Avanço no processo de paz enfraqueceria Irão, diz administração Obama
Hoje às 06:29 / http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/
Segundo um conselheiro do presidente Obama, o avanço do processo de paz no Médio Oriente «ajudaria a que o Irão deixasse de desviar cinicamente as atenções das falhas de cumprimento das suas obrigações».
A administração norte-americana defende que o progresso no processo de paz no Médio Oriente enfraqueceria a retórica do regime iraniano e «interessaria aos EUA, a Israel, aos palestinos, aos países árabes e ao mundo».
«Fazer progredir esta paz ajudaria também a que o Irão deixasse de desviar cinicamente as atenções das falhas de cumprimento das suas obrigações», acrescentou o conselheiro do presidente norte-americano para assuntos de segurança nacional.
Num discurso que feito na quarta-feira à noite, James Jones reiterou aindaque os EUA estão «determinados a evitar que o Irão desenvolva a arma nuclear» e que a «corrida a armas nucleares não se dê na região».
Sobre o processo de paz no Médio Oriente, este conselheiro lembrou que «desde que chegou ao poder, o presidente Obama tem procurado chegar a uma solução de dois Estados, um Estado judeu vivendo em segurança ao lado de Estado palestino viável e independente».
Jones pediu ainda a palestinos e israelitas para «evitarem as provocações, inciundo as acções israelitas em Jerusalém-Leste a os incitamentos palestinos que alimentam as suspeições israelitas».
Este discurso acontece numa altura em que as relações entre os EUA e Israel atravessam um período difícil e numa altura em que os norte-americanos tentam convencer o governo de Benjamin Netanyahu no sentido de congelar a colonização em especial de Jerusalém-Leste.
Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
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- Rui Elias Maltez
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
Atualizado em 22 de abril, 2010 - 22:00 (Brasília) 01:00 GMT
Polícia de emirado busca casais que vivam juntos sem ser casados
A polícia no emirado árabe de Sharja está realizando buscas porta a porta procurando casais que não são legalmente casados que estejam vivendo juntos, o que violaria leis religiosas islâmicas, de acordo com a imprensa local.
Sharjah é, ao lado de Dubai e Abu Dhabi, um dos sete emirados que integram os Emirados Árabes Unidos.
O porta-voz da polícia de Sharja, Mohammed Amin disse que um casal já foi preso e seus dois filhos pequenos estão detidos junto com a mãe. Se condenados a prisão, as crianças devem ficar sob tutela do Estado.
De acordo com o jornal The National, de Abu Dhabi, casais não formalmente casados que vivam juntos podem em tese receber sentenças de chicotadas mas é mais comum serem dadas sentenças de prisão, geralmente de menos de um ano.
O jornal afirma que a campanha visa especialmente dois tipos de casais, os que não são realmente casados e os estrangeiros casados que não regularizaram suas situações no país.
De acordo com o The National, a campanha levou vários casais a procurar as autoridades para registrar seus casamentos.
Sharjah é considerado um dos emirados mais conservadores.
Sexo estraconjugal é proibido pelas leis islâmicas e pode ser punido com o chicote se tratar-se de solteiros, ou mesmo o apedrejamento, se envolver casados.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... s_rc.shtml
>
Nada como apoiar países q promovem a "liberdade e democracia" no Oriente Médio.
Terrível mesmo é o Irã, país onde o governo reprime protestos , mas/ou seja, os admite...
Polícia de emirado busca casais que vivam juntos sem ser casados
A polícia no emirado árabe de Sharja está realizando buscas porta a porta procurando casais que não são legalmente casados que estejam vivendo juntos, o que violaria leis religiosas islâmicas, de acordo com a imprensa local.
Sharjah é, ao lado de Dubai e Abu Dhabi, um dos sete emirados que integram os Emirados Árabes Unidos.
O porta-voz da polícia de Sharja, Mohammed Amin disse que um casal já foi preso e seus dois filhos pequenos estão detidos junto com a mãe. Se condenados a prisão, as crianças devem ficar sob tutela do Estado.
De acordo com o jornal The National, de Abu Dhabi, casais não formalmente casados que vivam juntos podem em tese receber sentenças de chicotadas mas é mais comum serem dadas sentenças de prisão, geralmente de menos de um ano.
O jornal afirma que a campanha visa especialmente dois tipos de casais, os que não são realmente casados e os estrangeiros casados que não regularizaram suas situações no país.
De acordo com o The National, a campanha levou vários casais a procurar as autoridades para registrar seus casamentos.
Sharjah é considerado um dos emirados mais conservadores.
Sexo estraconjugal é proibido pelas leis islâmicas e pode ser punido com o chicote se tratar-se de solteiros, ou mesmo o apedrejamento, se envolver casados.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... s_rc.shtml
>
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Terrível mesmo é o Irã, país onde o governo reprime protestos , mas/ou seja, os admite...
- FoxTroop
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
Não sabia bem onde colocar isto por isso, se estiver mal, façam favor de corrigir-me.
http://futurefastforward.com/feature-articles/4171
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- Clermont
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
JÁ NÃO PASSOU DA HORA DE VOLTAR PARA CASA?
Patrick J. Buchanan - 14.09.12.
Já não passou bastante da hora de uma análise de custos-benefícios de nosso envolvimento nos Orientes Próximo e Médio?
Lá, neste breve século, já travamos as duas mais longas guerras de nossa história, pusemos nossa total autoridade moral por detrás de uma "Primavera Árabe" que derrubou aliados na Tunísia, Egito e Iêmen, e fornecemos o poder aéreo que salvou Benghazi e derrubou Muammar Khadaffi.
Mesmo assim, nesta semana, embaixadas americanas estavam sob cerco na Tunísia, Egito e Iêmen, e diplomatas americanos foram massacrados em Benghazi.
O custo de nossas duas guerras é de 6.500 mortos, 40 mil feridos e $ 2 trilhões empilhados sobre nossa dívida nacional que é de $ 16 trilhões, maior do que toda a economia dos Estados Unidos. E o que, em nome dos céus, ganhamos em troca disso?
Nós enfrentamos uma pandemia de ódio por nosso país, do Marrocos ao Paquistão. A visão de bandeiras americanas sendo feitas em pedaços e queimadas por turbas tornou-se tão comum lá que dá a impressão de que já nos acostumamos.
Quais são as raízes deste ódio árabe e islâmico?
Osama bin Laden, em sua declaração de guerra contra nós, forneceu três razões como seu casus belli.
Sua primeira razão para a guerra era a presença de tropas americanas no solo da Arábia Saudita, sagrado lar de Meca e Medina. Sua segunda eram as sanções americanas contra o Iraque que se diziam ter provocado as mortes prematuras de umas 500 mil crianças iraquianas.
Terceiro era o apoio dos Estados Unidos para Israel, visto no mundo árabe como um implante colonial, para humilhá-lo e negar ao povo palestino seu direito à uma nação própria.
Ultimamente, novas causas para o ódio árabe e muçulmano contra nós tem surgido.
A primeira é que os muçulmanos devotos consideram nossa cultura como imoral e decadente, vendo-a como uma ameaça a suas sociedades e sua juventude.
A segunda são os odiadores e provocadores do Islã na América e no Ocidente que, deliberadamente, os provocam e insultam com representações blasfemas do Profeta e de sua fé.
Embora as bases americanas na Arábia Saudita, agora, já estejam fechadas há muito tempo, e os Estados Unidos, em sua maior parte, já tenham se retirado do Iraque e as sanções sido todas levantadas, a América não vai mudar para acomodar o mundo deles.
O apoio a Israel é a posição declarada de ambos os partidos. E, embora a secretária de estado Hillary Clinton tenha chamado o rude filme amador, "Inocência dos Muçulmanos", que provocou o mais recente motim anti-americano, de revoltante e repreensível, nós não iremos repelir a Primeira Emenda, que protege os provocadores e pornógrafos.
Mesmo assim, por todo o mundo, existem centenas de milhões de muçulmanos para os quais a sua fé é o seu bem mais precioso. Eles vivem por ela. Eles morrerão por ela. E não poucos, matarão por ela. Outros se agarrarão a insultos reais ou imaginados contra sua fé para excitar as multidões a nos expulsarem de seu mundo.
E alguns americanos serão úteis para eles, ao usar livros, filmes e vídeos para manifestar seu desprezo pelo Islã.
Assim, temos aqui um conflito irreconciliável.
O mundo islâmico, especialmente através da região árabe, está sofrendo uma transformação, um Grande Despertar. Muçulmanos da Nigéria ao Mali, da Etiópia ao Sudão, do Maghreb aos Orientes Próximo e Médio, estão ficando mais militantes e mais hostis para com a Cristandade e outras fés.
E como nós não vamos mudar nossa posição sobre Israel, ou nossa cultura, tal como ela é, ou a nossa Primeira Emenda, os choques entre nós são inevitáveis.
Talvez o melhor curso de ação para a América seja rebaixar nosso perfil na região, trazer a maioria de nossos diplomatas e soldados para casa, e deixar esta gente cuidar de seu destino por si mesma.
Segundo, dados os custos e conseqüências de nossas guerras no Afeganistão e Iraque, e a intervenção na Lìbia, deixem os sírios cuidarem de sua guerra por si mesmos. Não há garantia alguma de que a derrubada de Bashar Assad, considerando a presença dos jihadistas e da al-Qaida nas forças buscando sua deposição, será de alguma serventia para os Estados Unidos.
Terceiro, os Estados Unidos devem informar ao governo egípcio que sua falha em fornecer segurança para nossa embaixada foi um ultraje a rigor; de que, se não podemos vê-lo como um governo amistoso, com interesses comuns, nós não hesitaremos em cortar nossa ajuda e prevenir os cidadãos americanos para não viajarem ao Egito.
Sem auxílio americano e empréstimos e turistas ocidentais, a economia do Egito afundará com o presidente Morsi agarrado ao timão. Nós devemos deixar claro para eles que, negado o respeito devido a nossa nação, nós puxaremos a tomada de seu regime.
