reforma tributaria

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vc acha que o atual governo esta levando o Brasil para o socialismo atraves da implantação de praticas marxistas nos dicversos setores do governo

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miliko
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reforma tributaria

#1 Mensagem por miliko » Sáb Out 25, 2003 12:50 pm

O marxismo está aqui

"Estamos a caminho de um Estado socialista..." Ives Gandra da Silva Martins (JT, 27/8) (**)

Mentir, mentir e mentir - foi a regra fundamental de Goebbels, o famoso e ignóbil ministro de Hitler que fez da propaganda um instrumento de lavagem e condicionamento mental coletivo. Instrumento capacitado para ocultar a realidade e deixar na ignorância todo um povo, precisamente um dos mais cultos e avançados da Europa, os alemães. A propaganda evoluiu para o marketing, algo ainda mais sofisticado, capaz de convencer não só uma pessoa, mas todo um partido, que pode mudar de idéias e procedimentos de um dia para o outro. E precisamente quando atinge o que queria: o poder.

Não se confunda nem me confunda o leitor. Não confundo Duda Mendonça com Goebbels nem acho que ele tenha pretendido confundir o povo brasileiro.Mas é um fato que, independentemente das intenções, a maioria dos homens não tem o poder de saber o que faz nem de prever as conseqüências de seus atos. A conversão de Lula de candidato do PT marxista em presidente democraticamente palatável para o eleitorado brasileiro foi um feito de marketing político monumental, que não se assistia desde as vitórias de Goebbels. Aqui, como lá, isto se deveu não tanto e tão-só aos prodígios da mercadologia política, mas ao fato de ela ter sabido aproveitar o que os marxistas chamam de "condições objetivas".

Objetivamente, sem pretender enunciar um juízo sobre o governo de FHC, as "condições objetivas" reinantes após seu segundo mandato desagradavam a todo o povo brasileiro, pois, sejam quais forem os motivos, a estagnação é psicologicamente e realistamente inaceitável para um povo jovem e uma nacão pujante como somos. É como impedir uma criança e um jovem de crescerem.

Deu-se neste caso o fato de que trabalhando sobre essa realidade a propaganda conseguiu casar as aspirações generalizadas com as disposições messiânicas e as qualidades carismáticas do candidato, que o predispunham a se identificar com os anseios do eleitorado e lhe prometer exatamente aquilo que ele queria ouvir. A eficiência da receita profissional ficou atestada pelo fato de que não só "o povão", mas inclusive as elites, se identificaram com a mensagem e acreditaram no candidato. Parte da oposição conservadora votou nele, o mesmo sucedendo com indivíduos os mais cultos e esclarecidos, que esqueceram o comportamento e o perigo dos socialistas de formação marxista. Aqui, como sucede freqüentemente, fatores emocionais prevaleceram sobre o raciocínio lógico. E "o milagre marquetológico" se realizou.

Não só se realizou, como se perpetua. Pois, a despeito de o presidente empossado ter designado para diferentes escalões do seu governo marxistas radicais notórios, as pesquisas continuaram a distinguir sua pessoa de seu governo. E o próprio presidente aparentemente continua crendo que é capaz de converter ao seu pragmatismo político indivíduos adultos cuja mentalidade foi formatada pela ideologia marxi-comunista.
Após a queda do Muro de Berlim houve uma espécie de desarmamento intelectual em todo o mundo ficou contra o perigo comunista e o marxismo. Seria como malhar um cadáver. Foi decretado o fim das ideologias.

Entretanto, o Muro de Berlim caiu, mas não por cima deles, os marxistas não foram soterrados sob seus escombros. Continuaram vivos, com suas cabeças, suas idéias, seus métodos e seu comportamento: o "centralismo democrático", o "duplipensar" e a "língua de pau" para mistificar a realidade e confundir o entendimento, a camuflagem de objetivos sob a coberta da "justiça social". Muitos deles, notórios e confessos, passaram a integrar o atual governo, e vez por outra, seja por inadvertência e atos falhos, seja por retaliação e acinte, continuam a reiterar sua disposição de liquidar com "o capitalismo" e a "ordem burguesa".

