É de fato um exercício de futurologia, e também não acho que a China irá por vontade própria balançar um barco no qual ela tem a posição mais confortável. Mas ela pode nadar sozinha, e talvez não se esforce como todos os outros para não deixar o barco afundar. Por isso pode ser perigoso se os demais países acharem que ela o fará.RobertoRS escreveu:Isso é um exercício de futurologia que ninguém consegue fazer. Quais seriam os efeitos desto movimento SOBRE o longo prazo? A China tem um plano para se tornar uma super potência, e este plano definitivamente não inclui algum tipo de pensasmento mágico, ou atalho para este destino.LeandroGCard escreveu:Neste exato momento, nenhum.
Mas eles também não sofreriam tanto assim se isto acontecesse, o que poderia acontecer com os americanos. No processo a China poderia no médio/longo prazo aparecer como a única superpotência do planeta. Porque se preocupar em evitar isso, se vier a acontecer?
E no entanto a China o faz, há décadas. Ou o valor atual do yuan segue estritamente as regras de mercado?Se isso fosse verdade, a URSS jamais teria desabado. Tem inclusive um livro bem interessante, depois posso pesquisar o título, que conta o lado econômico da queda da União Soviética. O historiador defende que o documento que pôs fim, efetivamente, à URSS foi um documento do Tesouro Soviético informando que não havia mais um tostão nos cofres.LeandroGCard escreveu:A China é um país socialista, questões econômicas ela resolve por decreto se quiser (como aliás é a própria manutenção do yuan desvalorizado). Até este momento o funcionamneto do sistema econômico/financeiro do mundo os tem beneficiado, então eles não tem mesmo nenhum motivo para querer mudar o jogo. Mas se o jogo mudar eles podem ser os maiores beneficiados no longo prazo, e por isso eles não precisam ter a mesma preocupação do mundo ocidental em manter a situação atual. Aí é que mora o perigo, se o resto do mundo achar que a China vai fazer o possível (como o ocidente fará) para evitar situações que afetem a economia mundial, enquanto a China pode simplesmente decidir que não está nem aí e deixar o circo pegar fogo.
Enfim, a China, internacionalizada que está, permanece sujeita às regras de mercado e da economia internacional. Claro, há mecanismos que o estado pode fazer para realizar ajustes, mas não se pode manipular a economia por decreto, e isso é um erro que já levou economias pujantes à bancarrota.
Leandro G. Card