O Oriente Médio dá a impressão de estar passando por um conflito tribal e sectário, não muito diferente de nossa Guerra dos Trinta Anos, de 1618 a 1648. Como eles ficaram de fora de nossa Guerra dos Trinta Anos, vamos ficar de fora da guerra deles.
Se eles não protegerem nossas embaixadas das turbas que queimam nossa bandeira, vamos baixar, nós mesmos, a bandeira e trazer "Old Glory" [a bandeira americana] de volta para casa.
Patrick J. Buchanan - 14.09.12.
Já não passou bastante da hora de uma análise de custos-benefícios de nosso envolvimento nos Orientes Próximo e Médio?
Lá, neste breve século, já travamos as duas mais longas guerras de nossa história, pusemos nossa total autoridade moral por detrás de uma "Primavera Árabe" que derrubou aliados na Tunísia, Egito e Iêmen, e fornecemos o poder aéreo que salvou Benghazi e derrubou Muammar Khadaffi.
Mesmo assim, nesta semana, embaixadas americanas estavam sob cerco na Tunísia, Egito e Iêmen, e diplomatas americanos foram massacrados em Benghazi.
O custo de nossas duas guerras é de 6.500 mortos, 40 mil feridos e $ 2 trilhões empilhados sobre nossa dívida nacional que é de $ 16 trilhões, maior do que toda a economia dos Estados Unidos. E o que, em nome dos céus, ganhamos em troca disso?
Nós enfrentamos uma pandemia de ódio por nosso país, do Marrocos ao Paquistão. A visão de bandeiras americanas sendo feitas em pedaços e queimadas por turbas tornou-se tão comum lá que dá a impressão de que já nos acostumamos.
Quais são as raízes deste ódio árabe e islâmico?
Osama bin Laden, em sua declaração de guerra contra nós, forneceu três razões como seu casus belli.
Sua primeira razão para a guerra era a presença de tropas americanas no solo da Arábia Saudita, sagrado lar de Meca e Medina. Sua segunda eram as sanções americanas contra o Iraque que se diziam ter provocado as mortes prematuras de umas 500 mil crianças iraquianas.
Terceiro era o apoio dos Estados Unidos para Israel, visto no mundo árabe como um implante colonial, para humilhá-lo e negar ao povo palestino seu direito à uma nação própria.
Ultimamente, novas causas para o ódio árabe e muçulmano contra nós tem surgido.
A primeira é que os muçulmanos devotos consideram nossa cultura como imoral e decadente, vendo-a como uma ameaça a suas sociedades e sua juventude.
A segunda são os odiadores e provocadores do Islã na América e no Ocidente que, deliberadamente, os provocam e insultam com representações blasfemas do Profeta e de sua fé.
Embora as bases americanas na Arábia Saudita, agora, já estejam fechadas há muito tempo, e os Estados Unidos, em sua maior parte, já tenham se retirado do Iraque e as sanções sido todas levantadas, a América não vai mudar para acomodar o mundo deles.
O apoio a Israel é a posição declarada de ambos os partidos. E, embora a secretária de estado Hillary Clinton tenha chamado o rude filme amador, "Inocência dos Muçulmanos", que provocou o mais recente motim anti-americano, de revoltante e repreensível, nós não iremos repelir a Primeira Emenda, que protege os provocadores e pornógrafos.
Mesmo assim, por todo o mundo, existem centenas de milhões de muçulmanos para os quais a sua fé é o seu bem mais precioso. Eles vivem por ela. Eles morrerão por ela. E não poucos, matarão por ela. Outros se agarrarão a insultos reais ou imaginados contra sua fé para excitar as multidões a nos expulsarem de seu mundo.
E alguns americanos serão úteis para eles, ao usar livros, filmes e vídeos para manifestar seu desprezo pelo Islã.
Assim, temos aqui um conflito irreconciliável.
O mundo islâmico, especialmente através da região árabe, está sofrendo uma transformação, um Grande Despertar. Muçulmanos da Nigéria ao Mali, da Etiópia ao Sudão, do Maghreb aos Orientes Próximo e Médio, estão ficando mais militantes e mais hostis para com a Cristandade e outras fés.
E como nós não vamos mudar nossa posição sobre Israel, ou nossa cultura, tal como ela é, ou a nossa Primeira Emenda, os choques entre nós são inevitáveis.
Talvez o melhor curso de ação para a América seja rebaixar nosso perfil na região, trazer a maioria de nossos diplomatas e soldados para casa, e deixar esta gente cuidar de seu destino por si mesma.
Segundo, dados os custos e conseqüências de nossas guerras no Afeganistão e Iraque, e a intervenção na Lìbia, deixem os sírios cuidarem de sua guerra por si mesmos. Não há garantia alguma de que a derrubada de Bashar Assad, considerando a presença dos jihadistas e da al-Qaida nas forças buscando sua deposição, será de alguma serventia para os Estados Unidos.
Terceiro, os Estados Unidos devem informar ao governo egípcio que sua falha em fornecer segurança para nossa embaixada foi um ultraje a rigor; de que, se não podemos vê-lo como um governo amistoso, com interesses comuns, nós não hesitaremos em cortar nossa ajuda e prevenir os cidadãos americanos para não viajarem ao Egito.
Sem auxílio americano e empréstimos e turistas ocidentais, a economia do Egito afundará com o presidente Morsi agarrado ao timão. Nós devemos deixar claro para eles que, negado o respeito devido a nossa nação, nós puxaremos a tomada de seu regime.
O Oriente Médio dá a impressão de estar passando por um conflito tribal e sectário, não muito diferente de nossa Guerra dos Trinta Anos, de 1618 a 1648. Como eles ficaram de fora de nossa Guerra dos Trinta Anos, vamos ficar de fora da guerra deles.
Se eles não protegerem nossas embaixadas das turbas que queimam nossa bandeira, vamos baixar, nós mesmos, a bandeira e trazer "Old Glory" [a bandeira americana] de volta para casa.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
CONSEQÜENCIAS DE UMA POLÍTICA EXTERNA INTERVENCIONISTA.
Ron Paul - 18 de setembro de 2012.
O ataque contra o consulado dos Estados Unidos na Líbia e a matança do embaixador americano e vários auxiliares é outro exemplo trágico de como nossa política externa intervencionista solapa nossa segurança nacional. Quanto mais os Estados Unidos tentam controlar o resto do mundo, seja pela promoção da democracia, auxílio a governos estrangeiros, ou por bombas, mais os eventos espiralam fora de controle rumo ao caos, conseqüências indesejadas e tiro pela culatra.
Infortunadamente, o que vimos na Líbia, semana passada, não é nada de novo.
No Afeganistão dos anos 1980, os Estados Unidos apoiaram radicais islâmicos em seus esforços para expelir os invasores soviéticos. Estes radicais tornaram-se o que é conhecido como al-Qaeda, e nossos antes aliados, voltaram-se contra nós, espetacularmente, em 11 de Setembro de 2001.
O Iraque não tinha uma presença significativa da al-Qaeda antes da invasão americana de 2003, mas nossa ocupação deste país e a tentiva de remoldá-lo à nossa imagem, provocou uma maciça reação que abriu as portas para a al-Qaeda, levando a milhares de mortes de militares americanos, um país destruído, e uma instabilidade que não mostra nenhum sinal de diminuição.
Na Líbia nós trabalhamos com, entre outros, o Grupo de Combatentes Líbios rebelde (LIFG) que incluía elementos estrangeiros da al-Qaeda. Já foi salientado que radicais filiados a al-Qaeda que enfrentamos no Iraque, eram alguns dos mesmos grupos com os quais trabalhamos para a derrubada de Khadaffi na Líbia. Ano passado, numa entrevista na televisão, eu previ que o resultado do bombardeio da OTAN na Líbia, provavelmente seria um aumento da presença da al-Qaeda no país. Eu disse na época que podíamos estar entregando outra presa para a al-Qaeda.
Não muito depois de a OTAN derrubar Khadaffi, a bandeira da al-Qaeda foi hasteada num tribunal em Benghazi. Deveríamos ficar surpresos, então, que menos de um ano depois, tenha ocorrido um ataque contra o nosso consulado em Benghazi? Estamos sendo informados, pelo menos nos últimos onze anos, que estas pessoas são o inimigo que busca nos fazer mal.
Há um perigo na crença de que podemos remoldar o mundo, subornando alguns países e bombardeando outros. Mas isto é, precisamente, o que os intervencionistas - sejam eles liberais ou conservadores - parecem acreditar. Quando o mundo não se conforma à nossa imagem, eles parecem, genuinamente, chocados. A reação da secretária de estado ao ataque ao consulado americano em Benghazi foi de confusão. "Como isto pôde acontecer num país que ajudamos a libertar, numa cidade que ajudamos a salvar da destruição," perguntou ela.
O problema é que nós não conhecemos e não podemos conhecer o bastante sobre estas sociedades que estamos buscando remoldar. Nós nunca tentamos ver através dos olhos destes que procuramos libertar. A Líbia é um completo caos, a infraestrutura foi bombardeada até virar destroços, a economia deixou de existir, quadrilhas e milícias governam pela força bruta, o governo é visto como um fantoche americano, totalmente ilegítimo e sem poder. Como alguém pode estar chocado que os líbios não vejam nosso bombardeio de seu país como o tendo salvo da destruição?
Atualmente, os Estados Unidos estão ativamente apoiando rebeldes na Síria, que mesmo nossa CIA informa serem afiliados com a al-Qaeda. Muitos destes combatentes islâmicos radicais na Síria estavam, não muito tempo atrás, lutando na Líbia. Nós precisamos aprender com estes equívocos e, imediatamente, cessar todo apoio aos rebeldes sírios, para que a história não se repita mais uma vez. Nós estamos, literalmente, apoiando as mesmas pessoas na Síria que estamos enfrentando no Afeganistão e que acabaram de matar nosso embaixador na Líbia! Nós precisamos, finalmente, abandonar nossos impulsos intervencionistas, antes que seja muito tarde.
_______________________________
Ron Paul é um representante republicano do Texas, no Congresso.
Ron Paul - 18 de setembro de 2012.
