NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4651 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 19, 2012 5:44 pm

Boss escreveu:
faterra escreveu:Uns dois SSBN você quer dizer! 8-] :twisted:
Começamos nos SSGN... :twisted:
Você sabe que eu até gosto deste conceito de SSG's? Mas não do de SSGN's, pelo menos não para o Brasil, e explico porquê:

A grande vantagem dos SSN's é poder se deslocar submerso em grande velocidade e mudar sua área de atuação muito rapidamente (quando "em atuação" eles tem que se deslocar devagar como qualquer outro sub, ou seu ruído os denunciaria). Esta capacidade de movimentação rápida é muito útil quando um sub precisa se colocar de tocaia no caminho de uma frota para poder atacá-la à curta distância (algumas dezenas de Km) usando torpedos.

Mas a arma de ataque dos SSG's não é o torpedo e sim o míssil de grande porte, com centenas de km de alcance, e para isso ele precisa necessariamente atuar de forma coordenada com outros meios que farão a detecção e o rastreamento dos alvos (caso contrário nem terá como saber quando disparar). Desta forma o SSGN não precisa se aproximar da FT inimiga, ele pode apenas se colocar a uma certa distância (também centenas de Km) do caminho por onde ela irá passar ou da região que ela irá patrulhar, e disparar de muito longe. Nestas condições a grande velocidade submersa deixa de ser uma vantagem tão importante, então o custo da propulsão nuclear tem pouca justificativa. E o mesmo se passa no caso de uso dos mísseis para ataque contra alvos em terra, como eles são fixos o sub pode se aproximar do ponto de lançamento com todo o tempo do mundo, e a velocidade de um sub nuclear tem pouca razão de ser.

Os SSG's tendem a ser submarinos muito volumosos, pelo menos externamente, pois seus mísseis em geral são levados em silos fora do casco de pressão, entre este e o casco hidrodinâmico externo. Este tipo de desenho favorece a colocação de grandes tanques de combustível entre os dois cascos, o que permite criar projetos com autonomia global e boa velocidade (18 a 20 nós) na cota de periscópio, com o uso do Snorkel. Como eles não precisam se aproximar dos alvos e podem atuar no limite ou mesmo fora da zona de cobertura aérea das FT's (dependendo do alcance dos seus mísseis), um alto nível de furtividade não é tão importante, e navegar nestas condições é razoavelmente seguro se ele contar com boas capacidades de ECM. Então, usar propulsão nuclear para quê?

Os russos até mantém alguns SSGN's, mas no caso deles existe a questão da distância entre suas bases e o oceano aberto onde eles devem atuar, e eles precisam se posicionar muito rápido para bloquear as FT's americanas que atravessariam o Atlântico ou o Pacífico em tempo hábil. Mas nossa costa é enorme e está inteira de frente para o Atlântico sul, então acho que se tivéssemos subs deste tipo a propulsão nuclear seria desnecessária. E pelo alcance dos seus mísseis mesmo um número pequeno deles já seriam uma arma excelente de negação de acesso a nossas costas, que pelo que entendo é a prioridade numero 1 de nossa marinha.


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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4652 Mensagem por Luís Henrique » Ter Mar 20, 2012 12:29 am

Ah, sei lá. Eu ainda prefiro um submarino nuclear.

E a questão da Autonomia.

Como fica para reabastecer um submarino no meio do atlântico??

Volta para a base?

Um submarino grande pode até levar bastante combustível, mas não tem comparação com a autonomia, a persistência em combate do sub nuclear. Com o sub nuclear você não sai da área de atuação.

Fora que no lugar de toneladas e toneladas de combustível, você leva mais armamento.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4653 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mar 20, 2012 8:41 am

Luís Henrique escreveu:Ah, sei lá. Eu ainda prefiro um submarino nuclear.

E a questão da Autonomia.

Como fica para reabastecer um submarino no meio do atlântico??

Volta para a base?

Um submarino grande pode até levar bastante combustível, mas não tem comparação com a autonomia, a persistência em combate do sub nuclear. Com o sub nuclear você não sai da área de atuação.

