Brigada de Infantaria Pára-quedista
A tropa de elite do Exército Brasileiro que mantém o Brasil acima de tudo! - por Rafael Sayao
Ao receber a missão de escrever uma grande matéria sobre a Brigada de Infantaria Pára-quedista tive a certeza de que estava diante de uma árdua missão. Não por questões de satisfação e nem pelo tamanho da Brigada, já que nunca escondi meu entusiasmo pela Brigada e meu apreço por matérias em grandes unidades. O desafio que me saltou aos olhos foi o de ter que colocar no papel, o espírito da Brigada. Este espírito que você visualiza nos olhos do militar que fala de sua missão como pára-quedista, que você respira nos caminhos da Colina Longa, que você “sente na pele” ao assistir a um salto na ZL do Arroio dos Afonsos e que mexe no coração ao visitar o Museu Aeroterrestre com suas histórias que encheriam de orgulho qualquer exército do mundo.
Fica fácil de compreender a vibração dos veteranos que muitos que não conhecem a Brigada acham exagerada. Definitivamente não é! Hoje a Brigada é sem dúvida um dos recursos mais profissional, eficiente e letal a disposição do Exército Brasileiro e não há quem não vibre de fazer ou ter feito parte desta unidade.
Diego Nascimento é um jovem de 16 anos que mora no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em um local marcado pela violência e baixa renda de seus habitantes. Este jovem pouco conhece do Exército Brasileiro e das maneiras de se ingressar nas fileiras da Força Terrestre, mas uma coisa ele tem certeza: quer ser pára-quedista!
Mas de onde vem este fascínio que encanta a grande maioria dos jovens que anualmente buscam ingressar na tropa através do alistamento militar? A história desta verdadeira saga escrita por esta tropa de pronto-emprego na história do Exército Brasileiro começou em 1944, quando o Cap. Roberto de Pessôa, concluiu o curso de Pára-quedista em Fort Benning, nos EUA, tornando-se o pai do Paraquedismo militar do Brasil. Nos anos que seguiram, até 1948, 28 oficiais e 18 sargentos do Exército Brasileiro foram brevetados e juntos com o Cap. De Pessoa formaram o grupo de pioneiros que introduziram o paraquedismo militar no Brasil. No ano seguinte, a Escola de Pára-quedista formou mais 180 paraqudistas militares no 1º Curso Básico de Pára-quedista.
A denominação de Brigada de Infantaria Pára-quedista se deu somente em janeiro de 1986, antes disso a brigada foi conhecida como Núcleo da Divisão Aeroterrestre e posteriormente, Brigada Aeroterrestre. Ao longo dos anos a Brigada escreveu com honra seu nome na história do Brasil e mundial. Atuando em missões de paz em Suez, Moçambique, Angola, República Dominicana, Timor Leste e Haiti, ou saltando ao lado de pára-quedistas norte-americanos para combater insurgentes no Canal do Panamá, os homens da Brigada sempre mostraram o valor do combatente Brasileiro. Ao defender os interesses da nação contra dois oficiais revoltosos da FAB que seqüestraram uma aeronave na Revolta de Jacareacanga, ou combatendo os integrantes da Força de Guerrilha do Araguaia na década de 70, a Brigada marcou presença nos principais momentos da história político-social do país.
Subordinada ao Comando Militar do Leste e ao Comando de Operações Terrestres, a Brigada de Infantaria pára-quedista faz parte da Integrante da Força de Ação Rápida Estratégica do Exército Brasileiro. Juntamente com a Brigada de Operações Especiais, o 1º Batalhão de Infantaria de Selva e a 12º Brigada de Infantaria Leve possui a valiosa missão de defender o território nacional em caso de uma invasão territorial. A execução desta missão no mais curto período de tempo disponível é fator preponderante e a Brigada está preparada para isso, se fazendo presente em no máximo 48 horas, permanecendo sem nenhum apoio logístico por até 72 horas. Para manter este elevado nível de operacionalidade da Brigada, o General-de-Brigada Fernando José Lavaquial Sardenberg, comanda diversas unidades e sub unidades paraquedistas subordinadas que são peças extremamente especializadas e fundamentais em cada uma das missões executadas.