O ataque contra o consulado dos Estados Unidos na Líbia e a matança do embaixador americano e vários auxiliares é outro exemplo trágico de como nossa política externa intervencionista solapa nossa segurança nacional. Quanto mais os Estados Unidos tentam controlar o resto do mundo, seja pela promoção da democracia, auxílio a governos estrangeiros, ou por bombas, mais os eventos espiralam fora de controle rumo ao caos, conseqüências indesejadas e tiro pela culatra.
Infortunadamente, o que vimos na Líbia, semana passada, não é nada de novo.
No Afeganistão dos anos 1980, os Estados Unidos apoiaram radicais islâmicos em seus esforços para expelir os invasores soviéticos. Estes radicais tornaram-se o que é conhecido como al-Qaeda, e nossos antes aliados, voltaram-se contra nós, espetacularmente, em 11 de Setembro de 2001.
O Iraque não tinha uma presença significativa da al-Qaeda antes da invasão americana de 2003, mas nossa ocupação deste país e a tentiva de remoldá-lo à nossa imagem, provocou uma maciça reação que abriu as portas para a al-Qaeda, levando a milhares de mortes de militares americanos, um país destruído, e uma instabilidade que não mostra nenhum sinal de diminuição.
Na Líbia nós trabalhamos com, entre outros, o Grupo de Combatentes Líbios rebelde (LIFG) que incluía elementos estrangeiros da al-Qaeda. Já foi salientado que radicais filiados a al-Qaeda que enfrentamos no Iraque, eram alguns dos mesmos grupos com os quais trabalhamos para a derrubada de Khadaffi na Líbia. Ano passado, numa entrevista na televisão, eu previ que o resultado do bombardeio da OTAN na Líbia, provavelmente seria um aumento da presença da al-Qaeda no país. Eu disse na época que podíamos estar entregando outra presa para a al-Qaeda.
Não muito depois de a OTAN derrubar Khadaffi, a bandeira da al-Qaeda foi hasteada num tribunal em Benghazi. Deveríamos ficar surpresos, então, que menos de um ano depois, tenha ocorrido um ataque contra o nosso consulado em Benghazi? Estamos sendo informados, pelo menos nos últimos onze anos, que estas pessoas são o inimigo que busca nos fazer mal.
Há um perigo na crença de que podemos remoldar o mundo, subornando alguns países e bombardeando outros. Mas isto é, precisamente, o que os intervencionistas - sejam eles liberais ou conservadores - parecem acreditar. Quando o mundo não se conforma à nossa imagem, eles parecem, genuinamente, chocados. A reação da secretária de estado ao ataque ao consulado americano em Benghazi foi de confusão. "Como isto pôde acontecer num país que ajudamos a libertar, numa cidade que ajudamos a salvar da destruição," perguntou ela.
O problema é que nós não conhecemos e não podemos conhecer o bastante sobre estas sociedades que estamos buscando remoldar. Nós nunca tentamos ver através dos olhos destes que procuramos libertar. A Líbia é um completo caos, a infraestrutura foi bombardeada até virar destroços, a economia deixou de existir, quadrilhas e milícias governam pela força bruta, o governo é visto como um fantoche americano, totalmente ilegítimo e sem poder. Como alguém pode estar chocado que os líbios não vejam nosso bombardeio de seu país como o tendo salvo da destruição?
Atualmente, os Estados Unidos estão ativamente apoiando rebeldes na Síria, que mesmo nossa CIA informa serem afiliados com a al-Qaeda. Muitos destes combatentes islâmicos radicais na Síria estavam, não muito tempo atrás, lutando na Líbia. Nós precisamos aprender com estes equívocos e, imediatamente, cessar todo apoio aos rebeldes sírios, para que a história não se repita mais uma vez. Nós estamos, literalmente, apoiando as mesmas pessoas na Síria que estamos enfrentando no Afeganistão e que acabaram de matar nosso embaixador na Líbia! Nós precisamos, finalmente, abandonar nossos impulsos intervencionistas, antes que seja muito tarde.
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Ron Paul é um representante republicano do Texas, no Congresso.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
Até que fim, um político americano com senso de autocrítica.
- Clermont
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
O QUE OS DISTÚRBIOS ÁRABES CONTRA O FILME SIGNIFICAM PARA A POLÍTICA EXTERNA AMERICANA.
A morte de um embaixador americano levanta questões sobre as pressuposições da política externa da América.
Andrew J. Bacevich, 17 de setembro de 2012.
Visivelmente chocada e pesarosa, Hillary Clinton vocalizou uma questão que muitos americanos estavam perguntando-se nesta última semana: "Como isto pôde acontecer num país que ajudamos a libertar, numa cidade que ajudamos a salvar da destruição?" Ela estava respondendo à notícia de que o embaixador dos Estados Unidos na Líbia e membros de sua equipe tinham sido mortos durante um ataque contra o consulado americano no berço da revolução líbia, Benghazi.
A questão é tanto oportuna quanto pungente. O papel da América em ajudar a derrubar o ditador líbio Muammar Khadaffi tem sido considerado como um dos poucos claros sucessos da administração Obama. O bem triunfou sobre o mal. Ação pronta e precisa pelos Estados Unidos evitou o genocídio. Quando os vitoriosos rebeldes finalmente arrastaram Khadaffi de um bueiro e o mataram, Clinton resumiu, rispidamente: "Nós viemos, nós vimos, ele morreu." O resultado parecia definitivo.
Como se passaram, as coisas não eram tão simples quanto pareciam. No mundo árabe, a derrubada de tiranos - por bem-vinda que seja - arruma pouco e desarruma muito. A história tem sido a mesma no Iraque, Egito e Iêmen. Com toda a probabilidade ela se repetirá, mais uma vez, se o Exército Livre Sírio prevalecer na sua luta contra o regime de Bashar al-Assad.
Mas, por quê a ira árabe contra os Estados Unidos? Por quê a ausência de gratidão entre as mesmas pessoas que os Estados Unidos ajudaram a salvar, nos mesmos países que os americanos ajudaram a libertar? O modo como a secretária Clinton esquematiza a questão praticamente garante uma resposta autosatisfatória, porém defeituosa. Apesar disso, não a culpem: o restante do estabelecimento de política externa não está saindo-se melhor.
A questão está fundamentada em três proposições que são consideradas como sacrossantas nos locais onde os formuladores e pretensos formuladores de políticas congregam-se e trocam cartões de negócios. Primeiro: a humanidade anseia pela libertação, como definida em termos ocidentais (isto é, predominantemente liberais e seculares). Segundo: os Estados Unidos tem uma função designada pela Providência de nutrir e promover esta libertação, fazendo avançar o que George W. Bush, certa vez, denominou a Agenda da Liberdade. Terceiro: considerando-se que as intenções da América são justas e benignas - tudo bem, talvez nem sempre, mas na maioria das vezes - o exercício do poder americano em escala global merece respeito e demanda obediência.
A crença nessas três proposições depende de se ver a história como, no final de tudo, um conto de boas-novas. Se as boas-novas parecem se misturar com as más, o imperativo para os fiéis é se esforçar mais. Esqueçam de Bagdá e Cabul: para a frente, rumo a Damasco e Teerã.
Porém, a história não é um conto de boas-novas. Sua destinação e propósito permanecem indecifráveis, mesmo (ou especialmente) para uma "comunidade de informações" cujo propósito e dar uma espiada no futuro, mas nem mesmo pôde fornecer um aviso adequado dos ataques contras as instalações diplomáticas americanas. Não que nossos pensadores civis estejam saindo-se muito melhor. Nestes dias a vida útil das Grandes Idéias que são vendidas como explicativas de tudo em três palavras ou menos - Momento Unipolar, Fim da História, Choque de Civilizações, Nação Indispensável - é de cerca de seis meses.
Qual será a próxima surpresa à espreita na esquina? Muito antes da súbita erupção de violência anti-americana da última semana, através de todo o mundo muçulmano, a resposta a tal questão era clara: só Deus sabe, e ele não está querendo contar.
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Andrew J. Bacevich é professor de História e Relações Internacionais na Universidade de Boston.
A morte de um embaixador americano levanta questões sobre as pressuposições da política externa da América.
Andrew J. Bacevich, 17 de setembro de 2012.
Visivelmente chocada e pesarosa, Hillary Clinton vocalizou uma questão que muitos americanos estavam perguntando-se nesta última semana: "Como isto pôde acontecer num país que ajudamos a libertar, numa cidade que ajudamos a salvar da destruição?" Ela estava respondendo à notícia de que o embaixador dos Estados Unidos na Líbia e membros de sua equipe tinham sido mortos durante um ataque contra o consulado americano no berço da revolução líbia, Benghazi.
A questão é tanto oportuna quanto pungente. O papel da América em ajudar a derrubar o ditador líbio Muammar Khadaffi tem sido considerado como um dos poucos claros sucessos da administração Obama. O bem triunfou sobre o mal. Ação pronta e precisa pelos Estados Unidos evitou o genocídio. Quando os vitoriosos rebeldes finalmente arrastaram Khadaffi de um bueiro e o mataram, Clinton resumiu, rispidamente: "Nós viemos, nós vimos, ele morreu." O resultado parecia definitivo.
Como se passaram, as coisas não eram tão simples quanto pareciam. No mundo árabe, a derrubada de tiranos - por bem-vinda que seja - arruma pouco e desarruma muito. A história tem sido a mesma no Iraque, Egito e Iêmen. Com toda a probabilidade ela se repetirá, mais uma vez, se o Exército Livre Sírio prevalecer na sua luta contra o regime de Bashar al-Assad.
Mas, por quê a ira árabe contra os Estados Unidos? Por quê a ausência de gratidão entre as mesmas pessoas que os Estados Unidos ajudaram a salvar, nos mesmos países que os americanos ajudaram a libertar? O modo como a secretária Clinton esquematiza a questão praticamente garante uma resposta autosatisfatória, porém defeituosa. Apesar disso, não a culpem: o restante do estabelecimento de política externa não está saindo-se melhor.
