F-X2 …F-X3
http://www.defesanet.com.br/dn/05JUL10.htm
Nelson During
O Programa F-X2 está em um impasse ao fim do governo do Presidente Luiz Inácio. Como um ser “Homo Politicus”, o ministro da Defesa Nelson Jobim sabe que sua capacidade de inferir na decisão está encerrada e até pior não poderá gerar decisão alguma.
A menos de seis meses de passar o governo para o seu sucessor o Presidente Luiz Inácio está na mesma situação de outubro de 2002, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso passou a decisão para os candidatos Serra / Luiz Inácio e depois para o futuro presidente, a ser empossado em 01 Janeiro de 2003.
Qualquer decisão ainda no governo Luiz Inácio terá de necessariamente ter o aval dos candidato e candidatas: Dilma, Serra e também Marina Silva. Mas, isso por si só não encaminhará o assunto, pois o que o governo faria agora é comunicar à FAB, que pode iniciar as negociações para formalizar o contrato e aquisição com um determinado fabricante. A primeira etapa desse processo, a negociação direta com o fabricante, levará no mínimo alguns meses. Segundo um fabricante informou DefesaNet sua empresa estima que leve um período mínimo de sete meses.
Ora, se a primeira etapa já leva para o próximo governo e outras importantes decisões para a efetivação do contrato serão tomadas em uma nova realidade política e cujo ambiente resultante será imprevisível. Mesmo que o próximo governo seja a administração da Sra. Dilma Rousseff, candidata oficial.
Na área militar um novo comandante e a formação de um novo Estado-Maior poderá significar a perda de unidade, que o atual Comandante da Aeronáutica, obteve com muito sacrifício. Prevendo essas dificuldades no horizonte o Brigadeiro Saito trabalhava por uma decisão anda no ano passado.
E a indicação de um escolhido agora não significará que os lobbies e pressões terminem.
Como afirmou Michael Coggins, da Boeing a DefesaNet: “o momento pode ser do Rafale ou do Gripen NG, mas a Boeing estará aqui presente durante as etapas das discussões do contrato à disposição do governo brasileiro”.
Enfim as empresas SAAB, Dassault Aviation e Boeing sabem que um anúncio agora pode na realidade ser uma vitória fugaz. E também o risco, de em 02 de janeiro 2011, ter início o F-X3, com outras bases e outras prioridades.
O que é real é o que os Mirage 2000C/B devem ser desativados em 2014 e os F-5EM/FM estão voando acima das horas previstas com um desgaste acelerado pela falta de vetores na FAB. Além de o programa estar incompleto e meia década atrasado.
Um período de crise na FAB se avizinha no túnel cuja luz não é o seu fim, mas o clarão da absoluta crise da falta de meios de manter uma capacidade mínima de vetores em operação.
No mesmo diapasão estão os programas de modernização das 3 Forças, que a Troika dos comandantes tenta levar desesperadamente avante. As trocas de comandos têm sempre o efeito de gerar profundas alterações nos planos das forças. Vide o caso dos submarinos que em Outubro de 2006 era TKMS HDW 2400, sem perspectiva de desenvolvimento da propulsão nuclear e que passou para DCNS Scorpene com o desenvolvimento de um casco especial para incorporar o reator nuclear desenvolvido pela Marinha do Brasil.