Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
O que estamos vendo no caso Hondurenho é uma chuva de informações pontuais , cabais e indesmentíveis no sentido de que há um governo legalmente constituído no país , com respaldo popular e , em sentido contrário , a tentativa desesperada do eixo bolivariano e de seus aliados , muitos já reticentes , em tentar uma saída digna da enrascada diplomática em que se meteram. Basta que se acompanhe com atenção a evolução dos fatos , as declarações , os posicionamentos...Como se diria aqui na Campanha Gaúcha:...dessa vez os bolivarianos "pecharam no pau da carpa".
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Engraçado que a constituição da Colombia tb proibía re-eleições e re-re-eleições e quanto a isso as vestais ofendidas nem abrem a boca
e pt, páre lá com a trolagem , vc acusa um membro do forum de ser outra pessoa, sem ter qq provas, e está a faltar ao respeito a todos os membros do DB com essas atitudes infantis!
e pt, páre lá com a trolagem , vc acusa um membro do forum de ser outra pessoa, sem ter qq provas, e está a faltar ao respeito a todos os membros do DB com essas atitudes infantis!
Editado pela última vez por P44 em Ter Set 29, 2009 3:03 pm, em um total de 1 vez.
Triste sina ter nascido português
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
O principal erro cometido por esse pessoal que ejetou o Zé Laia do poder foi tê-lo chutado para fora do país após sua deposição (legal ou não). Tivesse ele sido mantido no país, seria muito mais controlável e provavelmente toda essa celeuma não teria acontecido. Amadores... tivessem lido algo sobre os acontecimentos a partir de 1917 na mãe Rússia, teriam uma boa idéia sobre o que fazer com os apeados do poder.Dieneces escreveu:Senhor Ilha , não existe esse dispositivo legal que o senhor alega , na Constituição Hondurenha , no sentido de permitir e/ou propor plebiscito sobre alongamento do mandato presidencial , como fez Rosales . Pode ser que exista com outros fins . Mas o que nos interessa é saber se o mandamento legal que ejetou Manuel Rosales tem amparo ou não na legislação hondurenha. Está provado que tem . Sua deposição foi legal . Saudações .
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
p44, oras, estamos no topico de honduras, normal não falarmos de uribe aqui, mas ja adianto, não sou fã dele , pode ser de direita e tudo mais, mas eu ainda acho que tem algum rabo preso com o narcotrafico.P44 escreveu:Engraçado que a constituição da Colombia tb proibía re-eleições e re-re-eleições e quanto a isso as vestais ofendidas nem abrem a boca
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"A religião católica contém a Verdade total revelada por Deus e não dizemos isso com arrogância nem para desafiar ninguém. Não podemos diminuir esta afirmação" Dom Hector Aguer
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- Dieneces
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Na Colômbia e mesmo na Venezuela as proposições sobre alargamento do mandato presidencial foram propostas dento dos marcos legais , P44 . Gostemos ou não . Em Honduras foi ao arrepio da Lei. Casos distintos .P44 escreveu:Engraçado que a constituição da Colombia tb proibía re-eleições e re-re-eleições e quanto a isso as vestais ofendidas nem abrem a boca
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Pronto, agora o golpista é o Zé Laia. Mas será que todo mundo tá errado? Olha que entenda-se mundo como a figura aí
Vocês aí, meia-dúzia, fiquem por aí...
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
U-27 escreveu:p44, oras, estamos no topico de honduras, normal não falarmos de uribe aqui, mas ja adianto, não sou fã dele , pode ser de direita e tudo mais, mas eu ainda acho que tem algum rabo preso com o narcotrafico.P44 escreveu:Engraçado que a constituição da Colombia tb proibía re-eleições e re-re-eleições e quanto a isso as vestais ofendidas nem abrem a boca
e pt, páre lá com a trolagem , vc acusa um membro do forum de ser outra pessoa, sem ter qq provas, e está a faltar ao respeito a todos os membros do Db com essas atitudes infantis!
se se fala do chavez por dá cá aquela palha, tb se pode falar do Uribe.
Quanto á constituição hondurenha, é normal nas democracias, e mediante maiorias relevantes (em Portugal são 2/3 do parlamento), alterar-se a constituição.
Quer portanto dizer que a constituição de 1982 nunca será mudada até ao fim dos tempos
Triste sina ter nascido português
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Dieneces escreveu:Na Colômbia e mesmo na Venezuela as proposições sobre alargamento do mandato presidencial foram propostas dento dos marcos legais , P44 . Gostemos ou não . Em Honduras foi ao arrepio da Lei. Casos distintos .P44 escreveu:Engraçado que a constituição da Colombia tb proibía re-eleições e re-re-eleições e quanto a isso as vestais ofendidas nem abrem a boca
e pt, páre lá com a trolagem , vc acusa um membro do forum de ser outra pessoa, sem ter qq provas, e está a faltar ao respeito a todos os membros do Db com essas atitudes infantis!
foram? mas vcs gritam aos 4 ventos que o homem é um golpista!!!!!!
coerência meus srs, coerência
Triste sina ter nascido português
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
O governo houndurenho não é um governo legítimo, na medida em que não emanou directamente da vontade do povo.