Fora que no lugar de toneladas e toneladas de combustível, você leva mais armamento.
Se a propulsão nuclear fosse tão simples, segura e barata quanto a diesel-elétrica é claro que o melhor seria ter todos os sub's de maior porte nucleares, inclusive os SSG'. Mas este não é o caso, e seria necessário fazer escolhas entre quantidade e características. Em média acho que poderíamos afirmar que cada SSGN custaria para adquirir e manter o dobro do preço/custo de um SSG. Se assim for, no caso específico do Brasil eu preferiria 4 a 6 SSG's de propulsão convencional do que 2 a 3 SSGN's.

Além disso, esta história de autonomia tem que ser avaliada com cuidado. É verdade que um sub nuclear pode navegar submerso por muitos meses ou mesmo anos sem precisar parar para se reabastecer de combustível, mas a sua tripulação não pode ficar isolada tanto tempo assim. Pelo que sei, na prática o tempo de patrulha dos SSBN's russos e americanos é limitado a 2 meses, e talvez em caso de crise este tempo possa ser extendido para uns 3 meses, mas mais do que isso não dá, o pessoal à bordo vai começar a ter sérios problemas físicos e psicológicos (sem falar na falta de víveres) e a continuação da missão vai se tornar um risco em si. Assim, esta é a autonomia máxima que vale à pena se tentar obter para um sub, em torno de 3 meses, e mesmo assim somente em casos excepcionais.

Ora, um type XXI alemão (obviamente convencional) da SGM já tinha uma autonomia de 2 meses naquela época, com apenas 2.100 toneladas de deslocamento. Um SSG russo de 4.100 ton da classe Juliet, da década de 60, levava víveres para uma autonomia de 90 dias, o limíte prático admissível. Portanto, fica claro que não é necessário um reator nuclear para atingir a autonomia adequada. A grande vantagem do sub nuclear é a velocidade de trânsito, isso sim não dá para discutir. Mas isso é importante no caso de SSN's usando como armamento torpedos e/ou mísseis de alcance limitado, que precisam se aproximar do inimigo. No caso da adoção de verdadeiros SSG's pelo Brasil, isso seria o menos importante.


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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4654 Mensagem por Sávio Ricardo » Ter Mar 20, 2012 8:52 am

Ja imaginou 2 meses submerso sob toneladas de agua, sem ver o sol, sem ver outras pessoas, apenas aquele nicho de marinheiros, sempre as mesmas caras e mesma rotina?

Meu Deus...agente nunca para pra pensar nesses sacrificios.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4655 Mensagem por Andre Correa » Ter Mar 20, 2012 10:42 am

Por isso que os grandes SSN Soviéticos possuíam até piscina.

Não há dúvidas que o facto da Autonomia e velocidade são os factores determinantes para preferir um Submarino com Propulsão Nuclear, e se o Brasil tivesse condições, era preferível ter uma frota de 15 Nucleares para proteger o Atlântico e para projecção mundial, e 15 Diesel-Eléctricos para protecção costeira, pois esses são mais silenciosos, mas deveriam ficar sempre em sítios estratégicos, e não concentrados em poucos pontos.

Com 15 Submarinos, era possível ter sempre, no mínimo, 10 activos, e no caso dos Nucleares, sempre com 2 a disposição de movimentar para qualquer ponto do globo, 2 em cada GT para os futuros NAe's, e 4 divididos entre 2 no Norte/Nordeste, e 2 ao Sudeste/Sul, com os adicionais, quanto activos e operacionais, distribuídos entre Norte e Sul, entre os Diesel-Eléctricos.

[009]




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4656 Mensagem por Sávio Ricardo » Ter Mar 20, 2012 10:52 am

Andre Correa escreveu:Por isso que os grandes SSN Soviéticos possuíam até piscina.

Não há dúvidas que o facto da Autonomia e velocidade são os factores determinantes para preferir um Submarino com Propulsão Nuclear, e se o Brasil tivesse condições, era preferível ter uma frota de 15 Nucleares para proteger o Atlântico e para projecção mundial, e 15 Diesel-Eléctricos para protecção costeira, pois esses são mais silenciosos, mas deveriam ficar sempre em sítios estratégicos, e não concentrados em poucos pontos.

