Operações Policiais e Militares

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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ZeRo4
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Re: Operações Policiais e Militares

#4066 Mensagem por ZeRo4 » Ter Out 20, 2009 10:28 pm

Matheus escreveu:Em termos de polícia, o básico seria, na minha opinião: uma seleção rigorosa, um formação policial equivalente a nível superior, e um salário decente, de no mínimo 4 mil reais. Concomitante, melhorar a estrutura (equipamentos, penitenciárias, delegacias, VTRs, armamento, etc). Nada de outro mundo se o dinheiro fosse aplicado corretamente.
Posto o básico, então seria hora de melhorar a integração, inteligência, combate aos corruptos aliada com outras ações no campo do direito como a revisão do código penal/processo penal e demais leis problemáticas.
Concordo 100% Matheus, com essas medidas nós teríamos um grande salto em relação a segurança pública, principalmente porque o profissional poderia se dedicar exclusivamente a sua função, sem ficar atrelado a bicos e mais bicos. A única coisa que eu acrecentaria seria a independência administrativa das Polícias em âmbito tanto Estadual quanto Federal.

Essas são medidas que, efetivamente, irão contribuir para a diminuição da criminalidade... PAPEL é balela e briguinha de poder.




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
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Kratos
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Re: Operações Policiais e Militares

#4067 Mensagem por Kratos » Ter Out 20, 2009 10:30 pm

ZeRo4 escreveu:A inveja continua sendo a arma do incompetente. Por graça de Deus a maioria dos membros já conseguiu perceber que isso não passa de balela e que o que nós precisamos para melhorar a situação é rever todos os conceitos desde a base até o topo de pirâmide. Fico feliz pela maioria perceber que um pedaço de papel pouco pode fazer diante da situação caótica que vivemos.

Pereira e o outro colega que comentou sobre os salários, a situação é essa mesmo! ridícula... é o PM que ganha R$ 950 para ir pra guerra todos os dias. O PC que ganha R$ 1.500 e desse dinheiro tem que tirar muito para conseguir trabalhar, fora os Ag. Penitenciários que ganham cerca de R$ 1,800 para trabalhar em cadeias com 1.500 presos e apenas quatro agentes por turno.

Com o que temos fico até certo ponto satisfeito, pois sem dúvida nenhuma fazemos um verdadeiro milagre.
Pois é, o salário do servidor de segurança pública no RJ é ridículo, deviam se mirar no exemplo do meu Estado e no Brasília que estão entre os melhores salários do país pra categoria. Depois as pessoas não entende o porque dos indíces de corrupção nas polícias estaduais do RJ serem tão altos em comparação a média do país. Não valoriza o profissional, não instrui, não equipa e ainda manda o cara pra guerra? Aí não tem como......
Carlos Mathias escreveu:Em Brasília já é assim. Como são os índices de criminalidade nas cidades satélites?
Pelo o que posso ver no noticiário local do meu Estado (Goiás), que cobre o Estado e costuma noticiar também sobre as cidades satélites de Brasília, parece que a situação ébem tensa em algumas. Tempos atrás a FNSP estava aqui pra intervir em algumas cidades satélite.




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Re: Operações Policiais e Militares

#4068 Mensagem por Bolovo » Ter Out 20, 2009 10:38 pm

Matheus escreveu:Em termos de polícia, o básico seria, na minha opinião: uma seleção rigorosa, um formação policial equivalente a nível superior, e um salário decente, de no mínimo 4 mil reais. Concomitante, melhorar a estrutura (equipamentos, penitenciárias, delegacias, VTRs, armamento, etc). Nada de outro mundo se o dinheiro fosse aplicado corretamente.
Posto o básico, então seria hora de melhorar a integração, inteligência, combate aos corruptos aliada com outras ações no campo do direito como a revisão do código penal/processo penal e demais leis problemáticas.
Parece que a PC de SP vai começar a pedir nível superior...