Os exemplos são abundantes e nítidos. João Paulo confessou que o que pretendiam era alcançar o poder; Frei Beto pontuou que chegaram ao governo, mas ainda não ao poder. Outros gurus afirmam que até a liberdade de pensamento pode ser restringida em benefício da "justiça social". Assim, não é preciso focar os extremismos dos "movimentos sociais" subversivos para se dar conta de que o revolucionarismo marxista continua vivo no País. Ele está dentro do e é visível no próprio governo. O mais ousado de seus solertes movimentos acha-se embutido no projeto de reforma tributária, cujo despercebido Imposto sobre Grandes Fortunas, se aprovado, resultará na completa estatização e destruição da propriedade privada, como foi explicado por Ives Gandra da Silva Martins (JT, 27/8) e Renato Ferrari, no Diário do Comércio (19/20/8). Para eles, isso é marxismo inequívoco. Mas, por acaso, o leitor se deu conta disso? E Lula?
XXX

** Para quem não leu

Uma reforma socialista
Ives Gandra da Silva Martins (JT, 27/8)

O substitutivo do relator para a reforma tributária (PEC 41/03) implica potencial aumento de carga tributária e importante viés marxista na transferência para o Estado de recursos legitimamente detidos pelos cidadãos.

Mais do que o texto, de qualidade duvidosa - todos os tributaristas e constitucionalistas com quem tenho discutido consideram-no, em muitos pontos, inconstitucional e desfigurador do sistema brasileiro -, é preocupante o relatório em que S. Exa. o deputado Virgílio Guimarães defende a potencial progressividade no ITBI e na tributação sobre grandes fortunas, tornando-a obrigatória na incidência sobre heranças e doações. Sugere, pois, a retirada de recursos do setor privado para manter as intocáveis máquinas esclerosadas da administração pública das três esferas do Estado.
O ministro Palocci - segundo noticiou a imprensa - chegou a falar em alíquota, no imposto sobre heranças e doações, de 35% a 50% (teto). E disse - segundo a imprensa - que, nos Estados Unidos, uma fortuna leva em torno de 10 gerações para se diluir na sociedade, enquanto no Brasil estaria em torno de 30 gerações!
Se as projeções econômicas dos que idealizaram a reforma tributária estiverem no mesmo nível das projeções sucessórias do ministro Palocci, estaremos perante um imponderável absoluto. Admitindo-se que cada geração corresponda a 25 anos, 10 gerações seriam nos Estados Unidos 250 anos, o que vale dizer que desde a independência (1776) as fortunas da época não teriam ainda sido diluídas pela sociedade. Em compensação, as 30 gerações, no Brasil, corresponderiam a 750 anos, o que vale dizer, as "fortunas brasileiras" - de 250 anos antes de sua descoberta - ainda não estariam diluídas na sociedade!
Tal tipo de matemática, vindo do condutor da política econômica, assusta, como assusta a alíquota a que faz menção, para imposto sobre heranças e doações, de 35% a 50%.
Qualquer grande empresário nacional que venha a falecer, seus herdeiros terão de vender de um terço a um meio da empresa para poder pagar o tributo, de forma que o Brasil estaria, a cada sucessão, estatizando as empresas privadas ou as desnacionalizando, obrigando a sua alienação para que os herdeiros possam pagar o referido tributo.
Por outro lado, a sociedade que paga tributos não foi chamada a manifestar-se. Apenas os governadores, que desejam mais receitas, os prefeitos, que desejam mais receitas, os administradores federais, que desejam mais receitas, ou seja, apenas quem deseja o aumento de carga tributária é ouvido e jamais aqueles que a suportam e que são capazes de gerar empregos e mercado, sempre que o governo não atrapalhe.
No próprio ICMS, a gradual transferência do regime de origem para o de destino, para que no futuro os Estados venham a cobrar apenas 4% na origem, representará aumento de receita para os Estados "importadores líquidos" e perda de receita para os Estados "exportadores líquidos", que terão de ser compensados ou pela União ou por aumento da carga sobre seus cidadãos. E, se a União tiver que repassar o que não tem, a União também terá de aumentar a carga, para manter a sua receita atual e o adicional para o repasse.
Como o governo confia na falta de articulação da sociedade para opor-se a esse objetivo - que não corresponde ao programa apresentado pelo candidato que elegeu - e tem indiscutível preconceito contra aqueles que têm recursos, a ponto de pretender aumentar a carga de 5 impostos (IR, IGF, ITBI, ITR, ITHD), não há dúvida de que estamos a caminho de um Estado socialista, em que toda a riqueza pertencerá ao poder público, tolerando-se que o segmento privado fique, provisoriamente, com alguma coisa. Apenas os investimentos estrangeiros serão respeitados, visto que sobre eles não incidirá imposto sobre heranças, doações e grandes fortunas.
Os deputados que entendem de direito tributário estão desanimados, principalmente porque só há uma forma de a reforma passar: não ser examinada em profundidade. Por essa razão é que o "rolo compressor" do Palácio do Planalto passa a funcionar, na esperança de que a impossibilidade de estudo gere dividendos socialistas para uma reforma que fragilizará os meios de produção, através do enfraquecimento dos empreendedores privados. Dias piores estão à vista.




