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Mensagem
por PRick » Sex Nov 19, 2010 10:52 am
Engraçado vermos os conservadores defendendo conceitos marxistas!
Foi Marx que resumiu a história humana em uma sucessão de sistemas produtivos(modos de produção) cada vez mais eficientes na produção de bens, com a finalidade de suprir as necessidades humanas.
Do mesmo modo Marx pensou, o sistema ideal seria aquele que poderia suprir a necessidade de todos de igual forma. Esse sistema seria o sucessor do capitalismo moderno. Que ele denominou de Comunismo.
Da mesma forma a história não é produto da vontade consciente humana, não é um sistema racional ou natural, a história humana é caótica, na medida que, é um resumo de atos e fatos. A cultura humana é caótica porque não tem leis universais que a regem, ao contrário da natureza. Porém, não é ilógica, tem sentido.
Assim, podemos entender como os EUA, mesmo com todos os estudos e a realidade apontando para os sérios problemas estruturais de sua sociedade, não consegue fazer políticas nacionais de correção dos rumos.
Não é possível controlar o processo histórico, do mesmo modo que condições únicas tornaram os EUA a super potência mundial, as condições históricas atuais não mais permitem tal preponderância de uma nação. O sucesso dos EUA da forma como se deu, não é explicado a partir de sua história nacional, nem de sua melhor organização como nação, mas devido as condições externas a sua sociedade, quer dizer 02 conflitos mundiais e a Guerra Fria.
Desaparecidas as condições históricas para a dominância unipresente dos EUA no mundo, ela não se manteria como antes. Porém, a perda da dominância está se acelerando porque os EUA estão se mostrando incapases de lidar com essas perdas, e estão adotando políticas erradas, a sucessão de erros está acelerando o processo geral.
Se os homens não controlam os processos históricos de modo consciente, eles podem atenuar ou acelerar os mesmos. Então estamos assistindo hoje, a decadência de um império, que se antes levaria 100 anos, no passo que vamos levará uma década ou duas décadas!
Como dizem os históriadores, as razões do sucesso podem ser as mesmas razões do fracasso, se manter no topo hegemônico implica em ser capaz de modificar para melhor, para ser mais eficiente, porque é assim que a história humana se move, é um caminho evolutivo para a maior eficiência produtiva.
No capitalismo isso era entendido como lucro, mas hoje já é uma idéia defasada, porque os EUA aprenderam a falsificar o lucro, quer dizer, aumentar a lucratividade, sem aumentar a produtividade. Isso é basear sua economia em riqueza financeira. È o fetiche da moeda e do consumo.
Como colocaram antes, o problema não está no consumo, mas como ele é suprido, para consumir é necessário antes produzir. A situção anterior em que alguns países podiam consumir, enquanto outros apenas produziam, acabou.
O mercado não é capitalismo, o capitalismo é o antimercado, na medida que, ele só persiste em situações em que exista grande demanda desigual. Todo grande capitalista sonha com um lucro gigantesco, e ele só é possível quando não existe competição de mercado, situações de Monopólio ou Oligopólio, como Marx e todos os outros economistas clássicos já mostraram, a competição do livre mercado, leva a queda generalizada dos lucros, a uma socialização de lucros, salários, enfim da riqueza,
Se estudarmos o capitalismo moderno, veremos que só existiu acumulo de riqueza, quando naturalmente, se criou condições distorcidas de mercado, os EUA só acumularam a riqueza e poder, porque se beneficiaram das duas maiores carnificinas mundiais. Enquanto conseguiu manter esse status, os EUA se mantiveram como centro da economia Global, acumulando até mais de 50% do PIB mundial.
Agora, estamos diante de um mercado mundial em expansão e desregulamentado pela lógica de um centro hegemônico, não tem mais um xerife na economia que determine os rumos, que distorça o mercado para seu benefício. Por isso, o capitalismo está mais próximo do que nunca de sua crise final.
O desaparecimento do capitalismo só será possível dentro de um quadro onde as desigualdades serão muito diminuídas, quer pelo fim da miséria e da pobreza, quer pelo fim da riqueza concentrada, quer dizer, ou será feito pela ascensão dos pobres, ou pela decadência dos ricos. E pode ser pelos dois processos de forma simultânea(provavelmente o mais sadio).
Numa situação, todos terão suas necessidades básicas supridas, e no outro, estaremos todos numa situação de penúria extrema.
Voltando a realidade, todos teremos condições de ter um carro, ou de transporte que torne o carro desnecessário, apenas um fetiche(o primeiro modelo é individualista, o segundo coletivista). Ou no pior dos mundos, você poderá ter uma Ferrari, porém, não terá combustível ou estradas para transitar com ela.
Nessas duas condições extremas o capitalismo desaparecerá, no primeiro caso porque a escassez desaparecerá, e no segundo caso porque o ele será te tal modo presente, que em qualquer dos casos o regime que aceita a desigualdade como forma inerente de sua perpetuação e eficiência não terá mais sentido, ou porque foi superado, ou porque a história humana destruiu o planeta que dá suporte a ela.
Os homens só são capazes de resolver problemas, apresentar soluções quando a situação fica irremediável.
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