Os batalhões de Infantaria da Brigada Paraquedista
A disposição da Brigada encontram-se três batalhões de infantaria páraquedista capazes de conquistar e manter objetivos em uma cabeça de ponte aérea através do assalto aeroterrestre: 25º BI Pqdt, o 26º BI Pqdt e o 27º BI Pqdt.
Os três batalhões tem suas origens na Companhia de Infantaria da Escola de Paraquedistas, criada em 1945. Com a criação do Batalhão de Infantaria Aeroterrestre em 1952, foram aquartelados no 2º Regimento de Infantaria. Em outubro de 1956, como uma forma de homenagear o pai da aviação, o Batalhão de Infantaria Aeroterrestre passa a se chamar Batalhão Santos Dumont ocupando o novo aquartelamento que passaria a ser um dos grandes símbolos da Brigada, o Arroio dos Afonsos. No início de 1961 é criado o Regimento de Infantaria Aeroterrestre que logo em seguida é desmembrado em três batalhões independentes, o 1º, 2º e 3º Batalhões de Infantaria Aeroterrestre, que passaram a se chamar a partir de 1973, o 26º, 27º e 25º Batalhões de Infantaria Pára-quedista.
O 25º BI Pqdt, conhecido como o berço da infantaria pára-quedista, tem suas origens na Constituindo a Força Tarefa Afonsos e capaz de realizar com eficácias missões de Garantia da Leia de Ordem e defesa externa, o “25” nos últimos anos se fez presente com uma companhia e um pelotão na MINUSTAH e tiveram participação efetiva na Operação Arcanjo onde foram ocupados os Complexos do Alemão e da Penha. Ocupando as instalações históricas da Brigada, o Batalhão tem a honra de ter em sua unidade o “Bosque dos Campeões”. O espaço, riquíssimo em simbologia, emociona qualquer visitante e faz memória a cada um dos paraquedistas que fizeram, em missões oficiais, o salto para a eternidade.
O 26º BI Pqdt é composto exclusivamente por militares do núcleo-base. O “Dois Meia” foi a primeira organização militar a se tornar uma unidade de pronto emprego do Exército Brasileiro e como unidade básica da Força Tarefa Santos Dumont, esta pronta para atuar em todo território nacional no prazo máximo de 48 horas. Por conta dos 5º Jogos Mundiais Militares, o Batalhão passou por grandes reformas que proporcionaram a construção de um ginásio de 2800m² com uadras duplas, a revitalização do campo de parada Cel. Menna Barreto e a construção da Pista de Pentatlo Militar que dotaran a unidade de um amplo complexo disportivo.
O 27º BI Pqdt, unidade básica da Força Tarefa Velame, é composto por cinco subunidades, a 1ª. 2ª e 3ª Companhia de Fuzileiros Pára-quedistas, a Companhia de Comando e Apoio Pára-quedista e a Base Administrativa Pára-quedista. Recentemente o Batalhão teve destacada participação em uma das localidades mais críticas de toda a área ocupada durante a Operação Arcanjo, a Vila Cruzeiro.
A “Célula Mater” do Pára-quedismo militar no Brasil
Responsável pelo excelente nível de formação dos militares paraquedistas, o Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil, é uma das mais importantes unidades da Brigada. Buscando a agregar ainda mais valores ao processo ensino-aprendizagem oferecido aos alunos, em 1983 o Centro passou a ser vinculado a Diretoria de Especialização e Extensão.
O Centro de Instrução possui uma eficiente estrutura de ensino dotadas de valiosos resursos tecnológicos. Buscando uma otimização do treinamento, dois equipamentos de última geração foram projetados pela equipe do centro e incorporados a estrutura de ensino: o simulador de lançamento e o simulador de navegação em salto livre. Os modernos equipamentos possibilitam aos alunos dos cursos de Mestre de Salto, Precursores, Salto Livre e Mestre de Salto Livre uma maior intimidade com as práticas e sistemas em um ambiente de segurança totalmente controlada.