miliko
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#2 Mensagem por miliko » Sáb Out 25, 2003 12:51 pm

Percival Puggina

Muitas vezes me perguntam porque, em tantos anos ao longo dos quais tive publicados centenas e centenas de artigos, eu jamais escrevi um único texto sobre as injustiças sociais, os meninos de rua, os pobres do mundo, os sem teto, os sem emprego, os sem alimento. "Essas realidades não lhe dizem nada? Por que o senhor só fica falando da esquerda e dos que se preocupam com os miseráveis?", indagam-me, certos de que eu sangrarei sob o peso da minha própria perversidade assim lançada sobre o rosto.

De fato, eu poderia escrever, com tais conteúdos, um artigo que muito agradaria a esses leitores, mas nunca o farei. E a razão é simples: já ouvi muito discurso demagógico, muita gente chegar ao poder mediante os falatórios que me propõem, muitos povos submetidos a tiranos que se impuseram em nome dessa redenção social sem que se produza um caso de sucesso, para que tal discurso, quantos o façam, e as práticas que dele decorrem me mereçam qualquer respeito.

Prefiro outro caminho. É o caminho da defesa da implantação de um sistema econômico que produza riqueza e não miséria; de políticas públicas que liberem as iniciativas privadas e reduzam o peso do estado sobre a sociedade; de um sistema educacional que cultive os valores do trabalho, que desmascare a inutilidade da luta de classes; que afirme a autonomia humana, o correto uso da liberdade, a dignidade da pessoa, a solidariedade, a justiça, a ordem, o amor à pátria, o respeito à lei, a honestidade, as virtudes morais, enfim. É o caminho da religiosidade sadia, do amor a Deus, da fé, da prioridade do espírito sobre a matéria, da ética sobre a técnica e da pessoa humana sobre o Estado. É o caminho que impõe responsabilidades ao uso da liberdade de imprensa, inibindo a perversão dos costumes e a destruição dos valores. É o caminho que exalta a virtude e denuncia o vício. É o que busca instrumentos políticos capazes de construir uma boa democracia, na forma e nos princípios que a inspiram, porque presentes no conjunto do tecido social.

Sei que assim se enfrentam bem os problemas causadores do baixo crescimento econômico, a miséria, a desagregação familiar e social, o vício, o desrespeito à lei, a violência e a criminalidade. Aí estão os adversários que enfrento, caros e sensíveis leitores, eventualmente ansiosos por um artigo talvez tão agradável de ler quanto batido e inútil.

* Arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública




miliko
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#3 Mensagem por miliko » Sáb Out 25, 2003 12:56 pm