A questão está fundamentada em três proposições que são consideradas como sacrossantas nos locais onde os formuladores e pretensos formuladores de políticas congregam-se e trocam cartões de negócios. Primeiro: a humanidade anseia pela libertação, como definida em termos ocidentais (isto é, predominantemente liberais e seculares). Segundo: os Estados Unidos tem uma função designada pela Providência de nutrir e promover esta libertação, fazendo avançar o que George W. Bush, certa vez, denominou a Agenda da Liberdade. Terceiro: considerando-se que as intenções da América são justas e benignas - tudo bem, talvez nem sempre, mas na maioria das vezes - o exercício do poder americano em escala global merece respeito e demanda obediência.
A crença nessas três proposições depende de se ver a história como, no final de tudo, um conto de boas-novas. Se as boas-novas parecem se misturar com as más, o imperativo para os fiéis é se esforçar mais. Esqueçam de Bagdá e Cabul: para a frente, rumo a Damasco e Teerã.
Porém, a história não é um conto de boas-novas. Sua destinação e propósito permanecem indecifráveis, mesmo (ou especialmente) para uma "comunidade de informações" cujo propósito e dar uma espiada no futuro, mas nem mesmo pôde fornecer um aviso adequado dos ataques contras as instalações diplomáticas americanas. Não que nossos pensadores civis estejam saindo-se muito melhor. Nestes dias a vida útil das Grandes Idéias que são vendidas como explicativas de tudo em três palavras ou menos - Momento Unipolar, Fim da História, Choque de Civilizações, Nação Indispensável - é de cerca de seis meses.
Qual será a próxima surpresa à espreita na esquina? Muito antes da súbita erupção de violência anti-americana da última semana, através de todo o mundo muçulmano, a resposta a tal questão era clara: só Deus sabe, e ele não está querendo contar.
_____________________________________
Andrew J. Bacevich é professor de História e Relações Internacionais na Universidade de Boston.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
Na verdade não é tão difícil perceber porquê a agenda externa americana tem tão pouco sucesso em se tornar popular, principalmente nos países árabes.
- A primeira "primavera árabe" foi a própria revolução iraniana, que derrubou um xá despótico e corrupto suportado pelos EUA e colocou em seu lugar uma democracia "arabian style", como voto submetido a patrulhamento religioso. Mas os EUA nunca aceitaram esta revolução temporã, e a manutenção dos reféns americanos na embaixada (e o fiasco da tentativa de resgatá-los) azeda as relações entre os EUA e o Irã até hoje. Todo mundo sabe que Ahmadinejad e sua grande boca é só uma desculpa para continuar pressionando o país, por simples picuinha.
- As demais "primaveras árabes" foram e estão sendo plenamente apoiadas pelos EUA, mesmo abrindo espaço para grupos radicais que acabam se voltando contra eles mesmos. Mas o governo dos EUA se recusa a reconhecer que muitos dos grupos envolvidos nestes movimentos são perigosos, e continua a trabalhar pela queda do governo laico da Síria.
- 11 de setembro foi uma trama entre Sauditas e Egípcios, mas ambos os países ainda são os que mais recebem ajuda dos EUA no oriente médio.
- O Paquistão tem a bomba e sequer assinou o TNP, mas ninguém nos EUA fala nada, muito pelo contrário, o que poderia levar a se pensar que o Paquistão é um país confiável que pode possuir artefatos nucleares sem se constituir em ameaça para ninguém. No entanto o serviço secreto Paquistanês é notório simpatizante do talibã no afeganistão. Já o Irã, inimigo visceral do Talibã, é o capeta em pessoa, e nem pode pensar em enriquecer urânio porque obedientemente assinou o TNP, o que agora se volta contra ele.
- Foi um general iraniano que declarou que nenhuma morte é justificável como reação ao filme ofensivo sobre Maomé, enquanto o governo do Paquistão colocou a cabeça do cineasta tresloucado à prêmio. Mas são os diplomatas do Irã e não os do Paquistão que tem visto negado para comparecer a uma reunião da ONU em NY.
Os EUA podem ter muito dinheiro, influência e poder, mas definitivamente não tem nenhum bom senso.
Leandro G. Card
- A primeira "primavera árabe" foi a própria revolução iraniana, que derrubou um xá despótico e corrupto suportado pelos EUA e colocou em seu lugar uma democracia "arabian style", como voto submetido a patrulhamento religioso. Mas os EUA nunca aceitaram esta revolução temporã, e a manutenção dos reféns americanos na embaixada (e o fiasco da tentativa de resgatá-los) azeda as relações entre os EUA e o Irã até hoje. Todo mundo sabe que Ahmadinejad e sua grande boca é só uma desculpa para continuar pressionando o país, por simples picuinha.
- As demais "primaveras árabes" foram e estão sendo plenamente apoiadas pelos EUA, mesmo abrindo espaço para grupos radicais que acabam se voltando contra eles mesmos. Mas o governo dos EUA se recusa a reconhecer que muitos dos grupos envolvidos nestes movimentos são perigosos, e continua a trabalhar pela queda do governo laico da Síria.
- 11 de setembro foi uma trama entre Sauditas e Egípcios, mas ambos os países ainda são os que mais recebem ajuda dos EUA no oriente médio.
- O Paquistão tem a bomba e sequer assinou o TNP, mas ninguém nos EUA fala nada, muito pelo contrário, o que poderia levar a se pensar que o Paquistão é um país confiável que pode possuir artefatos nucleares sem se constituir em ameaça para ninguém. No entanto o serviço secreto Paquistanês é notório simpatizante do talibã no afeganistão. Já o Irã, inimigo visceral do Talibã, é o capeta em pessoa, e nem pode pensar em enriquecer urânio porque obedientemente assinou o TNP, o que agora se volta contra ele.
- Foi um general iraniano que declarou que nenhuma morte é justificável como reação ao filme ofensivo sobre Maomé, enquanto o governo do Paquistão colocou a cabeça do cineasta tresloucado à prêmio. Mas são os diplomatas do Irã e não os do Paquistão que tem visto negado para comparecer a uma reunião da ONU em NY.
Os EUA podem ter muito dinheiro, influência e poder, mas definitivamente não tem nenhum bom senso.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
Não esquecendo que, antes disso, houve a "primeiríssima" primavera muçulmana: a eleição do primeiro-ministro Mossadegh no Irã, na década de 50. Ele nacionalizou a indústria de petróleo, sob controle britânico e, por causa disso, foi marcado para a destruição. Os britânicos conseguiram convencer os americanos de que Mossadegh iria se aliar à União Soviética, e assim, os dois aliados promoveram um golpe de estado que deu o poder absoluto à monarquia pró-ocidental. E assim, morreu a primeira experiência de democracia secular no Irã, que abriu o caminho, primeiro, ao despotismo laico do Xá e, em seguida, ao despotismo teocrático dos aiatolás.LeandroGCard escreveu:- A primeira "primavera árabe" foi a própria revolução iraniana, que derrubou um xá despótico e corrupto suportado pelos EUA e colocou em seu lugar uma democracia "arabian style", como voto submetido a patrulhamento religioso.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
OBAMA ESTÁ PARA NOMEAR CHUCK HAGEL PARA SECRETÁRIO DA DEFESA.
John Glaser - Antiwar.com - 06.01.13.
É esperado que o presidente Obama anuncie, oficialmente, a nomeação de ex-senador do Partido Republicano por Nebraska, Chuck Hagel, para ser o próximo secretário da defesa, em algum momento desta segunda-feira, enquanto os conservadores preparam para feias sabatinas para bloquearem sua nomeação.
Hagel tem algo de um forasteiro quando se trata de seu próprio Partido Republicano: ele está menos inclinado a intervir militarmente no estrangeiro, favorece uma aproximação mais diplomática e menos beligerante com países como China e Irã, e tem criticado a influência desproporcional do lobby de Israel no Congresso.
Alguns republicanos, simplesmente, tem expressado um interesse especial numa meticulosa sabatina de confirmação para Hagel.
"Eu vou olhar todas as coisas que Chuck tem falado através dos anos," disse o Líder da Minoria no Senado, Mitch McConnel, no This Week da ABC. "Eu quero ver no que vão dar estas sabatinas."
Porém, os republicanos mais conservadores e mais falcões em política externa, estão, totalmente lívidos e, abertamente, se opondo a Hagel.
"Esta nomeação é um tapa na cara pelo presidente," disse o senador Lindsey Graham. "Esta é uma escolha controversa."
Alguns tem proclamado que a hostilidade apaixonada para com a postura menos agressiva de Hagel é um resultado do Congresso estar sofrendo pressões do lobby de Israel.
Mas, algumas fontes israelenses tem afirmado que não se importam muito com as visões de Hagel sobre Israel - a política dos Estados Unidos para com os israelenses não mudará, fundamentalmente, com ou sem ele. Elas estão, primordialmente, preocupadas com suas visões menos beligerantes para com o Irã.
Mas os israelenses estariam transtornados com virtualmente qualquer nomeado sob este ponto de vista, dado o fato de que o governo Netanyahu foi tão longe, como considerar a provocação de uma guerra desnecessária com os iranianos, numa tentativa de, indiretamente, arrastar os Estados Unidos para um bombardeio ao Irã.
Não deixa de ser interessante observar que membros do Congresso, como Lindsey Graham, sejam mais leais a Israel, mesmo após este ter tentado, subrepticiamente, arrastar os Estados Unidos para uma guerra, do que para com um membro de longo tempo do próprio partido deles.
POR QUÊ O PARTIDO DE GUERRA TEME CHUCK HAGEL.
Patrick J. Buchanan - 27.12.12.
Desde o momento em que o nome de Chuck Hagel foi aventado para secretário de defesa, estamos vendo o pior de Washington.
Quem é Chuck Hagel?
Nascido em North Platte, Nebraska, ele foi líder de grupo de combate no Vietnam, ferido duas vezes, que voltou para casa e trabalhou na campanha de Ronald Reagan em 1980, foi duas vezes eleito senador dos Estados Unidos e é presidente do Conselho do Atlântico e tem assento no Comitê de Aconselhamento de Inteligência Externa Presidencial.
