Imprensa vendida

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DELTA22
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Re: Imprensa vendida

#421 Mensagem por DELTA22 » Seg Jul 18, 2011 5:01 pm

Essa caso é "cabeludo"...

O que me assusta é que é plenamente possível fazer um paralelo entre as empresas de comunicação do Murdoch, seu 'modus operandi', e as empresas de comunicação brasileiras controladas pelas 4 famílias que sabemos quais são... :?

[]'s a todos.
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soultrain
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Re: Imprensa vendida

#422 Mensagem por soultrain » Seg Jul 18, 2011 9:23 pm

Meu caro, isso é mais comum do que pensa.

"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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Luiz Bastos
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Re: Imprensa vendida

#423 Mensagem por Luiz Bastos » Ter Jul 19, 2011 12:05 am

DELTA22 escreveu:Essa caso é "cabeludo"...

O que me assusta é que é plenamente possível fazer um paralelo entre as empresas de comunicação do Murdoch, seu 'modus operandi', e as empresas de comunicação brasileiras controladas pelas 4 famílias que sabemos quais são... :?

[]'s a todos.

4 famíGlias você quis dizer. :lol:
GustavoB
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Re: Imprensa vendida

#424 Mensagem por GustavoB » Ter Jul 19, 2011 9:58 am

Wolfgang escreveu:Gente, 'file deleted'??? :shock:

Jornalista que denunciou escândalo das escutas está morto, diz jornal
Ex-repórter do 'News of the World' foi encontrado morto, diz 'The Guardian'.
Demitido do tabloide, ele foi o primeiro a denunciar uso de escutas ilegais.
Do G1, em São Paulo

imprimir O jornalista Sean Hoare, ex-repórter de celebridades do tabloide "News of the World" e o primeiro a afirmar que o editor Andy Coulson sabia das escutas telefônicas praticadas pelo jornal, foi encontrado morto, afirma o jornal inglês “The Guardian”.

Segundo o “Guardian”, Hoare foi encontrado morto na casa dele, em Watford. Ele trabalhou nos tabloides "Sun" e "News of the World" com Coulson antes de ser demitido por problemas com álcool e drogas.

A polícia de Hertfordshire ainda não confirmou a identidade do homem, diz o jornal, mas em um comunicado, confirmou a morte de um homem no endereço dele às 10h40 desta segunda-feira (18), por razões ainda desconhecidas. “Uma investigação policial no local do incidente está em andamento”, diz o texto.

Hoare denunciou o uso de escutas ilegais usadas pelo "News of the World" com suas fontes inicialmente no jornal “The New York Times”. Na época, ele afirmou que não apenas Coulson sabia das escutas ilegais, como encorajava a equipe a interceptar ligações telefônicas de celebridades em busca de notícias exclusivas.

Numa entrevista posterior à BBC, Hoare também afirmou ter recebido uma orientação pessoal de Coulson, então editor do "NoW", para fazer as escutas.

Assessor do primeiro-ministro James Cameron à época, Coulson sempre negou o uso de escutas telefônicas pelo tabloide que editou.

Jornal dominical mais vendido do Reino Unido, o "News of the World", do magnata Rupert Murdoch, encerrou as atividades no início do mês após 168 anos sob a acusação de ter realizado ao menos 4 mil escutas ilegais desde 2000.


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/ ... ornal.html
O ovo da serpente

Carta Maior

Imagem

Rupert Murdoch comparece ao Parlamento britânico nesta 3º feira para prestar contas sobre um império construído à base de grampos, dossiês, subornos, chantagens, conluio policial e destruição de reputações a serviço do preconceito e do ódio conservador.

Oito jornalistas já foram detidos; a cúpula da polícia inglesa caiu; o primeiro-ministro David Cameron está encurralado diante das evidencias de um intercurso obsceno entre os interesses do seu governo e os do grupo Murdoch. Por fim, o autor das primeiras denúncias contra o método Murdoch de jornalismo foi encontrado morto, nesta 2º feira, em seu apartamento, em Londres.

