econômica de potências como a China. Sem perder tempo, a intelligentsia americana tem se debruçado sobre o tema não só para compreendê-lo, mas também para indicar caminhos que ajudem os Estados Unidos a manter a hegemonia.
Um desses esforços está sendo empreendido por dois dos principais “think tanks” (numa tradução livre, usinas de ideias, embora centro de influência seja o conceito mais adequado): o Center for a New American Security (CNAS) e o German Marshall Fund of the United States (GMF). As duas entidades criaram projeto, batizado de “Swing States” (Estados decisivos), para examinar como os EUA e seus aliados europeus podem se aproximar de quatro países emergentes para fortalecer a ordem internacional.
Em estudo intitulado “Global Swing States: Brazil, India, Indonesia, Turkey and the Future of Internacional Order”, Daniel M. Kliman e Richard Fontaine advogam a tese de que essas quatro nações emergentes têm peso suficiente para influenciar de forma decisiva a trajetória da atual ordem mundial. O que eles sugerem é que o governo americano, bem como seus aliados europeus e asiáticos, coloque esses países no topo das prioridades da política externa.
Entidades sugerem que EUA e aliados deem prioridade ao país
Por que Brasil, Índia, Indonésia e Turquia? A explicação: os quatro possuem uma grande e crescente economia – juntas, somam PIB, medido pelo conceito de paridade do poder de compra (PPP), de quase US$ 8 trilhões -, localização estratégica em suas regiões e compromisso com instituições democráticas. Para Kliman e Fontaine, sua abordagem na ordem mundial é mais fluida e aberta que as da China e Rússia.
“(…) Todos são cada vez mais influentes nos níveis regional e global, e embora desejem mudanças na ordem internacional, não querem desmontá-la”, afirmam.
A ordem internacional que os EUA colocaram de pé no pós-guerra enfrenta, de fato, vários desafios. Um deles é a decadência do sistema multilateral de crédito, afetado pelo enfraquecimento de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird). Outro é a estagnação das negociações comerciais multilaterais. Há também as dúvidas que cercam a emergência da China como potência econômica e política.
Kliman e Fontaine mencionam ainda, como desafios à ordem mundial, as ambições nucleares do Irã e da Coreia do Norte, além da perda de fôlego da democracia em algumas regiões – segundo a Freedom House, o percentual de Estados democráticos caiu de 64% em 2006 para 60% em 2011. Nesse contexto, afetados pela crise, EUA e União Europeia estão sofrendo pressões fiscais e políticas que constrangem sua atuação como principais sustentáculos da ordem global.
Grosso modo, os dois “think tanks” estão propondo ao presidente Barack Obama que atraia para o clube os quatro aliados emergentes, antes que eles tomem decisões que contrariem interesses centrais dos EUA e de seus aliados e, pior, aliem-se a poderes que Washington considera perigosos, pouco confiáveis ou fora de seu controle, casos de Rússia e China.
Kliman e Fontaine definem a ordem mundial por meio de cinco temas: comércio, finanças, questão marítima, proliferação nuclear e direitos humanos. Eles analisam como cada um dos quatro emergentes está lidando com essas questões e recomendam ações concretas de aproximação. É curioso ver como percebem o Brasil, país historicamente amigo dos EUA, mas igualmente relutante a uma aproximação maior, ao contrário do que fazem Índia e Turquia.
O Brasil é visto como uma nação que, nos últimos anos, na esteira de seu relativo sucesso econômico, aprofundou a democracia e reduziu as desigualdades sociais e que, por essas razões, exige reconhecimento internacional. O país aspira a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e a um maior peso nas decisões do FMI e do Bird, pleitos que americanos e europeus nunca consideraram seriamente.
No capítulo do comércio, o Brasil é descrito pelos autores como um país que tem trabalhado para desacelerar a liberalização comercial, adotando medidas protecionistas, ainda que dentro das regras da OMC. É lembrada a tentativa de transformar em disputa comercial as políticas adotadas por China e EUA para “artificialmente” desvalorizar suas moedas. Para os brasileiros, um “subsídio às exportações”.
Na ordem financeira, o Brasil saiu da posição de recipiente para a de doador líquido de recursos de instituições multilaterais. Tornou-se forte defensor da adoção de controles de capital, tendo obtido sucesso em convencer o FMI a repensar suas recomendações nessa área. O Brasil é lembrado, ainda, por defender o fim da predominância do dólar nas relações comerciais.
Na questão marítima, o país é visto como uma nação que tenta driblar regras internacionais, mas que, ao mesmo tempo, dá contribuições para aumentar a segurança marítima. É signatário da Unclos, convenção da ONU para esse setor, e busca, por meio dela, realizar suas ambições. Uma delas é ampliar, como fez em 2008 de forma malsucedida, a zona de segurança em torno de instalações “offshore” (como plataformas de petróleo).
