COIN
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- marcelo l.
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Re: COIN
O mito do crescimento autoritário
Dani Rodrik, Valor Econômico, 11/08/10
Como explicar o fato de que quase todos os países ricos - exceto os que devem suas riquezas às reservas naturais - são democráticos?
Numa manhã de domingo recente, centenas de manifestantes pró-democracia se reuniram numa praça de Moscou para protestar contra as restrições impostas pelo governo à liberdade de reunião. Eles empunhavam cartazes onde se lia “31”, em referência ao artigo 31 da constituição russa, que garante a liberdade de reunião. Eles foram imediatamente cercados por policiais, que tentaram dissolver a manifestação. Vários críticos do Kremlin foram apressadamente arrastados para dentro de uma viatura policial e levados.
Eventos como esse são quase uma ocorrência comum na Rússia, onde o premiê Vladimir Putin governa o país com mão forte, e a perseguição aos oponentes do governo, as violações de direitos humanos e abusos judiciais viraram rotina.
O que líderes como Putin não entendem é que suas políticas também comprometem o futuro econômico e o prestígio econômico global dos seus países.
A relação entre a política pública de um país e suas perspectivas econômicas é uma das mais fundamentais - e mais estudadas- matérias de toda a Ciência Social. O que é melhor para crescimento econômico - uma poderosa mão guiadora livre da pressão da concorrência política, ou uma pluralidade de interesses concorrentes que estimula abertura a novas ideias e a novos protagonistas políticos?
Exemplos do Leste Asiático (Coreia do Sul, Taiwan, China) parecem indicar a primeira alternativa. Mas como, então, poderemos explicar o fato de que quase todos os países ricos - exceto os que devem suas riquezas apenas às reservas naturais - são democráticos? Deveria a abertura política preceder, em vez de suceder, o crescimento econômico?
Para cada país autoritário que cresceu rapidamente, há vários que tropeçaram. Para cada Lee Kuan Yew de Cingapura, há muitos semelhantes a Mobutu Sese Seko, do Congo.
À primeira vista, a China parece ser uma exceção. Desde o fim dos anos de 1970, na esteira dos desastrosos experimentos de Mao, a China se saiu bem, experimentando taxas de crescimento econômico sem paralelo. Embora tenha democratizado parte do seu processo decisório local, o Partido Comunista Chinês mantém rígido domínio sobre a política nacional e o quadro dos direitos humanos é deformado por abusos frequentes.
Mas a China também continua sendo um país comparativamente pobre. Seu progresso econômico futuro depende em boa parte em saber se conseguirá abrir o seu sistema político à concorrência, da mesma forma que liberou a sua economia.
Consideremos a Turquia, uma potência econômica em ascensão no Oriente Médio, que até recentemente parecia destinada a se tornar a única democracia muçulmana da região. Durante o seu primeiro mandato no cargo, o premiê Recep Tayyip Erdogan afrouxou algumas restrições impostas às minorias curdas e aprovou reformas que alinhavam o regime jurídico do país com as normas europeias.
Mais recentemente, porém, Erdogan e seus aliados encarceraram centenas de oficiais das forças armadas, acadêmicos e jornalistas com base em acusações forjadas, transformando o país numa “república do medo”.
Para as verdadeiras superpotências econômicas promissoras, devemos preferir nos voltar para países como Brasil, Índia e África do Sul, que já conseguiram realizar suas transições democráticas e é improvável que regridam. Nenhum desses países está livre de problemas, é claro. O Brasil ainda não recuperou integralmente o seu dinamismo econômico e ainda precisa encontrar um caminho para o crescimento acelerado. A democracia da Índia pode ser exasperante na sua resistência à mudança econômica. E a África do Sul sofre de uma taxa de desemprego chocantemente elevada.
Esses desafios, porém, nada são, se comparados com as monumentais tarefas de transformação institucional reservadas aos países autoritários. Não fiquem surpresos se o Brasil humilhar a Turquia, se a África do Sul ultrapassar a Rússia e a Índia superar a China.
Dani Rodrik é professor de Política Econômica na Escola de Governo John F. Kennedy da Universidade Harvard.
Dani Rodrik, Valor Econômico, 11/08/10
Como explicar o fato de que quase todos os países ricos - exceto os que devem suas riquezas às reservas naturais - são democráticos?
Numa manhã de domingo recente, centenas de manifestantes pró-democracia se reuniram numa praça de Moscou para protestar contra as restrições impostas pelo governo à liberdade de reunião. Eles empunhavam cartazes onde se lia “31”, em referência ao artigo 31 da constituição russa, que garante a liberdade de reunião. Eles foram imediatamente cercados por policiais, que tentaram dissolver a manifestação. Vários críticos do Kremlin foram apressadamente arrastados para dentro de uma viatura policial e levados.
Eventos como esse são quase uma ocorrência comum na Rússia, onde o premiê Vladimir Putin governa o país com mão forte, e a perseguição aos oponentes do governo, as violações de direitos humanos e abusos judiciais viraram rotina.
O que líderes como Putin não entendem é que suas políticas também comprometem o futuro econômico e o prestígio econômico global dos seus países.
A relação entre a política pública de um país e suas perspectivas econômicas é uma das mais fundamentais - e mais estudadas- matérias de toda a Ciência Social. O que é melhor para crescimento econômico - uma poderosa mão guiadora livre da pressão da concorrência política, ou uma pluralidade de interesses concorrentes que estimula abertura a novas ideias e a novos protagonistas políticos?
Exemplos do Leste Asiático (Coreia do Sul, Taiwan, China) parecem indicar a primeira alternativa. Mas como, então, poderemos explicar o fato de que quase todos os países ricos - exceto os que devem suas riquezas apenas às reservas naturais - são democráticos? Deveria a abertura política preceder, em vez de suceder, o crescimento econômico?
