Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Relatório Parcial dos gravadores do voo AF447:
Algumas considerações:
Ainda não dá para tirar conclusões deste relatório, mas ao meu ver, parece que eles se desorientaram... Me baseio pelo fato de que, quando a velocidade caiu para 60kt e o Stall Warning soa, o PF ao corrigir a bancagem para a esquerda, começa também a elevar o nariz para mais de 10 graus!!! E depois disso, o tempo todo ele tenta segurar o nariz encima, mesmo depois de perder altitude...
Uma coisa é certa... Eles não recuperaram antes de bater na água, mas bateu com o nariz levantado (grande velocidade de descida e pequena velocidade horizontal)... Isso deve explicar a disposição dos destroços...
Até mais!
Fonte: http://www.estadao.com.br/especiais/201 ... io_447.pdf
Algumas considerações:
Ainda não dá para tirar conclusões deste relatório, mas ao meu ver, parece que eles se desorientaram... Me baseio pelo fato de que, quando a velocidade caiu para 60kt e o Stall Warning soa, o PF ao corrigir a bancagem para a esquerda, começa também a elevar o nariz para mais de 10 graus!!! E depois disso, o tempo todo ele tenta segurar o nariz encima, mesmo depois de perder altitude...
Uma coisa é certa... Eles não recuperaram antes de bater na água, mas bateu com o nariz levantado (grande velocidade de descida e pequena velocidade horizontal)... Isso deve explicar a disposição dos destroços...
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Fonte: http://www.estadao.com.br/especiais/201 ... io_447.pdf
Thiago
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Uma questão de leigo, que de pilotagem apenas conhece os simuladores. Em stall, o procedimento não é baixar o nariz e aumentar potencia de modo a ganhar sustentação de novo? Certamente que se assim for, esse procedimento é treinado até à saturação pelos pilotos o que torna a coisa bastante estranha, penso eu....
- tflash
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
O problema é que o indicador de velocidade estava a indicar uma velocidade superior. Acho que eles estavam a tentar subir normalmente porque pensavam que já tinham velocidade horizontal suficiente.
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- rodrigo
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Duas constatações, de acordo com o que foi divulgado até agora:
1) Um fim aterrorizante para os passageiros, que vivenciaram essa montanha russa sem saber o desfecho;
2) A calma e a bravura dos pilotos, tentando dominar esse touro bravo até o fim.
1) Um fim aterrorizante para os passageiros, que vivenciaram essa montanha russa sem saber o desfecho;
2) A calma e a bravura dos pilotos, tentando dominar esse touro bravo até o fim.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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João Guimarães Rosa
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- romeo
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Mas se o altímetro estivesse funcionando corretamente, indicando perda constante de altitude, aumentar a potência ( ou no meu caso - asa delta/planador - baixar o nariz ) para ganhar sustentação e planeio é coisa básica.tflash escreveu:O problema é que o indicador de velocidade estava a indicar uma velocidade superior. Acho que eles estavam a tentar subir normalmente porque pensavam que já tinham velocidade horizontal suficiente.
Foi assim que aquele piloto pousou no Rio Hudsdon, sem motor... Baixou o nariz para manter a velocidade acima da velocidade de stol e estabilizou acima da velocidade de stol planando baixo sobre as águas.
Imagine que os pilotos tivessem a informação de que estavam na velocidade horizontal acima da velocidade de stol, e por isso não deram mais potência nos motores... Se eles estivessem atravessando uma violenta zona de descendência, teriam que aumentar a potência, independente da informação sobre se era ou nao suficiente a velocidade para mante-los acima do stol, supondo que o altímetro estivesse indicando a perda constante de altitude.
Enfim... Os experientes em Voo com motor que me corrijam, pois só pratico Voo sem eles - gosto do silencio - asa delta e planador, mas mesmo com o Tubo de Pitot ( que por sinal tambem usamos no altimetro/GPS marca Compeo para voo livre ) indicando a velocidade errada, o altímetro devia estar gritando "AUMENTEM A POTÊNCIA".