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Re: Operações Policiais e Militares

#4069 Mensagem por Matheus » Ter Out 20, 2009 11:14 pm

Bolovo escreveu:
Matheus escreveu:Em termos de polícia, o básico seria, na minha opinião: uma seleção rigorosa, um formação policial equivalente a nível superior, e um salário decente, de no mínimo 4 mil reais. Concomitante, melhorar a estrutura (equipamentos, penitenciárias, delegacias, VTRs, armamento, etc). Nada de outro mundo se o dinheiro fosse aplicado corretamente.
Posto o básico, então seria hora de melhorar a integração, inteligência, combate aos corruptos aliada com outras ações no campo do direito como a revisão do código penal/processo penal e demais leis problemáticas.
Parece que a PC de SP vai começar a pedir nível superior...
No meu entender é interessante pra não ficar atrás das outras polícias, mas com efeitos práticos não muito significativos. Acho que seria mais interessante formar o aluno ("aspirante" ao cargo) em um curso superior de polícia.




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Re: Operações Policiais e Militares

#4070 Mensagem por Pablo Maica » Qua Out 21, 2009 12:41 am

Segundo informações de outro forum (webkits) ha outra guerra entre traficantes ocorrendo agora!! traficantes de São Carlos invadiram o morro de São João!! Parece que expulsaram mtos moradores da comunidade... e estão transitando livremente em camionetes e carros pra cima e pra baixo reforçando pontos de entrada no morro!



Um abraço e t+ :D




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Re: Operações Policiais e Militares

#4071 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 8:45 am

Presidente do STF aponta falhas em fronteiras

No Rio, Gilmar Mendes defende ação mais contundente da União contra o tráfico

Flávio Tabak



RIO E BRASÍLIA. Assim como o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, cobrou ontem uma atuação mais consistente do governo federal no combate ao crime organizado, sugerindo até a volta da discussão sobre o uso das Forças Armadas contra as quadrilhas. Segundo o ministro, as responsabilidades sobre as áreas conflagradas não podem ficar restritas aos estados.

O presidente do STF citou como exemplo o armamento pesado que chega aos traficantes do Rio por falhas no controle das fronteiras.

— No Rio, por exemplo, esses armamentos são importados ilegalmente.

Não é um problema basicamente daqui, mas da falta de controle.

Há uma responsabilidade nacional, não podemos imputar isso apenas às autoridades locais — disse o ministro, que esteve ontem no Rio para assinar um termo de cooperação técnica com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), para que ex-presidiários trabalhem nas obras de construção e reforma de estádios para a Copa do Mundo.

As Forças Armadas, segundo o presidente do STF, poderiam contribuir com sua expertise para o setor de inteligência. Mendes falou até sobre o financiamento para programas federais de segurança, defendendo ações integradas.

— O tema da segurança pública é tão grave que precisamos pensar num modelo de articulação mais profundo. Durante um encontro com secretários de segurança recentemente, falamos até sobre um Fundef (fundo para o ensino fundamental) para a segurança pública — disse o ministro, acrescentando que uma ideia é que ex-presidiários trabalhem nas obras de construção e reforma de estádios para a Copa.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que ainda não cogita enviar as Forças Armadas para o Rio. Ele afirmou que, até agora, o governador Sérgio Cabral, não fez qualquer pedido nesse sentido: — Só (vou mandar) se for determinação do presidente para garantir a lei. Mas aí é um processo em que o governador tem de reconhecer a incapacidade do estado.

Sobre a questão da vigilância das fronteiras, levantada pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, Jobim disse que o governo atua de maneira intensa: — O Exército tem poder de polícia na faixa de fronteira.




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Re: Operações Policiais e Militares

#4072 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 8:47 am

Beltrame abre fogo contra União

Secretário afirma que governo federal não faz sua parte no combate ao tráfico no estado

Fábio Vasconcellos



A ação de traficantes no último sábado no Rio, que terminou com 26 mortos e com um helicóptero da PM derrubado em Vila Isabel, levou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a mudar o tom e criticar publicamente anteontem a atuação do governo federal no combate ao crime. Pela primeira vez, o secretário — que classificou os ataques como o 11 de setembro carioca — cobrou ações da União na repressão ao tráfico e disse que, no Rio, a polícia estadual assumiu atividades que não são da sua responsabilidade. As declarações foram dadas durante um encontro com líderes, pesquisadores e empresários num restaurante em Ipanema.

