Santiago escreveu:Meus dois cents:
Creio que não há dúvidas entre a maioria de que a decisão final é do Governo Federal. Porém a decisão será ponderada em uma escala que vai do 100% político ao 100% técnico. E para isso haverá a necessidade de analisar os diversos aspectos da escolha. E a FAB com o seu conhecimento sobre o tema é um ator central neste processo. Se a tomada de decisão fosse 100% política, não seria necessário uma concorrência como o F-X2.
O poder político, eleito democraticamente não é um poder absolutista. Na democracia brasileira existem leis e regras que devem ser seguidas (conforme postado por Palpiteiro). E satisfações (muitas) a serem dadas. Mais cedo ou mais tarde. Cada decisão que envolve recursos públicos, se não muito bem fundamentada, pode se transformar em arma política para a oposição ou trazer complicações futuras dos decisores junto aos órgãos de fiscalização.
[]s
Jacques, amigo, entenda, não há, nunca houve e nem haverá decisão técnica, a menos que aquele que detém da prerrogativa diga para se fazer o que quiser (descaso, seria esta a leitura); a decisão foi, é e será sempre política.
Não se pode dizer que a maior entende que a decisão será política, nem aqui no DB isto é verdade, não mesmo. Dizer que a decisão será política é considerado rolo compressor do governo, ou seja, é visto como algo empurrado guela abaixo, isto pra mim é nítido. Não se entende o fato, aceita-se e reclama-se, é o que vejo em todos os cantos, imprensa aberta, blogs, fóruns, etc., o DB não é exceção.
A FAB não é ator centro no processo, nem chega a coadjuvante, isto é fato, público e notório. Se ela emplacar o caça que deseja, o benefício da dúvida tomará conta, mesmo que se tenha provas contundentes que o Presidente tenha dito que ele não quis (mais) interferir no processo, não faltarão chacotas, acredite. Se, por acaso, der o caça anunciado previamente (Rafale), acredite igualmente, o relatório da FAB será claríssimo, dirá que o Rafale é de fato o melhor caça entre os três e ponto. Em qualquer situação o relatório da FAB servirá apenas de argumento (retórica) para o governo dizer que a ouviu e que se respaldou no mesmo e que sua escolha não foi apenas de ordem política, mas acima de tudo técnica. A vida é assim, para o ator principal brilhar é necessário que se tenha muitos barrocas em cena.
Veja esta sua frase: "O poder político, eleito democraticamente não é um poder absolutista." Total inconformismo com o fato de legalmente haver neste País a prerrogativa do presidente da República decidir sobre as compras militares. Ou seja, o amigo entende a coisa, mas não aceita de forma alguma, tanto que insinua que a provável decisão do presidente se dará via mãos de ferro. Jacques... Não diga que o que vemos não é democracia, não se propõem em lugar algum do planeta que se faça consulta popular para se definir qual caça comprar, só os...
Sobre o uso de recurso público mal usado, bem, a oposição não tem nada do que reclamar, até porque ocupou o poder desde 1500 e não fez nada para mudar o cenário militar e de defesa deste país. Além do mais, não sei de onde você tirou que uma decisão política implica necessariamente em mal uso do dinheiro público, ora, dependendo da escolha (diferente da insinuada pelo governo), acredite, isto sim poderá configurar mal uso do mesmo. O amigo está sendo parcial, respeito, mas dizer que aquele (único!!!) que tem produzido algo de concreto em termos de defesa estaria fazendo mal uso do dinheiro público é o mesmo que colocar a idoneidade do indivíduo a toda prova, sugerindo, para não ir adiante, que existe maracutaia quando não se compra o que gostaríamos de ver.
Pergunto, amigo Jacques, você insinuará corrupção do governo, como fez acima, se o caça escolhido no final do processo FX-2 for o F-18 SH ou o Gripen NG???? Olhe, lhe cobrarei isso!
Grande abraço,
Orestes