- Brigadeiro
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Vamos por parte para tentar decifrar o relatório:
- Até as 2h06Z, o voo transcorria normalmente. O avião estava no voando no PA normalmente, apesar da turbulência;
- As 2h08Z, o Monitoring Pilot sugere uma mudança de rota para livrar um pouco da turbulência;
- As 2h10Z, o PA e o Auto Throttle entram em OFF e o PF assume o voo manualmente (vale lembrar: aviões deste porte tem condições de voar no PA mesmo em turbulência, só desativando quando for muito severa);
- Neste momento, a velocidade cai bruscamente de 275kt para apenas 60kt (bem abaixo da velocidade de stall), acionando o Stall Warning. Isso pode ter realmente sido provocado pela falha no pitot ou pelo entupimento dos mesmos devido ao supercooled water;
- Gradativamente a atitude aumenta para acima de 10 graus de pitch. Um detalhe que não reparei, mas o PF tenta tomar uma atitude de picada enquanto a aeronave subia a uma razão de 7.000ft/min, subindo mais 2.500ft;
- As 2h10'51", o Stall Warning aciona novamente e os pilotos movem as manetes para TO/GA. Mas aí uma coisa me chamou a atenção. O estabilizador é movido para 13 graus para cima numa atitude clara de tentar levantar o nariz;
- 2h11'40", o comandante chega e a velocidade é considerada inválida. A aeronave cai a uma razão de -10.000ft/min. Motor a pleno, 15 graus de pitch e oscilações de 40 graus de bancagem;
- 22 segundos depois, o comandante toma uma atitude de picada e motor em Idle, as informações de velocidade voltam a serem informadas.
- As 2h13'32", a aeronave está cruzando 10.000 pés (perdeu 28.000' em 3 minutos) e o comandante tenta tomar novamente o controle da aeronave;
- 2h14'28", a aeronave choca-se contra o mar com o nariz elevado a 16,2 graus, 107kt de velocidade e -10.912 pés por minuto de razão de descida...
- Segundo o relatório, desde o desligamento do PA, a tripulação tentou durante a maior parte do tempo elevar o nariz da aeronave, tentando minimizar a descida (mais uma vez, pra mim, foi desorientação);
O que poderia realmente esclarecer é a divulgação da animação gráfica do voo com as falas na cabine. Isso realmente iria elucidar o que aconteceu. Não sou piloto de A-330 (quem dera Deus eu fosse), mas pelo que eu vi, deve ter sido desorientação por problemas na indicação de velocidade, principalmente. Eles tentaram, fizeram o possível com aquilo que tinha em mãos.
Até mais!
- Até as 2h06Z, o voo transcorria normalmente. O avião estava no voando no PA normalmente, apesar da turbulência;
- As 2h08Z, o Monitoring Pilot sugere uma mudança de rota para livrar um pouco da turbulência;
- As 2h10Z, o PA e o Auto Throttle entram em OFF e o PF assume o voo manualmente (vale lembrar: aviões deste porte tem condições de voar no PA mesmo em turbulência, só desativando quando for muito severa);
- Neste momento, a velocidade cai bruscamente de 275kt para apenas 60kt (bem abaixo da velocidade de stall), acionando o Stall Warning. Isso pode ter realmente sido provocado pela falha no pitot ou pelo entupimento dos mesmos devido ao supercooled water;
- Gradativamente a atitude aumenta para acima de 10 graus de pitch. Um detalhe que não reparei, mas o PF tenta tomar uma atitude de picada enquanto a aeronave subia a uma razão de 7.000ft/min, subindo mais 2.500ft;
- As 2h10'51", o Stall Warning aciona novamente e os pilotos movem as manetes para TO/GA. Mas aí uma coisa me chamou a atenção. O estabilizador é movido para 13 graus para cima numa atitude clara de tentar levantar o nariz;
- 2h11'40", o comandante chega e a velocidade é considerada inválida. A aeronave cai a uma razão de -10.000ft/min. Motor a pleno, 15 graus de pitch e oscilações de 40 graus de bancagem;
- 22 segundos depois, o comandante toma uma atitude de picada e motor em Idle, as informações de velocidade voltam a serem informadas.
- As 2h13'32", a aeronave está cruzando 10.000 pés (perdeu 28.000' em 3 minutos) e o comandante tenta tomar novamente o controle da aeronave;
- 2h14'28", a aeronave choca-se contra o mar com o nariz elevado a 16,2 graus, 107kt de velocidade e -10.912 pés por minuto de razão de descida...
- Segundo o relatório, desde o desligamento do PA, a tripulação tentou durante a maior parte do tempo elevar o nariz da aeronave, tentando minimizar a descida (mais uma vez, pra mim, foi desorientação);
O que poderia realmente esclarecer é a divulgação da animação gráfica do voo com as falas na cabine. Isso realmente iria elucidar o que aconteceu. Não sou piloto de A-330 (quem dera Deus eu fosse), mas pelo que eu vi, deve ter sido desorientação por problemas na indicação de velocidade, principalmente. Eles tentaram, fizeram o possível com aquilo que tinha em mãos.