— O Rio precisa que o governo federal assuma plenamente a responsabilidade legal de combate à droga. Se não assume, nós assumimos (...) Tráfico de drogas é com a Polícia Federal. Infelizmente, no Rio não é. A Secretaria de Segurança faz as duas coisas aqui. Ou melhor, faz as três: a polícia de prevenção e de investigação, a polícia de combate ao tráfico de drogas e a polícia de proximidade, de reconquista dos territórios — disse Beltrame, segundo o blog do jornalista Ricardo Noblat, que reproduziu um artigo do professor de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Joaquim Falcão, presente ao encontro.

Beltrame, que é policial federal, reclamou da burocracia para a aquisição de equipamentos — a secretaria só pode comprar armas após a autorização do Exército: — Se quero comprar um carro especial de combate ou uma caminhonete blindada em Israel ou na África do Sul, onde as melhores são produzidas, tenho que pedir autorização ao Exército. Tudo que se possa enquadrar como arma de guerra tem que ser autorizado pelo Exército. E tudo demora. O traficante tem acesso a essas armas muito mais rapidamente do que o estado.

O secretário lembrou ainda que a instalação de cabines blindadas para policiais parou porque uma das empresas que concorreu na licitação entrou com um recurso na Justiça: — Preparei mais de 40 cabines blindadas, com ar-condicionado, micro-ondas para esquentar as quentinhas e geladeira. Aí contestaram um aspecto formal da licitação.

Estão todas guardadas. Em tempo de caça às bruxas, não posso assumir tal responsabilidade. Quando decidirem se posso colocar as cabines, colocarei. Mas, como não se decidem, os jovens policiais continuam indevidamente protegidos.

Beltrame fez mais um desabafo: — O que eu queria mesmo é que entendêssemos a queda do helicóptero no último dia 17 como sendo o nosso 11 de setembro. E a partir daí houvesse política de segurança, não de governos, mas de estado. Não de um, mas de todos. Sociedade também.

Em Brasília, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que o governo federal tem colaborado com o Rio não só no setor de inteligência, mas repassando recursos.

— Nós temos um convênio com o governo do Rio, colocando toda a infraestrutura de inteligência e de força da Polícia Federal no combate ao narcotráfico, inclusive no combate às quadrilhas organizadas que tomam conta de determinadas regiões.

É óbvio que tudo tem de ser aprimorado.

A Polícia Federal está fazendo hoje um conjunto de ações, que vão desde aviação não tripulada até aviação policial voltada para o controle das nossas fronteiras.

Agora, os efeitos virão sempre a médio e a curto prazo.

As afirmações de Beltrame foram recebidas com cautela por especialistas. Para eles, faltam ações do governo federal contra a entrada de armas no Rio, mas outras medidas já poderiam ter sido tomadas no estado.

Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos de Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ, diz que a repressão ao tráfico não deve o ser o foco da política de segurança federal.

— Em todo lugar do mundo há tráfico, mas não a violência territorializada do Rio. Aqui, as gangues têm armas e controlam áreas. O foco deve ser a desarticulação das gangues e, para isso, é preciso haver ações integradas.

Para o professor João Trajano, integrante do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, as iniciativas contra o tráfico de drogas e de armas são de fato responsabilidade do governo federal, mas para que ele atue é preciso haver definição de parâmetros entre as forças de segurança — o que só é possível com ações integradas.

— Há um erro de duas décadas, que é reduzir a política de segurança ao combate ao tráfico de drogas.

A cientista social Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, diz que houve avanços na política de segurança: — O problema da segurança no Rio chegou ao ponto que chegou por participação e omissão de todo mundo, dos três níveis de governos, em 20 anos. Mas, nos últimos três anos, houve mudanças, com o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), do governo federal, e as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), do governo do estado — ressaltou Silvia.




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Re: Operações Policiais e Militares

#4073 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 8:50 am

Facção concentra antiaéreas

Sérgio Ramalho



A análise dos 38 registros de apreensões de metralhadoras .30 e .50 contabilizadas de 2007 até ontem revela que 36 dessas armas foram descobertas em favelas dominadas pela facção criminosa responsável pela invasão ao Morro dos Macacos. O helicóptero do GAM da PM caiu após ser atingido supostamente por disparos de calibre .30.

Os dados da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) mostram que as apreensões dessas armas de guerra vêm crescendo anualmente.