Sobre isso não pode haver dúvidas.
Mas as razões que levaram à destituição do populista-cowboy do poder, depois de ele ter enfrentado os outros poderes constituidos, nomeadamente o poder judicial e o poder legislativo, conduziram a que criasse razões para que perdesse a sua legitimidade como presidente.
A razão porque a maioria dos países do mundo criticou o golpe, nada tem a ver com uma análise fria e racional da situação, mas sim com o facto de ninguém saber onde sequer ficam as Honduras.
Para os americanos e os europeus, é um país onde há anos atrás os militares passavam o tempo livre a dar golpes de estado e pura e simplesmente concluiram que era mais um.
Como o tempo não está para golpes, a opção normal foi a de defender o presidente deposto e pedir a volta à legalidade institucional.
O problema, é que o Zé-Cowboy pode ter sido destituido em cuecas, ou em pijama e isso não estará em nenhuma constituição.
Mas o facto de ter sido expulso do país em cuecas, não implica que a sua destituição e expulsão foram de facto ilegais em face da constituição do próprio país.
O traje vestido pelo presidente, não retira validade a um acto juridico de destituição, e a uma ordem judicial emitida por quem legalmente tinha o direito para fazer isso.
Podemos dizer que os militares não agiram da melhor forma quanto ao pijama do Cowboy, mas não foram os militares que deram a ordem. Eles limitaram-se a cumprir uma ordem do poder judicial.
É dificil encontrar um golpe de estado nos últimos anos, que seja tão fácil de justificar quanto o golpe que destituiu o Cowboy.
E isso deveria servir de principio para uma análise séria sobre o que realmente aconteceu.
Os países europeus e os Estados Unidos, encolheram os ombros e decidiram da forma que lhes pareceu mais lógica...
Cumprimentos:
PS:
Quanto ao Dandolo Bagetti, eu estou convencido que se trata da mesma pessoa que tinha ideias completamente estrambolicas sobre como chegar a Marte. O estilo é exactamente o mesmo. O conteudo mudou mas a forma é a mesma.
Não sou eu quem afirma isso, é o estilo do próprio que o revela !
Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele !
Sobre isso não pode haver dúvidas.
Mas as razões que levaram à destituição do populista-cowboy do poder, depois de ele ter enfrentado os outros poderes constituidos, nomeadamente o poder judicial e o poder legislativo, conduziram a que criasse razões para que perdesse a sua legitimidade como presidente.
A razão porque a maioria dos países do mundo criticou o golpe, nada tem a ver com uma análise fria e racional da situação, mas sim com o facto de ninguém saber onde sequer ficam as Honduras.
Para os americanos e os europeus, é um país onde há anos atrás os militares passavam o tempo livre a dar golpes de estado e pura e simplesmente concluiram que era mais um.
Como o tempo não está para golpes, a opção normal foi a de defender o presidente deposto e pedir a volta à legalidade institucional.
O problema, é que o Zé-Cowboy pode ter sido destituido em cuecas, ou em pijama e isso não estará em nenhuma constituição.
Mas o facto de ter sido expulso do país em cuecas, não implica que a sua destituição e expulsão foram de facto ilegais em face da constituição do próprio país.
O traje vestido pelo presidente, não retira validade a um acto juridico de destituição, e a uma ordem judicial emitida por quem legalmente tinha o direito para fazer isso.
Podemos dizer que os militares não agiram da melhor forma quanto ao pijama do Cowboy, mas não foram os militares que deram a ordem. Eles limitaram-se a cumprir uma ordem do poder judicial.
É dificil encontrar um golpe de estado nos últimos anos, que seja tão fácil de justificar quanto o golpe que destituiu o Cowboy.
E isso deveria servir de principio para uma análise séria sobre o que realmente aconteceu.
Os países europeus e os Estados Unidos, encolheram os ombros e decidiram da forma que lhes pareceu mais lógica...
Cumprimentos:
PS:
Quanto ao Dandolo Bagetti, eu estou convencido que se trata da mesma pessoa que tinha ideias completamente estrambolicas sobre como chegar a Marte. O estilo é exactamente o mesmo. O conteudo mudou mas a forma é a mesma.
Não sou eu quem afirma isso, é o estilo do próprio que o revela !
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- Sávio Ricardo
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Penso que ninguem defende o ZéMala, só que o governo GOLPISTA foi muito burro em abusar da constituição hondurenha, todos sabem que nela diz que caso algum presidente tente muda-la para se reeleger será julgado e afastado do poder, mas não que será expulso do seu próprio pais de madrugada, oque na verdade é um golpe sim, e que todo o mundo concerteza iria achar o mesmo...