Conhecido como “Célula Mater” do Pára-quedismo militar no Brasil, o Centro desenvolve estudos e pesquisas no campo das atividades aeroterrestres como o que resultou na otimização do lançamento através do uso das duas portas da aeronave EADS-CASA C-295; além deste são desenvolvidos estudos sobre o lançamento no Curso de Mestre de Salto utilizando duas Zonas de Lançamento simultâneas em um mesmo circuito e o salvamento do homem preso no salto static line do Treinamento Específico de Salto Livre Operacional.
Tendo formando mais de 75 mil paraquedistas ao longo de sua historia, o Centro é responsável pela formação de militares de várias nações amigas como Estados Unidos, Portugal, França, Venezuela, Egito, Chile, entre outros; que buscam no CIPqdtGPB a formação em um dos diversos cursos oferecidos: Curso Básico Paraquedista, Curso de Mestre de Salto, Curso de Precursores Paraquedista, Curso de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar, Estágio de Salto Livre, Estágio de Mestre de Salto Livre, Estágio de Transporte Aéreo e Estágio de Piloto de Salto Duplo Militar.
Muito mais do uma arma… um estado d’alma
Existirá sempre uma cavalaria! Esta máxima é mantida viva na Brigada de Infantaria Pára-quedista através dos Centauros Alados do 1º Esquadrão de Cavalaria Pára-quedista que tem como missão principal as ações reconhecimento já tradicionais a arma de Cavalaria. Os três pelotões de Calaria Pára-quedista que integram o Esquadrão, possuem elevado poder de fogo fornecido pelas Metralhadoras MAG 7,62 mm e .50, pelos Morteiros 81 mm, pelos canhões Carl Gustav e 40 mm e pelos mísseis de longo alcance.
Instalado na histórica Colina Longa, os cavalarianos da Brigada possuem grande flexibilidade, se adaptando a qualquer situação. Em sua composição possui um Grupo de Comando, dois Grupos de Exploradores, uma Seção de Mísseis Anti-Carro e uma Peça de Apoio cuja mobilidade é propiciada por viaturas leves de ¼ Ton e motocicletas de 300cc.
As motocicletas possuem grande importância dentro do Esquadrão que se destaca por realizar anualmente um Estágio de Motociclista Aeroterretre, habilitando militares a pilotarem motocicletas em situações extremas, em qualquer tipo de terreno, enquadrados em um quadro tático operacional com realização de tiro embarcado, orientação e diversas outras atividades voltados para o combate.
Em plenas condições de cumprir também missões de Defesa Externa, Operações de Garantia da Lei e da Ordem, Missões de Paz da Organização das Nações Unidas e Ações Subsidiárias, os militares do Esquadrão carregam em seus velames a responsabilidade de representarem uma das mais tradicionais armas do Exército na Brigada. E o fazem! Do Cavalo ao avião, os Centauros Alados estão prontos para cumprir qualquer missão!
Precedendo, guiando e liderando
Em uma noite da de 1943, na Ilha da Sícilia, homens da 82º Divisão Aeroterrestre do Exército americano comandados pelo lendário Coronel James M. Gavin, aguardavam em suas aeronaves o momento exato em que seria lançados exatamente sobre suas zonas de lançamento. Contudo, o breu da noite somado a inexperiência dos tripulantes das aeronaves e ventos fortes de mais de 20 kt, fizeram com que a tropa fosse lançada totalmente fora da zona e se espalhasse de forma que a missão fosse colocada em risco. Felizmente a ilha foi conquistada e mais uma derrota foi imposta aos nazistas, porém esta experiência gerou um aprendizado: era preciso ter alguém já no solo, precedendo, guiando e liderando as formações da tropa pára-quedista. A missão de formar estas novas equipes coube ao Cap. John Norton, da 82º Divisão Aeroterrestre. A primeira missão destes Pathfinders seria a operação de invasão da Itália e as ações dos “descobridores de caminho” foram fundamentais para o sucesso absoluto da missão.