Até ontem a Drae havia catalogado a descoberta de 15 metralhadoras — 14 calibre .30 e uma .50 — apenas este ano, em favelas do Rio. Em 2008 foram recolhidas 13, sendo 12 calibre .30 e uma .50.

Mas é na comparação dos números deste ano com 2007, quando foram recolhidas dez metralhadoras .30, que fica evidente o aumento do interesse dos criminosos por esse tipo de arma. De janeiro até ontem, o crescimento desse tipo de apreensão foi de 40%. Das 38 armas apreendidas, 36 foram descobertas em favelas de Complexo do Alemão, Vila Cruzeiro, Coréia, Mangueira, Pavão-Pavãozinho e Morro São João, de onde partiu o ataque ao Morro dos Macacos.

Entre as 38 apreensões catalogadas pela Drae nos últimos dois anos e dez meses, quatro metralhadoras .30 pertenciam ao exército boliviano. Duas delas tinham o brasão do Exército brasileiro e uma, a marca das forças armadas colombianas, provavelmente repassadas aos traficantes do Rio por integrantes da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A entrada de metralhadoras .30, modelo Lehky Kulomet ZB, de origem tcheca, às favelas do Rio foi revelada pelo GLOBO em agosto de 2008. Instrutor de tiros da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Flávio Pacca estima que uma metralhadora .30 pode ser negociada no mercado paralelo por até R$ 40 mil.




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Re: Operações Policiais e Militares

#4074 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 8:50 am

Elio Gaspari

A guerra do Rio é uma metáfora cavilosa



O Rio ganhou um novo problema, a blindagem dos helicópteros da polícia (e por que só os da polícia?).

Os três jovens mortos na entrada do Morro dos Macacos são uma nota de pé de página. Três dias de desordens nas estações da SuperVia já são coisa do passado. De uma hora para outra, o carioca sente-se num cenário de “Tropa de elite”.

Primeiro ele parou de caminhar pelas ruas do bairro depois do jantar.

Um país com a taxa de fecundidade de 6,3 filhos por casal não podia ir para a frente. Depois, faz tempo, surgiram as grades nos jardins do recuo dos edifícios. Do Leblon ao Leme há algo como 10 mil metros de calçadas gradeadas, mas não poderia ser diferente: nessa época a população favelada do Rio dobrara, de 335 mil pessoas para 722 mil.

Isso acontecia numa cidade em que, até 1983, pareceu irrelevante o fato de os ônibus não passarem pelo Túnel Rebouças, inaugurado em 1966. Parecia natural que a choldra da Zona Norte não tivesse acesso fácil a Copacabana e Ipanema.

Na virada do século foi preciso blindar o carro. Pensando bem, era uma impropriedade estatística. A taxa de fecundidade das brasileiras caíra para 2,9 filhos por casal. Estavam nascendo menos pobres, portanto, não fazia sentido que a população favelada chegasse a 722 mil almas, quase 15% da população da cidade.

Aos perigos e transtornos impostos ao carioca somou-se a cenografia de uma guerra. A crise da segurança pública do Rio não é uma guerra. Pode ser pior, mas não é guerra. Os quatro anos da ocupação alemã em Paris foram menos cruentos que quaisquer quatro anos do Rio, desde 1980. A ideia de uma guerra pressupõe um inimigo perfeitamente identificado e a disposição de se utilizar todas as forças disponíveis para submetê-lo. Guerra pressupõe tentar devolver o Vietnã do Norte à Idade da Pedra.

Não há guerra no Rio, o que há é uma metáfora de conveniência. Ela cria o cenário da emergência, mas não pode dar o passo seguinte, que seria o reconhecimento de que uma parte da cidade está em guerra com outra, como aconteceu na Argélia, ou na África do Sul da fase mais agressiva do apartheid. Esse passo não é dado porque, apesar dos surtos demofóbicos, a sociedade brasileira nunca se associou a um projeto desse tipo. Colocando a coisa de outro modo: o pedaço da sociedade que seria capaz de apoiar uma política de violência segregacionista, levando-a a consequências extremas, ainda não tem coragem para vocalizar suas propostas e não haverá de tê-la nos próximos anos. Pensar que essa linha de pensamento não existe é colocar a ingenuidade a serviço das boas maneiras.