Para Billy Kristol do The Weekly Standard, no entanto, Hagel é um "homem fora dos limites", que tem um registro de uma década de "hostilidade para com Israel" e é "pró-apaziguamento do Irã".
De acordo com o mesmo ponto de Kristol, o "blogger" do Standard, Daniel Halper, em auxílio, acrescenta que um "auxiliar de ponta do senado" disse, "Enviem Hagel, e vamos garantir que todo americano fique sabendo que ele é um antisemita."
Bret Stephens do Wall Street Journal continua nesta linha.
"Preconceito... tem um elemento olfativo," escreve, e com Hagel, "o odor é especialmente forte." Stephens está dizendo que Chuck Hagel fede a antisemitismo.
Os inimigos de Hagel sustentam que as próprias palavras dele o desqualificam.
Primeiro, ele contou ao escritor Aaron David Miller que o "lobby judeu intimida um bocado de gente por aqui" na Colina. Segundo, ele pede que conversemos com o Hamas, Hezbollah e o Irã. Terceiro, Hagel disse, vários anos atrás, "Um ataque militar contra o Irã... não é uma opção viável, plausível e responsável."
Hagel reconhece que ele se expressou mal ao usar a frase, "lobby judeu". Mas, quanto ao lobby pró-Israel, sua existência é assunto de livros e incontáveis artigos. Quando o AIPAC envia para a Colina uma de suas resoluções pró-Israel, todo mundo baixa a cabeça. O problema com Hagel: ele não trata esses textos sagrados com suficiente reverência.
Hagel coloca os interesses nacionais dos Estados Unidos em primeiro lugar. E, algumas vezes, estes interesses conflitam com as políticas do governo israelense.
Em 1957, o presidente Eisenhower disse ao primeiro-ministro David Ben-Gurion para tirar seu exército do Sinai. Isso desqualificaria Ike de ser secretário da defesa porque, citando Kriston, isso demonstraria que Ike "não leva a sério cobrir as costas de Israel"?
Se um senador ou secretário da defesa acredita que uma ação israelense - como dividir a Margem Ocidental com novos assentamentos que matarão qualquer chance para um estado palestino e provocarão outra intifada - o que ele deveria fazer?
Defender a posição dos Estados Unidos, ou garantir que não haja "nenhuma divergência" entre ele e o primeiro-ministro israelense?
Quanto a dialogar com o Hamas, Hezbollah e o Irã, o que temos a temer?
Harry Truman conversou com Josef Stalin. Ike convidou Nikita Khruschev para visitar os Estados Unidos, três anos depois de este ter enviado tanques para Budapeste.
Richard Nixon foi à China brindar com Mao-Tsé-Tung, vinte anos depois de os chineses estarem matando soldados americanos na Coréia e lavando os cérebros de nossos prisioneiros-de-guerra, e na mesma época na qual eles estavam conduzindo sua maníaca revolução cultural e embarcando armamentos para Hanói.
Israel negociou com o Hezbollah para recuperar os restos mortais do aviador Ron Arad e trocou 1 mil prisioneiros palestinos num acordo com o Hamas pelo retorno do praça Gilad Shalit. E nós não podemos conversar com eles?
Se a visão de Hagel de que uma guerra com o Irã não é uma "opção responsável" é uma desqualificação para a secretaria da defesa, como devemos tratar esta declaração de Robert Gates, secretário da defesa de Bush II e Obama:
Se Hagel fosse um antisemita, teria ele o apoio de tantos escritores e colunistas judeus? Se ele fosse, realmente, "fora dos limites", estariam no seu campo conselheiros de segurança nacional para os presidentes Ford, Carter, Reagan, Bush I e Obama?
A hostilidade neocon para com Hagel está enraízada no temor de que nos conselhos internos de Obama, sua voz seja levantada em favor de negociar com o Irã e contra uma guerra preventiva ou ataque preemptivo. Mas, se Obama permitir que essas críticas o convençam a não nomear Hagel, ele estará, apenas, adiando uma batalha definidora de sua presidência, não evitando-a.
Pois, Bibi Netanyahu está para ser reeleito neste mês de janeiro. E o governo que ele formará parece ser mais belicoso do que o último. E a mais alta prioridade de Bibi, compartilhada por seus aliados neocons, é uma guerra dos Estados Unidos com o Irã, em 2013.
Se Obama não quer esta guerra, ele terá de derrotar o partido de guerra. Jogar para o escanteio, um velho guerreiro como Chuck Hagel, para apaziguar estes lobos, não é a forma de começar esta luta.
Escolha-o, senhor Presidente. Vamos começar.
John Glaser - Antiwar.com - 06.01.13.
É esperado que o presidente Obama anuncie, oficialmente, a nomeação de ex-senador do Partido Republicano por Nebraska, Chuck Hagel, para ser o próximo secretário da defesa, em algum momento desta segunda-feira, enquanto os conservadores preparam para feias sabatinas para bloquearem sua nomeação.
Hagel tem algo de um forasteiro quando se trata de seu próprio Partido Republicano: ele está menos inclinado a intervir militarmente no estrangeiro, favorece uma aproximação mais diplomática e menos beligerante com países como China e Irã, e tem criticado a influência desproporcional do lobby de Israel no Congresso.
Alguns republicanos, simplesmente, tem expressado um interesse especial numa meticulosa sabatina de confirmação para Hagel.
"Eu vou olhar todas as coisas que Chuck tem falado através dos anos," disse o Líder da Minoria no Senado, Mitch McConnel, no This Week da ABC. "Eu quero ver no que vão dar estas sabatinas."
Porém, os republicanos mais conservadores e mais falcões em política externa, estão, totalmente lívidos e, abertamente, se opondo a Hagel.
"Esta nomeação é um tapa na cara pelo presidente," disse o senador Lindsey Graham. "Esta é uma escolha controversa."
Alguns tem proclamado que a hostilidade apaixonada para com a postura menos agressiva de Hagel é um resultado do Congresso estar sofrendo pressões do lobby de Israel.
Mas, algumas fontes israelenses tem afirmado que não se importam muito com as visões de Hagel sobre Israel - a política dos Estados Unidos para com os israelenses não mudará, fundamentalmente, com ou sem ele. Elas estão, primordialmente, preocupadas com suas visões menos beligerantes para com o Irã.
Mas os israelenses estariam transtornados com virtualmente qualquer nomeado sob este ponto de vista, dado o fato de que o governo Netanyahu foi tão longe, como considerar a provocação de uma guerra desnecessária com os iranianos, numa tentativa de, indiretamente, arrastar os Estados Unidos para um bombardeio ao Irã.
Não deixa de ser interessante observar que membros do Congresso, como Lindsey Graham, sejam mais leais a Israel, mesmo após este ter tentado, subrepticiamente, arrastar os Estados Unidos para uma guerra, do que para com um membro de longo tempo do próprio partido deles.
POR QUÊ O PARTIDO DE GUERRA TEME CHUCK HAGEL.
Patrick J. Buchanan - 27.12.12.
Desde o momento em que o nome de Chuck Hagel foi aventado para secretário de defesa, estamos vendo o pior de Washington.
Quem é Chuck Hagel?
Nascido em North Platte, Nebraska, ele foi líder de grupo de combate no Vietnam, ferido duas vezes, que voltou para casa e trabalhou na campanha de Ronald Reagan em 1980, foi duas vezes eleito senador dos Estados Unidos e é presidente do Conselho do Atlântico e tem assento no Comitê de Aconselhamento de Inteligência Externa Presidencial.
Para Billy Kristol do The Weekly Standard, no entanto, Hagel é um "homem fora dos limites", que tem um registro de uma década de "hostilidade para com Israel" e é "pró-apaziguamento do Irã".
De acordo com o mesmo ponto de Kristol, o "blogger" do Standard, Daniel Halper, em auxílio, acrescenta que um "auxiliar de ponta do senado" disse, "Enviem Hagel, e vamos garantir que todo americano fique sabendo que ele é um antisemita."
Bret Stephens do Wall Street Journal continua nesta linha.
"Preconceito... tem um elemento olfativo," escreve, e com Hagel, "o odor é especialmente forte." Stephens está dizendo que Chuck Hagel fede a antisemitismo.
Os inimigos de Hagel sustentam que as próprias palavras dele o desqualificam.
Primeiro, ele contou ao escritor Aaron David Miller que o "lobby judeu intimida um bocado de gente por aqui" na Colina. Segundo, ele pede que conversemos com o Hamas, Hezbollah e o Irã. Terceiro, Hagel disse, vários anos atrás, "Um ataque militar contra o Irã... não é uma opção viável, plausível e responsável."
Hagel reconhece que ele se expressou mal ao usar a frase, "lobby judeu". Mas, quanto ao lobby pró-Israel, sua existência é assunto de livros e incontáveis artigos. Quando o AIPAC envia para a Colina uma de suas resoluções pró-Israel, todo mundo baixa a cabeça. O problema com Hagel: ele não trata esses textos sagrados com suficiente reverência.
"Eu sou um senador dos Estados Unidos, não um senador israelense," ele disse a Miller. "Eu apóio Israel. Mas meu primeiro interesse está de acordo com o juramento que prestei ... para a Constituição dos Estados Unidos. Não para um presidente. Não para um partido. Não para Israel. Se eu quisesse, teria ido para Israel, concorrer ao senado."
Hagel coloca os interesses nacionais dos Estados Unidos em primeiro lugar. E, algumas vezes, estes interesses conflitam com as políticas do governo israelense.
Em 1957, o presidente Eisenhower disse ao primeiro-ministro David Ben-Gurion para tirar seu exército do Sinai. Isso desqualificaria Ike de ser secretário da defesa porque, citando Kriston, isso demonstraria que Ike "não leva a sério cobrir as costas de Israel"?
Se um senador ou secretário da defesa acredita que uma ação israelense - como dividir a Margem Ocidental com novos assentamentos que matarão qualquer chance para um estado palestino e provocarão outra intifada - o que ele deveria fazer?