Em uma manha de 2011, no Campo dos Afonsos, após a primeira passagem de uma aeronave C-130 da Força Aérea Brasileira, um grupo de três paraquedistas é lançado. Aterrando rapidamente, os militares realizam cálculos precisos e iniciam contato via rádio com a aeronave da FAB. A partir daí, centenas de paraquedistas são lançados precisamente sobre a zona de lançamento. Mais uma vez, 68 anos depois, o trabalho dos “descobridores de caminho” mostrava seu valor, desta vez, realizado pelos homens da Companhia de Precursores Pára-quedista.
Com a missão de operar zonas de desembarque aéreo de tropas ou zonas de lançamento de pára-quedistas, conduzir fogos de aeronaves de caça em ataque ao solo e atuar em ações de inteligência de combate. A Cia Prec conta com militares altamente treinados que integram equipes operacionais com vocação própria, de forma a facilitar o emprego nos diversos ambientes possibilitando os mais diversos tipos de infiltração e graantindo a capacidade de Operação de Zonas de Lançamento, Operação de Zonas de Pouso de Helicópteros, Operações de Zona de Pouso de Aviões ou atuar como Guia Aéreo Avançado ou monitorar Regiões de Interesse para a Inteligência (RIPI).
O 1º Destacamento de Precursores Pára-quedistas, é composto por duas equipes: Alfa e Bravo. A Alfa é especilizada em infiltrações HALO. A técnica de High Altitude-Low Opening , possibilita o militar a realizar o salto em grandes altitudes, realizando a abertura do pára-quedas bem perto do solo, possibilitando baixa visibilidade ao militar Já a Bravo é especializada em SLOP (Salto Livre Operacional). O 2º Destacamento de Precursores Pára-quedistas, também é composto por duas equipes: Charlie e Delta. A equipe Charlie é exaustivamente treinada para missões nos ambientes operacionais de selva e do pantanal. Já a Delta é especialmente preparada para realizar Infiltrações aquáticas por superfície, infiltrações subaquáticas, operações de resgate de material submerso e operações de buscas em geral. Duas equipes também são a composição do 3º Destacamento de Precursores Pára-quedistas: Eco e Foxtrot. Integrada por militares possuidores dos Cursos Básico e Avançado de Montanhismo e de Adaptação e Operações na Caatinga, a Eco é especializada em realizar operações nos ambientes de Montanha e Caatinga. A fim de manter a capacidade operacional da equipe, os militares da Eco são adestramentos também no 72º Batalhão de Infantaria Motorizado (Petrolina),10º Batalhão de Infantaria (Juíz de Fora) e no tradicional 11º Batalhão de Infantaria de Montanha (São João Del Rei).
Já a versátil Foxtrot, é responsável pelo estabelecimento e coordenação do tráfego aéreo nas imediações de uma Zona de Pouso de Aviões assessorando o Comando da Brigada de Infantaria Pára-quedista. Realizando missões de reconhecimento proporciona a segurança inicial de zonas de lançamento e zonas de pouso de aviões e helicópteros. Além disso, possui papel preponderante, tanto no desembarque do escalão de assalto aerotransportado como no prosseguimento das operações, propiciando o aerotransporte eficaz do escalão de acompanhamento, bem como a evacuação de feridos e o recompletamento de material e pessoal. Além de realizar a ligação entre Força Aérea Brasileira e a Brigada de Infantaria Pára-quedista, a Foxtrot é responsável pelos levantamentos meteorológicos tão fundamentais na operação aeroterrestre e por ações de GLO.
Recentemente a Cia Prec foi de fundamental importância para as ações de retomada dos conjuntos de favelas da Penha e do Alemão. Integrada por militares de altíssimo nível operacional, a Companhia de Precusores desenvolve um trabalho vital para a Brigada de Infantaria Pára-quedista ao preceder, guiar e liderar com todo o profissionalismo exigido e esperado dos “descobridores de caminho”.