A metáfora da guerra não define o inimigo mas, cavilosamente, deixao subentendido. Ele está na favela (“fábrica de marginais”, na definição do governador Sérgio Cabral).

Essa guerra sem inimigo produz cenários, cenas de batalha, vítimas e juras de vingança, nada mais. Tudo fica parecido com “Tropa de elite”.

Uma metáfora pode sustentar um filme, mas não resolve as questões da segurança de uma cidade.

Se o clima de guerra sair da agenda do Rio não há qualquer garantia de que as coisas melhorem, mas pelo menos será retirada a cortina de fantasia que mascara políticas públicas fracassadas.




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Re: Operações Policiais e Militares

#4075 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 8:59 am

PMs alugaram caveirões para tráfico, diz ONG

RAPHAEL GOMIDE

FÁBIO GRELLET

DA SUCURSAL DO RIO



A ONG Justiça Global acusou policiais militares de alugarem três caveirões (veículos blindados) a uma facção criminosa do Rio. A denúncia foi enviada à Secretaria de Segurança.

Bandidos do TCP (Terceiro Comando Puro) teriam usado os veículos para invadir a Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré (zona norte do Rio), e tomar pontos de tráfico dominados pela ADA (Amigos dos Amigos), facção rival, em 31 de maio.

A Secretaria de Segurança confirmou ter recebido o documento, mas disse que ele ainda não foi apreciado e por isso a pasta não iria comentá-lo.

Procurada, a Polícia Militar informou que vai apurar a denúncia.

O confronto continua até hoje e, segundo a entidade, cerca de 50 pessoas já foram mortas. O documento, assinado por várias entidades, diz que policiais "teriam participado da invasão" e pede a abertura de investigação.

"Moradores afirmam que três veículos blindados da Polícia Militar, os chamados "caveirões", foram alugados para traficantes de uma das facções envolvidas. Na Maré, esta é uma informação naturalizada. "Todo mundo aqui sabe disso. Várias pessoas viram", afirma R.A., morador do Conjunto Esperança", diz o documento.

A ONG diz não ter foto ou vídeo que registre a presença dos caveirões, mas diz que mais de dez moradores fizeram denúncias semelhantes.




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Re: Operações Policiais e Militares

#4076 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 8:59 am

SEGURANÇA PÚBLICA

Alerta ligado nos presídios

Diretor do Sistema Penitenciário Federal manda redobrar o monitoramento aos detentos. Há a suspeita de que a ordem para invadir o Morro dos Macacos no Rio de Janeiro, no fim de semana, partiu de dentro de uma das instituições após visita íntima

Edson Luiz



Todos os quatro presídios federais receberam um alerta geral para que redobrem a segurança dos detentos, principalmente em Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS), onde estão 27 criminosos de alta periculosidade oriundos do Rio de Janeiro. Na segunda-feira, a Polícia Civil fluminense afirmou que a ordem para a tomada de pontos de drogas no Morro dos Macacos partiu de uma dessas cadeias. A informação foi negada pelo Ministério da Justiça, que descartou a possibilidade de uso de aparelhos celulares ou de outros meios de comunicação no interior das penitenciárias. No entanto, existe a possibilidade de a ordem ter sido transmitida durante uma visita íntima.

Na recomendação feita aos responsáveis pelos presídios de Catanduvas, Campo Grande, Mossoró (RN) e Porto Velho (RO), o diretor do Sistema Penitenciário Federal (SPF), Wilson Salles Damázio, pediu também para que as atenções fossem redobradas durante as visitas íntimas e sociais (de parentes), além dos advogados que, em alguns casos, são monitorados nos contatos com seus clientes. “Além disso, estamos adotando todas as práticas de inteligência que forem necessárias para controlar os detentos”, afirma Damázio. Segundo o comunicado, os agentes estão autorizados a acionar a Justiça Federal para requerer mandados ou monitoramento de determinados presos.