Até mais!
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Uma pergunta: se essa ocorrência tivesse se dado com a luz do dia, os pilotos poderiam ter recuperado o controle da aeronave?
- Brigadeiro
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Não. Independentemente de estar dia ou noite, o certo é que eles estavam dentro de uma grande formação de nuvens. Não há como ver absolutamente nada lá fora, somente um véu branco... A única referência que eles têm é o que se mostra no painel.
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Prezado Brigadeiro, realmente os passageiros devem ter passado por terríveis e longos 3 min e meio de queda.
Quanto à tempestade, tudo leva a crer que violentíssima, não só pelas imagens de satélite, mas também pelo alerta da tripulação ainda na fase "normal", pelo leve "desvio", por outras aeronaves terem desviado, pelo PA ter se desarmado, além de, para inutilizar os pitots, a temperatura e o gelo também críticos... Foi realmente um cenário dificílimo. Pelas breves falas divulgadas os pilotos foram profissionalíssimos e fizeram de tudo que podiam para salvar as suas vidas e de todos a bordo. Pena que não deu...
Quanto à tempestade, tudo leva a crer que violentíssima, não só pelas imagens de satélite, mas também pelo alerta da tripulação ainda na fase "normal", pelo leve "desvio", por outras aeronaves terem desviado, pelo PA ter se desarmado, além de, para inutilizar os pitots, a temperatura e o gelo também críticos... Foi realmente um cenário dificílimo. Pelas breves falas divulgadas os pilotos foram profissionalíssimos e fizeram de tudo que podiam para salvar as suas vidas e de todos a bordo. Pena que não deu...
- Brasileiro
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
E sem uma indicação segura da velocidade os pilotos estão completamente f*didos.Brigadeiro escreveu:Não. Independentemente de estar dia ou noite, o certo é que eles estavam dentro de uma grande formação de nuvens. Não há como ver absolutamente nada lá fora, somente um véu branco... A única referência que eles têm é o que se mostra no painel.
Até mais!
Se o painel indica uma velocidade abaixo da real, eles podem acelerar a aeronave até uma velocidade tal que ela se desintegre no ar. Se indica uma acima da real, ele diminui a velocidade até abaixo do limite mínimo, ocorrendo o estol, que parece que foi o que aconteceu no vôo AF-447.
baraços]
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Brasileiro, segundo o relatório a aeronave indicava mudanças bruscas de velocidade, todas para baixo, chegando as vezes abaixo de 60 kt. A maior parte das vezes, a atitude era cabrada (nariz encima), mesmo com os alarmes de stall. No choque a aeronave estava com nariz levantado com grande velocidade descendente e pequena velocidade horizontal (107kt).
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Brigadeiro...Brigadeiro escreveu:Vamos por parte para tentar decifrar o relatório:
- Até as 2h06Z, o voo transcorria normalmente. O avião estava no voando no PA normalmente, apesar da turbulência;
- As 2h08Z, o Monitoring Pilot sugere uma mudança de rota para livrar um pouco da turbulência;
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- 2h14'28", a aeronave choca-se contra o mar com o nariz elevado a 16,2 graus, 107kt de velocidade e -10.912 pés por minuto de razão de descida...
- Segundo o relatório, desde o desligamento do PA, a tripulação tentou durante a maior parte do tempo elevar o nariz da aeronave, tentando minimizar a descida (mais uma vez, pra mim, foi desorientação);
O que poderia realmente esclarecer é a divulgação da animação gráfica do voo com as falas na cabine. Isso realmente iria elucidar o que aconteceu. Não sou piloto de A-330 (quem dera Deus eu fosse), mas pelo que eu vi, deve ter sido desorientação por problemas na indicação de velocidade, principalmente. Eles tentaram, fizeram o possível com aquilo que tinha em mãos.
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Submeti minhas dúvidas a um amigo, que é Comandante. Não conheço ninguem que goste tanto de voar como ele. Quando não esta voando profissionalmente, está voando de asa delta, por esporte. Bom camarada. Segue a resposta que obtive.:
............................
Romeo,
Ainda é cedo para ter uma conclusão, afinal os técnicos especializados ainda estão analisando outros dados. Mas dá para ver que eles ficaram sem indicação de velocidade e de outros parâmetros e, com a falta dessas informações o piloto automático cai automaticamente.