Com 15 Submarinos, era possível ter sempre, no mínimo, 10 activos, e no caso dos Nucleares, sempre com 2 a disposição de movimentar para qualquer ponto do globo, 2 em cada GT para os futuros NAe's, e 4 divididos entre 2 no Norte/Nordeste, e 2 ao Sudeste/Sul, com os adicionais, quanto activos e operacionais, distribuídos entre Norte e Sul, entre os Diesel-Eléctricos.

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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4657 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mar 20, 2012 12:05 pm

Andre Correa escreveu:Por isso que os grandes SSN Soviéticos possuíam até piscina.

Não há dúvidas que o facto da Autonomia e velocidade são os factores determinantes para preferir um Submarino com Propulsão Nuclear, e se o Brasil tivesse condições, era preferível ter uma frota de 15 Nucleares para proteger o Atlântico e para projecção mundial, e 15 Diesel-Eléctricos para protecção costeira, pois esses são mais silenciosos, mas deveriam ficar sempre em sítios estratégicos, e não concentrados em poucos pontos.

Com 15 Submarinos, era possível ter sempre, no mínimo, 10 activos, e no caso dos Nucleares, sempre com 2 a disposição de movimentar para qualquer ponto do globo, 2 em cada GT para os futuros NAe's, e 4 divididos entre 2 no Norte/Nordeste, e 2 ao Sudeste/Sul, com os adicionais, quanto activos e operacionais, distribuídos entre Norte e Sul, entre os Diesel-Eléctricos.

[009]
Seus números talvez estejam um tanto quanto exagerados para um país sem grandes interesses estratégicos globais e que se preocupa basicamente com autoproteção (sendo declaradamente contra intervenções externas), como é o caso do Brasil. Já a divisão de tarefas entre os nucleares e os convencionais me parece fazer bastante sentido.

Na minha opinioão pessoal a nossa frota de sub's poderia ser dividida assim:

=> 8-10 SSK de até 2000 ton, para patrulha de nosso litoral, principalmente em missões AS.

=> 4-6 SSG de 3500 a 4000 ton, para a missão de interdição no Atlântico sul, e eventualmente ataques a objetivos terrestres em situações muito específicas.

=> 4-6 SSN entre 4500 e 6000 ton, para patrulhas e interdição em águas distantes, quando necessário.


A presença de verdadeiros SSG's reduziria em muito a necessidade de SSK's, pois a interdição do nosso litoral contra eventuais FT's de superfície inimigas ficaria com eles, que são muito mais eficientes nesta tarefa. Mas acho que a MB não cogita em incorporar este tipo de navio, e por isso o número ideal de SSK's acabará sendo maior (12 a 16), e ainda assim talvez não seja o ideal.

Uma possibilidade interessante que se abre com o eventual desenvolvimento nacional de uma indústria de submarinos é a conversão de SSK's em SSG's após algum tempo de uso, pela incorporação de grandes silos de mísseis externos ao casco de pressão, de um casco hidrodinâmico externo mais amplo e da realocação dos sistemas de energia e dos víveres (talvez usando o espaço da sala de torpedos, que poderia não ser mais necessária). Assim os SSK's mais antigos, que já não fossem considerados silenciosos o suficiente e que estivessem com seus sensores menos atualizados, poderiam passar para a função de SSG's, ganhando uma utilidade extra e uma boa sobrevida útil. Mas para isso acho que seria necessário um casco maior que o dos nossos SSK's da classe Tupi/Tikuna, que tem apenas 1.400-1.500 ton. Mesmo as 2.000 ton dos Scorpène-BR podem não ser suficientes, talvez fosse necessário um casco de pressão mais largo para permitir a colocação dos silos dos mísseis.


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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4658 Mensagem por Alcantara » Qua Mar 21, 2012 11:00 am

LeandroGCard escreveu:=> 8-10 SSK de até 2000 ton, para patrulha de nosso litoral, principalmente em missões AS.

=> 4-6 SSG de 3500 a 4000 ton, para a missão de interdição no Atlântico sul, e eventualmente ataques a objetivos terrestres em situações muito específicas.