NA PARTE DE CIMA



MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

Se atualmente é difícil estabelecer uma divisão ideológica nítida entre direita e esquerda, um petista entusiasmado com a ascensão de seu partido não teve dificuldade em definir para mim o que acontece com quem chega ao poder: "não há esquerda nem direita, mas a parte de cima e nós estamos lá".
Outro militante, versado em lides sindicais, repetiu enquanto conversávamos a declaração do deputado do PT e presidente da Câmara, João Paulo Cunha: "Hoje fazemos tudo aquilo a que nos opúnhamos porque nossa oposição era feita apenas para podermos chegar lá". Isso obviamente demonstra que Maquiavel e não Marx é que tinha razão, pois está provado que "os fins justificam os meios".
Portanto, se existem alguns inconformados que se sentem traídos pela reviravolta do PT, um raro Gabeira que deixou o partido por conta de ter sonhado um "sonho errado", autênticos como a senadora Heloísa Helena ou o deputado Babá e grupos de interesse que já se sentem de algum modo incomodados, a maioria da militância e o grosso da sociedade seguem sem o mínimo medo de serem infelizes.
Os militantes de modo geral estão maravilhados porque a oportunidade de mais e melhores empregos é a maior que já tiveram. A sociedade segue anestesiada pelo marketing e pelo culto da personalidade.
Quanto aos especuladores e banqueiros, estão no paraíso e boas novas em termos da queda do risco Brasil, subida da bolsa, estabilidade do dólar propiciam a euforia que é divulgada e realimentada sobretudo através da TV. Nada de más notícias, é preciso fazer crer que vivemos no melhor dos mundos. Aspectos considerados insignificantes não merecem destaque. Passa-se por alto na queda da produção industrial e das vendas do comércio; o drama do desemprego é subestimado; a falácia dos programas sociais, retumbantemente anunciados mas não executados, não é levada em conta; a violência urbana e a baderna que o MST vem promovendo cada vez mais, são fenômenos encarados com naturalidade e conformismo. Além disso, há um discurso para uso interno com ataques aos Estados Unidos, o que mantém a chama nacionalista vinculada ao antiamericanismo exacerbado, mas certamente o Brasil renovará o acordo com o FMI e acertará o passo com a Alca em que pese qualquer consenso ao som do tango e do samba. Palavras, palavras e nada mais.
No mais, o PT cresce 30% em quatro meses. Efeito do Programa Fome Zero cooptando nos grotões, das promessas de rádios comunitárias, da busca do voto da pobreza apesar dos pobres ainda não terem três refeições diárias. Segue a vida e o PT é cada vez menos ideológico e mais " partido agarra-tudo". Nas alturas em que se encontra descarateriza-se velozmente, absorvendo tradicionais figuras políticas antes criticadas, desenvolvendo práticas que num passado recente foram duramente bombardeadas. E todos dizem: "é assim mesmo quando se está em cima".
Sem oposição no Congresso Nacional, com exceção de poucos parlamentares, o PT só tem para incomodá-lo seus próprios integrantes. Isso é irrelevante, pois na esteira das performances crescentemente populistas do presidente, seguem as massas dóceis ao manejo, sequiosas em crer, ansiosas pelo salvador que lhes mostre o caminho. Desse modo da ilusão faz-se a verdade, da incompetência o sucesso, da tragédia a comédia.
Na eleição do ano que vem para prefeitos e vereadores, a máquina estatal será acionada como nunca em busca do triunfo total em todos os rincões do País. Será o grande teste cujo resultado indicará se o PT ficará na parte de cima, como uma espécie eternizada de PRI. Afinal, quem chega lá não quer mais sair. De fato, cada povo tem o governo que merece.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.




miliko
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#4 Mensagem por miliko » Sáb Out 25, 2003 1:00 pm

Viva o Che!

DENIS LERRER ROSENFIELD Estadão, 21 Out


No dia 8 de outubro foi comemorada, pelos que têm com ele afinidades revolucionárias, a morte de Che Guevara, ocorrida na Bolívia em 1967.
Como não podia deixar de ser, tivemos manifestações de frei Betto, assessor da Presidência da República, por meio de carta publicada em12 de outubro do corrente em Rebelión, e do Movimento dos Sem-Terra (MST) e organizações congêneres em todo o Brasil. Em uma delas, por exemplo, loas foram entoadas ao líder revolucionário.

"Tu espíritu trasciende las fronteras de Argentina, Cuba y Bolivia y, llama ardiente, aún hoy inflama el corazón de muchos", escreve o assessor presidencial com incontida emoção. Emoção essa que ultrapassa a esfera propriamente privada, na qual poderia ter o seu lugar adequado de expressão, e transborda para a esfera pública, na qual termina por se materializar na viagem presidencial a Cuba, com seu silêncio constrangedor sobre fuzilamentos, prisões arbitrárias e atentados sistemáticos aos direitos humanos. Irradiando do próprio Palácio do Planalto, esse tipo de manifestação contrasta com outras medidas tomadas nesse mesmo símbolo de poder, essas, sim, de respeito aos princípios da democracia representativa e à economia de mercado. Eles configuram, porém, numa espécie de dégradé, uma forma de opção política que não abandona alguns que chegaram ao poder na última eleição presidencial e se espraia em ações de tipo revolucionário como as lideradas pelo MST e pela Via Campesina.