Para cada país autoritário que cresceu rapidamente, há vários que tropeçaram. Para cada Lee Kuan Yew de Cingapura, há muitos semelhantes a Mobutu Sese Seko, do Congo.
À primeira vista, a China parece ser uma exceção. Desde o fim dos anos de 1970, na esteira dos desastrosos experimentos de Mao, a China se saiu bem, experimentando taxas de crescimento econômico sem paralelo. Embora tenha democratizado parte do seu processo decisório local, o Partido Comunista Chinês mantém rígido domínio sobre a política nacional e o quadro dos direitos humanos é deformado por abusos frequentes.
Mas a China também continua sendo um país comparativamente pobre. Seu progresso econômico futuro depende em boa parte em saber se conseguirá abrir o seu sistema político à concorrência, da mesma forma que liberou a sua economia.
Consideremos a Turquia, uma potência econômica em ascensão no Oriente Médio, que até recentemente parecia destinada a se tornar a única democracia muçulmana da região. Durante o seu primeiro mandato no cargo, o premiê Recep Tayyip Erdogan afrouxou algumas restrições impostas às minorias curdas e aprovou reformas que alinhavam o regime jurídico do país com as normas europeias.
Mais recentemente, porém, Erdogan e seus aliados encarceraram centenas de oficiais das forças armadas, acadêmicos e jornalistas com base em acusações forjadas, transformando o país numa “república do medo”.
Para as verdadeiras superpotências econômicas promissoras, devemos preferir nos voltar para países como Brasil, Índia e África do Sul, que já conseguiram realizar suas transições democráticas e é improvável que regridam. Nenhum desses países está livre de problemas, é claro. O Brasil ainda não recuperou integralmente o seu dinamismo econômico e ainda precisa encontrar um caminho para o crescimento acelerado. A democracia da Índia pode ser exasperante na sua resistência à mudança econômica. E a África do Sul sofre de uma taxa de desemprego chocantemente elevada.
Esses desafios, porém, nada são, se comparados com as monumentais tarefas de transformação institucional reservadas aos países autoritários. Não fiquem surpresos se o Brasil humilhar a Turquia, se a África do Sul ultrapassar a Rússia e a Índia superar a China.
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- Bourne
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Re: COIN
Bruce caldweel, um maluquinho legal.
Detalhe: a cadeira de história econômica na graduação e pós-graduação norte-americanas é ignorada. Agora entendo as aberrações que saem dos mais jovens.
Detalhe: a cadeira de história econômica na graduação e pós-graduação norte-americanas é ignorada. Agora entendo as aberrações que saem dos mais jovens.
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Re: COIN
Não assisti, mas era para ser dois posts com o mesmo video?
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- Bourne
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Re: COIN
Acho que não é obrigatório ou uma área considerada importante. Apesar deles terem grandes nomes da área de história econômica e economia política. Entre eles o Eichengreen e Caldwell. Em si é uma base importante para trabalhar o que for e não estudos e teorias vazias. Parece que com o tempo muita gente esqueceu que a base é essencial.
No Brasil parece que existia o plano para isso e tinham bons resultados na última década. Entretanto pelo que vi no encontro nacional desse ano acho que fracassou. Os centros de pós-graduação mais conservadoras foram ignorados. As picaretagens empiricamente baseadas não fizeram tanto sucesso quando no passado recente. Pelos artigos aprovados deveria até ter mandado algum sobre regime de crescimento e financeirização. Era capaz de aprovar.
Ainda no Brasil se vê história e economia política como coisa de marxista. O que nunca foi e não é. Também não é coisa de heterodoxo marginal. No fundo é sim discutir fatos e ideias das mais diferentes formas.
No Brasil parece que existia o plano para isso e tinham bons resultados na última década. Entretanto pelo que vi no encontro nacional desse ano acho que fracassou. Os centros de pós-graduação mais conservadoras foram ignorados. As picaretagens empiricamente baseadas não fizeram tanto sucesso quando no passado recente. Pelos artigos aprovados deveria até ter mandado algum sobre regime de crescimento e financeirização. Era capaz de aprovar.
Ainda no Brasil se vê história e economia política como coisa de marxista. O que nunca foi e não é. Também não é coisa de heterodoxo marginal. No fundo é sim discutir fatos e ideias das mais diferentes formas.
- Sterrius
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Re: COIN
Pena bourne!
Eu acho assombroso isso, ja que sem avaliar a evolução da economia pelo menos a do pós guerra até aqui fica muito dificil botar certas ideias pra funcionar!
È como criar uma casa sem fundação.
Eu acho assombroso isso, ja que sem avaliar a evolução da economia pelo menos a do pós guerra até aqui fica muito dificil botar certas ideias pra funcionar!
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- marcelo l.
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Re: COIN
I’m wondering how much this society can endure before it explodes,” said Georg Pieper, a German psychotherapist who specializes in treating post-traumatic stress disorders following catastrophes, large accidents (including the deadliest train wreck ever in Germany), acts of violence, freed hostages....
But now he was talking about Greece.
He’d spent several days in Athens to give continuing education courses in trauma therapy for psychologist, psychiatrists, and doctors—for free, this being a country in crisis.
He was accompanied by Melanie Mühl, an editor at the daily paper Frankfurter Allgemeine. And in her report, she decries how “news consumers” in Germany were fed the crisis in Greece.
It was “no more than a distant threat somewhere on the horizon,” defined by barely understood terms, such as bank bailout, haircut, billion-euro holes, mismanagement, Troika, debt buyback....
“Instead of understanding the global context, we see a serious-faced Angela Merkel getting out of dark limos in Berlin, Brussels or elsewhere, on the way to the next summit where the bailout of Greece, and thus of Europe, is to be moved forward another step” [also read... The Curse Of The “Irreversible” Euro].