=> 4-6 SSN entre 4500 e 6000 ton, para patrulhas e interdição em águas distantes, quando necessário.
Em tempos de custos crescentes de plataformas navais, duvido muito uma segmentação como a apontada.
Acho que a tendencia é para plataformas multifuncionais (se for o caso, com alterações sobre o desenho "básico", como por exemplo, FREMM / FREDA), da mesma forma que ocorreu na aviação de combate (custos crescentes, diminuição no número de plataformas, polivalência, etc)...

Já vai ser contraproducente ter SSK e SSN concomitentemente. A tendência, com a introdução dos SSN no inventário, é a retirada dos SSK.

Um SSN faz tudo o que um SSK faz, o contrário não é verdadeiro.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4659 Mensagem por Marino » Qua Mar 21, 2012 11:05 am

Instituto Engenharia-SP
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Poli/USP inicia construção de unidade ainda este ano

20/3/2012

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) lança oficialmente em parceria com Marinha do Brasil (MB) a instalação da unidade para ensino e pesquisa nas áreas de Engenharia Nuclear, de Materiais e de Computação, em Aramar. A noticia foi publicada com exclusividade pelo jornal Cruzeiro do Sul em agosto do ano passado. A assinatura da cessão de uso do terreno ocorre no dia 16 de maio, em São Paulo, no auditório da FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. A instituição de ensino também tem planos futuros de expandir a grade curricular na área naval dentro do sitio de Aramar.

Formação generalista
De acordo com o professor da USP, a graduação em engenharia naval no CEA também está nos planos futuros da Poli e da Marinha. "Estamos começando a conversar sobre isso agora. É uma ideia, mas ainda está num estágio embrionário. Queremos um aluno com formação generalista, que possa transitar por várias áreas; então muito provavelmente se sair o curso de engenharia naval ele vai estar inserido na pesquisa em engenharia nuclear como um todo", comenta.

A Poli/USP e a Marinha do Brasil, desde 1960 mantêm constantes parcerias que incluiu o curso de graduação em engenharia naval e a realização ininterrupta de trabalhos científicos e tecnológicos por pesquisadores das duas instituições. Até os dias de hoje formaram-se cerca de 1.400 engenheiros navais, expressiva contribuição à Marinha Brasileira para a elaboração de projetos e a construção de navios de superfície e submarinos.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4660 Mensagem por LeandroGCard » Qua Mar 21, 2012 3:30 pm

Alcantara escreveu:Em tempos de custos crescentes de plataformas navais, duvido muito uma segmentação como a apontada.
Acho que a tendencia é para plataformas multifuncionais (se for o caso, com alterações sobre o desenho "básico", como por exemplo, FREMM / FREDA), da mesma forma que ocorreu na aviação de combate (custos crescentes, diminuição no número de plataformas, polivalência, etc)...

Já vai ser contraproducente ter SSK e SSN concomitentemente. A tendência, com a introdução dos SSN no inventário, é a retirada dos SSK.

Um SSN faz tudo o que um SSK faz, o contrário não é verdadeiro.
Sou forçado a discordar de todos e de cada ponto.

Ao contrário do que ocorre na área de aviões, tanques de guerra e outros ítens militares, no caso de navios a produção em série não acarreta em grandes benefícios de economia de escala, devido aos prazos e ao fato de que navios não são fabricados mas sim construídos. Já discutí bastante esta questão em outros tópicos. Então não é uma vantagem tão grande assim partir para grandes séries de plataformas multifuncionais, que no global saem mais caras de adquirir e manter do que séries menores de plataformas mais específicas. Se a MB fosse a USN, com orçamentos quase ilimitados, ou planejasse operar apenas meia dúzia de sub's a história poderia ser diferente, mas com uma frota acima das 10 unidades a solução de múltiplas plataformas é sim bem atraente, e é adotada por algumas das melhores marinhas do mundo, como a do Japão.

E também não concordo que os SSN's sejam superiores em tudo aos SSK's. Para patrulha próxima do nosso próprio litoral os SSK's podem ter desempenho até superior por um custo bem mais modesto, desde que sejam igualmente bem equipados com sensores. O que não vale é comparar um sub convencional nosso com equipamento de segunda linha e já quase em fim de vida útil com os mais avançados SSN's da OTAN.