O micro muitas vezes exprime o macrocosmo. Um fato aparentemente isolado pode não mostrar a complexidade a ele subjacente. O MST invade a prefeitura de Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal (RN), expulsa os seus funcionários e toca fogo numa construção histórica erguida em 1889. Os danos só não foram maiores graças à rápida
intervenção da Polícia Militar. Fatos como esse, em sua arbitrariedade, se multiplicam pelo País afora, em ações nacionalmente articuladas de desestabilização das instituições representativas.

No Paraná, o MST acampou diante de várias agências do Banco do Brasil (BB), deixando claro o seu propósito de influir diretamente nos processos políticos do Estado e do País. Sua cruzada tem também como bandeira a dogmática luta contra o "mal" representado pelos transgênicos. Observe-se, neste caso específico, que a ampliação da ação do MST se faz num Estado cujo governador apóia explicitamente esse movimento. Nem por isso a sua ação arrefeceu, o que mostra mais uma vez que acordos e negociações só fortalecem as características propriamente políticas desse agrupamento, voltado para a conquista do poder. Não esqueçamos tampouco que esses movimentos são sustentados
ideologicamente pela teologia da libertação, numa curiosa mescla de marxismo e posições cristãs, nome aparentemente palatável do comunismo.

Continua o assessor: "Entre los cristianos, una parte sustancial tomó la opción por los pobres y engendró la teología de la liberación", essa espécie de miséria da teologia e da filosofia.

No mesmo dia (14/10), o Rio Grande do Sul foi contemplado com uma série de invasões patrocinadas pelo MST, pelo Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), orquestrada pela Via Campesina, uma organização que, como se sabe, é um dos nomes de fachada do MST. Em Porto Alegre, a Superintendência da Receita Federal foi invadida.

Em Barracão, uma ponte que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina foi bloqueada. Em Santo Ângelo, uma agência do BB foi ocupada. Em Santa Maria, uma outra agência do BB teve o seu acesso bloqueado. Em Pelotas, centenas de integrantes do MST e do MPA impediram o acesso à Superintendência do Banco do Brasil. Em Bagé, o MST reuniu-se em frente ao BB, criando um clima de tensão. Em Santana do Livramento, assentados ligados ao MST quebraram a porta de vidro da agência do BB. Um cliente que criticava o MST foi cercado por manifestantes. Como noticia o
jornal Zero Hora de 15/10, um integrate do movimento segurava pela coleira um pit bull para inibir a passagem das pessoas. Deve ser a democracia dos cães ferozes! Quando a Justiça concedeu reintegração de posse favorável ao banco, os assentados deixaram o local cantando e entoando loas a Che Guevara.

A visita a qualquer acampamento do MST, suas manifestações por meio de bandeiras, bandeirolas e camisetas, seus hinos e a formação de seus militantes mostram essa presença maciça do imaginário revolucionário orientando ações cujo objetivo consiste em abolir a democracia e o capitalismo brasileiro. O Fórum Social Mundial inscreve-se num
processo do mesmo tipo, em que a fraseologia revolucionária, os ícones de louvor a Che, os elogios a Cuba, às Farc e o antiamericanismo expõem um mesmo projeto de desagregação das instituições democráticas numa perspectiva internacional.

Ou, como diz a carta, "hay mucho por hacer, querido Che. Preservamos con cariño tus mayores herencias: el espíritu internacionalista y la revolución cubana. Una y otra cosa hoy se intercalan como un solo símbolo".