But what is really happening in Greece is silenced to death in the media. Pieper calls this phenomenon a “giant feat of repression.”
And so they report their findings that cannot be dressed up in the by now normal euro bailout jargon and acronyms. There were pregnant women rushing from hospital to hospital, begging to be admitted to give birth. They had no health insurance and no money, and no one wanted to help them. People who used to be middle class were picking through discarded fruit and vegetables off the street as the stands from a farmers’ market were being taken down.
[I have seen that dreary activity even in Paris; if Mühl spent some time looking, she could see it in Germany as well. It’s not just in Greece where people, demolished by joblessness or falling real wages, are deploying desperate measures to put food on the table. And the largest consumer products companies are already reacting to it: The “Pauperization of Europe”.]
Heart-braking, the plight of the Greeks. There was an old man who’d worked over 40 years, but now his pension had been cut in half, and he couldn’t afford his heart medication any longer. To check into the hospital, he had to bring his own sheets and food. Since the cleaning staff had been let go, doctors and nurses, who hadn’t been paid in months, were cleaning the toilets themselves. The hospital was running short on basic medical supplies, such as latex gloves and catheters. And the suicide rate doubled over the last three years—two-thirds of them, men.
“Collective trauma” is how Pieper described the society whose bottom had been pulled out from under it. “Men are particularly hard hit by the crisis,” Pieper said, as their pay had been decimated, or their jobs eliminated. They’re seething with anger at the utterly corrupt system and a kleptocratic government that have done so much damage to the country; and they’re furious at the international bailout politics whose money only benefits big banks, not the people.
These men take their anger to their families, and their sons take that anger to the street. Hence the growing number of violent gangs that attack minorities. The will to survive in humans is enormous, Pieper points out, and so humans are able to overcome even incredibly difficult situations. To do that, they need a functioning society with real structures and safety nets. But in Greece, society has been hollowed out for years to the point where it is collapsing.
“In such a dramatic situation as can be observed in Greece, the human being becomes a sort of predator, only seeing himself and his own survival,” Pieper said. “Sheer necessity pushes him into irrationality, and in the worst case, this irrationality transcends into criminality.” At that stage in society, he said, “solidarity is replaced by selfishness.”
And so he wondered, “how much this society can endure before it explodes.” Greece is on the brink of civil war, he went on, and it seems only a question of time before the collective desperation of the people erupts into violence and spreads across the country. A ricocheting indictment of the euro bailout policies.
As the Eurozone flails about to keep its chin above the debt crisis that is drowning Greece and other periphery countries, and as the EU struggles to duct-tape itself together with more governance by unelected transnational eurocrats, Sweden is having second thoughts: never before has there been such hostility toward the euro. Read.... Sweden’s Euro Hostility Hits A Record.
Read more: http://www.testosteronepit.com/home/201 ... z2FJi76G6W
But now he was talking about Greece.
He’d spent several days in Athens to give continuing education courses in trauma therapy for psychologist, psychiatrists, and doctors—for free, this being a country in crisis.
He was accompanied by Melanie Mühl, an editor at the daily paper Frankfurter Allgemeine. And in her report, she decries how “news consumers” in Germany were fed the crisis in Greece.
It was “no more than a distant threat somewhere on the horizon,” defined by barely understood terms, such as bank bailout, haircut, billion-euro holes, mismanagement, Troika, debt buyback....
“Instead of understanding the global context, we see a serious-faced Angela Merkel getting out of dark limos in Berlin, Brussels or elsewhere, on the way to the next summit where the bailout of Greece, and thus of Europe, is to be moved forward another step” [also read... The Curse Of The “Irreversible” Euro].
But what is really happening in Greece is silenced to death in the media. Pieper calls this phenomenon a “giant feat of repression.”
And so they report their findings that cannot be dressed up in the by now normal euro bailout jargon and acronyms. There were pregnant women rushing from hospital to hospital, begging to be admitted to give birth. They had no health insurance and no money, and no one wanted to help them. People who used to be middle class were picking through discarded fruit and vegetables off the street as the stands from a farmers’ market were being taken down.
[I have seen that dreary activity even in Paris; if Mühl spent some time looking, she could see it in Germany as well. It’s not just in Greece where people, demolished by joblessness or falling real wages, are deploying desperate measures to put food on the table. And the largest consumer products companies are already reacting to it: The “Pauperization of Europe”.]
Heart-braking, the plight of the Greeks. There was an old man who’d worked over 40 years, but now his pension had been cut in half, and he couldn’t afford his heart medication any longer. To check into the hospital, he had to bring his own sheets and food. Since the cleaning staff had been let go, doctors and nurses, who hadn’t been paid in months, were cleaning the toilets themselves. The hospital was running short on basic medical supplies, such as latex gloves and catheters. And the suicide rate doubled over the last three years—two-thirds of them, men.
“Collective trauma” is how Pieper described the society whose bottom had been pulled out from under it. “Men are particularly hard hit by the crisis,” Pieper said, as their pay had been decimated, or their jobs eliminated. They’re seething with anger at the utterly corrupt system and a kleptocratic government that have done so much damage to the country; and they’re furious at the international bailout politics whose money only benefits big banks, not the people.
These men take their anger to their families, and their sons take that anger to the street. Hence the growing number of violent gangs that attack minorities. The will to survive in humans is enormous, Pieper points out, and so humans are able to overcome even incredibly difficult situations. To do that, they need a functioning society with real structures and safety nets. But in Greece, society has been hollowed out for years to the point where it is collapsing.
“In such a dramatic situation as can be observed in Greece, the human being becomes a sort of predator, only seeing himself and his own survival,” Pieper said. “Sheer necessity pushes him into irrationality, and in the worst case, this irrationality transcends into criminality.” At that stage in society, he said, “solidarity is replaced by selfishness.”