Os olhos da brigada nos céus
Responsável por realizar a defesa antiaérea na zona de ação da Brigada, a 21ª Bateria de Artilharia Antiaérea Pára-quedista, é a mais nova organização militar da Brigada.
Para garantir eficiência e dinamismo na vigilância contra vetores aeroespaciais hostis de forma a impedir ou dificultar seu ataque, a Bateria conta quatro subsistemas integrados: Sistema de Armas, Sistema de Controle e Alerta, Sistema de Comunicações e Sistema de Logística.
Em seu sistema de Controle e Alerta, a 21ª Bia AAAe Pqdt conta com os tradicionais alertas oferecidos pelo SISDABRA. Até o final de 2011, a Bateria passará a contar também com o moderno radar SABER M60. Com capacidade de detecção a baixa altura, o radar possui tecnologia 100% e é montado em menos 15 minutos. O acompanhamento de até 40 alvos simultâneos que estejam em uma altitude de até 5 mil metros e em um raio de até 60 quilômetros tornam o radar o equipamento ideal para prover as unidades de tiro os dados necessários para o bom cumprimento da missão.
O armamento de dotação da Bateria é o míssil portátil IGLA 9k-38, de origem russa, capaz de engajar aeronaves supersônicas voando em altitudes de até 3550 metros, por meio de um preciso sistema de direcionamento que utiliza a atração passiva do calor. Devido ao seu manuseio simples e peso reduzido, garante grande flexibilidade em combate, além de uma mobilidade compatível com a manobra da Brigada Infantaria Pára-quedista.
A dedicação e profissionalismo dos gorros amarelo
Quando um pára-quedista realiza seu salto e o seu velame se abre perfeitamente e em plenas condições operacionais, inevitavelmente ele se recorda da eficiência constante dos “gorro amarelo”, os militares do Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimentos pelo Ar, o DOMPSA, que tem por missão apoiar a Brigada de Infantaria Pára-quedista no que diz respeito à dobragem de todos os tipos de pára-quedas; manutenção do material aeroterrestre; e preparação, transporte, embarque em aeronave e lançamento aéreo de cargas.
Integrado por militares do serviço de Intendência, o Batalhão impressiona pela sua organização e elevadíssimo nível de profissionalismo de seus componentes, que levaram a unidade a receber, em 2008 a certificação de que o sistema de gerenciamento foi avaliado e encontrava-se em conformidade com a Norma ISO 9001:2000. Manter este elevado nível é possível graças ao valioso trabalho de todo o Batalhão, porém quatro seções são de suma importância: o Centro de Estudos, Projetos e Testes Aeroterrestres (CEPTA); a Companhia de Dobragem de Pára-quedas; a Companhia de Preparação e Lançamento de Cargas; e a companhia de Suprimento e Manutenção do Material Aeroterrestre.
O CEPTA é órgão consultivo, responsável pelos estudos, projetos e testes no campo da atividade aeroterrestre, fazendo homologar novos procedimentos técnicos, bem como suas modificações, junto ao comando da Brigada. A Companhia de Dobragem de Pára-quedas tem a finalidade de realizar a dobragem de todos os tipos de paraquedas utilizados pela Brigada. Para cumprir esta missão, a subunidade se subdivide em dois pelotões especializados: Pelotão de Dobragem de Pára-quedas Semiautomáticos e Pelotão de Dobragem de Pára-quedas Especiais. Já a Companhia de Preparação e Lançamento de Cargas prepara e paletiza as cargas médias e pesadas para fins de adestramento e suprimento pelo ar em apoio as missões da Brigada. A Companhia de Suprimento e Manutenção do Material Aeroterrestre é responsável pelas manutenções do material aeroterrestre de modo a manter, restabelecer e, quando possível, aumentar o potencial de utilização dos mesmos. Para cumprir com maior eficiência suas missões, a Companhia é dividida em seções: Seção de Recebimento/Expedição e controle, Seção de inspeção inicial/Final, Seção de trabalho em máquina de e Seção de Recebimento/Expedição e Controle.