Defender a posição dos Estados Unidos, ou garantir que não haja "nenhuma divergência" entre ele e o primeiro-ministro israelense?
Quanto a dialogar com o Hamas, Hezbollah e o Irã, o que temos a temer?
Harry Truman conversou com Josef Stalin. Ike convidou Nikita Khruschev para visitar os Estados Unidos, três anos depois de este ter enviado tanques para Budapeste.
Richard Nixon foi à China brindar com Mao-Tsé-Tung, vinte anos depois de os chineses estarem matando soldados americanos na Coréia e lavando os cérebros de nossos prisioneiros-de-guerra, e na mesma época na qual eles estavam conduzindo sua maníaca revolução cultural e embarcando armamentos para Hanói.
Israel negociou com o Hezbollah para recuperar os restos mortais do aviador Ron Arad e trocou 1 mil prisioneiros palestinos num acordo com o Hamas pelo retorno do praça Gilad Shalit. E nós não podemos conversar com eles?
Se a visão de Hagel de que uma guerra com o Irã não é uma "opção responsável" é uma desqualificação para a secretaria da defesa, como devemos tratar esta declaração de Robert Gates, secretário da defesa de Bush II e Obama:
"Qualquer futuro secretário da defesa que aconselhe o presidente a, de novo, enviar um grande exército terrestre americano para a Ásia, ou para o Oriente Médio, ou para a África, 'deveria ter sua cabeça examinada,' como o general MacArthur, tão delicadamente, colocou."
Se Hagel fosse um antisemita, teria ele o apoio de tantos escritores e colunistas judeus? Se ele fosse, realmente, "fora dos limites", estariam no seu campo conselheiros de segurança nacional para os presidentes Ford, Carter, Reagan, Bush I e Obama?
A hostilidade neocon para com Hagel está enraízada no temor de que nos conselhos internos de Obama, sua voz seja levantada em favor de negociar com o Irã e contra uma guerra preventiva ou ataque preemptivo. Mas, se Obama permitir que essas críticas o convençam a não nomear Hagel, ele estará, apenas, adiando uma batalha definidora de sua presidência, não evitando-a.
Pois, Bibi Netanyahu está para ser reeleito neste mês de janeiro. E o governo que ele formará parece ser mais belicoso do que o último. E a mais alta prioridade de Bibi, compartilhada por seus aliados neocons, é uma guerra dos Estados Unidos com o Irã, em 2013.
Se Obama não quer esta guerra, ele terá de derrotar o partido de guerra. Jogar para o escanteio, um velho guerreiro como Chuck Hagel, para apaziguar estes lobos, não é a forma de começar esta luta.
Escolha-o, senhor Presidente. Vamos começar.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
OS AGITADORES INTERVENCIONISTAS DA AMÉRICA.
Patrick J. Buchanan - 07.06.13.
Um tribunal do Cairo condenou 43 homens e mulheres de utilizarem fundos estrangeiros para fomentar a intranqüilidade no interior do Egito em conexão com a derrubada do presidente Hosni Mubarak.
Dezesseis destes condenados eram americanos. Todos, menos um, Robert Becker do Instituto Democrático Nacional (NDI), já tinham partido. Becker fugiu esta semana em preferência a cumprir dois anos numa prisão egípcia.
E os intervencionistas americanos estão em alvoroço.
"Impressionante e ofensivo," disse o senador Pat Leahy a respeito dos vereditos.
"Supunha-se que a revolução de 2011 poria fim ao clima repressivo sob Mubarak," disse o Wall Street Journal sobre nosso aliado por trinta anos, a quem Hillary Clintou chamou de amigo da família.
Este "fechamento", deplora o Washington Post, foi defendido com "nacionalismo barato e teorias conspiratórios". Quanto à nova lei proposta no Egito para regulamentar grupos bancados por estrangeiros promovendo a democracia, ela é "baseada em... lógica repressiva e xenofóbica."
Porém, as questões levantadas pelos fechamentos, tanto no Cairo quanto em Moscou, dos grupos de "democracia" bancados pelos EUA não pode ser desconsiderada tão levemente.
Pois estes países tem mais do que uma pequeno ponto.
Embora a promoção da democracia com fundos americanos seja retratada como benigna, o Avanço Pela Democracia Nacional (NED), o Instituto Republicano Internacional, o DNI e a Casa da Liberdade foram vinculados à revoluções que derrubaram regimes na Sérvia, Ucrânia, Geórgia, Uzbequistão e Quirguistão, e quase tiveram sucesso na Bielorússia.
Pessoas que se orgulham de provocarem revoluções não deviam choramingar quando regimes visados as tratam como encrenqueiras.
E quem é que dirige estes grupos "pró-democracia"?
Antes de 2011, a Casa da Liberdade era encabeçada pelos ex-Diretor da CIA Jim Woolsey, que dizia que estávamos na "Quarta Guerra Mundial". O IRI é presidido por John McCain, que pressionou pela intervenção americana na Guerra Rússia-Geórgia e está clamando por ataques aéreos contra a Síria.
O presidente do DNI é a ex-Secretária de Estado Madeleine Albright, que disse: "Nós somos a nação indispensável. Nós estamos no alto, e vemos mais longe do que os outros países para o futuro."
Não é compreensível para patriotas da original república "Não Se Meta Comigo", que estrangeiros possam ficarem ressentidos que agentes pagos pelos americanos estejam operando no interior de seus países para alterarem a direção da política?
Nós temos o direito de fazer avançar nossos valores democráticos, dizemos.
Mas, para os Estados Unidos pressionarem, por exemplo, pela liberdade de expressão, de imprensa e de reunião na República Popular da China é promover ação política que levaria a queda do estado de partido único de Pequim. Não compreendemos porque isto pode ser visto como subversivo pelo Partido Comunista Chinês de Xi Jinping?
Na Guerra Fria, os americanos aprenderam que o Partido Comunista dos Estados Unidos não apenas era uma subsidiária, totalmente sob controle, do Comintern de Josef Stalin, mas que este partido tinha se infiltrado profundamente no governo americano e em Hollywood. Nos finais dos Anos 40 e princípios dos 50s, a América estava convulsionada pela penetração comunista de nossas instituições.
Martin Luther King Jr. foi grampeado por J. Edgar Hoover sob direção de JFK e do procurador-geral Robert Kennedy, porque se recusou a se livrar de um conselheiro, Stanley Levison, que era um comunista e considerado como espião soviético.
Estavam os Kennedys sendo "repressivos e xenófobos"?
Se ficamos furiosos que comunistas bancados pelos soviéticos estivessem buscando influenciar nossa cultura e política, por que outros países, com culturas e instituições, de longe diferentes das nossas, não reagiriam de forma similar a como fizemos?
Nas sociedades mais rígidas do mundo islâmico, os governos criaram leis concernentes ao álcool, sexo pré-marital, divórcio, aborto, homossexualidade, casamento gay e conversões religiosas difererentes de quaisquer leis americanas.
Em alguns destes países, tais atividads podem render chibatadas, amputações, apedrejamentos e decapitações. Em muitos destes países, as crianças são doutrinadas na fé islâmica em escolas apoiadas pelo governo. Aqui não.
Podemos deplorar isto, mas onde ganhamos o direito de intervir nos assuntos internos destes países, se eles não nos ameaçam?
E nós somos realmente consistentes em nossa promoção da democracia?
Quantos agentes bancados pelos Estados Unidos, da Casa da Liberdade, NED, IRI e NDI estão no Bahrain, exigindo eleições que permitiriam que a maioria xiita se livrasse do rei e expulsasse nossa 5ª Esquadra de sua base no Golfo?
Como reagiríamos se Riad canalizasse bilhões de petrodólares em organizações e agentes para financiarem madrassas wahabitas e apoiarem comunidades muçulmanas locais nos EUA, em seus esforços para impor a Lei da Sharia?
O que está por detrás das intervenções americanas nos assuntos internos de países por todo o mundo?
Há, primeiramente, o quadro mental residual da Guerra Fria. O que fizemos pelo "Solidariedade" na Polônia foi certo e bem-sucedido, e não podemos abrir mão desta ferramenta da democracia, somente porque a Guerra Fria acabou.
Segundo, há a arrogância do poder, a conversa-mole de "Fim-da-História" sobre a democracia sendo a última e melhor esperança da Terra, à qual todas as nações devem aspirar - e se não quiserem, vamos dar-lhes um chute para caminharem nesta direção.
Uma vez, a mais admirada das nações, a América já não o é.
Por quê não? Por causa de nossas intervenções compulsivas, militares e políticas, nos assuntos internos de nações que não são da nossa conta.
Tirem os fundos do Comintern americano, e tragam nossos agitadores externos de volta para casa.
Patrick J. Buchanan - 07.06.13.
Um tribunal do Cairo condenou 43 homens e mulheres de utilizarem fundos estrangeiros para fomentar a intranqüilidade no interior do Egito em conexão com a derrubada do presidente Hosni Mubarak.
Dezesseis destes condenados eram americanos. Todos, menos um, Robert Becker do Instituto Democrático Nacional (NDI), já tinham partido. Becker fugiu esta semana em preferência a cumprir dois anos numa prisão egípcia.
E os intervencionistas americanos estão em alvoroço.
"Impressionante e ofensivo," disse o senador Pat Leahy a respeito dos vereditos.
"Supunha-se que a revolução de 2011 poria fim ao clima repressivo sob Mubarak," disse o Wall Street Journal sobre nosso aliado por trinta anos, a quem Hillary Clintou chamou de amigo da família.
Este "fechamento", deplora o Washington Post, foi defendido com "nacionalismo barato e teorias conspiratórios". Quanto à nova lei proposta no Egito para regulamentar grupos bancados por estrangeiros promovendo a democracia, ela é "baseada em... lógica repressiva e xenofóbica."
Porém, as questões levantadas pelos fechamentos, tanto no Cairo quanto em Moscou, dos grupos de "democracia" bancados pelos EUA não pode ser desconsiderada tão levemente.
Pois estes países tem mais do que uma pequeno ponto.