Na segunda-feira, Damázio conversou com o secretário de Segurança do Rio, José Beltrame Mariano, sobre a possibilidade de os ataques terem sido ordenados de dentro da penitenciária de Catanduvas. “O secretário garantiu que isso não foi informação da Polícia Civil”, ressaltou o diretor do SPF. Segundo Damázio, todos os presos e as celas possuem monitoramento e o uso de celulares não é permitido nem mesmo pelos agentes que trabalham nos locais. Além disso, antes e depois das visitas, os parentes dos detentos são revistados. Mas fontes do Ministério da Justiça admitem ao Correio que os recados possam ter sido levados para o exterior das penitenciárias, justamente por pessoas que estiveram com os presos.

Dos 27 detentos fluminenses, 11 estão em Catanduvas (veja quadro), como Elias Pereira Da Silva, o Elias Maluco, assassino do jornalista Tim Lopes, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, a primeira e maior facção criminosa do Rio. Em Campo Grande, são 16 detentos que foram transferidos do complexo penitenciário de Bangu, como Ronaldo Pinto Lima Silva, o Ronaldinho Tabajara, Adair Marlon Duarte, o Adair da Mangueira, além dos chefes da milícia Liga da Justiça, Ricardo Teixeira da Silva, o Batman, e Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

Hoje, todos os presos (1)de dois dos quatro presídios — os de Mossoró e de Porto Velho ainda não receberam detentos de outros estados — são monitorados, durante 24 horas, por um sistema interno de segurança. Em Brasília, um centro de inteligência recebe as imagens on-line de toda a movimentação interna e externa das cadeias, feita por cerca de 280 câmeras. Ao final do dia e a cada quinzena, a área de informação dos presídios faz um relatório para a direção. Caso haja algum acontecimento extraordinário, a Polícia Federal é acionada. Os relatos sobre o comportamento dos detentos, ou alguma anormalidade em relação a eles, também é repassado aos estados.



Enterro

Cerca de 800 pessoas participaram ontem do sepultamento do cabo Izo Gomes Patrício, 36 anos, terceiro tripulante do helicóptero da Polícia Militar do Rio que morreu após a aeronave ser abatida por traficantes do Morro dos Macacos, no sábado. Familiares evitaram fazer críticas à corporação e disseram que Patrício morreu como herói. No mesmo momento em que o cabo era sepultado, um corpo foi deixado em um dos acessos ao Morro dos Macacos dentro de um carrinho de compras. De acordo com a Polícia Militar, o número de mortos desde o início dos confrontos chegou a 25, entre policiais, bandidos e inocentes.



1 - Alta periculosidade

Desde 2007, quando começaram a funcionar, os presídios de Catanduvas e Campo Grande receberam 1.090 presos considerados de alta periculosidade de quase todos os estados brasileiros. Hoje, estão com uma ocupação total de 238 detentos. Do Rio, já estiveram nessas duas penitenciárias 84 prisioneiros, sendo que 27 continuam no sistema federal. Nessas cadeias, estão criminosos do porte de João Arcanjo Ribeiro, o Comendador Arcanjo, acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso, e Antônio Jussivan dos Santos, o Alemão, líder do assalto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005.



CRÍTICA REBATIDA

O ministro da Justiça, Tarso Genro, rebateu ontem as críticas feitas pelo secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e garantiu que não está faltando ação da Polícia Federal no combate às drogas. Tarso afirmou, ainda, que o governo federal pode liberar mais recursos para o combate à violência no Rio. “O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) me deu ordem para que o Rio de Janeiro seja plenamente atendido”, disse o ministro, após participar de reunião do Conselho Nacional de Defesa. Tarso ressaltou que o governo já disponibilizou para o estado R$ 100 milhões do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).



O número

27

Detentos do Rio de Janeiro que estão nas duas penitenciárias federais





Presídios federais



O Rio de Janeiro tem, hoje, 27 detentos de alta periculosidade em duas das quatro penitenciárias federais. Em Catanduvas (PR) estão 11 presos, enquanto em Campo Grande (MS) são 16. São eles:



Campo Grande



Ronaldo Pinto Lima Silva (Ronaldinho Tabajara)

Alexander de Jesus Carlos (Choque)

Saulo de Oliveira

Jerônimo Guimarães Filho

Natalino José Guimarães

Luciano Guinâncio Guimarães

André Luiz da Silva Malvar

Leandro Paixão Viegas (Leandro Quebra Ossos)