And so he wondered, “how much this society can endure before it explodes.” Greece is on the brink of civil war, he went on, and it seems only a question of time before the collective desperation of the people erupts into violence and spreads across the country. A ricocheting indictment of the euro bailout policies.
As the Eurozone flails about to keep its chin above the debt crisis that is drowning Greece and other periphery countries, and as the EU struggles to duct-tape itself together with more governance by unelected transnational eurocrats, Sweden is having second thoughts: never before has there been such hostility toward the euro. Read.... Sweden’s Euro Hostility Hits A Record.
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: COIN
A guerra entre as tropas coloniais alemãs (a Schutztruppe) e as pessoas Hehe que devastaram grandes áreas do sul da Tanzânia, entre 1890 e 1898, continua sendo um dos conflitos menos conhecidos da história do imperialismo alemão e é muitas vezes ofuscada pelo levante Herero (Namíbia, 1904-1905) ou o Maji Maji Guerra (Tanzânia, 1905-1907). No entanto, o levantamento desta guerra específica parece razoável para os pesquisadores que trabalham no campo da história militar, e especialmente o histórico de operações de contra-insurgência, por isso pode ser visto como um arquétipo de guerras coloniais da Alemanha. A Guerra Hehe que custam milhares de vidas africanas e em grande parte destruídas anteriormente produtivas áreas agrícolas teve enorme influência sobre conflitos posteriores. Muitos oficiais alemães aprenderam a prática durante esta guerra e táticas que foram primeiramente utilizados na luta contra a Hehe se tornou típico de outras guerras coloniais travadas por forças alemãs.
cont.
http://smallwarsjournal.com/jrnl/art/ge ... -1890-1898
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Re: COIN
Conducting Security Force Assistance in a Rural District: Understanding the Operational Environment
http://smallwarsjournal.com/jrnl/art/co ... ional-envi
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Re: COIN
http://www.standingwellback.com
Site sobre a história da utilização de Dispositivo explosivo improvisado (IED)
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Re: COIN
The territory of Athens was being ravaged before the very eyes of the Athenians, a sight which the young men had never seen before and the old only in the Median wars; and it was naturally thought a grievous insult, and the determination was universal, especially among the young men, to sally forth and stop it. Knots were formed in the streets and engaged in hot discussion; for if the proposed sally was warmly recommended, it was also in some cases opposed. Oracles of the most various import were recited by the collectors, and found eager listeners in one or other of the disputants. Foremost in pressing for the sally were the Acharnians, as constituting no small part of the army of the state, and as it was their land that was being ravaged. In short, the whole city was in a most excited state; Pericles was the object of general indignation; his previous counsels were totally forgotten; he was abused for not leading out the army which he commanded, and was made responsible for the whole of the public suffering. He, meanwhile, seeing anger and infatuation just now in the ascendant, and of his wisdom in refusing a sally, would not call either assembly or meeting of the people, fearing the fatal results of a debate inspired by passion and not by prudence.
Let's imagine the range of policies that the Athenians could have adopted. Trivially, they range from "arm everyone and sally immediately" to "surrender now;" Thucydides implies that the relevant policy range is from the Archarnians' ideal point ("send as many men as necessary to secure the immediate neighborhood") to Pericles' ("wait until the situation has resolved itself"). Under the Athenian constitution, presumably, Pericles has the right to call the assembly to adopt a new policy, but he knows that in the heat of the moment they will adopt a policy much closer to the Acharnians' ideal point than to his. Pericles suspects that over time Athens' allies will reinforce him, and at the same time that the Spartans will tire of offering battle without a response. The greater strategic flexibility of the Athenian navy also (he believes) offers him the ability to choose when and where to strike at the Peloponnesians and their allies, whereas giving battle to the Spartans outside of Athens risks everything. The ability to control the agenda of policy is crucial but it must be nerve-wracking to exercise. Thucydides captures the dilemma here well. Over time, Pericles's policy (in this instance) will be proven to be the correct one, but implementing it both requires bearing immediate costs and a reliance on the formal institutions of Athens. Had the policy failed, it would have failed catastrophically, with Pericles removed by irregular means and Athens itself in jeopardy.
http://rpm47.blogspot.com
Let's imagine the range of policies that the Athenians could have adopted. Trivially, they range from "arm everyone and sally immediately" to "surrender now;" Thucydides implies that the relevant policy range is from the Archarnians' ideal point ("send as many men as necessary to secure the immediate neighborhood") to Pericles' ("wait until the situation has resolved itself"). Under the Athenian constitution, presumably, Pericles has the right to call the assembly to adopt a new policy, but he knows that in the heat of the moment they will adopt a policy much closer to the Acharnians' ideal point than to his. Pericles suspects that over time Athens' allies will reinforce him, and at the same time that the Spartans will tire of offering battle without a response. The greater strategic flexibility of the Athenian navy also (he believes) offers him the ability to choose when and where to strike at the Peloponnesians and their allies, whereas giving battle to the Spartans outside of Athens risks everything. The ability to control the agenda of policy is crucial but it must be nerve-wracking to exercise. Thucydides captures the dilemma here well. Over time, Pericles's policy (in this instance) will be proven to be the correct one, but implementing it both requires bearing immediate costs and a reliance on the formal institutions of Athens. Had the policy failed, it would have failed catastrophically, with Pericles removed by irregular means and Athens itself in jeopardy.