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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4661 Mensagem por Alcantara » Qua Mar 21, 2012 4:35 pm

Leandro, o seu ponto de vista eu conheço. Sei que você defende pequenos "batchs" com melhorias (entendo e acho interessante), mas isso é o seu ponto de vista.

Na prática, vale o menor custo. Principalmente aqui, no Brasil.

Se puder colocar uma panela de pressão Rochedo no lugar de uma caldeira do São Paulo, pode ter certeza de que o GF vai pagar somente pela panela de pressão. Os anéis de vedação a MB teria que comprar com o orçamento dela.


Abraços! 8-]




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4662 Mensagem por LeandroGCard » Qua Mar 21, 2012 7:58 pm

Alcantara escreveu:Leandro, o seu ponto de vista eu conheço. Sei que você defende pequenos "batchs" com melhorias (entendo e acho interessante), mas isso é o seu ponto de vista.

Na prática, vale o menor custo. Principalmente aqui, no Brasil.

Se puder colocar uma panela de pressão Rochedo no lugar de uma caldeira do São Paulo, pode ter certeza de que o GF vai pagar somente pela panela de pressão. Os anéis de vedação a MB teria que comprar com o orçamento dela.


Abraços! 8-]
Alcantara, o ponto é que a contrução de grandes batches na verdade não contribui para reduções significativas dos custos de cosntrução nem de operação, apenas eventualmente no de projeto, que é o custo menos importante e dependendo de como for a estrutura montada se torna em grande parte um custo fixo. Se uma equipe de engenharia for montada para projetar navios ou sub´s (o que é exatamente o caso) o fato dela fazer um só projeto a cada 30 anos ou 10 no mesmo período terá basicamente o mesmo custo final, a menos que a equipe seja desmontada após completar o primeiro projeto (o que é um erro básico de gerenciamento pois neste caso a equipe sequer deveria ter sido montada!).

Reduções de custos são obtidas pela padronização dos equipamentos, e não do projeto dos navios. Pelo contrário, para poder garantir navios versáteis o suficiente para cumprir todas as funções possíveis a quantidade de equipamentos em cada unidade terá que ser maior do que se fossem empregados projetos mais específicos, gerando custos maiores e não menores para a frota total. Por exempo, uma frota homogênea de SSN´s capaz de cumprir igualmente bem todas as funções da patrulha litorânea à interdição, passando por ataque a objetivos em terra com mísseis de cruzeiro, combate AS e etc... vai custar muito, mas muuuuito mais caro para adquirir e manter do que uma composta por sub´s de vários tipos, mesclando SSN´s e SSK´s, e sequer seria mais eficiente. E para navios de superfície vale o mesmo raciocínio.

Se vamos usar algum modelo único para montar uma marinha com poucas unidades, como a Espanha com seus 5 navios de escolta, então a melhor solução seria simplesmente comprar algum projeto pronto, sem a preocupação em formar engenheiros ou treinar pessoal de estaleiros (estamos praticamente com pleno emprego e sem problemas de balança de pagamentos, trazer a construção do casco para cá seria irrelevante). Mas se vamos pelo menos repor as nossas 14 escoltas atuais e existe a preocupação de montar uma estrutura toda de projeto e construção no Brasil, ela terá necessariamente que permanecer ativa, e aí não faz sentido falar em economizar produzindo uma grande série de um mesmo projeto. Não é apenas uma questão de garantir as melhorias contínuas, isto na verdade é um bônus, o ponto principal é economizar com navios otimizados e manter a capacitação em engenharia.


Um grande abraço,


Leandro G. Card




Editado pela última vez por LeandroGCard em Qui Mar 22, 2012 12:48 pm, em um total de 1 vez.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4663 Mensagem por Marino » Qui Mar 22, 2012 12:46 pm

MAis uma contribuição do Junker no fórum irmão:

20/03/2012

Ação: 123G - IMPLANTAÇÃO DE ESTALEIRO E BASE NAVAL PARA CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE SUBMARINOS CONVENCIONAIS E NUCLEARES - NACIONAL

Citação:
Favorecido: 15.102.288/0001-82 - CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S A
Valor: R$ 450,377,184.53