O Batalhão DOMPSA teve origem na Companhia de Manutenção de Paraquedas criada em 1952 e desde então busca a excelência no cumprimento de suas missões através de uma pesada formação imposta através do curso DOMPSA. Durante 24 semanas, o curso habilita oficiais, subtenentes e sargentos a planejar e executar o recebimento, inspeção, dobragem, armazenamento, manutenção e distribuição de pára-quedas; comandar as ações de preparação de carga para lançamento aéreo; comandar as atividades de um posto de coleta e salvados para o recebimento do material aeroterrestre no interior da cabeça de ponte aérea; e executar atividades complementares para o lançamento de suprimentos de uma aeronave militar em vôo; prestar apoio prestar apoio técnico a todas as organizações militares integrantes da Bda Inf Pqdt; realizar testes, pesquisas e estudos no material aeroterrestre.
A poderosa artilharia que vem dos céus
Por excelência é comum classificar a Artilharia como um instrumento de força que origina efeitos morais e materiais que vão da neutralização à destruição do inimigo. Os combates modernos, nos mostram cada vez mais, a preponderância dos fogos de saturação antecedendo qualquer ação de ataque, seja ela terrestre ou naval. Na Brigada, esta missão cabe ao 8º Grupo de Artilharia Pára-quedista, oriunda da Bateria de Artilharia criada em 1946 no o Núcleo de Formação e Treinamento de Pára-quedistas. Já diz a canção da Artilharia que o mais alto valor de uma nação, vibra na alma do soldado e ruge na alma do canhão. Com os artilheiros alados do 8º GAC e seus 105mm Otto Melara não é diferente.
Uma das peças mais características da Artilharia aerotransportada, chegou a Brigada no ano de 1977. Neste ano, o 8º GAC recebeu em seu inventário o obuseiro “Oto Melara” C/14 M 56 R, uma peça notável, capaz de ser demontado e transportado até mesmo em lombo de mula. Com cadencia sustentada de 3 TPM, alcance máximo de 10.200m e peso de 1.480kg, o 105mm de origem italiana proporciona a Brigada maior flexibilidade de emprego, podendo ser auto-rebocado, helitransportado e lançado de pára-quedas.
Observando a modernização do emprego de artilharia nas missões da Brigada, o 8º GAC participa ativamente do desenvolvimento do Sistema Gênesis, em agosto de 1999, o 8º GAC foi contemplado com um módulo completo do Gênesis, onde a unidade pôde realizar vários testes com os equipamentos, visando a fornecer valiosos subsídios aos engenheiros da Fábrica de Material de Comunicação e Eletrônica, contribuindo para a conclusão final do Sistema Gênesis.
Apoiando a vanguarda e cumprindo a missão
Criado em 1972, o 20º Batalhão Logístico Pára-quedista tem como missões principais prestar apoio de manutenção de 3º Escalão de Material Bélico zmotomecanização e armamento), de Comunicações e Eletrônica, de Saúde, Transporte e Evacuação; realizar visitas e inspeções técnicas; prestar apoio às OM da Bda Inf Pqdt; e realizar o ressuprimento aéreo de qualquer classe, em operações ou exercícios de cargas até 500 lb.