Fábio Pereira de Oliveira (Fabinho Gordo)

Moisés Pereira Maia Júnior (Chopão)

Alcemir Silva

Júlio César Oliveira dos Santos

Gladson dos Santos Gonçalves

Ricardo Teixeira da Silva (Batman)

Adair Marlon Duarte (Adair da Mangueira)

Luiz Fernando da Costa (Fernandinho Beira-Mar)



Catanduvas



Cláudio José Fontarigo (Claudinho da Mineira)

Elias Pereira da Silva (Elias Maluco)

Fabrício Fernandes Mirra

Isaías Costa Rodrigues (Isaías do Borel)

Leonardo Marques da Silva (Sapinho)

Marcelo Pereira Menigete Paulo

Márcio Cândido da Silva (Porca Russa)

Márcio dos Santos Nepomuceno (Marcinho VP)

Márcio José Guimarães (Tchaca)

Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (My Thor)

Ricardo Chaves de Castro Lima (Fú da Mineira)




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Re: Operações Policiais e Militares

#4077 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 9:10 am

Traficante prepara ‘exército’ e barricadas

Rio - Com exército de ex-militares integrado à quadrilha, o traficante Fabiano Atanázio da Silva, o FB, da Vila Cruzeiro, na Penha, está pronto para a guerra. Os serviços de inteligência das polícias Civil e Militar levantaram informações de que o bandido já determinou a colocação de barricadas nas principais vias de acesso à Vila Cruzeiro e posicionou seu arsenal em pontos estratégicos da favela para rechaçar a ação da polícia.
FB foi o responsável pela invasão de bandidos ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, sábado, que resultou na queda de um helicóptero da PM. O maior temor da cúpula de segurança, entretanto, é a informação de que FB teria um míssil. Como O DIA noticiou domingo, ele teria comprado o armamento por R$ 200 mil, além de possuir armas poderosas como metralhadoras antiaéreas .30 e .50.

Imagem

Segundo as investigações, FB reuniu pelo menos 20 chefões do tráfico na Vila Cruzeiro, entre eles Magno Fernando Tatagiba e Alexander Mendes da Silva, o Polegar, ambos da Mangueira. No grupo estariam ainda Ricardo Severo, o Faustão, e Ilan Nogueira Sales, o Capoeira, que também participaram da invasão aos Macacos. Capoeira é suspeito de tentativa de assalto na Linha Amarela, que resultou na morte do PM Natan Evaristo da Silva, em fevereiro de 2008. Ele integrava a equipe do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

ENCOMENDA DE ARMAS

Gravações feitas com autorização da Justiça mostram Fabiano Atanázio, o FB, encomendando armas com Antônio Jorge Gonçalves, um dos maiores traficantes de armamento do Brasil, preso em julho. Ele escolhe o modelo que quer comprar, um dos mais modernos e capaz de derrubar aeronaves.

— FB: Pô, manda um verdinho daquele para mim, cara!
— Antônio: Qual verdinho que você tá falando?

— FB: O austríaco.
— Antônio: Ah, aquele é o REM, cara.

— FB: HG - 600. Aquele que vem com acrílico atrás. Na coronha.
—Antônio: Pediu 60, cara.

— FB: Qual?
—Antônio: Esse daí austríaco...

—FB: Então, mais aí veja bem, mano: se você me garantir que vai me dar com os pentes, eu pago. Entendeu, mano?

Troca de tiros leva pânico a colégio

Durante a caçada aos traficantes que invadiram o Morro dos Macacos e atiraram no helicóptero no sábado, policiais do 22º BPM (Maré) trocaram tiros, ontem, com traficantes nas favelas Mandela 1 e 2, no Complexo de Manguinhos. Para fugir dos PMs, dois bandidos invadiram o pátio da Escola Municipal Professora Maria de Cerqueira e Silva. Professores, alunos e funcionários entraram em pânico.

“Eles entraram correndo, com a PM perseguindo eles. Mandamos as crianças ficarem abaixadas no refeitório. Foi um terror.Depois de escutar alguns tiros e e gritos dos policiais, houve um silêncio. Os disparos, em seguida, continuaram do lado de fora. Foi um horror, ainda estou com as pernas bambas”, contou um professor.