Na questão nuclear, o Brasil é visto como um ator que, mesmo signatário do TNP (Tratado de Não-Proliferação), defende a soberania, opondo-se a medidas para fortalecer esse acordo. O envolvimento fracassado, juntamente com a Turquia, nas negociações com o Irã em 2010 não é visto como prenúncio de futuras ações nessa área. “Pelo contrário, muitos brasileiros veem hoje esse episódio como um tropeço da política externa”, dizem Kliman e Fontaine.
O capítulo de direitos humanos lembra retrocessos do governo Lula (a oposição a resoluções da ONU contra países violadores) e avanços da gestão Dilma, que votou contra os interesses do Irã. A relutância do país em apoiar ações militares contra regimes que cometem atrocidades contra seus cidadãos é lembrada. Aqui, prevalece a ideia da diplomacia brasileira de que direitos humanos não devem ser pretexto para intromissões de caráter geopolítico.
Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras.
Fonte: http://www.forte.jor.br/2012/12/26/o-br ... m-mundial/
Valor Econômico, 26 de dezembro de 2012
Cristiano Romero
Há muito se fala da decadência do “império americano”, hipótese que teria se tornado mais visível neste século graças às consequências da crise financeira de 2007/2008 e à emergência econômica de potências como a China. Sem perder tempo, a intelligentsia americana tem se debruçado sobre o tema não só para compreendê-lo, mas também para indicar caminhos que ajudem os Estados Unidos a manter a hegemonia.
Um desses esforços está sendo empreendido por dois dos principais “think tanks” (numa tradução livre, usinas de ideias, embora centro de influência seja o conceito mais adequado): o Center for a New American Security (CNAS) e o German Marshall Fund of the United States (GMF). As duas entidades criaram projeto, batizado de “Swing States” (Estados decisivos), para examinar como os EUA e seus aliados europeus podem se aproximar de quatro países emergentes para fortalecer a ordem internacional.
Em estudo intitulado “Global Swing States: Brazil, India, Indonesia, Turkey and the Future of Internacional Order”, Daniel M. Kliman e Richard Fontaine advogam a tese de que essas quatro nações emergentes têm peso suficiente para influenciar de forma decisiva a trajetória da atual ordem mundial. O que eles sugerem é que o governo americano, bem como seus aliados europeus e asiáticos, coloque esses países no topo das prioridades da política externa.
Entidades sugerem que EUA e aliados deem prioridade ao país
Por que Brasil, Índia, Indonésia e Turquia? A explicação: os quatro possuem uma grande e crescente economia – juntas, somam PIB, medido pelo conceito de paridade do poder de compra (PPP), de quase US$ 8 trilhões -, localização estratégica em suas regiões e compromisso com instituições democráticas. Para Kliman e Fontaine, sua abordagem na ordem mundial é mais fluida e aberta que as da China e Rússia.
“(…) Todos são cada vez mais influentes nos níveis regional e global, e embora desejem mudanças na ordem internacional, não querem desmontá-la”, afirmam.
A ordem internacional que os EUA colocaram de pé no pós-guerra enfrenta, de fato, vários desafios. Um deles é a decadência do sistema multilateral de crédito, afetado pelo enfraquecimento de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird). Outro é a estagnação das negociações comerciais multilaterais. Há também as dúvidas que cercam a emergência da China como potência econômica e política.
Kliman e Fontaine mencionam ainda, como desafios à ordem mundial, as ambições nucleares do Irã e da Coreia do Norte, além da perda de fôlego da democracia em algumas regiões – segundo a Freedom House, o percentual de Estados democráticos caiu de 64% em 2006 para 60% em 2011. Nesse contexto, afetados pela crise, EUA e União Europeia estão sofrendo pressões fiscais e políticas que constrangem sua atuação como principais sustentáculos da ordem global.
Grosso modo, os dois “think tanks” estão propondo ao presidente Barack Obama que atraia para o clube os quatro aliados emergentes, antes que eles tomem decisões que contrariem interesses centrais dos EUA e de seus aliados e, pior, aliem-se a poderes que Washington considera perigosos, pouco confiáveis ou fora de seu controle, casos de Rússia e China.
Kliman e Fontaine definem a ordem mundial por meio de cinco temas: comércio, finanças, questão marítima, proliferação nuclear e direitos humanos. Eles analisam como cada um dos quatro emergentes está lidando com essas questões e recomendam ações concretas de aproximação. É curioso ver como percebem o Brasil, país historicamente amigo dos EUA, mas igualmente relutante a uma aproximação maior, ao contrário do que fazem Índia e Turquia.