O Parlamento britânico prestaria um inestimável serviço à liberdade de imprensa se fosse além das circunstancias policiais suscitadas pelo escândalo que já atravessou o oceano e argui as relações entre a Fox News de Murdoch e a extrema direita do Tea Party nos EUA. É necessário dar voz às questões que o conservadorismo em geral, e a mídia brasileira, em particular, quer tangenciar: o ovo que gerou a serpente chama-se oligopólio midiático.

A ausência de um ordenamento regulatório que assegure o discernimento da sociedade com base no equilíbrio e na pluralidade de opiniões, consolidou a excrescência de um método que tomou de assalto o jornalismo para fazer dele uma arma contra a democracia.
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Re: Imprensa vendida

#425 Mensagem por GustavoB » Qui Jul 21, 2011 4:09 pm

A Vale ainda não entrou na produção de aço, felizmente

O Estado de S.Paulo
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 7656,0.php

O ex-presidente da Vale do Rio Doce perdeu seu emprego por não atender aos pedidos do ex-presidente Lula de instalar uma usina siderúrgica para produzir aço, que tem maior valor adicionado do que o minério de ferro. Com o novo presidente, a Vale continua procurando um sócio para a Cia. Siderúrgica de Ubu (CSU) que pretende instalar no Espírito Santo.

Até agora, não se encontrou um grupo interessado no projeto, que no momento não apresenta grande perspectiva de lucros. Ao contrário, a Aços Laminados do Pará (Alpa) deve iniciar suas obras até o fim do ano.

O contraste entre os dois projetos que contam com a colaboração da mineradora decorre da situação que prevalece no mercado internacional.

Há um déficit de minério de ferro no mundo que deve se prolongar até 2015, pelo menos, levando em conta a demanda atual e os projetos de novas minas. Já a produção de aço não cessa de crescer. Segundo a Associação Mundial do Aço, a produção no primeiro semestre do ano foi de 757,8 milhões de toneladas, acusando crescimento de 7,6%. Essa produção é dominada pela China, que produziu em junho 59,9 milhões de toneladas, com um aumento de 2 milhões de toneladas, mês em que a produção brasileira foi de 2,962 milhões de toneladas. A capacidade de produção mundial é de 82,8%, porém mal distribuída.

A vantagem de que o Brasil desfruta é a de abundância de minério de ferro em seu próprio território, o que lhe permite economizar no transporte - vantagem que, no entanto, por causa do uso de navios gigantescos, se tem reduzido muito nos últimos anos, especialmente quando esses navios podem retornar transportando petróleo.

No primeiro semestre, nossas exportações de minério de ferro somaram US$ 18,379 bilhões, representando 15,5% do total das exportações; a quantidade exportada (média diária) cresceu 14,8% e o preço, 77,3%. No caso dos semimanufaturados de ferro e aço, os valores foram, respectivamente, de 32,8% e de 29,1%, e para os laminados, de 23,3% e de 29,5%.

Enquanto, no caso do minério, a situação é de disputa cerrada entre os consumidores para obtê-lo, no caso dos produtos de ferro e aço o que existe é uma grande concorrência entre os exportadores, na qual o Brasil não desfruta da melhor condição. Estamos distantes dos grandes mercados consumidores e enfrentamos condições financeiras ruins para investir, além de termos um custo muito elevado da energia. Dispondo das maiores jazidas de minério, praticamente inesgotáveis, não podemos aumentar uma produção antieconômica de aço.


Dependesse do Estadão, o Brasil nem faria aço

http://www.tijolaco.com/dependesse-do-e ... faria-aco/

O Estadão, hoje, tem um daqueles momentos de sinceridade antológicos.

É o editorial intitulado “A Vale ainda não entrou na produção de aço, felizmente“.

Depois de algumas lágrimas por Roger Agnelli, o jornalão começa a entregar o seu pensamento colonial.