SERVIÇOS REFERENTES ÀS MEDIÇÕES DA UNIDADE DE FABRICAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS, PROJETOS BÁSICOS, CONCEITUAL E EXECUTIVO, LICENÇAS AMBIENTAIS, BEM COMO MEDIÇÕES DAS OBRAS MARÍTIMAS E ACESSOS AO ESTALEIRO E BASE ÁREAS NORTE NORTE E SUL, E O FORNECIMENTO E LANÇAMENTO DE MATERIAL ROCHOSO, ATINENTES AO CONTRATO Nº 40000/2009-009/08. (REFORÇO DA 2012NE000028)


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000074

Ação: 123G - IMPLANTAÇÃO DE ESTALEIRO E BASE NAVAL PARA CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE SUBMARINOS CONVENCIONAIS E NUCLEARES - NACIONAL

Citação:
Favorecido: 27.816.487/0001-31 - EMPRESA GERENCIAL DE PROJETOS NAVAIS
Valor: R$ 2,100,000.00

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS; GESTÃO DE PROCESSOS NA CONSECUÇÃO DOS CONTRATOS DESTINADOS À CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE DE FABRICAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS, UM ESTALEIRO E UMA BASE DE SUBMARINOS, PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR A PARTIR DOS PROJETOS E DA EXPERTISE ADQUIRIDA PELA CONSTRUÇÃO DE QUATRO SUBMARINOS CONVENCIONAIS, OBTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA; ASSESSORIA NA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO, ASSESSORAMENTO TÉCNICO ESPECIALIZADO E, AINDA, PARTICIPAÇÃO EM TREINAMENTO, CURSOS E ESTÁGIOS, NO PAÍS E NO EXTERIOR, PARA ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA ESPECÍFICA NAS ÁREAS DE CONHECIMENTO PERTINENTES AOS CONTRATOS RELACIONADOS AO PROSUB, RELATIVAS AO DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR, INCLUINDO O APOIO À COGESN, CONFORME CONTRATO NR.40002/2010-001/01


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000080

Ação: 123H - CONSTRUÇÃO DE SUBMARINO DE PROPULSÃO NUCLEAR

Citação:
Favorecido: 27.816.487/0001-31 - EMPRESA GERENCIAL DE PROJETOS NAVAIS
Valor: R$ 6,200,000.00

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS; GESTÃO DE PROCESSOS NA CONSECUÇÃO DOS CONTRATOS DESTINADOS À CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE DE FABRICAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS, UM ESTALEIRO E UMA BASE DE SUBMARINOS, PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR A PARTIR DOS PROJETOS E DA EXPERTISE ADQUIRIDA PELA CONSTRUÇÃO DE QUATRO SUBMARINOS CONVENCIONAIS, OBTENÇÃO DE EQUPAMENTOS E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA; ASSESSORIA NA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO, ASSESSORAMENTO TÉCNICO ESPECIALIZADO E, AINDA, PARTICIPAÇÃO EM TREINAMENTO, CURSOS E ESTÁGIOS, NO PÁIS E NO EXTERIOR, PARA ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA ESPECÍFICA NAS ÁREAS DE CONHECIMENTO PERTINENTES AOS CONTRATOS RELACIONADOS AO PROSUB, RELATIVAS AO DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR, INCLUINDO O APOIO À COGESN, CONFORME CONTRATO NR.40002/2010-001/01


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000079

Ação: 123H - CONSTRUÇÃO DE SUBMARINO DE PROPULSÃO NUCLEAR

Citação:
Favorecido: 33.798.026/0001-86 - FUNDACAO DE ESTUDOS DO MAR
Valor: R$ 4,283,180.64

SERVIÇO DE APOIO NA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS DO PROSUB, REFERENTE À ANÁLISE DE MARCOS CRÍTICOS, À GESTÃO DO CONHECIMENTO, AO ACOMPANHAMENTO DA INTEGRAÇÃO OPERACIONAL, À ANÁLISE DE ATIVIDADES DE NACIONALIZAÇÃO E À ASSISTÊNCIA À FISCALIZAÇÃO, DE ACORDO COM AS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NO PROJETO BÁSICO, ANEXO "A" AO TJDL Nº 02/2011, REFERENTE AO CONTRATO 40002/2012-01/00.