O Brasil é visto como uma nação que, nos últimos anos, na esteira de seu relativo sucesso econômico, aprofundou a democracia e reduziu as desigualdades sociais e que, por essas razões, exige reconhecimento internacional. O país aspira a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e a um maior peso nas decisões do FMI e do Bird, pleitos que americanos e europeus nunca consideraram seriamente.
No capítulo do comércio, o Brasil é descrito pelos autores como um país que tem trabalhado para desacelerar a liberalização comercial, adotando medidas protecionistas, ainda que dentro das regras da OMC. É lembrada a tentativa de transformar em disputa comercial as políticas adotadas por China e EUA para “artificialmente” desvalorizar suas moedas. Para os brasileiros, um “subsídio às exportações”.
Na ordem financeira, o Brasil saiu da posição de recipiente para a de doador líquido de recursos de instituições multilaterais. Tornou-se forte defensor da adoção de controles de capital, tendo obtido sucesso em convencer o FMI a repensar suas recomendações nessa área. O Brasil é lembrado, ainda, por defender o fim da predominância do dólar nas relações comerciais.
Na questão marítima, o país é visto como uma nação que tenta driblar regras internacionais, mas que, ao mesmo tempo, dá contribuições para aumentar a segurança marítima. É signatário da Unclos, convenção da ONU para esse setor, e busca, por meio dela, realizar suas ambições. Uma delas é ampliar, como fez em 2008 de forma malsucedida, a zona de segurança em torno de instalações “offshore” (como plataformas de petróleo).
Na questão nuclear, o Brasil é visto como um ator que, mesmo signatário do TNP (Tratado de Não-Proliferação), defende a soberania, opondo-se a medidas para fortalecer esse acordo. O envolvimento fracassado, juntamente com a Turquia, nas negociações com o Irã em 2010 não é visto como prenúncio de futuras ações nessa área. “Pelo contrário, muitos brasileiros veem hoje esse episódio como um tropeço da política externa”, dizem Kliman e Fontaine.
O capítulo de direitos humanos lembra retrocessos do governo Lula (a oposição a resoluções da ONU contra países violadores) e avanços da gestão Dilma, que votou contra os interesses do Irã. A relutância do país em apoiar ações militares contra regimes que cometem atrocidades contra seus cidadãos é lembrada. Aqui, prevalece a ideia da diplomacia brasileira de que direitos humanos não devem ser pretexto para intromissões de caráter geopolítico.
Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras.
Fonte: http://www.forte.jor.br/2012/12/26/o-br ... m-mundial/
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: GEOPOLÍTICA
Esse é um tema recorrente na literatura internacional. Ganhou força nos últimos anos. principalmente em relação as ligações sul-sul, integração regional e articulação centro-periferia. O mundo está ficando muito mais complicado do que se prevê de "decadência do império norte-americano" e ascensão da China ou, como se supunha na grande mídia golpista, guerra fria entre EUA e China.
Nos dias atuais percebam que a estratégia norte-americana construída ao longo da década de 2000s foi ser mais simpática as demandas da periferia. O motivo é não ter mais o poder de influência que tinha nos anos 1990s. Agora é preciso se esforçar mais para criar consensos e ganhos mútuos. As relações ficaram mais cinzas e as conversações nebulosas.
Apesar de alguns acharem que o Brasil é santo. Não tem nada de bom moço. É um dos países que age mais agressivamente na defesa dos seus interesses. Daqueles que fala que é tudo bem e sorri, mas faz o que acha melhor. Uma retórica de décadas que supera os discursos predominantes na esfera internacionais. Por exemplo, liberalização e abertura financeira e comercial nos anos 1990s em que Argentina e México seguiram a cartilha, mas o Brasil e Coreia não. Esse temor é mais sentido por países da América do Sul.
Nos dias atuais percebam que a estratégia norte-americana construída ao longo da década de 2000s foi ser mais simpática as demandas da periferia. O motivo é não ter mais o poder de influência que tinha nos anos 1990s. Agora é preciso se esforçar mais para criar consensos e ganhos mútuos. As relações ficaram mais cinzas e as conversações nebulosas.
Apesar de alguns acharem que o Brasil é santo. Não tem nada de bom moço. É um dos países que age mais agressivamente na defesa dos seus interesses. Daqueles que fala que é tudo bem e sorri, mas faz o que acha melhor. Uma retórica de décadas que supera os discursos predominantes na esfera internacionais. Por exemplo, liberalização e abertura financeira e comercial nos anos 1990s em que Argentina e México seguiram a cartilha, mas o Brasil e Coreia não. Esse temor é mais sentido por países da América do Sul.