Por ele, o Brasil ainda seria um pequeno país atrasado, que nem mesmo produziria aço.

Comemora o fato de não aparecer um sócio capaz de colocar dinheiro no projeto da Cia. Siderúrgica de Ubu (CSU) que a Vale pretende instalar no Espírito Santo.

Como se sabe, só há dinheiro de capitalistas para investir em especulação com dólar, uma coisa extremamente mais útil ao país do que produzir aço.

Produzir aço, no Brasil, é algo supérfluo e antieconômico.

Pelo Estadão, o Brasil só exportaria minério de ferro.

Aquela tal de Companhia Siderúrgica Nacional – esqueça os livros de história que dizem que ela foi fundamental para a industrialização do país – não deve ter passado de um arroubo populista de Vargas.

Afinal, diz o porta-voz de nossas oligarquias, nossas jazidas são “praticamente inesgotáveis”.

E desfaz da óbvia vantagem de podermos fazer aço perto das “jazidas praticamente inesgotáveis” porque com “o uso de navios gigantescos, se tem reduzido muito nos últimos anos (o custo de se transportar milhões e milhões de toneladas de minério bruto), especialmente quando esses navios podem retornar transportando petróleo”.

Viram que beleza? Exportamos mais ferro e importamos mais petróleo. Só falta sugerir que deixemos lá este “petróleo anti-econômico” do pré-sal.

Evidente que ninguém quer que o Brasil deixe de exportar minério. Mas o que temos é de resolver os problemas estruturais que nos impedem de avançarmos, como poderíamos, na competividade em matéria de siderurgia.

Mas para que resolver problemas, se podemos vender nosso minério, fresquinho, arrancado do chão? O buraco que eles deixam, a riqueza que se vai, nada disso é importante. Importante são os lucros rápidos e de baixo investimento que fazem adorável a nossa elite colonial.

É o modo Joaquim Silvério dos Reis de pensar o Brasil.
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Re: Imprensa vendida

#426 Mensagem por xatoux » Qui Jul 21, 2011 4:40 pm

^^^

Trata-se do mesmo jornal que em editorial, apoiou o candidato J.Serra.
.
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Re: Imprensa vendida

#427 Mensagem por DELTA22 » Qui Jul 21, 2011 4:45 pm

Não dá para levar nossa imprensa a sério. Eu sinto um misto de vergonha e revolta com isso. E ainda tem gente que acha que ela é a divina detentora da verdade... Então tá! :roll: :x
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Re: Imprensa vendida

#428 Mensagem por prp » Qui Jul 21, 2011 10:08 pm

PQP se supera FOIA.!. [054]
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Re: Imprensa vendida

#429 Mensagem por zengao » Seg Ago 08, 2011 1:23 pm

eu não li tudo, mas parece que o documento prova a existência de uma mídia manipuladora.
obs: no mesmo dia da divulgação do documento a globo tb divulgou seus PRINCÍPIOS EDITORIAIS DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO.

http://lulzsecbrazil.org/policia-federa ... t/4674.doc

http://g1.globo.com/principios-editoria ... editoriais
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Re: Imprensa vendida

#430 Mensagem por Slotrop » Seg Ago 08, 2011 1:52 pm

O Bonner começou a falar dos tais principios editorias semana passada e na hora lembrei da "bolinha de papel/bobina de fita" assassina.
O Troll é sutil na busca por alimento.
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Re: Imprensa vendida

#431 Mensagem por Guerra » Seg Ago 08, 2011 9:31 pm

O Amorim vai continuar sendo colunista da carta capital?
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Imprensa vendida

#432 Mensagem por cassiosemasas » Seg Ago 08, 2011 10:01 pm

Guerra escreveu:O Amorim vai continuar sendo colunista da carta capital?
acho que não.
...
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Re: Imprensa vendida

#433 Mensagem por GustavoB » Ter Ago 09, 2011 4:17 pm

Não é vendida. É implicância e papo com 'viés político'. PIG é discurso de comunaz. Taí de novo ó:

Nota Oficial – Esclarecimentos sobre reportagem do Fantástico exibida em 07/08/2011

O Comando da Aeronáutica repudia veementemente o teor da reportagem do jornalista Walmir Salaro, levada ao ar no Fantástico deste domingo, sete de agosto, e no Bom Dia Brasil desta segunda-feira, oito de agosto.