Focado no apoio logístico em operações aeroterrestres, o 20º B Log Pqdt possui características especiais em sua estrutura organizacional e de pessoal, sendo três fundamentais para o bom cumprimento da missão. A Companhia Logística de Manutenção Pára-quedista é a que possui estrutura organizacional mais complexa, com pessoal especializado em garantir a manutenção de 2º escalão das diversas classes de materiais para as unidades orgânicas da Brigada. Já a Companhia Logística de Suprimento Pára-quedista é responsável pelo suprimento de produtos acabados de todas as classes para as organizações militares da Brigada. Possui três pelotões operacionais: o Pelotão de Suprimento da Classe I e Água, que pode lançar ração e água para a tropa; e o Pelotão de Suprimento das Classes III, V e outras classes, que realiza o apoio de óleo e combustível em toda a Brigada, podendo lançá-los de preciso; além do Pelotão de Transporte. A Companhia Logística de Saúde Pára-quedista tem como principais missões prestar assistência odontológica e instalar postos de triagem; realizar assistência médica de urgência e a evacuação de feridos na zona de lançamento; apoiar com equipes médicas e de atendimento pré-hospitalar, ambulâncias e postos de socorro as diversas atividades operacionais e de instrução da Brigada.
Na paz e na guerra sempre servindo
Oriunda do Pelotão de Transmissões criado em 1945, a 20ª Companhia de Comunicações Páraquedista tem por missão principal instalar, explorar e manter as comunicações do PC da Brigada. Além das funções relacionadas as comunicações, a 20ª Cia Com Pqdt possui capacidade para atuar em ações de GLO e eventualmente em operações de Manutenção da Paz. O escritor e futurista norte-americano Alvim Toffler, em sua obra “Guerra e Anti-Guerra” diz que as pessoas que mais pensam nos conflitos armados do futuro sabem que uma parte do mais importante combate do amanhã terá seu lugar no campo de batalha dos meios de comunicação. Se as previsões de Toffler estiverem corretas, a 20ª Companhia de Comunicações Páraquedista estará pronta para cumprir sua missão com eficiência e profissionalismo.
Saltando, lutando e disciplinando
Criado em 1996, o 36º Pelotão de Polícia do Exército Pára-quedista, possui efetivo de 43 homens distribuídos em cinco grupos: Comando, Chefia de Polícia, Escolta e Guarda, Segurança e Transito.
Dotados de elevado espírito de corpo, os militares da Policía do Exército Pára-quedista, criaram uma doutrina aeroterrestre onde participa nas operações de Cabeça de Ponte Aérea realizando a segurança pessoal do Comandante da Brigada de Infantaria Pára-quedista e de seu Estado-Maior no Posto de Comando da Brigada e durante seus deslocamentos; controle de estradas que levam ao Posto de Comando da Brigada e confecção do plano de circulação de viaturas; controle e escolta prisioneiros de guerra; segurança de pontos sensíveis; policiamento de localidades no interior da Cabeça de Ponte Aérea; canalização de refugiados de guerra; Posto de Bloqueio e Controle de Estradas; e balizamento e segurança das marchas de esfiltração da Brigada.
A fim de cumprir esta variada gama de missões com eficiência a unidade investe de forma permanente na especialização de sua tropa. Atualmente o 36º Pel PE Pqdt, possui militares cursados em Investigação Criminal, Perito Criminal, Batedor e Operações Especiais na Policia Rodoviária Federal. Esta completa formação policial aliada ao elevado nível de preparação do infante pára-quedista garantem a plena capacidade do Pelotão em saltar, lutar e disciplinar sempre!
Companhia de Comando da Brigada de Infantaria Pára-quedista
Criada em 1945, a Cia Cmdo Bda Inf, é uma subunidade de Infantaria que tem a missão principal de apoiar em pessoal e material o Comando da Brigada de Infantaria Pára-quedista. Para cumprir sua missão, a subunidade é organizada nas seguintes frações: Pelotão de Comando, que é constituído do pessoal que opera o Posto de Comando da Bda Inf Pqdt; Pelotão de Segurança, que é responsável pela segurança aproximada do Posto de Comando da Bda Inf Pqdt; Pelotão de Manutenção, que tem por missão realizar o deslocamento do Posto de Comando Recuado (PCR), bem como a manutenção de todas as viaturas da SU.