Os pilotos assumiram os comandos, e nessas altitudes pilotar manualmente é muito ruim pois, pela pequena densidade do ar, o avião fica muito sensível a qualquer comando, amplificando todas as reações.
Talvez por esse motivo eles tenham subido rapidamente para 38 mil pés, com nariz para cima, e lá, com a perda de velocidade, tenham estolado o avião. Depois veio o mergulho natural da aeronave, tentando recuperar a velocidade, como é na asa.
Isso sem referência de velocidades (sem dados) e de atitude (horizonte artificial), sem dados também e sem referência visual.
Roubada máxima! É você emburacado num cumulos grande tentando achar a posição correta de voo!
Fica difícil! E para piorar, mesmo depois de sair da nuvem, onde poderiam ter uma referência visual, era noite e sobre o mar, onde a desorientação espacial é grande.
No Airbus deve ser pior ainda, já que ele é extremamente baseado nos dados eletrônicos de seus computadores.
É assim que evolui a aviação, daí vai sair um relatório e as possíveis soluções para que o caso não se repita.
Vamos esperar.
E você como está, quando volta ao voo? Sua camisa do Rio XC está com o Giovani.
Abração,
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Concordo! Eles fizeram de tudo com que tinham em mãos... Realmente eh uma pena...Rodrigoiano escreveu:Prezado Brigadeiro, realmente os passageiros devem ter passado por terríveis e longos 3 min e meio de queda.
Quanto à tempestade, tudo leva a crer que violentíssima, não só pelas imagens de satélite, mas também pelo alerta da tripulação ainda na fase "normal", pelo leve "desvio", por outras aeronaves terem desviado, pelo PA ter se desarmado, além de, para inutilizar os pitots, a temperatura e o gelo também críticos... Foi realmente um cenário dificílimo. Pelas breves falas divulgadas os pilotos foram profissionalíssimos e fizeram de tudo que podiam para salvar as suas vidas e de todos a bordo. Pena que não deu...
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Mas as variações de velocidade registradas eram dadas pelos equipamentos falhos, logo nem isso seria muito confiável. E mesmo que fossem provocadas pelas ações dos pilotos, essas ações eram feitas baseadas em informações erradas...Brigadeiro escreveu:Brasileiro, segundo o relatório a aeronave indicava mudanças bruscas de velocidade, todas para baixo, chegando as vezes abaixo de 60 kt. A maior parte das vezes, a atitude era cabrada (nariz encima), mesmo com os alarmes de stall. No choque a aeronave estava com nariz levantado com grande velocidade descendente e pequena velocidade horizontal (107kt).
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Re: Avião da Air France sumiu do radar no litoral brasileiro
Grande romeo,romeo escreveu:Brigadeiro...Brigadeiro escreveu:Vamos por parte para tentar decifrar o relatório:
- Até as 2h06Z, o voo transcorria normalmente. O avião estava no voando no PA normalmente, apesar da turbulência;
- As 2h08Z, o Monitoring Pilot sugere uma mudança de rota para livrar um pouco da turbulência;
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Ainda é cedo para ter uma conclusão, afinal os técnicos especializados ainda estão analisando outros dados. Mas dá para ver que eles ficaram sem indicação de velocidade e de outros parâmetros e, com a falta dessas informações o piloto automático cai automaticamente.
Os pilotos assumiram os comandos, e nessas altitudes pilotar manualmente é muito ruim pois, pela pequena densidade do ar, o avião fica muito sensível a qualquer comando, amplificando todas as reações.
Talvez por esse motivo eles tenham subido rapidamente para 38 mil pés, com nariz para cima, e lá, com a perda de velocidade, tenham estolado o avião. Depois veio o mergulho natural da aeronave, tentando recuperar a velocidade, como é na asa.
Isso sem referência de velocidades (sem dados) e de atitude (horizonte artificial), sem dados também e sem referência visual.
Roubada máxima! É você emburacado num cumulos grande tentando achar a posição correta de voo!
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É assim que evolui a aviação, daí vai sair um relatório e as possíveis soluções para que o caso não se repita.
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Abração,
Temos que aguardar mesmo para vermos o que realmente aconteceu por lá. Coloquei minhas impressões por achar que poderia contribuir de alguma forma na exposição dos fatos, tomando cuidado para discutir o fato em si e não para achar responsáveis...
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