Olá sapão,
No geral concordamos, apenas alguns detalhes merecem um pouco mais de consideração. Senão vejamos:
sapao escreveu:Observe que neste diagrama o perímetro vermelho indica a distância do alvo até a qual um avião atacante teria que chegar para disparar suas bombas em modo CCIP/CCLP (20 Km). Temos que supor que os atacantes teriam aeronaves plotando aproximadamente as posições dos lançadores de mísseis antiaéreos (MAe´s), como é praxe desde o ataque ao vale de Bekaa.
De praxe sempre que possivel.
Atualmente se prefere interferir nos sistemas de defesa de maneira que o inimigo não perceba que está sendo interferido, pois plotar TODAS as posições de AAe não é facil e é uma missão que não permite muitos erros.
Verdade, mas dado o altíssimo custo tanto dos pilotos e das aeronaves atuais, em geral se toma muito cuidado com esta tarefa. Antigamente se admitiam algumas perdas em missões de ataque aéreo, mas hoje a tendência é buscar sempre perda zero, e aí os esforços em identificar as posições de arttilharia AAe inimigas sobem para o topo da escala de prioridades, junto com a interferência nos sistemas de rastreio e guiagem.
Outro ponto é que não seria necessário identificar todas as posições da AAe hostil. Se duas posições adjacentes são detectadas, pode-se inferir com razoável grau de certeza de que não há nenhum no meio, e o caminho de entrada já pode ser definido. As posições mais distantes estariam longe demais para interferir.
Em um sistema convencional de defesa como este os atacantes sabem que as baterias de mísseis estarão na área do alvo, e não é tão difícil procurar por eles e identificá-los com o uso de FLIR, VANT´s etc... .
Identifica-los visualmente é extremamente complicado, pois sabendo que o inimigo dispõe de equipamentos de reconhecimento se pode utilizar a defesa passiva e a transmissão convencional ou por cabo de informações para ocultar todo o sistema de AAe.
Por isso a identificação eletronica, em tese, seria mais segura.
Sim sem dúvida, eu mencionei os sistemas óticos apenas como exemplos. De qualquer forma é de fato imperativo que as defesas AAe busquem ao máximo possível usar técnicas de despistamento e ocultação, ou o trabalho dos atacantes fica de fato muito facilitado.
Assim, os aviões bombardeiros iriam buscar os pontos cegos onde as coberturas dos mísseis não chegassem ao alcance de lançamento (linha vermelha). Observe que neste caso com até 5 lançadores ainda restariam brechas no perímetro que poderiam ser exploradas mantendo os aviões em segurança.
No papel parece facil, mas para visualizar desta maneira no equipamento de bordo a tripulação teria que ser capaz de reconhecer e processar os sinais emitidos ( tarefa extremamente dificil e restrita a poucos países), e ainda assim teriam uma estimativa de que estariam passando no ponto cego.
A tripulação dos bombardeiros não precisa fazer nada, os dados são enviados para ela por outras fontes (como satélites, aviões especializados, aviões e UAV´s com pod´s de rastreio/observação e até comandos no solo) via link de dados, e aparecem marcados no mapa do display MFD dos aviões atacantes. Cada vez mais e mais forças aéreas estão adotando o conceito NCW, se até o Brasil já o utiliza extensivamente imagine o restante do mundo.
Na verdade a situação da AAe é mais crítica do que a o diagrama mostra, pois bombas lançadas no limite do alcance do tipo de ataque efetuado vão cair na área do alvo, mas mísseis lançados no limite do alcance dificilmente atingirão o avião visado (e se o avião estiver alto sequer atingirão o limite do alcance máximo).
Podem cair na area, mas se não acertarem o alvo a missão da AAe ja vai estar cumprida.
Se os atacantes puderem voltar e tentar de novo livremente até acertarem, a missão não estará cumprida, muito pelo contrário, a AAe estará fazendo só figuração. Contar apenas com a sorte não é uma atitude correta em um combate.
Assim, não é possível proteger com segurança o alvo com menos do que seis lançadores, se o alcance máximo dos mísseis é de 12 Km. Mesmo com 15 Km a situação melhoraria bem pouco.
Esse é um dos problemas: quem garante que o alcance é 12km?
Será esse o alcance REAL ou de TREINAMENTO?
Pois é, na verdade o alcance muito provavelmente será ainda menor, o que só piora a situação da AAe com mísseis de menor alcance.
Já com mísseis de alcance médio (30 Km) mesmo um único lançador colocado próximo ao alvo já seria suficiente pelo menos para limitar a ameaça das bombas burras simples. Com dois lançadores, como no diagrama, a distância protegida pode ser praticamente duplicada dependendo da direção do ataque.
Porem a mobilidade seria sacrificada.
A mobilidade não pode ser sacrificada nunca, sob pena dos lançadores AAe virarem alvos fáceis. Mas quem disse que os sistemas de médio/longo alcance tem que ter menos mobilidade? Os sistemas podem não ser capazes de disparar em movimento (o que não é importante na defesa de pontos fixos), mas são todos altamente móveis, veja os exemplos abaixo:
Aster (sobre rodas):
BUK (sobre lagartas):
MICA VL (sobre rodas):
E até o Umkhonto está sendo imaginado instalado em chassis Tectran do sistema Astros.
Mas os mísseis de curto alcance ainda devem estar lá, para proteger o alvo contra bombas guiadas, bombas planadoras e mísseis de cruzeiro. Neste caso o ideal é que os MAe´s de longo alcance sejam distribuídos pelo TO, mudando de posição todo o tempo e usando sistemas de despistamento (camuflagem, “decoys”, etc...) para "tocaiar" os aviões atacantes em seu ingresso. É muito mais difícil plotá-los nesta situação, e assim todas as missões de ataque se tornariam muito perigosas mesmo usando-se um número pequeno de lançadores. Isto também seria possível com mísseis de curto/médio alcance, mas os lançadores teriam que estar disponíveis em números simplesmente enormes.
O ideal seria ter os lançadores de médio/longo alcance distribuídos e camuflados e os de curto alcance próximos aos alvos. Assim obtém-se a máxima proteção com o mínimo de lançadores.
Concordo plenamente.
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