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000078

Ação: 123H - CONSTRUÇÃO DE SUBMARINO DE PROPULSÃO NUCLEAR

Citação:
Favorecido: 00.796.437/0001-83 - ENGINEERING SIMULATION AND SCIENTIFIC SOFTWARE LTDA
Valor: R$ 29,965.00

RENOVACAO ANUAL DA LICENCA DO SOFTWARE CFX/FLUEN T DA ANSYS


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000481

Ação: 123I - CONSTRUÇÃO DE SUBMARINOS CONVENCIONAIS

Citação:
Favorecido: 27.816.487/0001-31 - EMPRESA GERENCIAL DE PROJETOS NAVAIS
Valor: R$ 3,400,000.00

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS; GESTÃO DE PROCESSOS NA CONSECUÇÃO DOS CONTRATOS DESTINADOS À CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE DE FABRICAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS, UM ESTALEIRO E UMA BASE DE SUBMARINOS, PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR A PARTIR DOS PROJETOS E DA EXPERTISE ADQUIRIDA PELA CONSTRUÇÃO DE QUATRO SUBMARINOS CONVENCIONAIS, OBTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA; ASSESSORIA NA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO, ASSESSORAMENTO TÉCNICO ESPECIALIZADO E, AINDA, PARTICIPAÇÃO EM TREINAMENTO, CURSOS E ESTÁGIOS, NO PAÍS E NO EXTERIOR, PARA ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA ESPECÍFICA NAS ÁREAS DE CONHECIMENTO PERTINENTES AOS CONTRATOS RELACIONADOS AO PROSUB, RELATIVAS AO DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR, INCLUINDO O APOIO À COGESN, CONFORME CONTRATO NR.40002/2010-001/01


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000081

Ação: 123I - CONSTRUÇÃO DE SUBMARINOS CONVENCIONAIS

Citação:
Favorecido: 15.102.288/0001-82 - CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S A
Valor: R$ 7,023,378.00

VALOR ATINENTE A 4ª PARCELA DO CT 40000/2009-010/00 REFERENTE A ADMINISTRAÇÃO, PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DO OBJETO PRECÍPUO, CORRESPONDENTE AO MARCO 5.5 -SEMESTRAL REPORTS/ANNUAL FINANCIAL REPORTS.


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000076

Ação: 1421 - CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO DE REATOR NUCLEAR

Citação:
Favorecido: 02.617.809/0001-92 - ENGECALL - ENGENHARIA, PROJETOS E CALDEIRARIA INDUSTRIA
Valor: R$ 572,400.00

SERVICO DE ENGENHARIA PARA IMPLANTACAO DE TURBO GERADOR AUXILIAR (A-50) PARA O LATEP, CONFORME CONTRATO NUMERO 42000/2011-097/01 ATIVIDADE DE APOIO A CONSTRUCAO DO PROTOTIPO DE REATOR NUCLEAR


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000479

Ação: 11TC - PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE COMBUSTÍVEL NUCLEAR

Citação:
Favorecido: 66.886.144/0001-03 - LADDER AUTOMACAO INDUSTRIAL LTDA
Valor: R$ 217,260.54

PRESTACAO DO SERVICO D ATUALIZACAO DO SISTEMA DE AUTOMACAO DA CENTRAL DE UTILIDADE NO LABORATORIO QUIMICO DO CENTRO EXPERIMENTAL ARAMAR, CONFORME CONTRATO NUMERO 42000/2012-013/00 ATIVIDADE DE APOIO A PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO DO CICLO DO COMBUSTIVEL NUCLEAR


http://www.portaltransparencia.gov.br/d ... 12NE000478




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4664 Mensagem por Marino » Qui Mar 22, 2012 1:10 pm

Que bom que oficiais da MB não discutem abre o que não sabem!



Correio do Brasil-RJ             
OPINIÃO
Armada, esquadra ou flotilha
Paulo Ricardo da Rocha Paiva


21/3/2012 13h00



A Marinha ainda investe na compra dos velhos S-2 Tracker, da década de 50


Os aficionados na história universal já ouviram falar na “invencível armada”, mobilizada por Felipe II da Espanha, que enfrentou a esquadra britânica de Sir Francis Drake, para variar um velho lobo do mar que fez e aconteceu com os 130 navios “bem artilhados” de comando do Duque de Medina-Sidônia, facilmente superados pelo maior poder de disparo das ágeis e leves belonaves de Sua Majestade. Senhores, uma força naval séria custa caro. Acontece que precisamos de uma muito mais do que séria para guarnecer litoral que ultrapassa os 7 mil km de extensão, depositário de riquezas incalculáveis, que temos de manter em nossa posse para usufruto das gerações que estão por vir.