A matéria em questão parte de princípios incorretos e de denúncias infundadas para passar à população brasileira a falsa impressão de que voar no Brasil não é seguro. A reportagem contradiz os princípios editoriais da própria Rede Globo ao apresentar argumentos com falta de Correção e falta de Isenção, itens considerados pela própria emissora como sendo atributos da informação de qualidade.

O jornalista embarcou em uma aeronave de pequeno porte (aviação geral), que tem características como nível de voo, rota, classificação e regras de controle aéreo diferentes dos voos comerciais. A matéria trata os voos sob condições visuais e instrumentos como se obedecessem as mesmas regras de controle de tráfego aéreo, levando o espectador a uma percepção errada.

O piloto demonstra espanto ao avistar outras aeronaves sobre o Rio de Janeiro e São Paulo, dando um tom sensacionalista a uma situação perfeitamente normal e controlada que ocorre sobre qualquer grande cidade do mundo. Nesse sentido, causa estranheza que a reportagem tenha mostrado a proximidade dos aviões como algo perigoso para os passageiros no Brasil. As próprias imagens revelam níveis de voo diferenciados, além de rotas distintas.

Além disto, o piloto que opta por regras de voo visual, só terá seu voo autorizado se estiver em condições de observar as demais aeronaves em sua rota, de acordo com as regras de tráfego aéreo que deveriam ser de seu pleno conhecimento. Mesmo assim, o piloto receberá, ainda, avisos sobre outros voos em áreas próximas.

Foi exatamente o que ocorreu durante a reportagem, que mostra o contato constante dos controladores de tráfego aéreo com o piloto. Desde a decolagem foram passadas informações detalhadas sobre os demais tráfegos aéreos na região, sem que houvesse qualquer perigo para as aeronaves envolvidas.

A respeito da dificuldade demonstrada em conseguir contato com o serviço meteorológico, é interessante lembrar que há várias frequências disponíveis para contato com o Serviço de Informações Meteorológicas para Aeronaves em Voo (VOLMET), que está disponível 24 horas por dia em todo o país. Além destas, há frequências de ATIS (Serviço Automático de Informação em Terminal) que fornecem continuamente, por meio de mensagem gravada e constantemente atualizada, entre outros dados, as condições meteorológicas reinantes em determinada Área Terminal, bem como em seus aeroportos. Como, aliás, é o caso da Terminal de Belo Horizonte, incluindo os aeroportos da Pampulha e de Confins.

Ressalte-se que, a despeito da operação de tais serviços, todos os pilotos têm a obrigação de obter informações meteorológicas antes do voo pessoalmente nas Salas de Informações Aeronáuticas dos aeroportos, por telefone ou até pela internet.

Ao realizar o voo sem, possivelmente, ter acessado previamente informações meteorológicas, o piloto expôs a equipe de reportagem a uma situação de risco desnecessário. Tratou-se, obviamente, de mais um traço sensacionalista e sem conteúdo informativo.

A respeito do momento da reportagem em que o controle do espaço aéreo diz que não tem visualização da aeronave, cabe esclarecer que o voo realizado pela equipe do Fantástico ocorreu à baixa altitude, em regras de voos visuais, uma situação diferente dos voos comerciais regulares.