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Re: COIN
Les hommes sont alignés dans la cour d'honneur en rangs impeccables et au garde-à-vous, 67 gradés en grand uniforme, 350 élèves officiers et une centaine de soldats qui servent sur la base. A quelques kilomètres au nord d'Alep, l'Académie militaire d'Al-Mouchat est la plus prestigieuse de Syrie, où a été formé tout ce que le régime compte de troupes d'élite, la haute hiérarchie militaire, jusqu'au président Bachar Al-Assad lui-même, du temps où son père était encore au pouvoir. A l'économat, près de la bibliothèque et du coiffeur, les élèves officiers peuvent acheter son portrait, posant sur ces mêmes bancs où ils étudient aujourd'hui. Etudier à Al-Mouchat, c'est déjà être un héros.
Ce 23 novembre 2012, l'heure n'est pas aux décorations dans la cour d'honneur : Al-Mouchat vient d'être encerclée dans la nuit par l'Armée syrienne libre (ASL). Avec la citadelle d'Alep et deux aéroports notamment, elle est un des derniers verrous stratégiques encore tenus par les troupes loyalistes dans la région du Nord, tout entière sous le contrôle rebelle, depuis la frontière turque jusqu'à la moitié d'Alep. A peine commencé, le siège de l'Académie focalise immédiatement l'attention des observateurs internationaux : elle pourrait être un des sites de stockage des armes chimiques, comme la base de recherche et d'armement de l'armée de l'air, siège redouté des services secrets de la province.
Le Monde.fr a le plaisir de vous offrir la lecture de cet article habituellement réservé aux abonnés du Monde.fr. Profitez de tous les articles réservés du Monde.fr en vous abonnant à partir de 1€ / mois | Découvrez l'édition abonnés
"Jamais les terroristes n'entreront dans Al-Mouchat", vient de lancer le haut commandant devant les hommes qui saluent dans la cour d'honneur. "Nous avons le devoir de résister. Les troupes spéciales du président sont déjà en route pour nettoyer la région et nous soutenir." Puis, dans l'air glacial, fusent les cris des gradés : "Bachar est notre dieu !"
Il faudra moins d'un mois aux rebelles pour s'emparer de l'Académie. Et les derniers jours dans le huis clos d'Al-Mouchat vont transformer la prestigieuse institution en un tout autre symbole : celui du pourrissement d'un régime.
Lorsque l'encerclement commence, Ali Al-Hassan, élève officier, vient d'entrer à l'Académie quelques mois plus tôt. Etudes d'informatique, vie joyeuse, terriblement normale dans un quartier aisé de Damas, où rien ne laisse deviner qu'on se bat quelque part en Syrie. Bien sûr, la télévision officielle parle parfois de "terrorisme". Mais n'est-ce pas encore une de ces petites crises dont le régime ne fait, en général, qu'une bouchée ? A son départ, ses amis lui ont souhaité "un bon séjour dans l'Hôtel Hilton de l'armée". En fait, Ali Al-Hassan débarque dans un site où l'électricité est coupée, l'eau aussi, comme dans toute la région depuis que les rebelles se sont approchés d'Alep, durant l'été. La formation militaire a été suspendue, plus de sport, plus de leçons, rien. Vingt-quatre heures sur vingt-quatre, les élèves officiers se relaient en tenue de combat dans des salles de garde. On parle des festins de spaghettis dont on se régalera en permission. Ou alors d'amour. La fiancée d'Ali est alaouite, une tendance du chiisme, comme 10 % de la population et la famille du président. Ali, lui, est sunnite, la confession majoritaire. Et alors ? Il se murmure parfois que les alaouites ont de meilleurs pistons. Ali a toujours haussé les épaules. A Al-Mouchat, il n'a jamais prêté attention non plus aux commentaires de garnison : les alaouites seraient mieux servis à la cantine ou les sunnites plus durement punis.
Dans la hiérarchie de l'Académie, certains officiers ont, eux, l'impression que le conflit durcit peu à peu les relations entre les deux communautés. Au printemps 2011, la protestation pacifique et la répression de celle-ci dans le sang se sont d'abord propagées dans les villages et les villes à majorité sunnite. Par leurs familles, certains militaires connaissent la situation. Même à Al-Mouchat, les défections ont commencé. Il n'y a jamais un alaouite parmi les déserteurs, toujours des sunnites. Le haut commandant les appelle "les traîtres". Au mess, des officiers alaouites se félicitent entre eux : "Bon débarras, on va pouvoir se battre face à face, c'est plus clair." Publiquement, rien n'est dit, mais l'habitude se prend, insensiblement, de ne plus se voir qu'entre soi. "Les relations devenaient de moins en moins naturelles", dit un officier.
Quand les rebelles s'installent dans Alep, en septembre 2012, les gradés sunnites d'Al-Mouchat sont écartés des secteurs les plus importants, des armes et de la nourriture. Bureaux et chambres sont séparés, les alaouites prennent ceux sous les bosquets de pins, tout près des stocks de munitions, tandis que les sunnites sont envoyés à l'autre bout de la base. Au premier jour du siège, la première ligne de défense, le long des remparts, est constituée exclusivement de soldats sunnites. Juste derrière, dans des tentes, sont postés des élèves officiers, sunnites encore. En troisième position viennent les militaires, alaouites cette fois. Ceux qui ont des connaissances, en revanche, ont l'autorisation de s'installer à l'abri, dans l'état-major. Pour tous, un seul ordre, le dernier qui leur sera donné : "Tirez sur tout, déserteurs et rebelles. Celui qui quitte son poste sera poursuivi en enfer."