Eis que novamente a pasta da defesa é alvo de cortes no orçamento, em volta de R$ 3,3 bilhões, sobrando para manutenção, não só da Marinha, como das demais Forças Armadas, a bagatela de R$ 13 bilhões. Curiosamente a sangria corresponde à metade do preço de custo de um submarino nuclear francês da classe Suffren que, sem prejuízo do negociado com a França com transferência de tecnologia, poderia ser adquirido o mais cedo possível para adestramento das tripulações dos seis submergíveis do tipo, os quais o chefe do Estado-maior da Armada visualiza serem incorporados apenas a partir de 2030.

E agora não é o oficial do Exército leigo no assunto quem fala, mas, sim, um brasileiro interessado como qualquer outro na sua Marinha, que não pertence apenas aos marinheiros, posto que ela é de todos nós. Estou me baseando em fontes fidedignas que se manifestam quanto ao gasto com supérfluos/paliativos em um discutível plano de reaparelhamento da Força. É de se pensar se estaríamos interessados na criação de um memorial aeronaval operacional para visitação pública? Seria possível acreditar que o país ainda procurasse adquirir aeronaves S-2 Tracker desativadas? Isto seria de pasmar na medida em que a marinha dos EUA passou a operar com o avião em meados dos anos de 1950, tendo-os colocado na reserva já na década de 1970. Não seria temerária, para o Brasil do pré-sal, a equipagem de nossos meios aeronavais com esses refugos do “irmão Caim do norte”?

Mas o tributo aos “anos da brilhantina” não para por aí. O caça A4KU, “prima dona” das aeronaves embarcadas, com missão de ataque e proteção da esquadra, é o McDonnel Douglas, algumas poucas unidades, não chegam a 16, compradas em 1997 dos estoques do Kuwait. Estes se encontrariam em modernização pela EMBRAER, onde devem receber nova suíte de aviônicos, incluindo novo radar e dotação com mísseis ar-ar Python 4 e Derby de origem israelense. A pergunta que o vivente quer respondida é se esses modernismos vão capacitar o caça a enfrentar um correspondente de última geração lançado pelos aeródromos dos grandes predadores militares? Afinal de contas queremos ser mártires ou heróis?

Como destinar recursos e otimizá-los da melhor maneira para se obter, com o menor custo, melhor ganho operacional? Por certo, as migalhas que a politicalha descomprometida concede às “Desarmadas Forças”, para o pão de cada dia que se diga, não devem ser empenhadas em equipamentos obsoletos, espécimes que já se constituem em autênticos antológicos dos tempos do onça. Em sendo assim, ao que tudo indica, a ênfase prioritária faz pender novamente para a mais imediata incorporação de submergíveis nucleares à Força Naval.

Mas o cidadão quer saber a razão. Quais as reais vantagens de um submarino nesses moldes que, para nós, não poderia lançar mísseis nucleares, signatários que somos do vil TNP? Ah! Essa belonave é capaz de permanecer por muito mais tempo submersa, tem uma autonomia a perder de vista e pode engajar e desengajar o combate com rapidez inusitada. Todavia, o leigo não quer saber disso. Para nós, marujos de primeira viagem que pagam impostos, queremos saber: qual a capacidade maior que se terá em termos de poder de retaliação ao oponente; se sua construção nos viabiliza o lançamento de mísseis, mesmo que convencionais, na situação de submerso. Em suma, como principais financiadores de uma nação armada, queremos e devemos exigir material que inflija danos ao inimigo e não apenas um tubo que nos permita fugir do combate como o diabo foge da cruz!

Paulo Ricardo da Rocha Paiva é coronel de Infantaria e Estado-Maior.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#4665 Mensagem por Marino » Qui Mar 22, 2012 2:43 pm





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