Embora a promoção da democracia com fundos americanos seja retratada como benigna, o Avanço Pela Democracia Nacional (NED), o Instituto Republicano Internacional, o DNI e a Casa da Liberdade foram vinculados à revoluções que derrubaram regimes na Sérvia, Ucrânia, Geórgia, Uzbequistão e Quirguistão, e quase tiveram sucesso na Bielorússia.
Pessoas que se orgulham de provocarem revoluções não deviam choramingar quando regimes visados as tratam como encrenqueiras.
E quem é que dirige estes grupos "pró-democracia"?
Antes de 2011, a Casa da Liberdade era encabeçada pelos ex-Diretor da CIA Jim Woolsey, que dizia que estávamos na "Quarta Guerra Mundial". O IRI é presidido por John McCain, que pressionou pela intervenção americana na Guerra Rússia-Geórgia e está clamando por ataques aéreos contra a Síria.
O presidente do DNI é a ex-Secretária de Estado Madeleine Albright, que disse: "Nós somos a nação indispensável. Nós estamos no alto, e vemos mais longe do que os outros países para o futuro."
Não é compreensível para patriotas da original república "Não Se Meta Comigo", que estrangeiros possam ficarem ressentidos que agentes pagos pelos americanos estejam operando no interior de seus países para alterarem a direção da política?
Nós temos o direito de fazer avançar nossos valores democráticos, dizemos.
Mas, para os Estados Unidos pressionarem, por exemplo, pela liberdade de expressão, de imprensa e de reunião na República Popular da China é promover ação política que levaria a queda do estado de partido único de Pequim. Não compreendemos porque isto pode ser visto como subversivo pelo Partido Comunista Chinês de Xi Jinping?
Na Guerra Fria, os americanos aprenderam que o Partido Comunista dos Estados Unidos não apenas era uma subsidiária, totalmente sob controle, do Comintern de Josef Stalin, mas que este partido tinha se infiltrado profundamente no governo americano e em Hollywood. Nos finais dos Anos 40 e princípios dos 50s, a América estava convulsionada pela penetração comunista de nossas instituições.
Martin Luther King Jr. foi grampeado por J. Edgar Hoover sob direção de JFK e do procurador-geral Robert Kennedy, porque se recusou a se livrar de um conselheiro, Stanley Levison, que era um comunista e considerado como espião soviético.
Estavam os Kennedys sendo "repressivos e xenófobos"?
Se ficamos furiosos que comunistas bancados pelos soviéticos estivessem buscando influenciar nossa cultura e política, por que outros países, com culturas e instituições, de longe diferentes das nossas, não reagiriam de forma similar a como fizemos?
Nas sociedades mais rígidas do mundo islâmico, os governos criaram leis concernentes ao álcool, sexo pré-marital, divórcio, aborto, homossexualidade, casamento gay e conversões religiosas difererentes de quaisquer leis americanas.
Em alguns destes países, tais atividads podem render chibatadas, amputações, apedrejamentos e decapitações. Em muitos destes países, as crianças são doutrinadas na fé islâmica em escolas apoiadas pelo governo. Aqui não.
Podemos deplorar isto, mas onde ganhamos o direito de intervir nos assuntos internos destes países, se eles não nos ameaçam?
E nós somos realmente consistentes em nossa promoção da democracia?
Quantos agentes bancados pelos Estados Unidos, da Casa da Liberdade, NED, IRI e NDI estão no Bahrain, exigindo eleições que permitiriam que a maioria xiita se livrasse do rei e expulsasse nossa 5ª Esquadra de sua base no Golfo?
Como reagiríamos se Riad canalizasse bilhões de petrodólares em organizações e agentes para financiarem madrassas wahabitas e apoiarem comunidades muçulmanas locais nos EUA, em seus esforços para impor a Lei da Sharia?
O que está por detrás das intervenções americanas nos assuntos internos de países por todo o mundo?
Há, primeiramente, o quadro mental residual da Guerra Fria. O que fizemos pelo "Solidariedade" na Polônia foi certo e bem-sucedido, e não podemos abrir mão desta ferramenta da democracia, somente porque a Guerra Fria acabou.
Segundo, há a arrogância do poder, a conversa-mole de "Fim-da-História" sobre a democracia sendo a última e melhor esperança da Terra, à qual todas as nações devem aspirar - e se não quiserem, vamos dar-lhes um chute para caminharem nesta direção.
Uma vez, a mais admirada das nações, a América já não o é.
Por quê não? Por causa de nossas intervenções compulsivas, militares e políticas, nos assuntos internos de nações que não são da nossa conta.
Tirem os fundos do Comintern americano, e tragam nossos agitadores externos de volta para casa.
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
a "libertação" da Libia está a dar frutos
Libya – C-130J-30 Aircraft
(Source: Defense Security Cooperation Agency; issued June 10, 2013)
WASHINGTON --- The Defense Security Cooperation Agency notified Congress June 7 of a possible Foreign Military Sale to Libya of 2 C-130J-30 aircraft and associated equipment, parts, training and logistical support for an estimated cost of $588 million.
The Government of Libya has requested a sale of 2 C-130J-30 aircraft, 10 Rolls Royce AE 2100D3 engines (8 installed and 2 spares), aircraft modifications, Government Furnished Equipment (including radios), support and test equipment, publications and technical documentation, personnel training and training equipment, U.S. Government and contractor engineering, technical and logistics support services, and other related elements of logistical and program support. The estimated cost is $588 million.
This proposed sale will contribute to the foreign policy and national security of the United States by helping to improve the security of Libya. The Government of Libya uses airlift to maintain the connection between the central government and the country’s outlying areas. The sale of these C-130Js to Libya will significantly increase its capability to provide in-country airlift support for its forces, thus strengthening its capacity in the security arena.
Libya intends to use these aircraft primarily to move supplies and people within Libya. This medium lift capability should assist with border security, the interdiction of known terrorist elements, and rapid reaction to internal security threats. In addition, Libya intends to utilize these aircraft in support of regional peacekeeping and humanitarian operations. Libya, which already operates a mix of legacy C-130s, will have little difficulty absorbing these aircraft, which include a three-year training and sustainment package.
The proposed sale of this equipment and support will not alter the basic military balance in the region.
The prime contractor will be Lockheed Martin-Aerospace in Marietta, Georgia. There are no known offset agreements in connection with this potential sale.
Implementation of this proposed sale will require the assignment of four contracted Field Service Representatives (FSR) and one Logistics Support Representative (LSR) for a period of three years. The FSRs and LSR will have expertise in airframe, avionics/electrical, propulsion systems, ground maintenance systems, and logistics support. Additionally, there will be a USAF logistics specialist assisting the purchaser to establish a supply system in support of flight operations, supply management, inventory control, and documentation procedures for a period of three years following aircraft delivery.
There will be no adverse impact on U.S. defense readiness as a result of this proposed sale.
This notice of a potential sale is required by law and does not mean the sale has been concluded.
-ends-
http://www.defense-aerospace.com/articl ... 4588m.html
Libya – C-130J-30 Aircraft
(Source: Defense Security Cooperation Agency; issued June 10, 2013)
WASHINGTON --- The Defense Security Cooperation Agency notified Congress June 7 of a possible Foreign Military Sale to Libya of 2 C-130J-30 aircraft and associated equipment, parts, training and logistical support for an estimated cost of $588 million.
The Government of Libya has requested a sale of 2 C-130J-30 aircraft, 10 Rolls Royce AE 2100D3 engines (8 installed and 2 spares), aircraft modifications, Government Furnished Equipment (including radios), support and test equipment, publications and technical documentation, personnel training and training equipment, U.S. Government and contractor engineering, technical and logistics support services, and other related elements of logistical and program support. The estimated cost is $588 million.
This proposed sale will contribute to the foreign policy and national security of the United States by helping to improve the security of Libya. The Government of Libya uses airlift to maintain the connection between the central government and the country’s outlying areas. The sale of these C-130Js to Libya will significantly increase its capability to provide in-country airlift support for its forces, thus strengthening its capacity in the security arena.
Libya intends to use these aircraft primarily to move supplies and people within Libya. This medium lift capability should assist with border security, the interdiction of known terrorist elements, and rapid reaction to internal security threats. In addition, Libya intends to utilize these aircraft in support of regional peacekeeping and humanitarian operations. Libya, which already operates a mix of legacy C-130s, will have little difficulty absorbing these aircraft, which include a three-year training and sustainment package.
The proposed sale of this equipment and support will not alter the basic military balance in the region.
The prime contractor will be Lockheed Martin-Aerospace in Marietta, Georgia. There are no known offset agreements in connection with this potential sale.
Implementation of this proposed sale will require the assignment of four contracted Field Service Representatives (FSR) and one Logistics Support Representative (LSR) for a period of three years. The FSRs and LSR will have expertise in airframe, avionics/electrical, propulsion systems, ground maintenance systems, and logistics support. Additionally, there will be a USAF logistics specialist assisting the purchaser to establish a supply system in support of flight operations, supply management, inventory control, and documentation procedures for a period of three years following aircraft delivery.
There will be no adverse impact on U.S. defense readiness as a result of this proposed sale.
This notice of a potential sale is required by law and does not mean the sale has been concluded.
-ends-
http://www.defense-aerospace.com/articl ... 4588m.html
Triste sina ter nascido português
- Clermont
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente
COLOCANDO A AL-QAIDA EM PERSPECTIVA.
Patrick J. Buchanan - 5.08.13.
Aparentemente, a ameaça é tanto séria quanto específica.
Os Estados Unidos determinaram que vinte e duas missões diplomáticas fossem fechadas e emitu um aviso de alerta mundial de viagem para cidadãos americanos.
A ameaça vem da al-Qaida na Península Árabe, AQAP, a mais letal ramificação da organização terrorista.
Disse o senador Lindsay Graham (Republicanos - Carolina do Sul),
No tempo em que esta coluna aparecer, a América já pode ter sido atingida. Ainda assim, não é hora de colocar a al-Qaida em perspectiva e considerar se nossa política para o Oriente Médio estaria criando mais terroristas do que estamos matando?