Na faixa de altitude utilizada por aeronaves como das empresas TAM e GOL, extensamente mostradas durante a reportagem, há cobertura radar sobre todo o território brasileiro. Para isso, existem hoje 170 radares de controle do espaço aéreo no país. Como dito acima, é feita uma confusão entre perfis de voos completamente diferentes. Dessa forma, o telespectador do Fantástico ficou privado de ter acesso a informações que certamente contribuem para a melhor apresentação dos fatos.

No último trecho de voo da reportagem, o órgão de controle determinou a espera para pouso no Aeroporto Santos-Dumont. O que foi retratado na matéria como algo absurdo, na realidade seguiu rigorosamente as normas em vigor para garantir a segurança e fluidez do tráfego aéreo. Os voos de linhas regulares, na maioria das vezes regidos por regras de voo por instrumentos, gozam de precedência sobre os não regulares, visando a minimizar quaisquer problemas de fluxo que possam afetar a grande massa de usuários.

A reportagem também errou ao mostrar que Traffic Collision Avoidance System (TCAS) é acionado somente em caso de acidente iminente. O fato do TCAS emitir um aviso não significa uma quase-colisão, e sim que uma aeronave invadiu a “bolha de segurança” de outra. Essa bolha é uma área que mede 8 km na horizontal (raio) e 300 metros na vertical (raio).

Cabe ressaltar ainda que a invasão da bolha de segurança não significa sequer uma rota de colisão, pois as aeronaves podem estar em rumos paralelos ou divergentes, ou ainda com separação de altitude, em ambiente tridimensional.

A situação pode ser corrigida pelo controle do espaço aéreo ou por sistemas de segurança instalados nos aviões, como o TCAS. Nem toda ocorrência, portanto, consiste em risco à operação. O TCAS, por exemplo, pode emitir avisos indesejados, pois o equipamento lê as trajetórias das aeronaves, mas não tem conhecimento das restrições impostas pelo controlador.

Todas as ocorrências, no entanto, dão início a uma investigação para apurar os seus fatores contribuintes e geram recomendações de segurança para todos os envolvidos, sejam controladores, pessoal técnico ou tripulantes. É esse o caso dos 24 relatórios citados na reportagem. A existência desses documentos não significa a ocorrência de 24 incidentes de tráfego aéreo, e sim uma consequência direta da cultura operacional de registrar todas as situações diferentes da normalidade com foco na busca da segurança.

A investigação tem como objetivo manter um elevado nível de atenção e melhorar os procedimentos de tráfego aéreo no Brasil, pois é política do Comando da Aeronáutica buscar ao máximo a segurança de todos os passageiros e tripulantes que voam sobre o país. Incidentes e acidentes não são aceitáveis em nenhum número, em qualquer escala.

Sobre a questão dos controladores de tráfego aéreo, ao contrário da informação veiculada, o Brasil tem atualmente mais de 4.100 controladores em atividade, entre civis e militares. No total, são mais de 6.900 profissionais envolvidos diretamente no tráfego aéreo, entre controladores e especialistas em comunicação, operação de estações, meteorologia e informações aeronáuticas.

Para garantir a segurança do controle do espaço aéreo no futuro, o Comando da Aeronáutica investe na formação de controladores de tráfego aéreo. A Escola de Especialistas de Aeronáutica forma anualmente 300 profissionais da área. Todos seguem depois para o Centro de Simulação do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), inaugurado em 2007 em São José dos Campos (SP). Com sistemas de última geração e tecnologia 100% nacional, o ICEA ampliou de 160 para 512 controladores-alunos por ano, triplicando a capacidade de formação e reciclagem.

Vale salientar que a ascensão operacional dos profissionais de controle de tráfego aéreo ocorre por meio de um conselho do qual fazem parte, dentre outros, os supervisores mais experientes de cada órgão de controle de tráfego aéreo. Desse modo, nenhum controlador de tráfego aéreo exerce atividades para as quais não estejam plenamente capacitados.