Será esse o símbolo que alguns querem impingir ao Brasil?

xxx

Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com doutorado de Estado em Filosofia pela Universidade de Paris, é autor, entre outras obras, de Hegel (Jorge Zahar Editor, Coleção Passo a Passo) e editor da revista Filosofia Política, da mesma editora E-mail: denisrosenfield@terra.com.br


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#5 Mensagem por Slip Junior » Sáb Out 25, 2003 5:29 pm

miliko,

Acho que esse fenômeno não é de exclusividade nossa, afinal de contas assistimos uma ascensão em praticamente toda a Europa Ocidental, de governos de esquerda. Bom, de qualquer forma, não vejo nenhuma ameaça nisso, uma vez que acredito que tais mudanças tenham uma influencia discreta (senão nula) na organização politica do país.

Abraços




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#6 Mensagem por Spetznaz » Sáb Out 25, 2003 8:25 pm

Opa Slip. Blz?
Eu nao li esses textos, mas tenho idéia do que se tratam, hauahuaha, a mesma coisa de sempre.
Sabe, sobre o seu comentário que a Europa ta indo em direçao à esquerda, na verdade o q está ocorrendo é exatamente ao contrario, a Europa nos últimos anos deu uma guinada para a DIREITA. Dinamarca, Alemanha, Áustria e França sao os exemplos mais claros do que está ocorrendo, mas a guinada para a direita é patente em quase toda a Europa.
Valeu amigo.




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"O Lenin dizia que socialismo é igual a ferro mais energia. Hoje é educação mais educação."

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#7 Mensagem por Slip Junior » Dom Out 26, 2003 10:40 am

Spetz, realmente a direita ultranacionalista européia vem ganhando uma maior importancia nos ultimos anos, devido principalmente a insegurança após os ataques de 11 de setembro e até mesmo uma certa frustação frente a liderança absoluta dos EUA no cenário mundial. Não estou muito por dentro do que está ocorrendo por lá, politicamente, mas pelo que eu saiba Le Pain perdeu na França e aquele maluco austriaco conseguiu apenas um carga de partipação discreta no governo através de uma aliança com partidos mais moderados. A respeito da Alemanha, o Partido Verde de lá governou o país por um bom tempo.

Abraços




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#8 Mensagem por Spetznaz » Dom Out 26, 2003 11:03 am

O Slip.
Na França o Le Pen quase ganhou. Se nao fosse pela pressao internacional para que o povo votasse, talvez ele até tivesse ganhado. Na Dinamarca o governo social-democrático que tinha 80 anos no cargo perdeu tb para um partido de direita. Na Alemanha está havendo um crescimento monstro da direita. E assim acontece em muitos mais países.
Isso se deve principalmente ao 11 de setembro, o desemprgo e a repulsao à imigraçao.
É isso cara, valeu.




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#9 Mensagem por VICTOR » Seg Out 27, 2003 3:18 pm

Outro país onde a direita ultra-nacionalista vem ganhado poder é a Holanda. Essa onda toda é baseada no discurso populista desses caras, em cima da xenofobia, ou seja, "os imigrantes são o mal", retórica que cresce fácil quando a economia não deslancha. Mas a Europa ainda é um dos locais onde a esquerda tem mais poder.

Slip,
O Le Pen foi para o segundo turno, vencendo o socialista Jospin, e perdeu então para Chirac, que seria a "direita" moderada. Ou seja: o segundo turno foi direita X ultradireita! :shock: Só o fato do Le Pen ir para o segundo turno é uma aberração que arrepiou muita gente.

Quanto à reforma tributária: o país tem muita gente que precisa de assistência, educação, saúde etc, então ter uma carga alta para investir nisso seria bem-vindo. O problema é que o dinheiro não é gasto de maneira nada "socialista", sendo diluído em corrupção, privilégios e social-básico-que-não-é-suficiente-para-mudar-tanto-assim.

O Estadão e o JT se aproveitam da heterogeneidade do PT para fazer um certo alarde (esses caras tipo Frei Beto não desfrutam da confiança de Lula), mas não deixa de ser bom chamar a atenção para anti-democratas infiltrados no executivo.




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#10 Mensagem por Slip Junior » Seg Out 27, 2003 4:01 pm

Bom pessoal, valeu ae pelas correções e pela atualização sobre o cenário politico europeu.
Acho que resumindo a resposta para a enqueta é mais ou menos a seguinte: não; o governo vem sim adotando algumas medidas marxistas, mas não há motivo nenhum para soar o alarme. Certo?

Abraços




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