1ª Companhia de Engenharia de Combate Pára-quedista
A missão é construir; às vezes destruir, mas sempre edificar. É com este objetivo que atua a 1ª Cia E Cmb Pqdt, criada em 1951. Apoiando às atividades de combate dentro do sistema MCP (Mobilidade, Contramobilidade e Proteção) a engenharia é também encarregada de aumentar o poder defensivo por meio de construção ou melhoramento de estruturas de defesa. No âmbito da Brigada, as missões da 1ª Cia E Cmb Pqdt diferenciam-se um pouco de outras unidades de Engenharia, no que diz respeito ao material utilizado, já que em função das características de emprego, é mais leve a fim de que possa ser lançado de uma aeronave militar em vôo. Conscientes da importância das atribuições que lhes são impostas, a 1ª Companhia de Engenharia de Combate Pára-quedista enviou ao Haiti seus militares para contribuírem na missão realizada naquele país.
Destacamento de Saúde Pára-quedista
Oriundo do Grupamento de Saúde Aeroterrestre, criado em 1969, o Destacamento de Saúde Pára-quedista é uma Unidade de Saúde, diretamente subordinada ao Comando da Brigada de Infantaria Pára-quedista, cuja a missão é prestar atendimento de saúde à família pára-quedista e às atividades aeroterrestre propriamente ditas. Instalado na tradicional “Colina Longa” o Destacamento oferece aos militares da Brigada seções de Fisioterapia, Laboratório de Análises Clínicas, Seção de Perícias Médicas, Posto Médico e Ambulatório, Odontoclínica e Radiologia.
No ano de 1977, uma nova vertente do Serviço de Saúde surge no Exército graças a um grupo de oficiais e praças do Destacamento de Saúde Pára-quedista: a Assistência Pré-Hospitalar/Resgate. Através da realização do curso de ATLS (Advanced Trauma Life Support), o apoio de saúde a missões específicas do militar aeroterrestre foi otimizado e adequado garantindo com eficiência a segurança que vem dos céus.
Banda de Música da Pára-quedista
O estudo das tropas pára-quedistas ao redor dos mundos nos diz que em Portugal também existe uma banda de música integrada a uma tropa pára-quedista. Contudo, pelo fato dos músicos portugueses não serem pára-quedistas, a Banda de Música da Brigada de Infantaria Pára-quedista carrega o título de ser a única no mundo composta exclusivamente por militares pára-quedistas.
Criada em 1959 pelo Sargento Oscar Marcelino de Oliveira, primeiro músico a se tornar pára-quedista, a Banda é uma das mais eficientes ferramentas de comunicação social à disposição do Comando da Brigada. Composta por músicos profissionais de elevado nível, a banda evolui com a mesma desenvoltura tocando hinos marciais e clássicos da MPB.
Seção de Salto Livre
Uma das mais valiosas ferramentas de divulgação da Força Terrestre, a Equipe de Salto Livre do Exército, criada em 1970, é composta por 21 militares das mais diversas organizações militares da Brigada de Infantaria Paraquedista.
Grandes responsáveis pelo bom resultado do Brasil no Pára-quedismo durante os 5º Jogos Mundiais Militares, os militares da Seção de Salto Livre, realizam treinamentos e intercâmbios durante todo o ano. Recentemente a equipe esteve na cidade de Gap, na França, onde realizou intercâmbio com a Equipe Militar Francesa de Pára-quedismo.
Ultrapassando a marca de 200.000 saltos, a equipe brasileira coleciona recordes sendo considerada a Equipe que mais possui títulos brasileiros e latino-americanos nas modalidades de precisão de aterragem e estilo. A hegemonia da equipe dentro das Forças Armadas brasileiras é iquestionável: a equipe participou de 24 Campeonatos das Forças Armadas, conquistando 22 (vinte e dois) títulos de Campeã e 02 (dois) de Vice Campeã.
Para estar neste seleto grupo os militares precisam realizar, inicialmente, o Curso Básico Pára-quedista e o Estágio Básico de Salto Livre, no Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil. Os militares que se destacam no curso são selecionados para compor a equipe.
http://www.radefesa.com.br/wordpress/?p=1781