Une semaine plus tard, le 1er décembre 2012, l'Armée syrienne libre attaque une première fois l'Académie, à coups de mortier. Au-delà de l'enjeu stratégique, la prise d'Al-Mouchat a aussi un autre intérêt pour l'ASL : les armes, son problème crucial depuis sa création. Peu d'argent pour en acheter et, de toute façon, peu de matériel à vendre dans des trafics locaux très surveillés par la communauté internationale. Ici, une kalachnikov d'occasion, par exemple, coûte plus de 500 dollars contre 200 dollars ailleurs. Alors, la récupération des équipements du régime, d'une manière ou d'une autre, s'est imposée comme une des filières les plus importantes. Il y a trois mois, un négociateur de l'ASL a acheté 20 000 balles de kalachnikov 3 dollars pièce, le double du marché, à un gradé ripou. Il était dans le commandement d'Al-Mouchat, justement. Et le rebelle faisait partie de la Liwa Al-Tawhid, principale katiba du nord avec ses 10 000 hommes du coin, qui mène alors le siège de l'Académie. "On s'est dit qu'on allait les tuer avec leurs propres balles et en récupérer d'autres gratuites", dit un rebelle.
A l'intérieur de l'enceinte, les obus de mortier des rebelles s'écrasent sur les lignes de défense. Aussitôt, les hommes abandonnent leur poste pour se réfugier dans le bâtiment du haut commandement. "On pensait que les forces spéciales arrivaient, et on ne voulait pas qu'elles nous oublient", dit Ali Al-Hassan. Bizarrement, ils sont fort aimablement accueillis. "On a compris que les grands chefs aussi avaient peur", se rappelle un autre élève. Peur que les troupes s'enfuient et les laissent se faire tuer. Ou bien peur qu'ils restent et les égorgent. Peur de tout. C'est le haut commandant lui-même qui rassure tout le monde : "Les troupes d'élite viennent de finir le ménage à Alep. La ville est libre. Elles arrivent ." Autour, quelques-uns s'embrassent. En réalité, les bases loyalistes attendent depuis l'été le renfort de deux divisions parmi les mieux entraînées, la troisième et la quatrième, pour reprendre la ville. Mais, entre-temps, les violences ont gagné Damas et plus un seul soldat ne bouge de la capitale.
A Al-Mouchat, on enterre au bulldozer les morts de la première attaque, cinq par cinq. Chaque nuit, les désertions s'accélèrent. On brûle les portes et les fenêtres pour essayer d'avoir moins froid dans les lignes de défense. "Faites ce que vous voulez, mais restez, supplie un gradé. Sinon, Al-Qaida va vous égorger." Les réserves de nourriture sont épuisées. Harcelé par les tirs rebelles, l'hélicoptère chargé du ravitaillement largue les vivres du mauvais côté des murs. Le haut commandant insulte le pilote par radio. L'autre rigole : "Tu as faim ? C'est pas mon problème. Baise ta mère." Sur la base, on mange n'importe quoi, de l'herbe, des cigarettes. On boit l'eau de pluie.
Le site est en permanence sous la lunette des snipers rebelles. Plus personne ne bouge, ils sont terrés le jour durant, là où chacun peut, par groupes de deux, trois parfois, se méfiant les uns des autres. Des ombres ne commencent à bouger qu'après le coucher du soleil. Toutes vont vers les cuisines, espérant voler quelque chose. "On était comme des chiens entre nous, à se tirer dessus pour un peu de riz. On avait la haine au coeur." Entre les déserteurs, les morts et les blessés, il ne reste plus qu'une centaine de militaires. Eugène, officier chrétien, est avec deux élèves alaouites. "Ils avaient deux balles dans la poche pour être sûrs de ne pas être pris vivants. Ils ont combattu jusqu'à la mort, en chantant pour Bachar."
Le 15 décembre, le jour se lève à peine quand le chauffeur et l'ordonnance du haut commandant se réveillent à l'état-major. A côté d'eux, les lits sont vides. Le patron de la base et son numéro deux se sont enfuis pendant leur sommeil. "On a compris que c'était la fin", se rappelle un soldat alaouite, un gros blond aux yeux très bleus. Dans l'infirmerie, une cinquantaine de malades sont couchés à même le sol. Ils n'ont bu que de l'eau sucrée depuis dix jours, plus aucun traitement depuis que les trois médecins ont déserté. Un gradé fait irruption dans la pièce : "Que ceux qui peuvent se lever s'enfuient !" Personne ne bouge. Aucun ne le peut. L'officier embarque une seule personne, son cousin. Dans un réduit, plus loin, d'autres blessés supplient qu'on ne les abandonne pas. "Un grand chef s'est retourné. Il a crié : "On nous a tous laissé tomber !"" Et il a tiré une rafale sur tout le monde, affirme un rescapé alaouite. "J'avais l'impression de voir le système éclater sous mes yeux." Ce rescapé est aujourd'hui hospitalisé chez les rebelles.
Sur l'allée principale, un petit groupe de gradés, tous alaouites, ont affrété trois tanks et deux petits blindés russes. Ils veulent tenter une sortie en force par la porte principale et rallier la prison d'Alep, 10 km plus loin, encore tenue par le régime. Il n'y a pas assez de place à bord, alors, de nouveau, on se tire dessus. Trois morts. Le convoi démarre. Il atteindra son but. Les rebelles, eux, viennent d'entrer dans l'Académie. Ils se précipitent vers l'armurerie. Aucune arme chimique n'a été trouvée.
Dans les rues de Marea, gros bourg à une quinzaine de kilomètres, un taxi jaune s'arrête au milieu de la rue principale. Dans le coffre, un soldat alaouite. Une famille de commerçants est allée le capturer vivant après la bataille, apprenant que l'Académie était tombée. Un cousin s'approche du taxi. Tire une rafale dans le coffre. On extrait le soldat alaouite, en uniforme, sanglant. Il hurle. Un autre cousin l'abat d'une balle en criant : "Allah akbar" ("Dieu est grand"). Puis toute la famille se photographie autour du corps, avec un téléphone portable. La veille, pendant le siège, un des fils avait été tué par un sniper alaouite. "On voulait notre revanche."