Se este Micheleti com sua corja tivesse seguido a constituição corretamente, concerteza o Zémala ja teria sido deposto, estaria tudo nas normalidade de acordo com a constituição hondurenha.
Mas eles foram se precipitar, pensaram que o mundo não iria se preocupar com eles e deu no que deu, alias, esta dando, eles mesmos cavaram a cova deles.
Os dois lado se formos ver estão errados:
O Zè mala por tentar se reeleger usando sua popularidade, e o governo GOLPISTA em tentar usar a constituição mas não usa-la como deveria...
Se este Micheleti com sua corja tivesse seguido a constituição corretamente, concerteza o Zémala ja teria sido deposto, estaria tudo nas normalidade de acordo com a constituição hondurenha.
Mas eles foram se precipitar, pensaram que o mundo não iria se preocupar com eles e deu no que deu, alias, esta dando, eles mesmos cavaram a cova deles.
Os dois lado se formos ver estão errados:
O Zè mala por tentar se reeleger usando sua popularidade, e o governo GOLPISTA em tentar usar a constituição mas não usa-la como deveria...
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Alcantara escreveu:lobo_guara escreveu:Pessoal,
Para efeitos de esclarecimento, essa história de tentativa de referendo para re-eleição do Zelaia é na verdade a maior lorota de toda essa história.
Na verdade o fato é o seguinte, em primeiro lugar o Zelaia tá longe de ser um lider de esquerda, na verdade que vinha se aproximando do Chavez visando receber algum recurso do cara (haja vista que o cel chapolim mais parece com o nosso Silvio Santos gritando quem quer dinheiro), talvez dessa aproximação tenha surgido a idéia de uma re-eleição (contudo é bom lembrar que essa moda surgiu na América Latina a partir dos Senhores FHC e Menem). Daí a proposta de um referendo para re-eleição, contudo mediante a negativa da suprema corte hondurenha houve uma mudança significativa nessa proposta por parte do governo Zelaia. A nova proposta consistia na colocação de uma quarta urna na sala de votação no próximo pleito presiencial, ou seja na eleição que escolheria justamente o seu sucessor, ocaisão na qual os eleitores poderiam votar sobre a conveniência ou não de convocação de uma assembléia constituinte, portanto a história de tentativa de uma re-eleição indevida ppor parte do Zelaia trata-se de uma inverdade lançada pelos seus opositores visando justificar o golpe realizado perante a comunidade internacional, o problema é que por total desconhecimento da realidade política daquele país (acho pouco provável) ou por pura conveniência de quem simpatiza com esse tipo de prática grande parte da empresa brasileira esta eceitando essa história como verdaeira e busca a partir disso contemporizar com ogoverno golpista hondurenho em detrimento da posição adotada pelo governo brasileiro e da unanimidade dos países da região, algo que no mínimo deve nos causar estranheza.Dieneces escreveu:Quanto a pergunta de o Rosales ter chegado de avião . Lógico que ele não foi de avião até Honduras , seria absurdo que tentasse isso. Ele foi de avião até a Base de Ilopango em San Salvador e dali foi para Honduras . Tudo bancado pelo Chávez . Não é mistério nenhum , o Chávez já admitiu a operação . Quanto ao fato de ele , Rosales não poder ser candidato nessa eleição....A Constituição Hondurenha dispõe que perde da maneira automática o cargo o governante que PROPOR alteração nos mandatos presidenciais . Não fala se é A ou B quem vai se beneficiar , se agora ou em 2014 , 2026 . A destituição do Rosales do poder foi em acordo com os dispositivos legais hondurenhos, etc...Tem muito batráquio interpretando esse mandamento da Constituição Hondurenha segundo uma ou outra orientação ideológica-filosófica-ongótica . Não é necessário . O meu filho de 5 anos que aprendeu a ler uns 3 meses atrás entende o que está escrito . É interpretação de texto em nível de escolinha maternal , padrão I .O Luís Nassif anda assistindo muito a Telesur pelo que mostra em seu blog de orientação governista . Aliás tem lá na Telesur um programa na madruga com um senhor de nome Martínez , que usa um tapa-olho no melhor estilo Moshe Dayan que é muito bom...trata das mais diversas conspirações internacionais que estão em curso no planeta para derrubar o Chávez . Recomendo , dá-se boas risadas . A propósito , o Garcia esse da reportagem é o Paradiplomata Top Top , nosso Henry Kissinger do Foro de São Paulo ?
CONSTITUCIÓN DE LA REPÚBLICA DE HONDURAS, 1982
(Decreto No. 131 del 11 de enero de 1982)
TITULO I: DEL ESTADO
CAPITULO I
DE LA ORGANIZACION DEL ESTADO
ARTICULO 4.- La forma de gobierno es republicana, democrática y representativa. Se ejerce por tres poderes: Legislativo, Ejecutivo y Judicial, complementarios e independientes y sin relaciones de subordinación.
La alternabilidad en el ejercicio de la Presidencia de la República es obligatoria.
La infracción de esta norma constituye delito de traición a la Patria.
TITULO VII: DE LA REFORMA Y LA INVIOLABILIDAD DE LA CONSTITUCION
CAPITULO I
DE LA REFORMA DE LA CONSTITUCION
ARTICULO 373.- La reforma de esta Constitución podrá decretarse por el Congreso Nacional, en sesiones ordinarias, con dos tercios de votos de la totalidad de sus miembros. El decreto señalará al efecto el artículo o artículos que hayan de reformarse, debiendo ratificarse por la subsiguiente legislatura ordinaria, por igual número de votos, para que entre en vigencia.
ARTICULO 374.- No podrán reformarse, en ningún caso, el artículo anterior, el presente artículo, los artículos constitucionales que se refieren a la forma de gobierno, al territorio nacional, al período presidencial, a la prohibición para ser nuevamente Presidente de la República, el ciudadano que lo haya desempeñado bajo cualquier título y el referente a quienes no pueden ser Presidentes de la República por el período subsiguiente.
CAPITULO II (DE LA INVIOLABILIDAD DE LA CONSTITUCION)
ARTICULO 375.- Esta Constitución no pierde su vigencia ni deja de cumplirse por acto de fuerza o cuando fuere supuestamente derogada o modificada por cualquier otro medio y procedimiento distintos del que ella mismo dispone. En estos casos, todo ciudadano investido o no de autoridad, tiene el deber de colaborar en el mantenimiento o restablecimiento de su afectiva vigencia.
O Zé Laia é que é o golpista.
A Constituição hondurenha é muito, muito clara quanto a isso. Ele tentou mudar a Constiuição (não me venham com essa de "simples plebicito", porque o resultado final desse "simples plebicito" ERA mudar a Constituição), a Suprema Corte de Honduras detectou a manobra e aplicou a lei, acionando as FFAA para executá-la.
A indignação do Governo Brasileiro é seletiva.
Quando houve golpe de esquerda, não se falou nada. Muito pelo contrário, o Chavez por exemplo é ovacionado pelas "esquerdas". Quando ele fechou não uma, mas várias emissoras (rádio, televisão) não houve nenhuma reação do Lula. Quando o Evo "Imorales" vez o mesmo (inclusive invadindo as refinarias da Petrobrás), o Lula não fez nada. Quando a Argentina invadiu o Clarín, em flagrante de intimidação à mídia, o Lula não fez nada...
A diplomacia brasileira está equivocada. Se arvorou defensou do Zé Laia simplesmente por ele ser de esquerda, da mesma forma que o PT sai em defesas indefensáveis tipo caso dólar na cuéca, mala de dinheiro, Severino Cavalcante, Sarney... não importa o personagem, o conteúdo (que é o mais importante) foi semelhante em todos os casos: corrupção. E o PT saiu em defesa intransigente sem ao menos pensar direito.
Houveram casos desses que o correto era apurar, explusar o indivíduo e puní-lo, para o bem da reputação "do partido" (e, em última análise, das "esquerdas"). Mas nãããooo...
Não é a toa que o Itamaraty, outrora grande vencedor em disputas internacionais e reconhecido mundialmente por seu profissionalismo, vem colecionando diversas derrotas. Trocou o pragmatismo por afinidades ideológicas sobre a batuta do PT.
tinha que dar nisso mesmo.
Abraços!!!
Boa Alcantara, melhor colocado impossivel, veja esse texto
A hipocrisia da esquerda
RODRIGO CONSTANTINO
O presidente Hugo Chávez afirmou que "sabia de tudo" sobre a volta do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, ao país, e ainda disse ter ajudado a "despistar" as autoridades sobre o seu paradeiro. O governo brasileiro nega ter participado da operação de retorno de Zelaya, mas parece extrema ingenuidade crer que ele simplesmente se "materializou" na embaixada brasileira, junto com dezenas de pessoas. Sem falar que Zelaya esteve no Brasil conversando com o presidente Lula pouco antes. Além disso, a embaixada não ofereceu asilo, e sim abrigo, tornando-se um palco para os discursos políticos de Zelaya. Fica claro que o governo brasileiro adotou uma postura ativa em relação aos acontecimentos internos de Honduras.
Tudo isso já seria bastante absurdo do ponto de vista da diplomacia entre nações. Mas aqui eu gostaria de focar no aspecto da incoerência dos discursos e atos dos líderes de esquerda da América Latina. Afinal, são esses mesmos presidentes - Chávez e Lula - que costumam acusar o governo americano, não sem razão, de atos imperialistas quando este se mete indevidamente em assuntos locais dos países latino-americanos. Por que quando o governo americano interfere nos assuntos de outros países é "imperialismo", mas quando o governo venezuelano faz o mesmo trata-se de uma "luta pela democracia"?
O uso de dois pesos e duas medidas também costuma ser chamado de hipocrisia. É quando alguém utiliza critérios diferenciados para julgar, na tentativa de sempre condenar o que não gosta e proteger seus aliados ou interesses. Por exemplo, quando aquele que abraça uma cruzada pela democracia é o mesmo que defende o regime cubano, a mais duradoura ditadura do continente. Ou quando aquele que culpa o embargo americano a Cuba por sua miséria é o mesmo que condena a globalização e chama o comércio com os americanos de "exploração". Ou ainda aquele que fala em "solução pacífica" enquanto incentiva atos de vandalismo como mecanismo de pressão.
Tanta incoerência, tanta contradição, possui apenas uma explicação possível. Esses governantes esquerdistas não estão preocupados com princípios ou com a coerência, mas sim com a única coisa que eles almejam de verdade: o poder. Para este fim, eles estão dispostos a aceitar quaisquer meios. A hipocrisia é apenas mais um desses métodos utilizados para a conquista plena do poder.
Ao menos as verdadeiras virtudes ainda são reconhecidas, pois, como disse La Rochefoucauld, "a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Isto é, quando Chávez apela para uma retórica em defesa da "democracia", é porque ele sabe que o povo a valoriza. Não o que ele chama de democracia, a sua "revolução bolivariana", que não passa de uma ditadura velada que ele tenta exportar para toda a região com seus petrodólares. Mas sim aquela democracia republicana que respeita os direitos das minorias, a propriedade privada, as liberdades individuais e de imprensa. Ou seja, justamente a democracia que anda faltando na região, cada vez mais vítima de caudilhos autoritários que pretendem governar para sempre um povo de súditos.
Chegou a hora de dar um basta a esta hipocrisia. Um povo que pretende ser livre precisa defender princípios, não seus "camaradas" como se fossem membros de uma máfia. A fidelidade deve ser aos valores comuns, não aos aliados, por interesses escusos. Todo tipo de imperialismo deve ser condenado, independentemente de quem é o imperialista. Caso contrário, trata-se de pura hipocrisia.
RODRIGO CONSTANTINO é economista.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
E mesmo sendo dentro dos marcos legais, quem é coerente e apoia a democracia não apoiou nenhuma das iniciativas. O fato de que a democracia possui as ferramentas para se auto-destruir não as torna desejáveis, ou mais ainda, não significa que devam ser usadas dessa forma!
Ainda que o governo interino não tenha executado um golpe, estando apoiados nas leis e nas entidades governamentais(dá para ignorar que exército, Judiciário e Congresso concordaram???? Não, só oque importa é que a comunidade internacional rejeitou...), alguns atos ilegais como a expulsão de Zelaya do país, ao invés de sua prisão, e agora o acirramento das restrições, chegando à calar a mídia opositora(eu sempre descasco o Chavez quando ele fecha alguma rádio ou TV opositora...) estão fugindo dos objetivos e princípios da democracia. Se não podemos deixar a democracia ser usada para se destruir, também não podemos destruir suas características essenciais para protege-la... Com isso, perdem legitimidade perante o próprio povo, e aí sim corremos o risco da situação degringolar. Se é ruim ter o Zelaya incitando o povo, pior ainda é o governo interino hostilizar o mesmo povo...
Allan
Ainda que o governo interino não tenha executado um golpe, estando apoiados nas leis e nas entidades governamentais(dá para ignorar que exército, Judiciário e Congresso concordaram???? Não, só oque importa é que a comunidade internacional rejeitou...), alguns atos ilegais como a expulsão de Zelaya do país, ao invés de sua prisão, e agora o acirramento das restrições, chegando à calar a mídia opositora(eu sempre descasco o Chavez quando ele fecha alguma rádio ou TV opositora...) estão fugindo dos objetivos e princípios da democracia. Se não podemos deixar a democracia ser usada para se destruir, também não podemos destruir suas características essenciais para protege-la... Com isso, perdem legitimidade perante o próprio povo, e aí sim corremos o risco da situação degringolar. Se é ruim ter o Zelaya incitando o povo, pior ainda é o governo interino hostilizar o mesmo povo...
Allan
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Umas figuras para dar um colorido especial ao debate
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Perdão pelo excesso de grifos.
Brasil e a crise em Honduras
Brasília emerge como a voz do Sul Global
por Pedro Aguiar, no Global Research, por sugestão do Milton Hayek
Rio de Janeiro - Tem sido uma semana marcante para a geopolítica latino-americana. Com a decisão do Brasil de hospedar o presidente derrubado Manuel Zelaya em sua embaixada em Tegucigalpa até ele ser restaurado ao poder (do qual foi removido por um golpe em 28 de junho), o continente finalmente mudou seu centro de gravidade do norte do Rio Grande para o coração do sul.
O golpe cívico-militar em Honduras foi o primeiro na América Latina desde a redemocratização da região nos anos 80 e 90 (sem contar o proclamado autogolpe de Fujimori no Peru em 1992) e recebeu condenação unânime. A tradição histórica do continente de golpes militares foi desafiada pela primeira vez. Depois da guinada à esquerda no início dos anos 2000, os atuais governos na região consideram que seriam vergonhoso e humilhante serem depostos à força. É um medo natural para eles que, se tolerarem um golpe, poderão ser os próximos.
Embora os Estados Unidos de Barack Obama tenham publicamente se juntado à unanimidade hemisférica para condenar o golpe, a palavra de que o Departamento de Estado e a CIA deram apoio à derrubada de Zelaya se espalhou pelas nações latino-americanas, causando desde suspeita a forte convicção. Embora nenhuma prova de interferência dos Estados Unidos tenha sido encontrada até agora, a história secular de apoio logístico e financeiro de Washington a "rupturas da ordem constitucional" (para usar um eufemismo) funciona como testemunha de acusação.
De outra parte, Luís Inácio Lula da Silva do Brasil emergiu como a voz líder dos governos da América Latina pedindo a imediata restauração do presidente democraticamente eleito de Honduras ao posto que lhe pertence. Dessa vez, não foi o teatral Hugo Chávez quem denunciou os Estados Unidos como diabo geopolítico, nem os tímidos diplomatas de centro-esquerda do Chile lideraram o enfrentamento contra forças reacionárias da região. Foi o presidente de uma estrela em ascensão, a brasileira.
Com sua economia rapidamente se recuperando da crise capitalista e praticamente reconquistando o milhão de empregos perdidos desde 2008, o Brasil se apresenta como a melhor coisa na cena global. O país é agora uma voz ativa para os países em desenvolvimento no G-20, nos BRICs (com Rússia, Índia e China) e no IBAS (com Índia e África do Sul), enquanto as chamadas para cooperação Sul-Sul finalmente se materializam com investimentos cruzados e um lobby unido na Organização Mundial do Comércio. Historicamente, os diplomatas do Brasil (faz tempo chamado de "gigante adormecido") tem deliberado sobre como transformar a maré alta econômica em poder político nas relações internacionais.
Parece que os problemas de auto-confiança estão sendo resolvidos agora. O Itamaraty, como o ministério das Relações Exteriores é chamado, decidiu adotar uma posição firme contra o golpe e a ajudar Zelaya a retomar o poder. O Brasil dá abrigo ao presidente derrubado em sua embaixada em Tegucigalpa, onde afirma que ele chegou "por meios próprios" -- embora se saiba que é altamente improvável que Brasília estava completamente desinformada sobre a chegada dele, o que o Itamaraty nunca vai admitir. Além disso, Lula usou seu discurso de abertura na Assembléia Geral para exigir o retorno imediato de Zelaya a seu posto, enquanto o Brasil pedia uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. Mesmo outras entidades internacionais como a Organização dos Estados Americanos e o Fundo Monetário Internacional, que no passado apoiaram regimes autoritários, se juntaram à condenação.
Qualquer coisa mais que isso seria interferir nos assuntos internos de uma nação estrangeira. Lula tem dito repetidamente que não cruzará esse limite, mas ao mesmo tempo se negou a sentar sobre suas mãos. No entanto, isso é exatamente o que as elites conservadoras do Brasil alegam. No último sábado, a revista brasileira de ultra-direita Veja publicou uma capa acusando o Brasil de "imperialismo megalomaníaco" -- sem dedicar uma linha à tradição centenária de imperialismo dos Estados Unidos. Os partidos de oposição, PSDB e Democratas, criticam o Itamaraty por hospedar o presidente legal de Honduras. No telejornal diário a TV Globo colocou uma reportagem na sexta-feira argumentando que o que havia acontecido em Honduras em junho "tecnicamente não foi um golpe", citando texto da Constituição de Honduras. O artigo 239 diz que qualquer presidente que propor alterar o banimento da reeleição seria automaticamente removido, mas a emissora omitiu que Zelaya nunca fez isso, apenas propôs um referendo.
O que todos omitem, no entanto, é que o Brasil não tem outros interesses em Honduras, mas o de usar sua força política na região, algo que não pode ser visto como ameaça, mas como uma questão de interesse da Nação. Além disso, o Brasil não está agindo apenas em sua defesa, mas em defesa do Sul global como um todo. É a primeira vez que nações pobres levantam uma única voz contra o uso da força bruta na política. E o isolamento que os governos regionais impuseram ao governo de fato em Honduras é sem precedentes, mesmo contando o que aconteceu com Cuba no início dos anos 60.
Com Fidel Castro envelhecendo e oficialmente fora do poder, o papel antagonista no script geopolítico das Américas era de Hugo Chávez da Venezuela. Mas talvez o estilo bombástico de Chávez tenha sido contraproducente para sua própria política externa e para a esquerda em geral, enquanto o papel mais discreto de Lula -- ainda que direto -- se provou bem sucedido em outras crises regionais como as da Bolívia, Equador e Haiti, onde o Brasil tem 1.200 soldados sob capacetes azuis das forças de paz da ONU desde 2004.
Que fique claro: Zelaya não é um esquerdista ideológico, mas um líder populista na mesma tradição à qual a América Latina está acostumada. Mas ideologia não é a questão central aqui: trata-se de mandar uma mensagem aos militares para que fiquem nos quartéis. Se tivesse acontecido a um governo liberal ou conservador, o grito contra a remoção ilegal de um chefe de Estado eleito seria o mesmo -- talvez em tom menor.
Mesmo que haja um impasse nos próximos dias que evite que Manuel Zelaya saia da embaixada brasileira e caminhe em triunfo até o palácio presidencial em Tegucigalpa, a ponte foi atravessada quando se trata da mudança nos poderes regionais. Qualquer derrota de Zelaya agora não seria exatamente uma derrota do Itamaraty, mas reforçaria sua vitória moral: conseguiu forjar uma unidade sem precedentes no continente e deixou claro que a idade dos golpes militares na América Latina acabou.
Brasil e a crise em Honduras
Brasília emerge como a voz do Sul Global
por Pedro Aguiar, no Global Research, por sugestão do Milton Hayek
Rio de Janeiro - Tem sido uma semana marcante para a geopolítica latino-americana. Com a decisão do Brasil de hospedar o presidente derrubado Manuel Zelaya em sua embaixada em Tegucigalpa até ele ser restaurado ao poder (do qual foi removido por um golpe em 28 de junho), o continente finalmente mudou seu centro de gravidade do norte do Rio Grande para o coração do sul.
O golpe cívico-militar em Honduras foi o primeiro na América Latina desde a redemocratização da região nos anos 80 e 90 (sem contar o proclamado autogolpe de Fujimori no Peru em 1992) e recebeu condenação unânime. A tradição histórica do continente de golpes militares foi desafiada pela primeira vez. Depois da guinada à esquerda no início dos anos 2000, os atuais governos na região consideram que seriam vergonhoso e humilhante serem depostos à força. É um medo natural para eles que, se tolerarem um golpe, poderão ser os próximos.
Embora os Estados Unidos de Barack Obama tenham publicamente se juntado à unanimidade hemisférica para condenar o golpe, a palavra de que o Departamento de Estado e a CIA deram apoio à derrubada de Zelaya se espalhou pelas nações latino-americanas, causando desde suspeita a forte convicção. Embora nenhuma prova de interferência dos Estados Unidos tenha sido encontrada até agora, a história secular de apoio logístico e financeiro de Washington a "rupturas da ordem constitucional" (para usar um eufemismo) funciona como testemunha de acusação.
De outra parte, Luís Inácio Lula da Silva do Brasil emergiu como a voz líder dos governos da América Latina pedindo a imediata restauração do presidente democraticamente eleito de Honduras ao posto que lhe pertence. Dessa vez, não foi o teatral Hugo Chávez quem denunciou os Estados Unidos como diabo geopolítico, nem os tímidos diplomatas de centro-esquerda do Chile lideraram o enfrentamento contra forças reacionárias da região. Foi o presidente de uma estrela em ascensão, a brasileira.
Com sua economia rapidamente se recuperando da crise capitalista e praticamente reconquistando o milhão de empregos perdidos desde 2008, o Brasil se apresenta como a melhor coisa na cena global. O país é agora uma voz ativa para os países em desenvolvimento no G-20, nos BRICs (com Rússia, Índia e China) e no IBAS (com Índia e África do Sul), enquanto as chamadas para cooperação Sul-Sul finalmente se materializam com investimentos cruzados e um lobby unido na Organização Mundial do Comércio. Historicamente, os diplomatas do Brasil (faz tempo chamado de "gigante adormecido") tem deliberado sobre como transformar a maré alta econômica em poder político nas relações internacionais.
Parece que os problemas de auto-confiança estão sendo resolvidos agora. O Itamaraty, como o ministério das Relações Exteriores é chamado, decidiu adotar uma posição firme contra o golpe e a ajudar Zelaya a retomar o poder. O Brasil dá abrigo ao presidente derrubado em sua embaixada em Tegucigalpa, onde afirma que ele chegou "por meios próprios" -- embora se saiba que é altamente improvável que Brasília estava completamente desinformada sobre a chegada dele, o que o Itamaraty nunca vai admitir. Além disso, Lula usou seu discurso de abertura na Assembléia Geral para exigir o retorno imediato de Zelaya a seu posto, enquanto o Brasil pedia uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. Mesmo outras entidades internacionais como a Organização dos Estados Americanos e o Fundo Monetário Internacional, que no passado apoiaram regimes autoritários, se juntaram à condenação.
Qualquer coisa mais que isso seria interferir nos assuntos internos de uma nação estrangeira. Lula tem dito repetidamente que não cruzará esse limite, mas ao mesmo tempo se negou a sentar sobre suas mãos. No entanto, isso é exatamente o que as elites conservadoras do Brasil alegam. No último sábado, a revista brasileira de ultra-direita Veja publicou uma capa acusando o Brasil de "imperialismo megalomaníaco" -- sem dedicar uma linha à tradição centenária de imperialismo dos Estados Unidos. Os partidos de oposição, PSDB e Democratas, criticam o Itamaraty por hospedar o presidente legal de Honduras. No telejornal diário a TV Globo colocou uma reportagem na sexta-feira argumentando que o que havia acontecido em Honduras em junho "tecnicamente não foi um golpe", citando texto da Constituição de Honduras. O artigo 239 diz que qualquer presidente que propor alterar o banimento da reeleição seria automaticamente removido, mas a emissora omitiu que Zelaya nunca fez isso, apenas propôs um referendo.
O que todos omitem, no entanto, é que o Brasil não tem outros interesses em Honduras, mas o de usar sua força política na região, algo que não pode ser visto como ameaça, mas como uma questão de interesse da Nação. Além disso, o Brasil não está agindo apenas em sua defesa, mas em defesa do Sul global como um todo. É a primeira vez que nações pobres levantam uma única voz contra o uso da força bruta na política. E o isolamento que os governos regionais impuseram ao governo de fato em Honduras é sem precedentes, mesmo contando o que aconteceu com Cuba no início dos anos 60.
Com Fidel Castro envelhecendo e oficialmente fora do poder, o papel antagonista no script geopolítico das Américas era de Hugo Chávez da Venezuela. Mas talvez o estilo bombástico de Chávez tenha sido contraproducente para sua própria política externa e para a esquerda em geral, enquanto o papel mais discreto de Lula -- ainda que direto -- se provou bem sucedido em outras crises regionais como as da Bolívia, Equador e Haiti, onde o Brasil tem 1.200 soldados sob capacetes azuis das forças de paz da ONU desde 2004.
Que fique claro: Zelaya não é um esquerdista ideológico, mas um líder populista na mesma tradição à qual a América Latina está acostumada. Mas ideologia não é a questão central aqui: trata-se de mandar uma mensagem aos militares para que fiquem nos quartéis. Se tivesse acontecido a um governo liberal ou conservador, o grito contra a remoção ilegal de um chefe de Estado eleito seria o mesmo -- talvez em tom menor.
Mesmo que haja um impasse nos próximos dias que evite que Manuel Zelaya saia da embaixada brasileira e caminhe em triunfo até o palácio presidencial em Tegucigalpa, a ponte foi atravessada quando se trata da mudança nos poderes regionais. Qualquer derrota de Zelaya agora não seria exatamente uma derrota do Itamaraty, mas reforçaria sua vitória moral: conseguiu forjar uma unidade sem precedentes no continente e deixou claro que a idade dos golpes militares na América Latina acabou.
- wagnerm25
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Uma pergunta que alguém já deve ter feito por aí:
O que se sabe hoje é que um governo com cheiro bolivariano foi deposto por forças de "direita".
E, se ao contrário, tivesse sido um governo de "direita" deposto pelas forças vivas da esquerda hondurenha bolivariana? Haveria a mesma disposição dos defensores da democracia Hugo Chávez e Marco Aurélio "top top" Garcia em hospedar esse hipotético presidente de direita deposto na Embaixada Brasileira? Estaria nosso presidente molusco chamando enfaticamente de golpistas esses bolivarianos hondurenhos e exigindo a volta ao poder de um presidente não identificado com sua orientação ideológica?
Hein? Hein?
O que se sabe hoje é que um governo com cheiro bolivariano foi deposto por forças de "direita".
E, se ao contrário, tivesse sido um governo de "direita" deposto pelas forças vivas da esquerda hondurenha bolivariana? Haveria a mesma disposição dos defensores da democracia Hugo Chávez e Marco Aurélio "top top" Garcia em hospedar esse hipotético presidente de direita deposto na Embaixada Brasileira? Estaria nosso presidente molusco chamando enfaticamente de golpistas esses bolivarianos hondurenhos e exigindo a volta ao poder de um presidente não identificado com sua orientação ideológica?
Hein? Hein?