Em 2010, a América perdeu 15 cidadãos para o terrorismo. Treze destes morreram no Afeganistão. O pior ataque foi a matança de seis americanos numa missão médica cristã na Província do Badaquistão.
Porém, nem uma só morte, aqui na América, resultou de terrorismo.
Neste ano, no entanto, 780 mil americanos morreram de doenças cardíacas; 575 mil de câncer; 138 mil de doenças respiratórias; 120 mil em acidentes (35 mil em acidentes automobilísticos); 69 mil de diabetes; 40 mil em mortes induzidas por tóxicos; 38 mil por suicídio; 32 mil por doenças do fígado; 25 mil em mortes induzidas por álcool; 16 mil por homicídio e 8 mil por HIV/AIDS.
Seria o terrorismo o matador que mais devemos temer, e investir a parte-do-leão de nossos recursos para combater?
Desde o 11 de Setembro, a al-Qaida não tem se provado como um inimigo terrivelmente eficaz. Alguns complôs - o homem do sapato-bomba num avião sobre Detroit; o homem-bomba da Times Square - falharam por pura incompetência. Outros ataques foram frustrados por excelente trabalho de contra-terrorismo e de inteligência.
Nossa frente interna tem estado bem-protegida.
Mas, ao travarmos uma "guerra ao terror" de além-mar, ao estilo Graham - invadindo, ocupando e construindo nações no Afeganistão e Iraque - nós perdemos 6 mil soldados e trouxemos de volta 40 mil americanos feridos.
Estas guerras nas quais sofremos tais baixas, e que nos custaram 2 trilhões de dólares e subindo, realmente terão valido a pena? Elas nos tornaram mais seguros?
O Taliban está retornando, o Iraque está afundando na guerra civil, sectária e tribal. Nossa influência no mundo islâmico está no seu nadir. E até Graham reconhece que o inimigo o qual fomos atrás para destruir, a al-Qaida, não apenas está no Afeganistão e Paquistão, mas também no Iêmen, Iraque, Síria, Líbia e Mali, e agora está "com esteróides".
Dez anos atrás, os anti-intervencionistas preveniram que um tal mergulho no mundo islâmico produziria o que desejava evitar. Nós criaríamos mais terroristas do que poderíamos matar.
Pois, a raiz do 11 de Setembro foi o ódio islâmico pela percebida dominação da América e uma determinação fanática de nos expulsar do mundo deles.
Assim argumentavam os anti-intervencionistas.
Desconsiderando tais avisos como "isolacionismo", George W. Bush desfechou sua guerra. O resultado? Precisamente o que os oponentes da guerra tinham previso, uma al-Qaida em metástase e que, agora, está "com esteróides".
Agora, diz Graham, a al-Qaida quer "expulsar o Ocidente do Oriente Médio" - seu objetivo o tempo todo - e "tomar estes países muçulmanos criando uma entidade religiosa tipo al-Qaida."
Mas, não foram os Estados Unidos quem derrubaram Mohammar Khadaffi e abriram as portas para que a al-Qaida perpetrasse a atrocidade de Benghazi?
Não foi para libertar Benghazi que fomos à guerra?
Nós a libertamos, mas, para quem?
Khadaffi, embora, ele próprio, um terrorista responsável pela bomba no Pan-Am de Lockerbie, era um inimigo da al-Qaida. Como também o são, o Hezbollah, o Irã e o presidente sírio Bashar Assad. Todos estão lutando para impedir a tomada da Síria por rebeldes cuja principal força de ataque é a Frente Nusra, uma afiliada da al-Qaida.
Vladimir Putin não tem um argumento quando pergunta por quê a América está armando uma insurgência dominada pelo tipo de gente que cometeu o 11 de Setembro?
Graham diz que a al-Qaida quer tomar "estes países muçulmanos e criar uma entidade religiosa tipo al-Qaida".
Porém, o país muçulmano que al-Qaida tem a melhor chance de tomar é a Síria. E nós estamos armando os rebeldes que estão aliados com a al-Qaida e que desejam tomar a Síria?
"Se nós mordermos a isca e tentar voltar para casa, criando a Fortaleza América, então haverá outro 11 de Setembro," previne Graham.
Ele está dizendo que devemos permanecer no Oriente Médio e continuar lutando até que a al-Qaida - que cresceu desde nossa intervenção e por causa dela -, seja aniquilada.
De outra forma, eles criarão um califado e virão até aqui, para matar todos nós.
Depois de 58 mil mortos, nós saímos do Vietnam. Quantos americanos foram mortos pelos vietnamitas, desde que saímos?
Patrick J. Buchanan - 5.08.13.
Aparentemente, a ameaça é tanto séria quanto específica.
Os Estados Unidos determinaram que vinte e duas missões diplomáticas fossem fechadas e emitu um aviso de alerta mundial de viagem para cidadãos americanos.
A ameaça vem da al-Qaida na Península Árabe, AQAP, a mais letal ramificação da organização terrorista.
Disse o senador Lindsay Graham (Republicanos - Carolina do Sul),
"Depois de Benghazi, estes tipos da al-Qaida realmente estão com esteróides, achando que nós somos mais fracos e eles, mais fortes....
Eles querem colocar o Ocidente para fora do Oriente Médio e tomar esses países muçulmanos, criando uma entidade religiosa tipo al-Qaida... e se nós mordermos a isca e tentar voltar para casa, criando a Fortaleza América, então haverá outro 11 de Setembro."
No tempo em que esta coluna aparecer, a América já pode ter sido atingida. Ainda assim, não é hora de colocar a al-Qaida em perspectiva e considerar se nossa política para o Oriente Médio estaria criando mais terroristas do que estamos matando?
Em 2010, a América perdeu 15 cidadãos para o terrorismo. Treze destes morreram no Afeganistão. O pior ataque foi a matança de seis americanos numa missão médica cristã na Província do Badaquistão.
Porém, nem uma só morte, aqui na América, resultou de terrorismo.
Neste ano, no entanto, 780 mil americanos morreram de doenças cardíacas; 575 mil de câncer; 138 mil de doenças respiratórias; 120 mil em acidentes (35 mil em acidentes automobilísticos); 69 mil de diabetes; 40 mil em mortes induzidas por tóxicos; 38 mil por suicídio; 32 mil por doenças do fígado; 25 mil em mortes induzidas por álcool; 16 mil por homicídio e 8 mil por HIV/AIDS.
Seria o terrorismo o matador que mais devemos temer, e investir a parte-do-leão de nossos recursos para combater?
Desde o 11 de Setembro, a al-Qaida não tem se provado como um inimigo terrivelmente eficaz. Alguns complôs - o homem do sapato-bomba num avião sobre Detroit; o homem-bomba da Times Square - falharam por pura incompetência. Outros ataques foram frustrados por excelente trabalho de contra-terrorismo e de inteligência.
Nossa frente interna tem estado bem-protegida.
Mas, ao travarmos uma "guerra ao terror" de além-mar, ao estilo Graham - invadindo, ocupando e construindo nações no Afeganistão e Iraque - nós perdemos 6 mil soldados e trouxemos de volta 40 mil americanos feridos.
Estas guerras nas quais sofremos tais baixas, e que nos custaram 2 trilhões de dólares e subindo, realmente terão valido a pena? Elas nos tornaram mais seguros?
O Taliban está retornando, o Iraque está afundando na guerra civil, sectária e tribal. Nossa influência no mundo islâmico está no seu nadir. E até Graham reconhece que o inimigo o qual fomos atrás para destruir, a al-Qaida, não apenas está no Afeganistão e Paquistão, mas também no Iêmen, Iraque, Síria, Líbia e Mali, e agora está "com esteróides".
Dez anos atrás, os anti-intervencionistas preveniram que um tal mergulho no mundo islâmico produziria o que desejava evitar. Nós criaríamos mais terroristas do que poderíamos matar.
Pois, a raiz do 11 de Setembro foi o ódio islâmico pela percebida dominação da América e uma determinação fanática de nos expulsar do mundo deles.
Assim argumentavam os anti-intervencionistas.
Desconsiderando tais avisos como "isolacionismo", George W. Bush desfechou sua guerra. O resultado? Precisamente o que os oponentes da guerra tinham previso, uma al-Qaida em metástase e que, agora, está "com esteróides".
Agora, diz Graham, a al-Qaida quer "expulsar o Ocidente do Oriente Médio" - seu objetivo o tempo todo - e "tomar estes países muçulmanos criando uma entidade religiosa tipo al-Qaida."
Mas, não foram os Estados Unidos quem derrubaram Mohammar Khadaffi e abriram as portas para que a al-Qaida perpetrasse a atrocidade de Benghazi?
Não foi para libertar Benghazi que fomos à guerra?
Nós a libertamos, mas, para quem?
Khadaffi, embora, ele próprio, um terrorista responsável pela bomba no Pan-Am de Lockerbie, era um inimigo da al-Qaida. Como também o são, o Hezbollah, o Irã e o presidente sírio Bashar Assad. Todos estão lutando para impedir a tomada da Síria por rebeldes cuja principal força de ataque é a Frente Nusra, uma afiliada da al-Qaida.
Vladimir Putin não tem um argumento quando pergunta por quê a América está armando uma insurgência dominada pelo tipo de gente que cometeu o 11 de Setembro?
Graham diz que a al-Qaida quer tomar "estes países muçulmanos e criar uma entidade religiosa tipo al-Qaida".
Porém, o país muçulmano que al-Qaida tem a melhor chance de tomar é a Síria. E nós estamos armando os rebeldes que estão aliados com a al-Qaida e que desejam tomar a Síria?
"Se nós mordermos a isca e tentar voltar para casa, criando a Fortaleza América, então haverá outro 11 de Setembro," previne Graham.
Ele está dizendo que devemos permanecer no Oriente Médio e continuar lutando até que a al-Qaida - que cresceu desde nossa intervenção e por causa dela -, seja aniquilada.
De outra forma, eles criarão um califado e virão até aqui, para matar todos nós.
Depois de 58 mil mortos, nós saímos do Vietnam. Quantos americanos foram mortos pelos vietnamitas, desde que saímos?