A qualidade desses profissionais se comprova por meio de relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). De acordo com o Panorama Estatístico da Aviação Civil Brasileira, dos 26 tipos de fatores contribuintes para ocorrência de acidentes no país entre 2000 e 2009, o controle de tráfego aéreo ocupa a 24° posição, com 0,9%. O documento está disponível no link:
http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/Ane ... 0_2009.pdf

A capacitação dos recursos humanos faz parte dos investimentos feitos pelo DECEA ao longo da década. Entre 2000 e 2010, foram R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão somente a partir de 2008. O montante também envolve compra de equipamentos e a adoção do Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITÁRIO), um novo software nacional que representou um salto tecnológico na interface dos controladores de tráfego aéreo com as estações de trabalho. O sistema tem novas funcionalidades que permitem uma melhor consciência situacional por parte dos controladores. Sua interface é mais intuitiva, facilitando o trabalho de seus usuários.

Os resultados desses investimentos foram demonstrados pela auditoria realizada em 2009 pela International Civil Aviation Organization (ICAO), organização máxima da aviação civil, ligada às Nações Unidas, com 190 países signatários. A ICAO classificou o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro entre os cinco melhores no mundo. De acordo com a ICAO, o Brasil atingiu 95% de conformidade em procedimentos operacionais e de segurança.

Sem citar quaisquer dessas informações, para realizar sua reportagem, a equipe do Fantástico exibe depoimentos sem ao menos pesquisar qual a motivação dessas fontes. O Sr. Edileuzo Cavalcante, por exemplo, apresentado como um importante dirigente de uma associação de controladores, é acusado por atentado contra a segurança do transporte aéreo, motim e incitação à indisciplina, e responde por essas acusações na Justiça Militar.

O Sr. Edileuzo Cavalcante foi afastado da função de controlador de tráfego aéreo em 2007 e recentemente excluído das fileiras da Força Aérea Brasileira. Em 2010, também teve uma candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral.

Quanto à informação sobre as tentativas de chamada por parte do controlador de tráfego aéreo, Sargento Lucivando Tibúrcio de Alencar, no caso do acidente ocorrido com a aeronave da Gol (PR-GTD) e a aeronave da empresa Excel Aire (N600XL) em 29 de setembro de 2006, cabe reforçar que elas não obtiveram sucesso devido à aeronave da Excel Aire não ter sido instruída oportunamente a trocar de frequência e não a qualquer deficiência no equipamento, conforme verificado em voo de inspeção. Durante as tentativas de contato, a última frequência que havia sido atribuída à aeronave estava fora de alcance, impossibilitando o estabelecimento das comunicações bilaterais.

Já quando foi consultar o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, a equipe de reportagem omitiu o fato que trataria de problemas de tráfego aéreo. Foi informado que se tratava unicamente sobre a evolução do tráfego aéreo de 2006 a 2011.

Por fim, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica ressalta que voar no país é seguro, que as ferramentas de prevenção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro estão em perfeito funcionamento e que todas as ações implementadas seguem em concordância com o volume de tráfego aéreo e com as normas internacionais de segurança. No entanto, este Centro reitera que a questão da segurança do tráfego aéreo no país exige um tratamento responsável, sem emoção e desvinculado de interesses particulares, pessoais ou políticos.

Brasília, 9 de agosto de 2011.
Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

Por que o Bolsonaro e suas bolsonaretes não se insurgem contra esse aí?
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Re: Imprensa vendida

#434 Mensagem por DELTA22 » Ter Ago 09, 2011 5:30 pm

A Globo foi divulgar seus "princípios" para o jornalismo do grupo, agora vai ter que aguentar as consequencias... Bem feito! :lol: :lol:

Parabéns a FAB! Na bucha! É assim que se faz!! :wink: :wink: [100]
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Re: Imprensa vendida

#435 Mensagem por Slotrop » Ter Ago 09, 2011 5:32 pm

Alguém sabe por que a Globo começou com essa história de divulgar "princípios jornalisticos"?

A uns dias atraz falavam isso 2x por jornal.
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