A Al-Mouchat, plus de 150 militaires ont été tués, 70 environ ont été faits prisonniers, 250 se sont enfuis pendant le siège, dont une partie est restée dans la région. Ce sont eux que nous avons interrogés.
http://www.lemonde.fr/international/art ... _3210.html
Poderia ficar em outro lugar, mas a narração e matéria são relatos quase copia e cola de outros conflitos das mesmas características. Eu testei a trad. google da para entender apesar dos erros e o artigo logo vai estar fora do ar por ser exclusivo de assinantes.
Ce 23 novembre 2012, l'heure n'est pas aux décorations dans la cour d'honneur : Al-Mouchat vient d'être encerclée dans la nuit par l'Armée syrienne libre (ASL). Avec la citadelle d'Alep et deux aéroports notamment, elle est un des derniers verrous stratégiques encore tenus par les troupes loyalistes dans la région du Nord, tout entière sous le contrôle rebelle, depuis la frontière turque jusqu'à la moitié d'Alep. A peine commencé, le siège de l'Académie focalise immédiatement l'attention des observateurs internationaux : elle pourrait être un des sites de stockage des armes chimiques, comme la base de recherche et d'armement de l'armée de l'air, siège redouté des services secrets de la province.
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"Jamais les terroristes n'entreront dans Al-Mouchat", vient de lancer le haut commandant devant les hommes qui saluent dans la cour d'honneur. "Nous avons le devoir de résister. Les troupes spéciales du président sont déjà en route pour nettoyer la région et nous soutenir." Puis, dans l'air glacial, fusent les cris des gradés : "Bachar est notre dieu !"
Il faudra moins d'un mois aux rebelles pour s'emparer de l'Académie. Et les derniers jours dans le huis clos d'Al-Mouchat vont transformer la prestigieuse institution en un tout autre symbole : celui du pourrissement d'un régime.
Lorsque l'encerclement commence, Ali Al-Hassan, élève officier, vient d'entrer à l'Académie quelques mois plus tôt. Etudes d'informatique, vie joyeuse, terriblement normale dans un quartier aisé de Damas, où rien ne laisse deviner qu'on se bat quelque part en Syrie. Bien sûr, la télévision officielle parle parfois de "terrorisme". Mais n'est-ce pas encore une de ces petites crises dont le régime ne fait, en général, qu'une bouchée ? A son départ, ses amis lui ont souhaité "un bon séjour dans l'Hôtel Hilton de l'armée". En fait, Ali Al-Hassan débarque dans un site où l'électricité est coupée, l'eau aussi, comme dans toute la région depuis que les rebelles se sont approchés d'Alep, durant l'été. La formation militaire a été suspendue, plus de sport, plus de leçons, rien. Vingt-quatre heures sur vingt-quatre, les élèves officiers se relaient en tenue de combat dans des salles de garde. On parle des festins de spaghettis dont on se régalera en permission. Ou alors d'amour. La fiancée d'Ali est alaouite, une tendance du chiisme, comme 10 % de la population et la famille du président. Ali, lui, est sunnite, la confession majoritaire. Et alors ? Il se murmure parfois que les alaouites ont de meilleurs pistons. Ali a toujours haussé les épaules. A Al-Mouchat, il n'a jamais prêté attention non plus aux commentaires de garnison : les alaouites seraient mieux servis à la cantine ou les sunnites plus durement punis.
Dans la hiérarchie de l'Académie, certains officiers ont, eux, l'impression que le conflit durcit peu à peu les relations entre les deux communautés. Au printemps 2011, la protestation pacifique et la répression de celle-ci dans le sang se sont d'abord propagées dans les villages et les villes à majorité sunnite. Par leurs familles, certains militaires connaissent la situation. Même à Al-Mouchat, les défections ont commencé. Il n'y a jamais un alaouite parmi les déserteurs, toujours des sunnites. Le haut commandant les appelle "les traîtres". Au mess, des officiers alaouites se félicitent entre eux : "Bon débarras, on va pouvoir se battre face à face, c'est plus clair." Publiquement, rien n'est dit, mais l'habitude se prend, insensiblement, de ne plus se voir qu'entre soi. "Les relations devenaient de moins en moins naturelles", dit un officier.
Quand les rebelles s'installent dans Alep, en septembre 2012, les gradés sunnites d'Al-Mouchat sont écartés des secteurs les plus importants, des armes et de la nourriture. Bureaux et chambres sont séparés, les alaouites prennent ceux sous les bosquets de pins, tout près des stocks de munitions, tandis que les sunnites sont envoyés à l'autre bout de la base. Au premier jour du siège, la première ligne de défense, le long des remparts, est constituée exclusivement de soldats sunnites. Juste derrière, dans des tentes, sont postés des élèves officiers, sunnites encore. En troisième position viennent les militaires, alaouites cette fois. Ceux qui ont des connaissances, en revanche, ont l'autorisation de s'installer à l'abri, dans l'état-major. Pour tous, un seul ordre, le dernier qui leur sera donné : "Tirez sur tout, déserteurs et rebelles. Celui qui quitte son poste sera poursuivi en enfer."
Une semaine plus tard, le 1er décembre 2012, l'Armée syrienne libre attaque une première fois l'Académie, à coups de mortier. Au-delà de l'enjeu stratégique, la prise d'Al-Mouchat a aussi un autre intérêt pour l'ASL : les armes, son problème crucial depuis sa création. Peu d'argent pour en acheter et, de toute façon, peu de matériel à vendre dans des trafics locaux très surveillés par la communauté internationale. Ici, une kalachnikov d'occasion, par exemple, coûte plus de 500 dollars contre 200 dollars ailleurs. Alors, la récupération des équipements du régime, d'une manière ou d'une autre, s'est imposée comme une des filières les plus importantes. Il y a trois mois, un négociateur de l'ASL a acheté 20 000 balles de kalachnikov 3 dollars pièce, le double du marché, à un gradé ripou. Il était dans le commandement d'Al-Mouchat, justement. Et le rebelle faisait partie de la Liwa Al-Tawhid, principale katiba du nord avec ses 10 000 hommes du coin, qui mène alors le siège de l'Académie. "On s'est dit qu'on allait les tuer avec leurs propres balles et en récupérer d'autres gratuites", dit un rebelle.