As aulas no turno da manhã foram suspensas por volta das 11h30, logo após o tiroteio. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, os bandidos não chegaram a entrar no prédio do colégio. À tarde, a escola abriu, mas a maior parte dos 1.137 alunos não compareceu.

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Depois da perseguição, um menor de 12 anos, que seria olheiro do tráfico, foi detido com um radiotransmissor quando tentava se esconder no pátio do colégio. Na operação, os PMs também apreenderam fogos de artifício e dezenas de pedras de crack e papelotes de cocaína.

No início da noite, um homem morreu e três foram detidos numa ação do 1º BPM (Estácio) nos morros Fallet-Fogueteiro, no Rio Comprido. Policiais que participavam de cerco à comunidade, para evitar invasões, foram atacados por bandidos. Houve intenso confronto, que provocou pânico. Motoristas que passavam pela Rua Itapiru fugiram de ré e outros saíram de seus veículos em busca de abrigo. Comerciantes baixaram as portas. O criminoso que foi baleado portava uma metralhadora 9 milímetros




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Re: Operações Policiais e Militares

#4078 Mensagem por Matheus » Qua Out 21, 2009 9:17 am

E aí pessoal, continuam achando que o que está acontecendo no Rio não é nada demais em comparação a outras capitais?




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Re: Operações Policiais e Militares

#4079 Mensagem por PQD » Qua Out 21, 2009 9:50 am

Matheus escreveu:E aí pessoal, continuam achando que o que está acontecendo no Rio não é nada demais em comparação a outras capitais?
claro que a situação é caótica, a midia ao inves de só querer mostrar confronto o que de produtivo faz? porque não vão pressionar 24Hs por dia lá na porta do congresso, do palacio guanabara, e do Planalto2 (centro BB)? porque a midia ao invez de ajudar quer puramente noticiar o tiro, a queda do heli carioca, o cadaver no carrinho de mão, pô a midia tá precionando o lado errado, a cidade não tem que ser precionada, quem tem é o poder público, é o presidente, a senasp, congresso, SSP-RJ, O governador, MD (sim os eventos tao ai, o que o NJ fez? PN). Não adianta falarem que o problema é do RIO pois não é, se a corrupção no Brasil não fosse generalizada o rio não estaria assim, tem muita gente fora do rio ganhado com essa situação.

Rio e SP, tão nessa merda porque sempre foram e serão o contrapeso politico de manobra para os interesse excusos dos politicos em levantar alguem ou afundar inimigo politico.




Editado pela última vez por PQD em Qua Out 21, 2009 10:19 am, em um total de 2 vezes.
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Re: Operações Policiais e Militares

#4080 Mensagem por wagnerm25 » Qua Out 21, 2009 9:54 am

PQD escreveu:PMs alugaram caveirões para tráfico, diz ONG

A ONG Justiça Global acusou policiais militares de alugarem três caveirões (veículos blindados) a uma facção criminosa do Rio. A denúncia foi enviada à Secretaria de Segurança.

Bandidos do TCP (Terceiro Comando Puro) teriam usado os veículos para invadir a Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré (zona norte do Rio), e tomar pontos de tráfico dominados pela ADA (Amigos dos Amigos), facção rival, em 31 de maio.
A Secretaria de Segurança confirmou ter recebido o documento, mas disse que ele ainda não foi apreciado e por isso a pasta não iria comentá-lo.
Procurada, a Polícia Militar informou que vai apurar a denúncia.
O confronto continua até hoje e, segundo a entidade, cerca de 50 pessoas já foram mortas. O documento, assinado por várias entidades, diz que policiais "teriam participado da invasão" e pede a abertura de investigação.
"Moradores afirmam que três veículos blindados da Polícia Militar, os chamados "caveirões", foram alugados para traficantes de uma das facções envolvidas. Na Maré, esta é uma informação naturalizada. "Todo mundo aqui sabe disso. Várias pessoas viram", afirma R.A., morador do Conjunto Esperança", diz o documento.
A ONG diz não ter foto ou vídeo que registre a presença dos caveirões, mas diz que mais de dez moradores fizeram denúncias semelhantes.
Se for verdade, aí larguei de mão.




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