Britanite vendida a grupos chilenos e peruanos

[Anderson Subtil]

Notícia curiosa e preocupante ao mesmo tempo. Eu considero a Britanite como uma "Indústria Estratégica" para a defesa nacional, não vejo com bons olhos a venda, mesmo de somente parte dela, para grupos estrangeiros.

A IBQ Indústrias Químicas S.A (Britanite) acaba de ter parte do seu controle acionário vendido para as empresas ENAEX S.A e EXSA S.A, respectivamente dos grupos Sigdo Koppers, do Chile, e Brescia, do Peru. As duas empresas passam a ter 67% das ações da Britanite, enquanto a CR Almeida S.A manterá uma participação de 33%. O acordo foi fechado no valor de US$ 120 milhões, operação que teve o Deustche Bank – Investment Bank Division, como assessor financeiro do vendedor.
Pertencente a CR Almeida S.A. Engenharia e Construções, a Britanite detém cerca de 45% do mercado brasileiro de explosivos civis e serviços de desmonte de rocha e é uma das maiores fabricantes de explosivos da América Latina, com um faturamento aproximado de US$ 150 milhões ano. Com sede no município de Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba (PR), a empresa está presente em todo o território brasileiro, com filiais em nove Estados e parcerias operacionais nos demais, além de exportar para 16 países.
Segundo o CEO da Britanite, Antonio Luiz Cyrino de Sá, a associação com as empresas ENAEX e EXSA trará vantagens estratégicas e sinergias importantes, em toda a cadeia de valor da indústria de explosivos. “Acreditamos que esta nova sociedade trará benefícios para todos os grupos envolvidos, pois estamos unindo empresas localmente muito fortes, com perfis industriais e de mercado complementares”.
Para a ENAEX e EXSA a aquisição da Britanite faz parte de um projeto de cooperação e crescimento de ambas as empresas na América Latina. Além disso, o Brasil é visto como mercado potencial de negócios devido ao desenvolvimento de novos projetos decorrente da grande expansão de mineração e aos grandes eventos esportivos que ocorrerão no país – a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016).
Sobre a ENAEX e EXSA
A ENAEX S.A. está estabelecida no Chile há 90 anos, é líder de mercado em Explosivos Civis e Serviços de Desmonte de Rocha, e também a maior produtora de Nitrato de Amônio da América Latina, principal matéria prima para a indústria de explosivos. A empresa exporta seus produtos para mais de 40 países em todo mundo.
A ENAEX é controlada do Grupo Sigdo Koppers, uma das mais importantes corporações Chilenas, com operações nas Américas, Europa e Ásia, em setores como transportes e logística, filmes plásticos de alta tecnologia, petroquímica e representação e distribuição de máquinas e veículos.
A EXSA S.A. tem sede no Peru e atua no mercado há 60 anos, ocupando também uma posição de liderança de mercado em seu país. A empresa exporta para mais de 10 países, com previsão de vendas para este ano em torno de U$ 150 milhões.
EXSA é controlada do Grupo Brescia, importante corporação Peruana, com operações em indústrias como alimentícia, tintas e química e construção civil, além dos setores hoteleiro, seguros e financeiro.
Sobre a Britanite
Fundada em 1961, a Britanite é uma empresa fabricante de explosivos e acessórios de detonação, com portfólio de mais de 300 produtos e cerca de 1000 funcionários. Nestes 50 anos de atuação, a empresa contribuiu com forte participação no fornecimento de explosivos e serviços de desmonte de rocha, utilizados em grandes obras de infraestrutura e grandes mineradoras.
A Britanite está presente hoje em todo o território nacional e, recentemente, no Panamá, com a aquisição da empresa Proex S.A. Conta com filiais e distribuidores que cobrem todo o mercado brasileiro de explosivos, além de unidades de serviços instaladas nas sedes de clientes, garantindo uma parceria pautada pela segurança e a certeza do pronto atendimento.

[Túlio]

Lá se vai a SMKB...

[Brasileiro]

Lá se vai a SMKB...

Vá lá... nem era essa coisa toda. E o cérebro da mesma era todo da Mectron, que continua a par de tudo isso.
Tem também a bomba da Friulli, e acho que deverá ser bem melhor.

A Britanite fornecia a parte burra da bomba, que não é segredo para ninguém e há outras fabricantes capacitadas no Brasil.



abraços]

[Túlio]

Não conhecia a Friuli Aeroespacial, valews pelo toque. Eles têm uma espécie de Umbani montada sobre uma Mk82 e guiada por GPS. Não me parece bem um projeto concorrente com a SMKB, no entanto. Além disso, têm outros projetos e produtos bem interessantes, como as BPEN e raiamento de tubos de canhão de 20 a 90 mm, com uma possível fabricação de Bofors 40 e 57 no Brasil.

http://www.friuli.ind.br/projetos/

[Anderson Subtil]

Veja só, nem sequer sabia da existência dessa empresa, quanto mais de seus projetos!!!!! Valeu pela dica.

[Pablo Maica]

É incrivel ver como esses "mercados estratégicos" são abertos e vulneráveis no Brasil, a falta de politicas de proteção e incentivo e até mesmo o reconhecimento de que áreas são sensíveis e estratégicas, tendo políticas proprias e voltadas também aos interesses estratégicos do país.

Claro que proibir uma empresa privada de negociar suas ações é absurdo, mas talvez com políticas de proteção e incentivo às empresas essas negociações fosse conduzidas de forma mais congruente aos interesses estratégicos nacionais.

Acho que o Brasil tem que crescer muito em mentalidade nesse quesito.



Um abraço e t+

[Bourne]

Dependendo. O congresso norte-americano vetou a fusão da LM com a BAe. No mundo desenvolvido existem restrições na negociação de empresas consideradas estratégias na área de defesa. Enquanto no Brasil autorizam a venda e ficam felizes por manter a planta produtiva em território nacional. Mesmo que virem meras montadoras ou que mandem o pessoal ou desenvolvimentos para a matriz por meios a margem dos contratos.

[Boss]

Lá se vai a SMKB...

Vá lá... nem era essa coisa toda. E o cérebro da mesma era todo da Mectron, que continua a par de tudo isso.
Tem também a bomba da Friulli, e acho que deverá ser bem melhor.

A Britanite fornecia a parte burra da bomba, que não é segredo para ninguém e há outras fabricantes capacitadas no Brasil.



abraços]

Exato. Mas brasileiro sempre vai ver o "copo meio vazio", então se vendessem alguém que fornecesse luvas para o Exército já ia ser o Apocalipse, o fim da indústria de defesa nacional.

Talvez a Britanite não estivesse dentro da lei de empresas estratégicas, ou foi vendida antes. Como coloquei no tópico da indústria lá nas Aéreas, a lei prende muito bem as empresas no controle nacional. Basicamente, a mesma estrutura que permite que a Embraer seja controlada por nacionais, mesmo que o capital esteja na maior parte, nas mãos de estrangeiros (claro, lá existe a golden share, mas o estatuto deixa claro certas coisas).

Creio eu que o núcleo relevante da indústria de defesa (Embraer, Avibrás, Mectron, Atech, Orbisat, etc) está protegido. Até a TGM está.

Nem mesmo os EUA são perfeitos nisso. O conselho que avalia investimentos estrangeiros de lá aprovou a venda da United Defense (que não era uma empresa de um projeto só, produzia os M3, M113, M109, etc) para a BAE Systems, e hoje ela é a BAE Systems Land & Armaments. Isso aqui seria o fim da indústria, das FAs, do Brasil, etc...

[Paisano]

Lá se vai a SMKB...

Vá lá... nem era essa coisa toda. E o cérebro da mesma era todo da Mectron, que continua a par de tudo isso.
Tem também a bomba da Friulli, e acho que deverá ser bem melhor.

A Britanite fornecia a parte burra da bomba, que não é segredo para ninguém e há outras fabricantes capacitadas no Brasil.



abraços]

Tenho a impressão que essa empresa vendida, apesar do nome, não é a mesma que participa da SMKB:

http://sistemasdearmas.com.br/pgm/smkb.html

http://www.ibq.com.br/IBQ_aempresa.html

EDITANDO: Após pesquisar mais na net, verifiquei que infelizmente a IBQ é a empresa que foi vendida.

[Guerra]

Lá se vai a SMKB...

Eu não sei como esta a Britanite hoje. Alguém sabe se existe uma empresa no naipe deles?