A l'intérieur de l'enceinte, les obus de mortier des rebelles s'écrasent sur les lignes de défense. Aussitôt, les hommes abandonnent leur poste pour se réfugier dans le bâtiment du haut commandement. "On pensait que les forces spéciales arrivaient, et on ne voulait pas qu'elles nous oublient", dit Ali Al-Hassan. Bizarrement, ils sont fort aimablement accueillis. "On a compris que les grands chefs aussi avaient peur", se rappelle un autre élève. Peur que les troupes s'enfuient et les laissent se faire tuer. Ou bien peur qu'ils restent et les égorgent. Peur de tout. C'est le haut commandant lui-même qui rassure tout le monde : "Les troupes d'élite viennent de finir le ménage à Alep. La ville est libre. Elles arrivent ." Autour, quelques-uns s'embrassent. En réalité, les bases loyalistes attendent depuis l'été le renfort de deux divisions parmi les mieux entraînées, la troisième et la quatrième, pour reprendre la ville. Mais, entre-temps, les violences ont gagné Damas et plus un seul soldat ne bouge de la capitale.
A Al-Mouchat, on enterre au bulldozer les morts de la première attaque, cinq par cinq. Chaque nuit, les désertions s'accélèrent. On brûle les portes et les fenêtres pour essayer d'avoir moins froid dans les lignes de défense. "Faites ce que vous voulez, mais restez, supplie un gradé. Sinon, Al-Qaida va vous égorger." Les réserves de nourriture sont épuisées. Harcelé par les tirs rebelles, l'hélicoptère chargé du ravitaillement largue les vivres du mauvais côté des murs. Le haut commandant insulte le pilote par radio. L'autre rigole : "Tu as faim ? C'est pas mon problème. Baise ta mère." Sur la base, on mange n'importe quoi, de l'herbe, des cigarettes. On boit l'eau de pluie.
Le site est en permanence sous la lunette des snipers rebelles. Plus personne ne bouge, ils sont terrés le jour durant, là où chacun peut, par groupes de deux, trois parfois, se méfiant les uns des autres. Des ombres ne commencent à bouger qu'après le coucher du soleil. Toutes vont vers les cuisines, espérant voler quelque chose. "On était comme des chiens entre nous, à se tirer dessus pour un peu de riz. On avait la haine au coeur." Entre les déserteurs, les morts et les blessés, il ne reste plus qu'une centaine de militaires. Eugène, officier chrétien, est avec deux élèves alaouites. "Ils avaient deux balles dans la poche pour être sûrs de ne pas être pris vivants. Ils ont combattu jusqu'à la mort, en chantant pour Bachar."
Le 15 décembre, le jour se lève à peine quand le chauffeur et l'ordonnance du haut commandant se réveillent à l'état-major. A côté d'eux, les lits sont vides. Le patron de la base et son numéro deux se sont enfuis pendant leur sommeil. "On a compris que c'était la fin", se rappelle un soldat alaouite, un gros blond aux yeux très bleus. Dans l'infirmerie, une cinquantaine de malades sont couchés à même le sol. Ils n'ont bu que de l'eau sucrée depuis dix jours, plus aucun traitement depuis que les trois médecins ont déserté. Un gradé fait irruption dans la pièce : "Que ceux qui peuvent se lever s'enfuient !" Personne ne bouge. Aucun ne le peut. L'officier embarque une seule personne, son cousin. Dans un réduit, plus loin, d'autres blessés supplient qu'on ne les abandonne pas. "Un grand chef s'est retourné. Il a crié : "On nous a tous laissé tomber !"" Et il a tiré une rafale sur tout le monde, affirme un rescapé alaouite. "J'avais l'impression de voir le système éclater sous mes yeux." Ce rescapé est aujourd'hui hospitalisé chez les rebelles.
Sur l'allée principale, un petit groupe de gradés, tous alaouites, ont affrété trois tanks et deux petits blindés russes. Ils veulent tenter une sortie en force par la porte principale et rallier la prison d'Alep, 10 km plus loin, encore tenue par le régime. Il n'y a pas assez de place à bord, alors, de nouveau, on se tire dessus. Trois morts. Le convoi démarre. Il atteindra son but. Les rebelles, eux, viennent d'entrer dans l'Académie. Ils se précipitent vers l'armurerie. Aucune arme chimique n'a été trouvée.
Dans les rues de Marea, gros bourg à une quinzaine de kilomètres, un taxi jaune s'arrête au milieu de la rue principale. Dans le coffre, un soldat alaouite. Une famille de commerçants est allée le capturer vivant après la bataille, apprenant que l'Académie était tombée. Un cousin s'approche du taxi. Tire une rafale dans le coffre. On extrait le soldat alaouite, en uniforme, sanglant. Il hurle. Un autre cousin l'abat d'une balle en criant : "Allah akbar" ("Dieu est grand"). Puis toute la famille se photographie autour du corps, avec un téléphone portable. La veille, pendant le siège, un des fils avait été tué par un sniper alaouite. "On voulait notre revanche."
A Al-Mouchat, plus de 150 militaires ont été tués, 70 environ ont été faits prisonniers, 250 se sont enfuis pendant le siège, dont une partie est restée dans la région. Ce sont eux que nous avons interrogés.
http://www.lemonde.fr/international/art ... _3210.html
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant