Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#31 Mensagem por Guerra » Sex Ago 28, 2009 8:47 am

Túlio escreveu:
Mas não precisas acreditar em mim, perguntes a um Afegão, Iraquiano ou mesmo ex-Vietcong quantos eles perdiam/perdem para cada um desses 'fracotes' que derrubam/derrubavam e qual a razão de usaram tantas IEDs e homens-bomba ao invés de partirem para o hand-to-hand; aliás, fizeram precisamente isso em Fallujah, justamente contra os mesmos Marines que pareces achar tão desprezíveis, deu no que deu... :wink:
Mas ai você esta atribuindo o valor do conjunto do exército americano ao valor individual do soldado americano.
Nem vietcongs, nem iraquianos tiveram medo de encarar o hand-to-hand quando havia equilibrio de forças.
É nessa situação que eu quero saber qual é o melhor. É muito facil fazer pose de guerreiro no exército americano dando tiro ao pato.




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#32 Mensagem por Túlio » Sex Ago 28, 2009 9:36 am

SGT GUERRA escreveu:
Túlio escreveu:
Mas não precisas acreditar em mim, perguntes a um Afegão, Iraquiano ou mesmo ex-Vietcong quantos eles perdiam/perdem para cada um desses 'fracotes' que derrubam/derrubavam e qual a razão de usaram tantas IEDs e homens-bomba ao invés de partirem para o hand-to-hand; aliás, fizeram precisamente isso em Fallujah, justamente contra os mesmos Marines que pareces achar tão desprezíveis, deu no que deu... :wink:
SGT GUERRA escreveu:Mas ai você esta atribuindo o valor do conjunto do exército americano ao valor individual do soldado americano.
Aí já saímos do BlackHawk Down e entramos no Rambo: valor INDIVIDUAL? Qualews, GUERRA véio, treinas tua tropa assim, 'cada um por si e Deus por todos'? Ou é o CONJUNTO, o TRABALHO DE EQUIPE que conta?

SGT GUERRA escreveu:Nem vietcongs, nem iraquianos tiveram medo de encarar o hand-to-hand quando havia equilibrio de forças.
E desde quando alguém busca isso? A gente ganha sendo mais forte no ponto mais fraco do inimigo, isso está provado apenas por TODAS as grandes batalhas conhecidas (por mim...heheheheh). A gente vai pro 'hand-to-hand' quando acredita ter SUPERIORIDADE, seja numérica, seja técnica e, de preferência, AMBAS. Alguns exemplos: Azincourt - os Ingleses eram numericamente inferiores aos Franceses, estes tinham como sua Arma mais poderosa a Cavalaria Pesada; os Ingleses tinham seus Arqueiros 'longbow', capazes de atirar muito mais longe e com precisão que os Besteiros Franceses. Henry V, Rei Inglês que comandava pessoalmente a campanha de seu Exército, fez as pazes com o Criador: acreditava que iam ser massacrados, tale a disparidade de forças, a Cavalaria Pesada levaria tudo de roldão, mas mesmo assim resolveu aceitar o combate. Ocorreu que o campo foi mal escolhido pelos Franceses, terreno recém arado. Choveu forte a noite toda. No dia seguinte, a Cavalaria arremeteu e...atolou no lamaçal formado pela chuva forte sobre campos recém revolvidos. Os Ingleses mandaram os Arqueiros acabarem com OS CAVALOS, menos protegidos que seus ginetes, e o que se viu foi aquele monte de gente com armaduras de trinta quilos deitada no barro, praticamente imobilizada, pasto farto para a Infantaria que, pacientemente, os ia matando, usando para isso as brechas das armaduras, ou seja, viseiras, axilas e virilhas ou os desmanchando a machadadas com armadura e tudo. Já a Infantaria Francesa não conseguia ir em auxílio da Cavalaria porque os cadáveres de cavalos e Cavaleiros impediam o passo, além da própria lama. Os Besteiros não conseguiam chegar ao alcance de tiro porque os 'Longbowmen' os mantinham a distância, com seu muito maior alcance e precisão. Alguém procurou IGUALDADE? Necas, cada um foi pelo caminho onde sabia ser mais forte e o inimigo mais fraco...
SGT GUERRA escreveu:É nessa situação que eu quero saber qual é o melhor. É muito facil fazer pose de guerreiro no exército americano dando tiro ao pato.
Não quero ser interpretado como americanófilo mas eles têm dado tiro em muito 'pato' implume e armado. E acertado. No front eles não lutam pela Pátria, Deus e Liberdade, Stars and Stripes e o escambau, mas pelo companheiro ao lado. Aliás, e NÓS? No Paraguai Caxias buscava a luta só quando tinha certeza de que estávamos em pé de igualdade com os inimigos? Charla, ele analisava a situação tática do momento com sua peculiar genialidade e mandava ver, ou não seria o SOLDADO-MOR que efetivamente foi e é. Lembras do 'Sigam-me os que forem Brasileiros'? Ele vislumbrou de relance a chance de reverter o resultado de uma batalha que nos corria BEM MAL e acabou com eles. Isso fez ou faz do Soldado Brasileiro superior ao Paraguaio? Charla, nossa superioridade sempre foi numérica e de comando. E a FEB? Estava preocupada com o estado das tropas Alemãs ou com a Vitória? Nossas tropas tinham efetivo aproximado às Alemãs, por quê não dispensamos os ianques e fomos sozinhos pra cima deles? Somos covardes, então? Não, apenas a lógica da guerra há muito tempo migrou da exaltação dos feitos individuais de um Aquiles para os do grupo como um todo, como deves ver todo dia em teu GC: quem seria menos desejável do que um 'rambinho' capaz de por a perder todo um esforço cuidadoso de infiltração porque de repente resolve arremeter sozinho contra a força inimiga já à vista mas sem conhecimento da nossa? Que eu saiba, TODA Tropa de Elite do mundo evita cuidadosamente gente assim, a palavra-chave é TRABALHO EM GRUPO, cada um fazendo sua parte harmonicamente com os companheiros...


Ah, esqueceste de comentar o primeiro parágrafo do post, cupincha... :wink:




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#33 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 28, 2009 11:28 am

É por isso que eu digo Cabeça que o EB, como em geral as fa's brasileiras tem algum tipo de bloqueio cultural ou discriminação com quem vem lá de fora, com experiencia de combate, dentre outras e o povo acha aqui de menosprezar, um racioncionio do tipo "o meu é maior do que o seu..." e por aí vai.

Talvez uma mitura de orgulho com prepotência que em nada nos ajuda. Posso até estar errado, mas o que se percebe neste e em outros foruns por parte de varios miliatres nossos, é que não sei lá porque, não se leva na devida conta, a experiencia alheia, como o que se tudo que se fizesse aqui fosse mais do que suficiente para nutrir a nossa necessidade de formação e informação a despeito de conflitos.

Para um exercito que não sabe o que é uma guerra já há mais de 64 anos, não considerar a experiencia alheia é no mínimo contraditório, ao mesmo tempo em que investe e operações da ONU como estas fossem mais do que suficientes para nos preparar para enfrentar modernos conflitos bélicos. Os nossos manuais ainda carecem de melhor referencia daquelas ques estão aí baseados em modelos que basicamente já estão desatualizados.

Guerra, com todo respeito, creio que cursos teóricos que qualquer gen faça nas melhor escola que tenha por aí, memso as americanas, não substitui experiencia real de combate, coisa que nehum militar na ativa do EB possui já faz muito tempo.
Afinal os manuais não são atualizados pelas experiências aplicadas no dia dia. Quem ganha mais neste sentido: o EB que tem seus manuais baseados em treinamentos e escolas e cursos de guerra teóricos, ou os manuais de exércitos que estão na linha de frente a anos.

ps: antes que alguem sai por aí dizendo que estou menosprezando os manuais do EB, não é esta minha intenção, mas somente ilustrar o meu pensamento a despeito da questão levantada. se estiver errado, fico muito satisfeito de ser orientado e corrigido com maior prazer.

abraços




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#34 Mensagem por Guerra » Sex Ago 28, 2009 11:37 am

Túlio escreveu: Aí já saímos do BlackHawk Down e entramos no Rambo: valor INDIVIDUAL? Qualews, GUERRA véio, treinas tua tropa assim, 'cada um por si e Deus por todos'? Ou é o CONJUNTO, o TRABALHO DE EQUIPE que conta?
Sim. Primeiro se forma o soldado individualmente, depois em conjunto. Mas concordo que no final das contas o que conta é o conjunto, porém para se dizer: "soldado americano é o bicho". O que tem que ser levado em conta é o valor individual.

E desde quando alguém busca isso? A gente ganha sendo mais forte no ponto mais fraco do inimigo, isso está provado apenas por TODAS as grandes batalhas conhecidas (por mim...heheheheh). A gente vai pro 'hand-to-hand' quando acredita ter SUPERIORIDADE, seja numérica, seja técnica e, de preferência, AMBAS. Alguns exemplos: Azincourt - os Ingleses eram numericamente inferiores aos Franceses, estes tinham como sua Arma mais poderosa a Cavalaria Pesada; os Ingleses tinham seus Arqueiros 'longbow', capazes de atirar muito mais longe e com precisão que os Besteiros Franceses. Henry V, Rei Inglês que comandava pessoalmente a campanha de seu Exército, fez as pazes com o Criador: acreditava que iam ser massacrados, tale a disparidade de forças, a Cavalaria Pesada levaria tudo de roldão, mas mesmo assim resolveu aceitar o combate. Ocorreu que o campo foi mal escolhido pelos Franceses, terreno recém arado. Choveu forte a noite toda. No dia seguinte, a Cavalaria arremeteu e...atolou no lamaçal formado pela chuva forte sobre campos recém revolvidos. Os Ingleses mandaram os Arqueiros acabarem com OS CAVALOS, menos protegidos que seus ginetes, e o que se viu foi aquele monte de gente com armaduras de trinta quilos deitada no barro, praticamente imobilizada, pasto farto para a Infantaria que, pacientemente, os ia matando, usando para isso as brechas das armaduras, ou seja, viseiras, axilas e virilhas ou os desmanchando a machadadas com armadura e tudo. Já a Infantaria Francesa não conseguia ir em auxílio da Cavalaria porque os cadáveres de cavalos e Cavaleiros impediam o passo, além da própria lama. Os Besteiros não conseguiam chegar ao alcance de tiro porque os 'Longbowmen' os mantinham a distância, com seu muito maior alcance e precisão. Alguém procurou IGUALDADE? Necas, cada um foi pelo caminho onde sabia ser mais forte e o inimigo mais fraco...
SGT GUERRA escreveu:É nessa situação que eu quero saber qual é o melhor. É muito facil fazer pose de guerreiro no exército americano dando tiro ao pato.
Não quero ser interpretado como americanófilo mas eles têm dado tiro em muito 'pato' implume e armado. E acertado. No front eles não lutam pela Pátria, Deus e Liberdade, Stars and Stripes e o escambau, mas pelo companheiro ao lado. Aliás, e NÓS? No Paraguai Caxias buscava a luta só quando tinha certeza de que estávamos em pé de igualdade com os inimigos? Charla, ele analisava a situação tática do momento com sua peculiar genialidade e mandava ver, ou não seria o SOLDADO-MOR que efetivamente foi e é. Lembras do 'Sigam-me os que forem Brasileiros'? Ele vislumbrou de relance a chance de reverter o resultado de uma batalha que nos corria BEM MAL e acabou com eles. Isso fez ou faz do Soldado Brasileiro superior ao Paraguaio? Charla, nossa superioridade sempre foi numérica e de comando. E a FEB? Estava preocupada com o estado das tropas Alemãs ou com a Vitória? Nossas tropas tinham efetivo aproximado às Alemãs, por quê não dispensamos os ianques e fomos sozinhos pra cima deles? Somos covardes, então? Não, apenas a lógica da guerra há muito tempo migrou da exaltação dos feitos individuais de um Aquiles para os do grupo como um todo, como deves ver todo dia em teu GC: quem seria menos desejável do que um 'rambinho' capaz de por a perder todo um esforço cuidadoso de infiltração porque de repente resolve arremeter sozinho contra a força inimiga já à vista mas sem conhecimento da nossa? Que eu saiba, TODA Tropa de Elite do mundo evita cuidadosamente gente assim, a palavra-chave é TRABALHO EM GRUPO, cada um fazendo sua parte harmonicamente com os companheiros...
Não tenho duvida de tudo que disse. Mas o que eu quero dizer é o seguinte. Deus o livre o Brasil entrar em guerra contra os EUA. Eu ficaria com medo em cumprir qualquer missão seja ela qual for. Vou cumprir a missão como o mais fraco enfrentando o mais forte. Mas numa situação que fique eu e um americano cara a cara. Seja no tiro, na faca, na dentada eu não tenho medo, não. Encaro de igual para igual.

São dois assuntos. O exército americano é o melhor do mundo. E o soldado americano, onde entra nessa equação?

O povo americano é amante da guerra? Então porque o ponto fraco deles são as baixas? Porque tem tanto estrangeiro no exército deles?

O exército romano era fantastico. Bem equipado e bem treinado. Os barbaros não eram bem equipados e nem bem treinados, mas eram guerreiros.
Quando o exército romando deixou de ser bem treinado e bem equipado, deu no que deu.

Ah, esqueceste de comentar o primeiro parágrafo do post, cupincha... :wink:
Não entendi :?:




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#35 Mensagem por EDSON » Sex Ago 28, 2009 11:44 am

Túlio escreveu:
agostinho escreveu: outra coisa marine nao e dificil ate ranges tem deles que sao ruins e les se acham os melhores por isso tem rivalidade com a força delta que ai sim e um pouco dificil mas filho tudo tem um pouco de dificuldade penso so uma lanterna e uma galinha por uma semana no mato isso foi so um pouco que meu tio passou!!!

Nas buenas, dizes isso baseado em quê? "BlackHawk Down"? Índio, essa gente luta ao menos uma guerra por geração, BEM diferente de nós, diga-se de passagem; treinar é bueno & quetales mas a experiência pós-guerra do Soldado treinado é tudo, no treinamento o alvo não atira na gente com balas de verdade, não tem perigo de a gente passar por um monte de estrume de vaca e ele estourar na nossa cara porque tinha uma granada de 122mm ali embaixo com detonador remoto, no Campo não tem Sniper doidinho para nos arrancar a cabeça com um balaço. Passar uma semana no mato com uma galinha e uma lanterna pode até ter seu valor - e acredito mesmo que tenha - mas dizer que gente que nem a que citei não é de nada por causa disso é sodas... 8-]

Mas não precisas acreditar em mim, perguntes a um Afegão, Iraquiano ou mesmo ex-Vietcong quantos eles perdiam/perdem para cada um desses 'fracotes' que derrubam/derrubavam e qual a razão de usaram tantas IEDs e homens-bomba ao invés de partirem para o hand-to-hand; aliás, fizeram precisamente isso em Fallujah, justamente contra os mesmos Marines que pareces achar tão desprezíveis, deu no que deu... :wink:

Só lembrando que Fallujah foi atacada por nada menos que uma divisão completa de marines, uma brigada paraquedista e uma brigada britânica contra uma força de 3000 ou 2000 guerrilherios e além toda artilharia e força aérea que dispunham. E isso foi a terceira tentativa poque as outras duas foram repelidas.




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#36 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Ago 28, 2009 11:49 am

Guerra urbana é tramada, mas as baixas dos "insurgentes" foram brutais. Até ficou famosa a cena em que estão uns Marines a entrar num edificio e encontram uns tipos que tinham sido mortos por ataques anteriores, houve um que reparou que havia um dos Iraquianos que se estava a mover e disse:

-One is moving!

Outro marine disparou e disse:

Not any more.

E assim se combatia no Iraque...




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#37 Mensagem por Guerra » Sex Ago 28, 2009 1:47 pm

FCarvalho escreveu:É por isso que eu digo Cabeça que o EB, como em geral as fa's brasileiras tem algum tipo de bloqueio cultural ou discriminação com quem vem lá de fora, com experiencia de combate, dentre outras e o povo acha aqui de menosprezar, um racioncionio do tipo "o meu é maior do que o seu..." e por aí vai.
Quem no EB conhecia esse babaca até ele dar essa entrevista tosca? Foi ele que deu as caras arrotando valentia e criticando porque o processo seletivo do EB não se adaptou as necessidades dele.
Talvez uma mitura de orgulho com prepotência que em nada nos ajuda. Posso até estar errado, mas o que se percebe neste e em outros foruns por parte de varios miliatres nossos, é que não sei lá porque, não se leva na devida conta, a experiencia alheia, como o que se tudo que se fizesse aqui fosse mais do que suficiente para nutrir a nossa necessidade de formação e informação a despeito de conflitos.
Você esta errado. Sem levar em conta a enorme influencia que todos os exércitos que foram considerados o top de sua epoca tiveram na concepção da nossa doutrina, manuais estrangeiros são fontes para formulação dos nossos manuais. O que é motivo de orgulho para nós, porque antigamente esses manuais eram simplesmente cópias.
Nas nossas escolas existem instrutores estrangeiros. E eu não duvidaria se um general de origem brasileira que serviu no exército americano viesse morar no Brasil, ele seria convidado para se não dar aula, pelo menos dar uma palestra na escola de estado-maior.
Para um exercito que não sabe o que é uma guerra já há mais de 64 anos, não considerar a experiencia alheia é no mínimo contraditório, ao mesmo tempo em que investe e operações da ONU como estas fossem mais do que suficientes para nos preparar para enfrentar modernos conflitos bélicos.
Isso já esta indo na direção do complexo de vira-lata. Primeiro porque para a realidade brasileira e para a política de defesa aplicada no nosso território, 64 anos sem guerra é um feito maior que qualquer feito do exército americano. E segundo, porque nenhum militar desse mundo conhece melhor nosso país que um militar brasileiro. Nenhum militar estrangeiro conhece nossas possibilidades e limitações seja em material ou pessoal do que nós mesmos. Seria uma vergonha se fosse diferente.
Os nossos manuais ainda carecem de melhor referencia daquelas ques estão aí baseados em modelos que basicamente já estão desatualizados.
Mais? Cara, outro dia coloquei aqui a foto do manual americano de uma viatura americana aprestada, e a do manual brasileiro. É a mesma.
Isso não é vergonha. O que é bom tem que ser copiado. Mas os EUA não é a ultima palvra em guerra. O manual de operações na selva deles esta cheios de absurdos, Vamos copiar só prque é americano?
Guerra, com todo respeito, creio que cursos teóricos que qualquer gen faça nas melhor escola que tenha por aí, memso as americanas, não substitui experiencia real de combate, coisa que nehum militar na ativa do EB possui já faz muito tempo.


Isso é um absurdo. Esse coitado que deu essa entrevista foi soldado. Ele tem formação de soldado. Por mais que ele pague de intelectual a visão que ele teve da guerra foi de um soldado. Ele vai ensinar o que? A ficar sentado na frente de uma gaiola tomando conta de prisioneiros?
A experiência que ele teve em duas horas em operações se adquire. Por isso que eu disse que se ele fosse um general ou coronel que participou dos planejamentos e tal., tudo bem. Se fosse um cara que viu como as coisas aconteceram com a visão de um comandante pelo menos a nível tático, daí tudo bem....mas um soldado que pelo o que eu entendi fazia parte da segar? Fala sério!
Se o Eb convidasse um homem desse para escrever um manual, seriamos o exército mais xexeu da face da terra.


Por fim todo mundo caiu de pau porque ele só falou merda. Veio fazer propaganda do exército americano e aproveitou para descarregar seu recalque.




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#38 Mensagem por Guerra » Sex Ago 28, 2009 1:57 pm

EDSON escreveu:
Só lembrando que Fallujah foi atacada por nada menos que uma divisão completa de marines, uma brigada paraquedista e uma brigada britânica contra uma força de 3000 ou 2000 guerrilherios e além toda artilharia e força aérea que dispunham. E isso foi a terceira tentativa poque as outras duas foram repelidas.
Os caras reunem as principais potencias do globo para lutar contra um exército caindo os pedaços, num pais onde as instituições estão na beira do colapso e ainda pagam de povo guerreiro amante da guerra invenciveis e fodões.

Para mim, um cara que lutando numa coligação monstruosa não faz mais que sua obrigação em matar um cara com um AK enferrujado que esta botando para quebrar.
E se um cara desse, com um fuzil, conseguiu evitar a consolidação da invasão do pais dele, quem nesse mundo pode dizer que é melhor guerreiro do que ele?




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#39 Mensagem por EDSON » Sex Ago 28, 2009 2:01 pm

SGT GUERRA escreveu:
EDSON escreveu:
Só lembrando que Fallujah foi atacada por nada menos que uma divisão completa de marines, uma brigada paraquedista e uma brigada britânica contra uma força de 3000 ou 2000 guerrilherios e além toda artilharia e força aérea que dispunham. E isso foi a terceira tentativa poque as outras duas foram repelidas.
Os caras reunem as principais potencias do globo para lutar contra um exército caindo os pedaços, num pais onde as instituições estão na beira do colapso e ainda pagam de povo guerreiro amante da guerra invenciveis e fodões.

Para mim, um cara que lutando numa coligação monstruosa não faz mais que sua obrigação em matar um cara com um AK enferrujado que esta botando para quebrar.
E se um cara desse, com um fuzil, conseguiu evitar a consolidação da invasão do pais dele, quem nesse mundo pode dizer que é melhor guerreiro do que ele?
O melhor guerreiro aqui neste caso é o iraquiano.




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#40 Mensagem por Túlio » Sex Ago 28, 2009 3:28 pm

Bueno, me parece que aqui começamos a misturar as concepções: falamos em SOLDADOS ou em GUERREIROS? As diferenças são imensas, partindo da formação, passando pelo equipamento, pela motivação e pelo resultado e sua avaliação.

Vou sair do Iraque e entrar no Afeganistão e falar de uma tigrada chamada Pashtun ou Pushtun: é um Povo belicoso por natureza, quando não estão sendo invadidos por alguém e matando quantos podem (que o digam os Ingleses de antigamente e os de agora, além de ianques e quem mais se meter por lá - olho, tugas -, estão se invadindo e matando uns aos outros. Em ambos os casos muitos morrem no processo, e quem deles liga? Desde pequenininhos aprendem o Al-Qaram e a lutar. São o quê? GUERREIROS! Essa gente só se sente tri quando acham um motivo dos buenos para uma peleia. Em nossos primórdios nós, Gaúchos, éramos assim, não exatamente uma etnia como a citada oriental mas uma mistura do sangue de tugas com índios, só que não dávamos muita bola pra religião, os nossos antepassados lutavam por vingança ou botim (de preferência AMBOS). Éramos GUERREIROS!

Mas o tempo passou e o Gaúcho de hoje vai a um quartel, se alista e aprende a ser SOLDADO! É uma visão muitíssimo diversa da de um Afegão das montanhas ou um dos antigos Gaudérios, o véio sgt GUERRA poderia explicar esta parte muito melhor do que eu, o fato é que a nossa CULTURA evoluiu, a deles não, continuam GUERREIROS, não SOLDADOS...

E para um GUERREIRO o valor individual vem antes de tudo, já para um SOLDADO... :wink:




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#41 Mensagem por Moccelin » Sex Ago 28, 2009 5:08 pm

Isso é um absurdo. Esse coitado que deu essa entrevista foi soldado. Ele tem formação de soldado. Por mais que ele pague de intelectual a visão que ele teve da guerra foi de um soldado. Ele vai ensinar o que? A ficar sentado na frente de uma gaiola tomando conta de prisioneiros?
A experiência que ele teve em duas horas em operações se adquire. Por isso que eu disse que se ele fosse um general ou coronel que participou dos planejamentos e tal., tudo bem. Se fosse um cara que viu como as coisas aconteceram com a visão de um comandante pelo menos a nível tático, daí tudo bem....mas um soldado que pelo o que eu entendi fazia parte da segar? Fala sério!
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Por fim todo mundo caiu de pau porque ele só falou merda. Veio fazer propaganda do exército americano e aproveitou para descarregar seu recalque.
Ele não é soldado, ele é oficial temporário , pelo menos pela lógica, já que o pessoal que passa pelas "academias militares" costuma ser formado pelo sistema ROTC (tipo o CPOR, mas feito durante todo o tempo de faculdade). Mas isso não muda muito de figura, já que ele era o "pica-fumo" de um pelotão de apoio.




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#42 Mensagem por Frederico Vitor » Sex Ago 28, 2009 5:11 pm

Só sei que a cada dia, mais mexicanos, hondurenhos, salvadorenhos e brasileiros vão combater pela bandeira do Tio-Sam. É um fato. Pois me parece que os cidadãos americanos, aquele típico branco, protestante de origem anglo-saxã está passando longe dos Camps ou quartéis. Mas mesmo assim, existe um número considerável deste tipo. E mesmo com alguns desfalques, sobra vagas nas fileiras das FA´s dos EUA aos latino-americanos que sonham com um green-card e de "fazer a vida" em solo estadunidense.

Enquanto a tese do Brasil estar fora de conflitos armados por 64 anos(Guerrilha do Araguaia foi quando mesmo?), o EB não brinca em serviço, se existe uma instituição no Brasil que não dorme no lance é o EB.

O caro cidadão em questão que pertencia ao USMC, deveria antes saber que o Brasil também possui um excelente Corpo de Fuzileiros Navais, que dispensa comentários sobre sua honradez como instituição militar.

Particularmente não teria a mínima vontade de servir em forças armadas estrangeiras, não teria estômago para jurar lealdade a nações adversas à da minha. Se não deu conta de entrar no EB, na MB e na FAB, tente entrar na PM, no CBM, nas guardas municipais, nos escoteiros, mas pelo amor de Deus, não vira as costas ao pavilhão nacional.




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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#43 Mensagem por Túlio » Sex Ago 28, 2009 5:24 pm

Frederico Vitor escreveu:Particularmente não teria a mínima vontade de servir em forças armadas estrangeiras, não teria estômago para jurar lealdade a nações adversas à da minha. Se não deu conta de entrar no EB, na MB e na FAB, tente entrar na PM, no CBM, nas guardas municipais, nos escoteiros, mas pelo amor de Deus, não vira as costas ao pavilhão nacional.

Irretorquível! :wink:




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FCarvalho
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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#44 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 28, 2009 7:25 pm

Isso é um absurdo. Esse coitado que deu essa entrevista foi soldado. Ele tem formação de soldado. Por mais que ele pague de intelectual a visão que ele teve da guerra foi de um soldado. Ele vai ensinar o que? A ficar sentado na frente de uma gaiola tomando conta de prisioneiros?
A experiência que ele teve em duas horas em operações se adquire. Por isso que eu disse que se ele fosse um general ou coronel que participou dos planejamentos e tal., tudo bem. Se fosse um cara que viu como as coisas aconteceram com a visão de um comandante pelo menos a nível tático, daí tudo bem....mas um soldado que pelo o que eu entendi fazia parte da segar? Fala sério!
Se o Eb convidasse um homem desse para escrever um manual, seriamos o exército mais xexeu da face da terra.

Nunca disse que o EB deveria convitar este cara aí Guerra, apenas estou colocando que nós poderiamos, como você frisou, utilizarmos essa mão de obra estrangeira com experiência para a formação de nossos oficiais e graduados. E nada mais. Não considero este ou aquele exército melhor ou pior que o nosso, até porque quem mais entende de combater no Brasil, pela obviedade do assunto, deve ser o proprio EB. Se alguém pensa o contrário, só as próximas guerras em território tupiniquim poderão confirmar. Quanto aos manuais retiro o que disse.

abraços




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cabeça de martelo
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Re: Entrevista: Soldado Brasileiro que combateu no Iraque

#45 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Ago 29, 2009 8:43 am

Frederico Vitor escreveu:Só sei que a cada dia, mais mexicanos, hondurenhos, salvadorenhos e brasileiros vão combater pela bandeira do Tio-Sam. É um fato. Pois me parece que os cidadãos americanos, aquele típico branco, protestante de origem anglo-saxã está passando longe dos Camps ou quartéis. Mas mesmo assim, existe um número considerável deste tipo. E mesmo com alguns desfalques, sobra vagas nas fileiras das FA´s dos EUA aos latino-americanos que sonham com um green-card e de "fazer a vida" em solo estadunidense.
Tu precisas de ter pelo menos um Green-card para ires para as Forças Armadas Norte-Americanas. O mesmo acontecia em Espanha antes desta crise mundial ter empurrado a juventude Espanhola para a vida militar.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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